IPVM no Lar | Tiago 2.12-13
Exposição na epístola de Tiago • Sermon • Submitted
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· 39 viewsEstudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.
Notes
Transcript
Divisão do capítulo 2
Divisão do capítulo 2
2.1–13 A. A Fé e a Lei
2.1–4 - 1. Evitem o favoritismo
2.5–7 - 2. Sejam ricos em fé
2.8–11 - 3. Obedeçam à lei régia
2.12,13 - 4. Mostrem misericórdia
4. Mostrem misericórdia
4. Mostrem misericórdia
Num breve resumo, Tiago define com eloqüência o que já escreveu no final do capítulo anterior (Tg 1.26-27 : palavras que não são acompanhadas de ação não valem nada.
Ele exorta os leitores a falar e agir dentro da liberdade que a lei do amor lhes oferece.
12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.
12 Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.
13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.
13 Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo.
Ao longo de toda a sua epístola, Tiago usa o discurso direto na forma de imperativos.
Às vezes, esses imperativos são um tanto atenuados por uma palavra carinhosa, como, por exemplo, (v.5) “amados irmãos”. Esse não é o caso aqui.
a. “Falai… procedei”.
a. “Falai… procedei”.
Tiago não está interessado no conteúdo da palavra falada, mas no ato de falar.
Ele diz aos leitores que devem juntar palavras e obras. Como cristãos, devem olhar para sua vida sob a perspectiva de serem julgados.
Os olhos de Deus estão constantemente sobre eles.
13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
b. “como aqueles que hão de ser julgados”.
b. “como aqueles que hão de ser julgados”.
Os cristãos devem sempre olhar adiante, pois suas palavras e obras testificam a seu favor ou contra eles.
Tiago diz que, se você obedece à lei régia, faz bem (v. 8).
Além disso, as Escrituras ensinam que cada pessoa terá de apresentar-se diante do Juiz de toda a terra (compare com Gn 18.25; Sl 7.8; 75.7; 96.10,13; Mt 16.27; At 10.42; 2Co 5.10).
Todas as palavras que o ser humano profere e todos os atos que realiza serão julgados pela lei de Deus. O julgamento virá e será inescapável.
c. “Pela lei que da liberdade”.
c. “Pela lei que da liberdade”.
Tiago repete uma afirmação feita anteriormente (ver Tg 1.25) quando se refere à “lei que concede liberdade”, deixando implícito que a lei não deve ser entendida como uma lista legislativa de regras e regulamentos.
A lei é perfeita e completa.
Assim, o cristão não vive debaixo do medo da lei, mas na alegria dos preceitos de Deus.
O cristão, portanto, avalia cada palavra que fala e cada ato que realiza tendo como medida a lei de Deus. Sua vida toda é governada pela lei do amor.
d. “ Porque o juízo é sem misericórdia”
d. “ Porque o juízo é sem misericórdia”
Nesses versículos, Tiago desenvolve a seqüência de lei, transgressão, julgamento e misericórdia.
Ninguém é capaz de observar a lei perfeitamente, pois todos transgridem a lei e pecam.
A conseqüência inevitável para o pecador é que ele terá que se apresentar diante do julgamento de Deus, e aquele que é culpado perante o Juiz suplica por misericórdia.
Em resposta à pergunta de Pedro sobre perdoar-se um irmão que pecou, Jesus contou a parábola do servo que recebeu misericórdia do rei, mas não teve misericórdia de seu próximo.
Quando o rei soube que o homem que havia sido perdoado não mostrou misericórdia para com seu conservo, disse: “Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” (Mt 18.32,33).
Quando pedimos a ele, Deus nos concede misericórdia livremente, mas ele espera que o imitemos.
"Quando nos recusamos ou deixamos de estender essa misericórdia ao nosso próximo, Deus não a concede a nós e, ao invés disso, dá-nos julgamento sem misericórdia."
Você não entendeu o que eu te ofereci.
e. “para com aquele que não usou de misericórdia.”.
e. “para com aquele que não usou de misericórdia.”.
Na parábola do servo incompassivo (Mt 18.21–35), Jesus nos ensina que o exercício da misericórdia não consiste em fazer justiça ocasionalmente para demonstrar bondade.
Pelo contrário, Jesus nos intima a aplicar tanto a misericórdia como a justiça.
Muitas vezes, quando mostramos misericórdia abandonando a justiça, recebemos o louvor de Deus e dos outros.
Certamente recebemos a bênção de Deus nas palavras da conhecida bem-aventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5.7), mas a misericórdia precisa ser praticada juntamente com a justiça.
Devemos considerar a misericórdia e a justiça como normas iguais e aplicar ambas.
A misericórdia não exclui a justiça, e a justiça não anula a misericórdia. Porém, se a justiça triunfa às custas da misericórdia, Deus emite justiça sem misericórdia.
f. “A misericórdia triunfa sobre o juízo”.
f. “A misericórdia triunfa sobre o juízo”.
Como a misericórdia é estendida para aqueles que precisam dela?
Na última parte do segundo capítulo, Tiago oferece um exemplo quando faz referência a Raabe. (v.25)
Quando os espias israelitas bateram à sua porta, ela os recebeu, acolheu-os em sua casa, protegeu-os do perigo e mostrou misericórdia para com eles.
Quando o exército israelita destruiu Jericó, a família de Raabe, por sua vez, obteve misericórdia.
Mais do que isso, Raabe, que era uma mulher gentia e prostituta, experimentou a verdade da misericórdia triunfando sobre a justiça.
Considerações doutrinárias em 2.12-13
Considerações doutrinárias em 2.12-13
Porém, o ser humano não pode apossar-se da misericórdia de Deus ao realizar obras de misericórdia. Ela não é merecida, mas é sempre concedida quando é buscada. Se fôssemos capazes de recebê-la merecidamente, deixaria de ser misericórdia. Devemos olhar para aquele que a concede a nós. “A misericórdia não triunfa às custas da justiça; o triunfo da misericórdia se baseia na expiação trazida pelo Calvário”. O cristão sabe que, no dia do julgamento, a misericórdia triunfará sobre a justiça por causa da obra meritória de Cristo.