IPVM no Lar | Tiago 2.8-11

Exposição na epístola de Tiago  •  Sermon  •  Submitted
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Estudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.

Notes
Transcript

Divisão do capítulo 2

2.1–13 A. A Fé e a Lei
2.1–4 - 1. Evitem o favoritismo
2.5–7 - 2. Sejam ricos em fé
2.8–11 - 3. Obedeçam à lei régia
2.12,13 - 4. Mostrem misericórdia

3. Obedeçam à lei régia

O que a bíblia diz sobre favoritismo e discriminação?

8 Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; 9 se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.

Tiago vai direto ao cerne da questão e evita detalhes, isto é, ele não está interessado em procurar nas Escrituras e achar um determinado mandamento contra o pecado de favoritismo.
Ele cita Jesus quando foi interrogado por um Intérprete da Lei:
O intérprete perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” (Mt 22.36).
Ao invés de mencionar um mandamento específico, Jesus resume a lei para ele e diz: “Amarás o Senhor teu Deus… Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (vs. 37–39; ver também Dt 6.5; Lv 19.18).

a. Condição.

Tiago chama a atenção apenas para a segunda parte da lei resumida, “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
Ele enfatiza essa parte, assim como Paulo o faz em suas epístolas (Rm 13.9; Gl 5.14; comparar também com Mt 19.19).
Porém, a implicação é a mesma: toda a lei está resumida em expressar amor pelo próximo.
Obedecer à segunda parte da lei resumida significa cumprir a primeira parte também. As duas partes são inseparáveis e interligadas (1Jo 4.20-21).
1João 4.20–21 RA
20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.
Tiago chama essa lei de “régia”. Ele não dá mais detalhes e evita explicar a palavra no contexto.
Coloca a essência e o teor da lei numa oração condicional que afirma um simples fato. Diz: “Se, de fato, vocês guardam a lei régia… fazem bem”.
O amor é o antídoto contra a discriminação.

b. Acusação.

Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), mas mostra seu amor para com o pobre, bem como para com o rico.
Se Deus é imparcial, então os crentes também devem mostrar amor para com todas as pessoas sem discriminação.
Talvez Tiago tivesse em mente o contexto mais amplo do ensinamento no Antigo Testamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18).
Nesse contexto, Moisés diz aos israelitas: “Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo ao pobre, nem comprazendo ao grande: com justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15).
Tiago, porém, se refere ao pecado de favoritismo que os leitores estão cometendo.
Assim, ele acrescenta que, ao serem parciais (Dt 1.17), são condenados pela lei do amor. A lei resumida os condena como transgressores.
Tiago diz que os leitores estão, de fato, caindo em pecado, e o fazem quando ultrapassam o limite que lhes foi dado para que não pequem, a saber, a lei.
Transgredir a lei de Deus é uma ofensa séria a Deus e coloca o pecador diante dele como transgressor.
Quando a lei condena, ninguém pode afirmar ser um transgressor parcial. O transgressor é culpado.

10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. 11 Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei.

Considere as seguintes questões:

a. “Toda a lei”.

Tiago usa uma oração que declara uma condição. Diz: “Qualquer um que guarda toda a lei, mas tropeça em um único ponto, é culpado de quebrar toda a lei”.
No tempo de Tiago, os judeus faziam uma distinção entre as leis mais importantes e as que eram menos significativas.
Consideravam a lei de observância do sábado, por exemplo, como sendo prioritária, mas não consideravam tão importantes outros mandamentos, como aquele contra o juramento (ver Mt 5.33–37; Tg 5.12).
Apesar de Tiago ter escrito sua epístola, a princípio, para cristãos de descendência judia, não excluiu ninguém da obrigação de observar a lei de Deus e obedecer a ela.
Todo leitor da carta deve estar ciente da unidade da lei de Deus.
Não podemos afirmar que obedecer ao mandamento “não matarás” é mais importante do que observar aquele que diz “não cobiçarás”.
As Escrituras não nos permitem julgar o valor dos mandamentos.
Na verdade, no Sermão do Monte, Jesus ensina que nenhuma parte da lei desaparecerá “até que tudo se cumpra” (Mt 5.17–19).
Assim, em sua discussão sobre a lei, Tiago também enfatiza que a lei de Deus não consiste de mandamentos individuais, mas de uma unidade.

b. A unidade da lei.

Certamente, a lei é formada por vários mandamentos, mas transgredir um deles significa quebrar a lei de Deus.
Se bato um dedo do pé, não só aquele dedo, mas todo o corpo sente a dor.
Cada parte do meu corpo está integralmente relacionada com o resto. “Se um membro sofre, todos sofrem com ele” (1Co 12.26).
Se quebro um dos mandamentos de Deus, peco contra toda a lei de Deus.
O próprio Deus criou e formulou sua lei.
Ele também a ordena e a faz cumprir, pois por meio da lei ele expressa sua vontade.
Deus disse: “Não adulterarás”. Disse também: “Não matarás”. Esses dois mandamentos são parte da lei, isto é, do Decálogo (Êx 20.13,14; Dt 5.17,18), e têm em si a mesma autoridade divina que o resto da lei de Deus.
Tiago escolheu dois mandamentos que são mencionados no início da seção da lei que diz respeito ao próximo (ver Mt 19.18,19 e paralelos).
A lógica simples é que, se uma pessoa guarda um mandamento, mas desobedece a outro, ela é, de qualquer maneira, uma transgressora, e Deus a declara culpada.

Considerações doutrinárias em 2.8–11

Com muita freqüência, encaramos os mandamentos de um ponto de vista negativo.
Assim fazemos porque a maioria deles é apresentada de forma negativa, como, por exemplo, não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, mas os Dez Mandamentos também têm um lado positivo.
Eles nos ensinam que, dentro dos limites da lei protetora de Deus, temos liberdade perfeita.
Ele percebe que Deus graciosamente lhe concedeu essas leis para a sua proteção e segurança.
Ele sabe que “a lei do Senhor é perfeita” e que “os preceitos do Senhor são retos” (Sl 19.7,8). Nesses mandamentos, ele experimenta o amor de Deus e, assim, pode expressar seu amor por Deus e pelo próximo.
Por que o crente obedece à lei de Deus?
Ele a obedece porque assim pode mostrar gratidão a Deus. A lei de Deus

AMIGO DE DEUS

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