Voltaremos a imaturidade?

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Texto: Gálatas 1:1-11

Tema: Voltaremos a imaturidade?
Imagine essa cena, um homem muito rico morreu, seu filho ainda era uma pequena criança, por isso, não poderia tomar posse do que era de seu pai. A justiça nomeia um tutor, para tomar conta das coisas que pertence a esse infante, mas que o mesmo, por ser ainda criança não tem a capacidade de cuidar.
Ele é dono de tudo, mas não difere em nada, dos funcionários que trabalham para ele, pois ainda não tomou posse do que é seu. Quando chegar a plenitude do tempo, ele tomará posse e governará os seus bens. Como é natural, essa criança cresce, se torna um homem feito e agora passa a ser dono de tudo. Ele tem liberdade de administrar o que seu pai lhe deixou. Mas de uma maneira inesperada, ele não quer ter essa liberdade. Ele quer ser novamente tutelado de alguém e viver sob os rudimentos de quando era uma criança, ele não que viver como homem livre, mas como um escravo. Com certeza, isso é uma total anomalia.
Aqui no texto que iremos meditar essa noite, exatamente essa figura é apresentada, o povo que vivia como escravo da lei, pois ainda eram imaturos, depois de libertos, ou seja, depois de atingirem a maior idade e tomarem a posse das bençãos do Pai, agora querem retroceder e voltar a viver por meio dos rudimentos de quando eram tutelados pela lei. Se esquecerem que o tutor era para os conduzir até a maior idade. Entretanto, depois de maior, depender do tutor como administrador é retroceder. Assim, os que deixam de viver a liberdade que a graça dá e voltam para as obras da lei, retrocederam e estão debaixo da maldição.
Essa narrativa, resume bem o que paulo trata no capítulo 4 de Gálatas, vejamos então de maneira mais detalhada o que ele trabalha aqui.
O texto é dividido em duas partes
1. JESUS NOS LIBERTOU DA ESCRAVIDÃO DA LEI (1-7)
Versículos 1 a 3: Nos versos 1 e 2, vemos Paulo usando de um fabuloso argumento, no Antigo Testamento eramos o filho que vive debaixo da tutela , no caso em questão da tutela da lei. Sob essa tutela, tínhamos rudimentos que apontavam para essa liberdade futura. Contudo, esses rudimentos eram necessários nesse tempo, embora não fosse escravo. Ele não era diferente dele, pois estava sujeito ao seu tutor. Tutor esse claramente exemplificando a lei.
Quando Jesus veio ao mundo, no memento proposto pelo Pai, passamos a maior idade, e com isso, fomos libertos dos rudimentos da lei. Vejamos alguns textos paralelos a esse: Filemon 2:8-10 - 20-22. Colossenses 2:23. Esses textos mostram a dependência desses rudimentos. O propósito da lei sempre foi nos levar a Cristo, nunca a lei teve como objeto salvar os homens.
Como um tutor nos conduz a liberdade, a lei deveria nos levar a olhar para Cristo e a liberdade que teríamos nele, o tutor nos governaria por um tempo, mas os mostrando a liberdade que estava para vir. Desde Abraão a salvação estava pela fé e não pela lei. A lei só nos lembrava de nossa condição, somos muito pecadores. Esse é o objetivo da lei.
Quem começou a escravizar o povo dizendo que a lei salvaria, era os pseudopastores, que não se portavam como servos do Deus vivo, mas como pagãos. Méritos humanos, nunca podem salvar-nos.
No verso 4 e 5, vemos que na plenitude do tempo, ou seja, no tempo em que o Pai disse que passaríamos a idade adulta e sairíamos da tutela de nosso tutor (lei), Jesus veio ao mundo. Outros conceitos podem ser acrescentados como a plenitude do tempo. 1. A difusão da língua grega por todo o mundo civilizado; 2. A presença de sinagogas nos mais diversos lugares do império; 3. As estradas romanas que propiciavam a caminhada que propiciavam viajar por todo o império naqueles dias. Com tudo preparado por Deus, usando os meios, chegou o tempo da chegada da maior idade da igreja. Essa maior idade veio por meio de Jesus, que nos libertou.
Ele disse ainda que Jesus nasceu de mulher. O nascimento de Jesus é diferente de todas as outras pessoas: 1. Porque Jesus já existia antes de ser concebido no ventre de Maria. As outras crianças são criadas por Deus no momento da concepção, Jesus é pré existente a sua concepção, pois sempre existiu por ser Deus, ele não tem início nem fim, Ele é auto existente. 2. Ele foi concebido por obra do Espírito Santo no ventre de Maria. 3. Jesus é possuidor de duas naturezas. Divina e humana, unidas indissoluvelmente em uma só pessoa. 4. Jesus nasceu sem pecado, mesma nascendo de mulher, pois ele não foi concebido de uma maneira comum.
Por que Jesus possui duas naturezas: Divino, pois assim, seu sacrifício teria um valor infinito. Sendo ele Deus, poderia ressuscitar dentro os mortos e nos libertar das trevas para a luz. Humano, pois como foi um homem que pecou desobedecendo a Deus. Como um homem ele deveria cumprir de maneira obediente a lei de Deus. Hebreus 4:15 diz: “foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado.”
No verso 5, vemos a consequência da encarnação de Cristo na vida de sua igreja. Mais uma vez, Paulo deixa bem clara que a remissão só pode acontecer por meio de Cristo e não da lei. Aqui vemos a mesma ideia de Gálatas 3:13 que diz: “Cristo os remiu da maldição da lei, tendo ele mesmo se tornado maldição por nós.” Até mesmo o próprio verbo remir usado aqui é o mesmo. Todavia, há uma diferença aqui, em 4:5 a ênfase é posta em nós (Gentios e judeus), ou seja, todos nós estávamos sujeitos a toda a lei (moral e cerimonial), Contudo, a intenção era que ficasse claro, que tantos os gentios como os judeus não podiam a cumprir, por este motivo precisavam de Jesus. Era Jesus que poderia salvar o homem e não a lei.
Isso, nos leva a entender o final do versículo 5. Tudo isso Jesus fez, por amor ao seu povo, para assim nos tornar filhos de Deus, toda a humilhação passada por Jesus, foi para conceder ao seu pavo a maior de todas as bençãos, a saber: A salvação em Cristo Jesus. Em 2 Coríntios, 8:9 Paulo nos explica bem o que disse aqui: “Pois, vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que, por sua pobreza, viesses a ser ricos.” Somos ricos, não por coisas materiais, mas por sermos da família de Deus, salvos por Cristo Jesus.
No verso 6, aprendemos que agora somos filhos maiores e não crianças. Paulo está querendo dizer isso aos Gálatas, agora vocês são libertos, vocês são de maiores. Mesmo perplexo, Paulo tem esperança de que vejam o tamanho do erro que estão cometendo. Paulo mostra a eles que como filhos receberam o Espírito Santo. Espírito esse que procede do Filho e do Pai. A trindade aqui é representada como trabalhando na salvação do povo de Deus. Deus envia tanto o Filho como o Espírito Santo para nos salvar. O filho executa a obra e Espírito aplica a salvação em nossas vidas. Tudo isso os leva a clamar Aba Pai. Muito obrigado Pai por nos libertar. Por nos aproximar de novo d’Ele.
No verso 7, ele parte do geral para o específico, e agora fala para o indivíduo, “então você já não mais escravo e sim filho.” Ao reconhecer Cristo como Salvador, somos imediatamente libertos, voltar aos rudimentos é voltar a escravidão. Como somos herdeiros, que dizer que não fizemos nada para merecer e sim que o próprio Jesus conquistou isso em nosso lugar, somos herdeiros de Deus por meio de Jesus. Essa é uma ação monergística de Deus. É Deus quem salva o homem, a salvação é obra do Deus trino. Achar que o homem pode salvar-se por seus esforços e desmerecer a obra de Cristo.
2. VOLTAR AOS RITOS É O MESMO QUE VOLTAR A ESCRAVIDÃO (8-11)
No versículo 8, Paulo demonstra a experiência anterior dos Gálatas, a grande maioria deles eram pagãos, serviam a falsos deuses. Eram escravos desses deuses. O homem é um ser religioso, isso não se pode negar, mesmo com um pecado, a lei de Deus está gravada no coração dos homens. O Senso de divindade está presente nos homens, se não adorarem ao Deus verdadeiro, irão adorar alguma coisa, naquele contexto a referência é ao paganismo. Hoje poderia ser a ciência, filosofias, etc. Paulo está mostrando para eles, que depois de libertos por Cristo, querem voltar a escravo, mas agora não do paganismo e sim do judaísmo.
Paulo demonstra a eles que possuem um conhecimento de Deus, isso é presente em todos os homens, mesmo que neguem essa verdade. Contudo, o conhecimento especial de Deus, que chamamos de salvífico só o possível por meio de Jesus, o Verbo de Deus que tira o pecado do mudo.
No verso 9, Paulo está dizendo que Deus enviou Paulo e Barnabé, pois tinha uma obra salvífica na vida deles. Como Deus os havia escolhido ates da fundação do mundo e os elegido a eternidade. A presente repreensão teria resultado na maioria da igreja, pois foram eleitos a salvação por meio de Jesus e não a escravidão imposta pelos doutores da lei.
Paulo está impressionado, como que homens libertos pelo evangelho, poderiam estar agora escravizados por rudimentos e esvaziando a glória de Cristo.
O que era pior, estavam fazendo isso de maneira consciente. Eles conscientemente estavam voltando a frágeis e míseros rudimentos. O que são esses frágeis e míseros rudimentos?
No versículo 10 temos a resposta: Fica claro aqui, o ataque de Paulo contra àqueles querem dizer que a salvação é por meio das obras da lei. Pois a referência a dias, meses, estações e anos. É um ataque direto ao judaísmo que as seitas tentam resgatar como salvação. Paulo aqui ataca a guarda do sábado, as festas, as luas novas, etc....
Paulo finaliza, dizendo de sua preocupação, não que ele está sem esperança. Não isso retratado aqui, o tom de Paulo aqui é de despertamento, o que vale a pena é servir a Cristo e não a lei, se continuarem assim, vocês estarão condenados, pois a salvação é só por meio de Jesus. É isso que está embutido aqui nessa fala do versículo 11. Como foi dito acima, Paulo acreditava no arrependimento dos gálatas.
CONCLUSÃO
logo, vamos voltar a imaturidade? De maneira, nenhuma. Cristo veio ao mundo para cumprir um Eterno Propósito, a saber: Salvar o seu povo. Os libertando da escravidão do pecado e dos rudimentos da lei.
Em Cristo a igreja tem a maior idade, deixou de ser uma criança tutelada pela lei, agora vivemos a plenitude dos tempos. Vivemos Cristo e sua graça. Temos o Espírito Santo que nos faz ver Cristo como Salvador e Deus Pai, como o grande Aba. Abandonar Cristo e voltar para a lei é voltar a imaturidade e negar a obra de cristo. Viva meu irmão como homem espiritualmente falando e não como menino. Hoje, somos adultos por meio de Cristo Jesus. Adultos em Cristo e amadurecidos por Ele. A graça é maior do que a lei.
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