Jesus a Fonte de Água Viva (2).

Exposições no Evangelho de João.   •  Sermon  •  Submitted
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Texto.

32-Os fariseus, ouvindo a multidão murmurar estas coisas a respeito dele, juntamente com os principais sacerdotes enviaram guardas para o prenderem.
33-Disse-lhes Jesus: Ainda por um pouco de tempo estou convosco e depois irei para junto daquele que me enviou.
34-Haveis de procurar-me e não me achareis; também aonde eu estou, vós não podeis ir.
35-Disseram, pois, os judeus uns aos outros: Para onde irá este que não o possamos achar? Irá, porventura, para a Dispersão entre os gregos, com o fim de os ensinar?
36-Que significa, de fato, o que ele diz: Haveis de procurar-me e não me achareis; também aonde eu estou, vós não podeis ir?
Jesus, a fonte da água viva
37-No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38-Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
39-Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
40-Então, os que dentre o povo tinham ouvido estas palavras diziam: Este é verdadeiramente o profeta;
41-outros diziam: Ele é o Cristo; outros, porém, perguntavam: Porventura, o Cristo virá da Galiléia?
42-Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi e da aldeia de Belém, donde era Davi?
43-Assim, houve uma dissensão entre o povo por causa dele;
44-alguns dentre eles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos.
Os guardas voltam sem Jesus
45-Voltaram, pois, os guardas à presença dos principais sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?
46-Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem.
47-Replicaram-lhes, pois, os fariseus: Será que também vós fostes enganados?
48-Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
49-Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita.
50-Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes:
51-Acaso, a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?
52-Responderam eles: Dar-se-á o caso de que também tu és da Galiléia? Examina e verás que da Galiléia não se levanta profeta.

Os Guardas são enviados para prender Jesus.

32-Os fariseus, ouvindo a multidão murmurar estas coisas a respeito dele, juntamente com os principais sacerdotes enviaram guardas para o prenderem.
Como resultado da pregação de Jesus no templo, muitas pessoas creram nele como somos informados no vs 31.
Mesmo aqueles que não creram ficaram se perguntando se por acaso ele seria ou não o Cristo.
Como medida provisória os líderes judaicos das duas principais facções se unem em um objetivo comum: enviar guardas para que pudessem prendê-lo.
O ministério de Jesus foi capaz de unir essas duas facções rivais, Fariseus e os sacerdotes, que eram majoritariamente Saduceus.
(Explicar resumidamente cada uma delas).
O inimigo do meu inimigo é meu amigo. Ou, como diz D.A Carson: “Inimigos comuns podem se tornar amigos de forma inesperada”.
33-Disse-lhes Jesus: Ainda por um pouco de tempo estou convosco e depois irei para junto daquele que me enviou.
34-Haveis de procurar-me e não me achareis; também aonde eu estou, vós não podeis ir.
Quando os guardas enviados chegam até Jesus eles ouvem a pregação de Jesus.
E neste momento, Jesus falava sobre o fato de que, em breve, não mais o veriam pois, ele voltaria para aquele que o enviou.
Em outras palavras, Jesus está, ainda que de forma enigmática, prenunciando sua morte.
Se levarmos em conta o contexto de todo o cap 7, onde Jesus:
no vs 19 afirma que aqueles judeus não cumpriam a Lei.
nos vs 22-24 ele mostra a incoerência deles em relação a Lei.
no vs 28 ele diz claramente que eles não conheciam a Deus.
Levando esse contexto em consideração, entendemos o motivo pelo qual ele diz aqui no 34 que onde ele estaria eles não poderiam ir.
Ele vai para o Pai, eles não tem conhecimento nem contato com o Pai, logo, não podem ir.
Essa acusação é grave, mas Jesus é Deus, conhece todas as coisas, logo, tem total poder para fazer isso.
35-Disseram, pois, os judeus uns aos outros: Para onde irá este que não o possamos achar? Irá, porventura, para a Dispersão entre os gregos, com o fim de os ensinar?
36-Que significa, de fato, o que ele diz: Haveis de procurar-me e não me achareis; também aonde eu estou, vós não podeis ir?
O público, obviamente, não compreende o teor do que Jesus dizia, e começaram suas especulações.
Eles imaginam hipóteses do que Jesus pode estar querendo dizer:
Será que ele iria para Dispersão? Comunidades judaicas em territórios gregos.
Eles especulam sobre o fato de Jesus dizer que para onde iria eles não poderiam ir.
A conclusão é lógica,
Jesus diz que Deus o enviou.
Ele diz que está prestes a voltar para aquele que o enviou. Ou seja, voltar para Deus.
Ele diz que eles, os judeus, não podiam segui-lo.
Logo, ele está dizendo que eles não podem ir a Deus.
Mas, o que ele vai fazer em seguida abre uma possibilidade para os judeus, observe:

Jesus, a fonte da água viva

37-No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38-Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Relembrando o que eu disse na primeira pregação desse capítulo.
A festa aqui mencionada é a festa das Cabanas, ou festa dos Tabernáculos. Era uma festa com sete dias de duração normais, e mais um oitavo dia de celebrações.
Ela relembrava a peregrinação do povo no deserto durante o êxodo, e por isso o povo montava cabanas nas ruas e nos quintais de casa para habitar estas cabanas nos dias da festa.
“Nos sete dias da festa, enchia-se uma jarra dourada de água do tanque de Siloé que era levada em uma procissão pelo sumo sacerdote de volta para o templo. quando a procissão se aproximava da abertura para a água no lado sul do pátio interno, três toques de shophar eram ouvidos. Enquanto os peregrinos observavam, os sacerdotes andavam ao redor do altar com a jarra, o coro do templo cantando o Hallel (Sl 113-118). Quando o coro alcançava o Salmo 118, todo peregrino do sexo masculino chacoalhava um lulab (galhos de salgueiro e murta amarrados com ramo de palmeira) em sua mão direita, enquanto que sua esquerda levantava um pedaço de um fruto cítrico (um sinal de colheita realizada), e todos gritavam: Deem graças ao Senhor, três vezes. A água era oferecida a Deus na hora do sacrifício da manhã, junto com as ofertas de bebida (de vinho diárias). O vinho e a água eram derramados em suas respectivas vasilhas de prata e, a seguir, derramados diante do Senhor. Além disso, essas cerimônias da festa das cabanas estavam relacionadas no pensamento judaico tanto com a provisão de água feita pelo Senhor no deserto como com o derramar do Espírito do Senhor nos últimos dias. O derramar na festa das cabanas refere-se simbolicamente à era messiânica na qual um rio da rocha sagrada fluiria sobre toda a terra”. (CARSON, D.A Comentário de João, pg 322-323).
Neste momento, enquanto isso acontece no último grande dia, Jesus se levanta e diz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de águas vivas”.
Observe que em meio a todo o ritualismo da festa, em meio a tudo o que simbolizava aquela água. Jesus chama pra si aquele simbolismo.
É como se ele dissesse que tudo aquilo que eles celebraram durante dois milênios apontava para ele e tinha o seu cumprimento bem ali diante dos olhos deles.
Nós já vimos na semana passada, como Jesus é o cumprimento de todas as profecias messiânicas do A.T.
Com isso, não é difícil perceber como todo esse simbolismo também remete ao messias, e agora, ali diante deles, encarnado, está aquele que sacia verdadeiramente a sede, Jo 6.35.
Está aquele que chama à Ele todos os sedentos, e promete saciar-lhes a sede. Fantástico.
Enquanto ele disse que aqueles judeus não podiam segui-lo, ou seja, ir ao pai como ele disse que estava indo, agora ele chama a si a responsabilidade.
É como se dissesse vcs não podem ir ao Pai da maneira de vcs, no entanto, podem ir ao Pai por meio da fé em mim, podem ir ao Pai tendo suas sede saciada em mim. Ora, Ele é o caminho, Ele é a verdade, Ele é a vida.
39-Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
João liga o “fluir rios de água viva” daqueles que cressem em Jesus com a “vinda do Espírito”, o que faz todo sentido.
Dentre os diversos simbolismos do Espírito Santo nas Escrituras está a água, e a água viva, já vimos isso nesse evangelho, Jesus diz isso para a mulher samaritana. O fluir rios de água viva, é o fluir do Espírito, é a vida do Espírito, é a vida que receberiam de forma plena com a vinda do Espírito Santo. (colocar citações do A.T).
É isso que Ele está oferecendo àqueles que tiverem fé nele. Vida Eterna.
40-Então, os que dentre o povo tinham ouvido estas palavras diziam: Este é verdadeiramente o profeta;
41-outros diziam: Ele é o Cristo; outros, porém, perguntavam: Porventura, o Cristo virá da Galiléia?
42-Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi e da aldeia de Belém, donde era Davi?
43-Assim, houve uma dissensão entre o povo por causa dele;
44-alguns dentre eles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos.
Com essas palavras de Jesus, e essa cena, bem marcante, houve divergência entre as pessoas, uns acreditavam que Jesus era o profeta predito por Moisés. Outros desassociando o Profeta do Messias, entendiam ser Jesus o Messias. Outros já não criam que ele poderia ser o messais pois, o Messias não viria da Galiléia. Houve dissensão, porém ninguém prendeu Jesus, e porquê? Veja a conclusão.

Os Guardas retornam sem Jesus.

45-Voltaram, pois, os guardas à presença dos principais sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes?
46-Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem.
47-Replicaram-lhes, pois, os fariseus: Será que também vós fostes enganados?
48-Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
49-Quanto a esta plebe que nada sabe da lei, é maldita.
50-Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes:
51-Acaso, a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?
52-Responderam eles: Dar-se-á o caso de que também tu és da Galiléia? Examina e verás que da Galiléia não se levanta profeta.
Os guardas, inicialmente enviados pelos Fariseus e Saduceus retornam, e, para a surpresa daqueles líderes, eles retornam de mãos vazias.
A resposta deles ao questionamento do porque estavam de mãos vazias é significativa: “Ninguém jamais falou como este homem”.
Os guardas viram e ouviram tudo o que Jesus falou e fez durante a festa, ouviram o chamado, ouviram a prédica, não significa que tiveram fé salvífica em Cristo, mas por suas próprias palavras, fica claro que o discurso de Jesus mexeu com eles. E é exatamente por este motivo que eles não o prenderam.
É impressionante perceber que Jesus falava de uma forma tão impactante que, os líderes judaicos enviaram guardas no plural, e todos se recusaram a prender Jesus por causa das palavras e do modo como Jesus falava.
Aplicação.
Jesus é o Messias enviado por Deus para redimir a humanidade, ele cumpre todos os requisitos do Antigo Testamento que atestam sua messianidade. Ele é a saída, ele é o caminho, ele é a água que sacia a sede do homem.
Independente de onde você estiver procurando saciar sua sede, saiba que isso só acontece em Jesus. Não que as pessoas saibam disso, a maioria das pessoas vivem na ilusão de que estão saciando sua sede na bebida, nos vícios, no sexo, no dinheiro, numa boa família, num bom emprego, numa certa estabilidade financeira. Tudo isso é palha e correr atrás do vento. Só Cristo pode fazer isso.
Ninguém jamais falou como ele, porque não há ninguém como ele. Não há outros mediadores, só ele. Permaneça em Cristo, vc não tem outro caminho para ir. Cristo é o melhor caminho, na realidade, Cristo é o único caminho.
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