Sem título Sermão (2)

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Posso saber se sou salvo?

Há uma passagem no novo testamento que creio ser uma das mais amendrontadores de toda a Bíblía.
Mateus 7.21–23 RA
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.
Posso Saber se Sou Salvo? Capítulo Um: A Luta por Segurança

Nestas palavras, Jesus nos dá uma visão antecipada do julgamento final. Ele diz que pessoas se dirigirão a ele chamando-o pelo título de “Senhor”. Dirão a Jesus: “Senhor, fizemos coisas maravilhosas em teu nome. Nós te servimos, pregamos em teu nome, expelimos dem nios; fizemos todas estas coisas”. Jesus diz: “Eu me voltarei para essas pessoas e direi: apartai-vos de mim”. Ele não dirá apenas: “Eu não vos conheço”, e sim: “Eu nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

Posso Saber se Sou Salvo? Capítulo Um: A Luta por Segurança

O que é especialmente inquietante nesta terrível advertência é o fato de que Jesus começa dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”. Depois, ele repete isso, dizendo: “Naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor!”

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

“SENHOR, SENHOR!”

Há somente quinze ocorrências, em toda a Escritura, em que alguém é tratado pela repetição de seu nome. Mencionarei algumas:

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

No monte Moriá, Abraão estava prestes a fincar o cutelo no peito de seu filho, Isaque, mas Deus interveio no último segundo, falando-lhe por meio do anjo do Senhor: “Abraão! Abraão!… Não estendas a mão sobre o rapaz” (Gn 22.11–12).

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Jacó estava com medo de descer ao Egito, e Deus veio para renovar-lhe a confiança, dizendo: “Jacó! Jacó!” (Gn 46.2).

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

No monte Horebe, da sarça ardente Deus falou a Moisés, dizendo: “Moisés! Moisés!” (Êx 3.4).

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Deus chamou o jovem Samuel no meio da noite, dizendo: “Samuel, Samuel!” (1 Sm 3.10).

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Talvez o exemplo mais comovente desta repetição nas Escrituras seja o clamor de Jesus, na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Esta estrutura gramatical rara tem importância na língua hebraica. Quando alguém repete esta forma de tratamento pessoal, ela sugere e transmite a ideia de um relacionamento pessoal com aquele a quem se está dirigindo.

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Portanto, Jesus diz nesta passagem do Sermão do Monte que, no último dia, as pessoas não somente se chegarão a ele e dirão: “Senhor, pertencemos a ti, somos teus”, mas também se dirigirão a ele em termos de intimidade pessoal. Elas dirão: “Senhor, Senhor” como se o conhecessem de maneira profunda e pessoal. Mas, apesar desta suposição de um relacionamento íntimo, Jesus lhes dirá: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade”.

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Jesus está dizendo que há muitas pessoas que professam ser cristãos, que usam o nome de Cristo e o chamam por seu elevado título de “Senhor”, mas não estão realmente no reino de Deus. Não pertencem a ele e não serão capazes de subsistir no julgamento final. O aspecto apavorante disto é que estas pessoas não estão à margem da igreja. Pelo contrário, elas estão imergidas na vida da igreja, envolvidas intensamente no ministério e, talvez, tenham a reputação de serem cristãos professos. Mas Jesus não as conhece e as banirá de sua presença.

Posso Saber se Sou Salvo? “Senhor, Senhor!”

Apresento este fato no início deste livro porque, quando fazemos uma profissão de fé como cristãos, temos de fazer a nós mesmos esta pergunta: como sabemos que não estaremos neste grupo de pessoas no julgamento final, esperando entrada no reino e dirigindo-nos a Jesus com termos íntimos, somente para sermos lançados fora? Como sabemos que a nossa confiança de que vivemos num estado de graça não descansa na coisa errada? Como sabemos que não temos enganado a nós mesmos? Como podemos ter certeza de que somos salvos?

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