A paz com Deus é possível?

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A paz com Deus é possível?
Amados irmãos, convido-os abrir suas bíblias na carta de Paulo aos Romanos, capítulo 5, versículos de 1 a 11.
Eu lerei agora o texto; acompanhe em sua bíblia.
Texto
Romanos
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.
Irmãos, vamos orar.
Introdução
Paz é um clamor universal!
Os homens sentem que algo está errado. É uma sensação esquisita, é um vazio, falta paz, sobra guerra, ansiedade, temor. No cerne de uma mentalidade equivocada sobre o ser humano, pensa-se que a paz será encontrada com relações harmônicas com que nos cercam, mas logo se vê que algo mais falta. Esse vazio só pode ser preenchido por alguém muito especial.
Dito isso, quero lhes contar uma breve história:
Durante a segunda guerra mundial, Winston Churchill foi nomeado primeiro ministro da Inglaterra. Este fato se deu a contragosto de seu próprio partido. Com a resignação do cargo por Chamberlain, o partido conservador preferia o ministro das relações exteriores Halifax, ao, então, ministro da guerra Churchill. Duas personagens com posições totalmente antagônicas. Contudo, eles sabiam que somente havia um homem em suas fileiras que seria aprovado pela oposição em um governo de coalizão. Este era Winston Churchill.
Formado o novo governo em meio aos ataques nazistas que culminaram com a rendição de Bélgica, Holanda e a capitulação de boa parte da França, o temor da invasão da ilha crescia entre os nobres e a família real. Halifax queria negociar uma suposta “paz” com o tirano Adolf Hitler. Paz está mediada pelo lacaio do Führer, Il Duce fascista Mussolini. Para que seus planos fossem colocados em prática o ministro do exterior fez o possível para minar a autoridade de Churchill. Inclusive tentando manipular o rei George VI, seu amigo particular.
Já Churchill defendia que a “paz” só era possível estando disposto a guerra contra a tirania. Com esta atitude aguerrida, ele conseguiu o apoio do rei e do povo.
Com um discurso magistral na câmara dos comuns, sendo ovacionado pelo povo, pelos membros da bancada de oposição, pela parte fiel a ele de seu próprio partido, Churchill uniu o povo de língua inglesa, tanto no velho quanto no novo mundo, sobre a égide deste provérbio latino:
Si vis pacem, para bellum.
Se quer paz, prepare-se para a guerra.
O resto da história já conhecemos. A tirania que estava sendo implantada pelos os nazistas e demais nações do eixo foi debelada. Uma frágil “paz”, melhor, um tempo de armistício foi iniciado. Mas, a “paz” não durou muito. As guerras proliferam no mundo.
Contexto
Houve um outro tempo de suposta “paz”, ela era conhecida como a pax romana, a paz romana. Foi neste período da história que o apóstolo Paulo escreveu sua Carta aos Romanos. Os comentaristas a datam entre os anos de 54 – 58 depois de Cristo.
O que foi a pax romana?
Foi a imposição pela força tirânica do império romano sobre os demais povos, da cultura, mentalidade, religião, leis. Os que se sujeitavam tinham algumas regalias a altos preços. Já os que se revoltavam, perdiam qualquer sombra de autonomia, eram massacrados homens, mulheres e crianças. Os que se rebelavam e causavam baixas ou instabilidades em territórios anexados eram acusados de alta traição e não sendo romanos, eram crucificados.
Foi este povo de “paz” que crucificou o Príncipe da Paz, o nosso Senhor Jesus Cristo.
Contudo, quando Paulo escreveu esta carta não havia ainda, uma perseguição institucionalizada dos cristãos pelo poderoso império de “paz”. Os do Caminho eram considerados como parte do judaísmo, uma religião tolerada pelos senhores do mundo.
O público de sua carta eram os crentes judeus e crentes gentios que formavam na capital do império, a igreja de Cristo. Esta era uma igreja não fundada por apóstolos, mas sim, por discípulos, tais como Áquila e Priscila.
O objetivo de Paulo era expor sua doutrina, o evangelho de Cristo, como ensinado por Paulo as igrejas; ter a oportunidade de visitá-los, instrui-los e conhecê-los e por fim, arregimentar o apoio dos irmãos para seus propósitos missionários de alcançar a Espanha com a boa nova.
Dentro dos diversos assuntos que Paulo trata na mais completa e compreensível apresentação do evangelho que fez por escrito, surge a seguinte questão, o seguinte tema:
A paz com Deus é possível?
Não é difícil ver pelo nosso dia a dia que a paz entre homens, de fato, não existe. As histórias que contei, nos mostram que o máximo que temos tempos de armistício. De pausa.
Nós vivemos tempos aflitivos com a manifestação de um vírus, o COVID-19, e além do próprio problema sanitário, de saúde que tira a nossa paz, há um desencontro e até manipulações devido aos mais variados interesses. Isto promove confrontos, ansiedades, males, mortes.
Mas, meus irmãos, todos nós sentimos lá no fundo que não é só isso. A nossa paz não virá pela boa vontade entre os homens, a eliminação das armas, saúde perfeita, pessoas justas nos cargos de liderança.
Todo o homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus, como disse Agostinho.
Este vazio surge de nossa alienação, separação de Deus, separação que deriva da queda em pecado de nossos primeiros pais. Separação que fez com que andássemos errantes desde a expulsão do Éden. Separação que Paulo ensina em Romanos 3.23 ao dizer que todos pecaram. Que ele também ensina quando diz que os homens são inimigos de Deus em Romanos 5.10.
Desta inimizade surge e se alicerça a nossa falta de paz. Nossos medos, pavores, ansiedades, nossos ídolos do coração, nossas guerras.
Inimigos estão em guerra constante. Inimigos viram a face um para outro. Inimigos não tem paz entre si.
Com O Deus Todo Poderoso não há como fazer paz através da guerra.
Surge a pergunta:
A paz com Deus é possível?
E já no primeiro versículo da seção da Palavra de Deus que lemos, temos a resposta.
Lerei o texto novamente:
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
E eis que surge a resposta a nossa pergunta:
Sim, temos paz com Deus, porque somos justificados por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Três grandes verdades:
- Temos paz com Deus;
- Somos justificados diante do Juiz do Universo;
- A mediação de Cristo é que opera as duas primeiras verdades.
Amados, então eu e você podemos dizer:
Que notícia maravilhosa, em Cristo tenho paz com Deus e sou justificado!
Surge então as perguntas:
Qual é a definição de paz com Deus?
O que é ser justificado?
Vamos as definições sem demora.
Paz, como Paulo a entendia, vem do termo hebraico Shalom. Neste contexto a paz abrange as dimensões ética, espiritual, mental e física, o ser humano em sua integralidade. É um estado objetivo e subjetivo de completude, completo contentamento e convicção de que tudo está bem.
A paz com Deus tem origem no próprio Deus e só ocorre pela mediação de Jesus Cristo. A paz com Deus é uma dádiva de Deus. Que alegria!
A paz com Deus vem da certeza de que Ele nos ama em Jesus Cristo. Vejam comigo o texto do evangelho segundo João 16.27.
Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus.
Podemos concluir que a paz com Deus é prova do amor de Deus pelos que amam a Cristo. Mas, Deus que é amor, também é Juiz e não inocenta o culpado. Como então A paz com Deus é possível?
Somos culpados, somos pecadores. Como o juiz santo pode nos inocentar?
Para isso devemos definir o que é ser justificado.
O verbo nesta frase está na língua grega, no modo passivo e no tempo designado como aoristo e tem o sentido de:
Ser declarado, tornar-se judicialmente vindicado com os requisitos da Lei de Deus. Somos objetivamente declarados justos pelos méritos de Cristo. Somos justificados, como status legal, e isso por toda eternidade.
Tanto a paz, como a justificação são dadas/outorgadas por Deus.
Crente, recebestes das divinas mãos um presente, a paz com seu Deus.
E com a paz recebemos diversos outros privilégios que vem da mediação de nosso Senhor Jesus Cristo, como graça pela fé os quais estão listados nos versículos 2 de Romanos 5:
por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.
Nossos privilégios são:
- Liberdade de acesso a sala do trono do Pai;
- Firmeza;
- Exultação;
- Esperança solidamente ancorada;
- Certeza da salvação completa.
Todos os privilégios estão baseados na mediação de Cristo. Nosso gloriar-se é um estado mental no presente, que evoca o que se concretizará no futuro. A esperança atual nos conecta com a expectativa da glória de Deus. A consumação da redenção coincide com a manifestação da glória de Deus.
A glória de Deus é o nosso principal objetivo, pois somos justificados, temos paz com Deus, somos mediados, somos representados pelo próprio Cristo.
Anelamos por aquele dia em que contemplaremos a glória de Deus e Sua maravilhosa salvação preparada para aqueles que depositam nele sua inteira confiança.
Então, Paulo utiliza um argumento do maior para o menor, e nos mostra a aplicação da realidade objetiva da paz com Deus para a situação do dia a dia. Era como se ele ouvisse os seus interlocutores dizendo:
A paz com Deus afeta como minha vida agora?
A paz com Deus é possível? Em qualquer circunstância?
Essas perguntas eram pertinentes naquele tempo. Pertinentes para aqueles que viviam na capital mais rica do império ou na mais pobre das províncias. Pertinentes em tempos exitosos ou em tempo de peste. Perguntas a se fazer em tempos de COVID-19, em situações “normais” ou em tempos de perseguição.
Dito isso, voltemos ao texto de Romanos 5.3-5.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Baseado no texto, qual é a resposta?
Sim, é possível ter paz com Deus no dia a dia. Paz que repousa na esperança e é firmada no amor de Deus.
Esta paz é possível apesar das circunstâncias, já que nossa esperança é certa, completa, garantida.
O tempo presente da peregrinação do crente jamais deve ser desvinculado de sua relação com a sequência final, a glória de Deus (versículo 2). O apostolo Pedro também corrobora em seu ensino o ensino paulino, abra sua Bíblia em 1 Pedro 4.12-14.
Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.
Paulo era um realista. Sabia das tribulações que assolavam sua própria vida e a dos demais crentes. E a alegria exultante, evocada pela esperança, não poderia abafar o realismo das aflições e agonias existentes na peregrinação até à concretização daquela esperança.
É preciso ressaltar que essas tribulações são específicas. São as sofridas em Cristo e por amor a Cristo. Como também o afirma o apóstolo Pedro.
A perseverança produz caráter provado, ou seja, caráter que suportou o teste. Aos que perseveram se acrescenta a dadiva da experiência, a maturidade é acrescida. E quanto mais maduros somos no Caminho, mais somos sustentados nas promessas de nossa completa redenção.
O apóstolo descreveu um círculo que começou com a esperança e que, portanto, terminou na esperança. Isto ressalta, de maneira impressionante, a lição de que o gloriar-se nas tribulações não é algo dissociado do regozijar-se na esperança da glória de Deus; nem ao menos é coordenado a esse regozijo ou complementar a ele. O gloriar-se nas tribulações é algo subordinado a esse regozijo.
Os que já foram justificados pela fé nutrem o tipo de esperança que não traz frustração. Sua esperança é firmemente ancorada no amor redentor de Deus.
Irmãos, regozijem-se: DEUS ama seus filhos. Os que são chamados para viver em Seu Amor.
Mas, talvez você questione: Qual é a prova do amor de Deus?
E afirme: Entendi, até agora que a paz com Deus é possível:
- Porque sou justificado;
- Pela mediação de Jesus Cristo;
- Porque tenho uma viva esperança.
Mas, não sinto este amor.
Mas, o versículo 5 afirma que o amor é derramado no coração do cristão.
É o amor de Deus, o amor que compartilha com os crentes, amor que não sofre qualquer variação ou reversão. Por conseguinte, a esperança que esse amor assegura é tão irreversível quanto o próprio amor de Deus. Amor que é derramado abundantemente no coração dos redimidos
Mas, para deixar mais claro este ponto, lhe convido a fazer a nossa pergunta chave aos versículos 6 a 8 de nosso texto.
A paz com Deus é possível?
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Temos aqui uma dupla resposta.
Sim, a paz com Deus é possível pela morte de Cristo.
Sim, a paz com Deus é possível porque Ele prova o seu próprio amor para conosco, dando Seu Filho em substituição por nós, pecadores.
Não tínhamos como satisfazer a justiça de Deus. Éramos fracos, no sentido de ímpios, pecadores. A justiça demandava a satisfação. Se Deus condenasse toda a humanidade não haveria nada de errado. Mas, em seu Amor, Cristo morreu pelos ímpios.
Quando sondamos a nós mesmos, podemos enxergar nossa fraqueza, nossa impiedade, então, descobrimos tanto a necessidade quanto a maravilha da prova que nos foi dada por Deus. O fato de que Deus poderia amar os ímpios e, acima de tudo, de que ele realmente os amasse jamais teria penetrado no coração humano.
É aqui que muitos hereges do passado e do presente tropeçaram, falando absurdos tais como que Jesus é amoroso e o Pai vingativo. O versículo 8, não nos deixa dúvida, a morte de Cristo é prova do Amor do Pai.
Então, esta é a resposta que muitos de vocês demandavam em seus corações, a prova do amor de Deus, não são os sentimentos, as emoções, apesar de que estas quando totalmente dominadas pela A Palavra, expressarão louvor, adoração, admiração, regozijo pelo grande Amor de Deus. A prova do Amor de Deus, que nos permite ter Paz com Deus, é que Cristo morreu por nós enquanto éramos pecadores.
Cristo morreu por nós no tempo designado por Deus. A morte de Cristo ocorreu no passado, sua lição permanece uma realidade sempre presente e gloriosa.
Foi o sacrifício vicário de Cristo, o derramamento de Seu sangue na cruz, que trouxe a Paz com Deus e é o Espírito Santo que traz ao coração de todos os verdadeiros crentes genuínos a apreciação do amor de Deus.
Mas, o apóstolo Paulo, a fim de que não restasse dúvida no coração dos crentes da igreja de Roma, nos dá mais um argumento para nossa pergunta nos versículos 9 a 11.
A paz com Deus é possível?
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.
Qual é a resposta então a nossa pergunta:
Sim, a paz com Deus é possível, pois fomos reconciliados!
Você se pergunta então, o que significa ser reconciliado?
Ser reconciliado está ligado com tudo que já foi dito aqui. A reconciliação, é a remoção da alienação de Deus para conosco. É a queda da separação imposta pelo pecado. É a anulação do escrito de dívida que era contra nós, com o carimbo “Está consumado”. É deixar a inimizade para a amizade profunda. É nossa admissão na família de Deus como filhos adotivos e amados. A reconciliação é correlata à paz com Deus.
A reconciliação é um status estabelecido, uma posição garantida por uma graciosa dádiva da parte de Deus. O versículo 11 afirma que recebemos a reconciliação por intermédio de Jesus Cristo. A reconciliação chega ao homem por iniciativa de Deus.
Agora, vamos nos ater na argumentação do apóstolo nos versículos 9 e 10. Para tal me apoio na argumentação de Murray. Esta argumentação é feita no sentido de que, se uma coisa é verdadeira, quanto mais verdadeira será a outra. No versículo 9, a premissa estabelecida é que agora somos “justificados pelo seu sangue [de Jesus]”, e a inferência disso é que, com maior certeza, seremos salvos da ira por intermédio dele. A premissa do versículo 10 é que fomos reconciliados com Deus, por meio da morte de Cristo, quando ainda éramos inimigos; e a inferência é que, com maior certeza, seremos salvos pela vida de Cristo.
A ira neste texto é a Ira de Deus contra os ímpios no Dia do Juízo Final. Como já somos justificados pela mediação de Jesus Cristo, pelo Seu Sangue justificador e remidor nos diz a escritura: “Nenhuma condenação há, para os que estão em Cristo Jesus”. Romanos 8.1
Não seremos frustrados em nossa esperança porque, em Cristo, Deus nos ama tão profundamente que o Salvador morreu por nós quando éramos ainda pecadores.
Voltando ao versículo 10, quero ressaltar irmãos amados, a expressão “A morte do seu Filho”. A pessoa focal da Deidade com quem somos reconciliados, com quem temos Paz, para quem fomos justificados é o Pai. A nossa reconciliação com o Pai e o amor do Pai evidenciado para conosco resguardam-nos de qualquer suposição no sentido de que o amor do Pai foi constrangido pela reconciliação. A reconciliação é prova do amor do Pai.
Estando reconciliados seremos salvos pela sua vida. A que vida o texto se refere? A vida de Cristo nos dias da sua carne? Não, mas sim a vida ressurreta de Cristo. A vida exaltada do Redentor. A garantia da salvação final e consumada é a vida de exaltação de Cristo.
Como somos beneficiados pela morte de Jesus também seremos coparticipantes de tudo o que está envolvido em sua vida ressurreta.
É a mediação de Cristo que nos presenteia com a Paz com Deus e a justificação. Também no versículo 11 o recebimento da reconciliação é através da mediação de Cristo.
A paz com Deus é possível pela mediação de Jesus Cristo, que na Sua morte prova o amor de Deus por nós, nos justifica pelo Seu sacrifício vicário e nos introduz reconciliados na família de Deus.
Concluindo, essa paz maravilhosa, não é uma paz tirânica, como a romana, e nem é uma paz que nos coloca em estado de ter que defenda-la por esforços de guerra, como foi a da Inglaterra nos tempos de Churchill. É a paz perfeita que emana de Deus que é perfeito.
A paz com Deus nos traz algumas lições muito importantes:
A primeira delas é que se você não está numa relação com Deus pela mediação de Jesus Cristo, você deve temer a Deus como seu Juiz Irado contra o pecador não justificado e não reconciliado que você é. Não há paz com Deus para você, a não ser que se arrependa e creia no evangelho.
Dado este solene alerta, continuemos.
Não devemos nos firmar em nossas emoções e nem perdermos a confiança em Deus devido a uma peste como COVID-19, o desemprego, a instabilidade política e nem mesmo as tribulações. Os que estão em Cristo devem se firmar nas bases objetivas expostas neste texto, que garantem o status eterno no qual devemos repousar com confiança de justificados, de reconciliados, de membros da família de Deus.
A paz com Deus deve levar o cristão a ser um pacificador em suas relações pessoais e em suas atitudes. Devemos promover a paz de Deus.
O cristão deve manter a paz mesmo durante as tribulações. Na verdade, deve viver como o exemplo dos apóstolos, regozijando-se nas tribulações pelo nome de Jesus Cristo. Sabendo que as tribulações são instrumento de Deus para nosso aperfeiçoamento e maior esperança.
O cristão deve estar em constante admiração pelo sacrifício vicário de Cristo e deve anunciar seu evangelho com fervor e com senso de urgência.
Sendo amados por Deus, devemos reproduzir o mesmo amor de Deus pelo próximo. E isso não é viver os tolos conceitos de “amor” do mundo, mas sim o amor sacrificial como de Cristo e baseado totalmente na escritura.
Como reconciliados com Deus que somos, devemos amplamente sermos agentes da reconciliação neste mundo caído em que vivemos.
A esperança da Glória de Deus deve impregnar nossas mentes, nossas conversas, nossas vidas, pois sabemos que temos paz com Deus.
Soli Deo Gloria!
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