Identidade Forjada na Crise

Introdução:

Gostaria de inicar citando algo que Miroslav Volf diz em seu livro, Fé Pública:

Para as comunidades cristãs primitivas, serem perseguidas não era nenhuma causa de alarme, mas uma (desagradável) ocasião de se regozijarem. Estar encurralado num canto escuro longe da vista do público não era sinal de fracasso, mas de manter-se em boa companhia. de modo muito semelhante ao de numerosos seguidores de Cristo perseguidos no mundo de hoje, as igrejas primitivas ao que parece tiveram de enfrentar sua precária marginalidade com confiança e espírito criativo. Nós ocidentais, em contraste com isso, estamos alarmados com a diminuição da nossa influência. Em meio a uma oposição feroz, os cristãos primitivos celebraram e incorporaram um estilo de vida - vida que eles experimentaram como uma dádiva de Deus e que modelada em Cristo, um parâmetro da berdadeira humanidade. Em contraste com isso, vivendo em liberdade e na prosperidade econômica, muitas igrejas do Ocidente, principapmete nos Estado Unidos, lamentam a perda de influência e trama formas de reconquistá-las mediante a conquista de poder político.

Como interpretar nossa identidade? Por que temos tanto medo de perseguição, por que temos tanto pavor a ideia de que a igreja possa ter cerseado seu direito de fazer culto?

A luz da expansão da igreja retratada por Lucas em Atos, gostaria de lhe convidar a refletir comigo sobre a Identidade Forjada na Crise. Vamos ler Atos 11.19-30

A crise devia nos dispersar (vs. 1,2)

Nova Versão Internacional 11.19 A Igreja em Antioquia

19 Os que tinham sido dispersos por causa da perseguição desencadeada com a morte de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando a mensagem apenas aos judeus. 20 Alguns deles, todavia, cipriotas e cireneus, foram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, contando-lhes as boas novas a respeito do Senhor Jesus. 21 A mão do Senhor estava com eles, e muitos creram e se converteram ao Senhor.

Para alguns a crise pode ser a oportunidade para nos fecharmos em nossos mundinhos.

Para outros a crise é a oportunidade de expandir

A mão do Senhor sempre estará com os que se lançam na ação da sua obra.

O que está acontecendo em Antioquia? (v. 22-24)

Nova Versão Internacional 11.19 A Igreja em Antioquia

Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. 23 Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração. 24 Ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor.

Barnabé - Lucas expressa sua admiração pelas características espirituais de Barnabé. Ele o chama de “um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé”.

Kistemaker, S. (2016). Atos. (É. Mullis & N. B. da Silva, Trads.) (2a edição, Vol. 1, p. 532). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.

Faça o trabalho que tem que ser feito e aguarde que Deus acrescenta as pessoas.

Em nome de quem lhe identificam? (vs. 25, 26)

Nova Versão Internacional 11.19 A Igreja em Antioquia

25 Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo 26 e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos.

Barnabé e Saulo empenhado na pregação do evangelho.

O nome que nos identifica só pode estar ligado ao nome de Cristo.

Crises demandam ação altruísta (vs. 27-30)

Nova Versão Internacional 11.19 A Igreja em Antioquia

27 Naqueles dias alguns profetas desceram de Jerusalém para Antioquia. 28 Um deles, Ágabo, levantou-se e pelo Espírito predisse que uma grande fome sobreviria a todo o mundo romano, o que aconteceu durante o reinado de Cláudio. 29 Os discípulos, cada um segundo as suas possibilidades, decidiram providenciar ajuda para os irmãos que viviam na Judéia. 30 E o fizeram, enviando suas ofertas aos presbíteros pelas mãos de Barnabé e Saulo.

A lógica do caminho inverso, o evangelho chega, mas em seguida ele retona por meio de ações.

Ascenção e Retorno - Mais uma vez é Miroslav Vof que nos ajuda a pensar a importância de uma fé que se caracteríza por uma mão dupla.

Os irmãos de Antioquia compreenderam que ajuar os irmãos de Jerusalém tinha a ver com suas próprias indentidades.

Conclusão:

Muito bem, após tudo isso qual a sua nossão de identidade da igreja? Ainda é possível associar nossa essência com a forma? Crio que demos um avanço importante hoje a noite para o entendimento da nossa fé em Jesus e nossa identidade como igreja. Pelos olhos da fé busque se ver nesta igreja engajada, nesta igreja que proclama e faz ao mesmo tempo. Talvez nossa igreja local esteja sendo impedida de se reunir, mas isso será por um momento, a questão que fica é: o que aprendemos com tudo isso? Em três, quatro talvez cinco meses de isolamento e impedimento de se reunir presencialmente, o que você andou fazendo enquanto igreja? O que nós andamos fazendo como igreja?

Afinal, a igreja está ou não está de quarentena?