ESTUDO EM SALMOS

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INTRODUÇÃO GERAL

O Livro dos Salmos é um livro de hinos e de orações do povo feitas a Deus no A.T. Neste livro nós somos ensinados a respeito de como o coração do crente se direcionava a Deus, clamando a ele por perdão, socorro, livramento, expondo suas angustias e temores, ao mesmo tempo em que adora ao Senhor por aquilo que ele é, pelos seus feitos durante a história. Embora tenha seus autores individuais que, em um período longo escreveram esses 150 salmos, o saltério era utilizado por todo o povo de Deus.
Boa parte dos salmos são entendidos como sendo de autoria de Davi, mas outros autores como Moisés, Salomão, Filhos de Corá, Asafe também estão presentes.
SALMO 1
É interessante notar que embora seja um livro de orações, estas comecam a partir do terceiro salmo, pois o primeiro e o segundo servem como uma introdução, são apresentados em forma de declarações a respeito de como são os caminhos daqueles que tem uma atitude correta para com a lei do Senhor e daqueles que a desprezam.
v.1 O salmo inicia dizendo que um determinado tipo de homem é bem-aventurado, ou seja, feliz, abençoado. No entanto, precisamos entender que na verdade aqui a palavra ´esher, significa algo além da felicidade entendida muitas vezes por nós, como algo que depende das circunstâncias, por exemplo. Aqui esta pessoa é alvo do favor e da graça de Deus.
Quem é o ímpio? A palavra é resha´îm, e aponta para aqueles que são perversos, criminosos, são hostis a Deus e a sua palavra .
A vida do bem-aventurado é então caracterizada por não adotar para si, não ter afeição e nem prazer, assim como reprovar o estilo de vida, os pensamentos e tudo aquilo que molda e caracteriza a vida daqueles que se deleitam no pecado e zombam e escarnecem da lei de Deus.
v.2 O salmista então vai para o aspecto positivo da vida daquele que é bem-aventurado, o seu prazer e a sua busca por sabedoria e instrução esta na lei (torah) do Senhor. A lei não é apenas um conjunto de regras, mas ela nos traz sabedoria, nos impede de sermos tolos e de vivermos como aqueles que não compreenderam o propósito da vida e que rapidamente passarão (v.4). De fato, a palavra traduzida por lei também poderia ser traduzida por ensino ou instrução. O justo ama a lei do Senhor.
O meditar traz a ideia de ruminar, ou seja, não é somente uma leitura superficial, mas uma leitura que é seguida posteriormente de um pensar, imaginar, buscar entender mais aquilo que foi lido. É colocar o texto lido na mente, concentrar e pensar sobre ele, fazendo suas aplicações ao dia a dia, etc. (JS 1: 8)
v.3 Fala de uma prosperidade do justo, Lutero fez bem ao lembrar que essa prosperidade não é carnal (riquezas e coisas do tipo), mas é interna, há prosperidade na vida do justo mesmo quando ele é afligido ou perseguido. A metáfora usada aqui nos lembra que uma arvore que produz seu fruto no tempo certo está cumprindo seu propósito, e assim pode ser considerada uma arvore bem sucedida. Da mesma forma, aquele que é irrigado pelas aguas da palavra de Deus também irá produzir frutos (GL 5: 16-26), e estes serão duradouros, suas raízes são fortes (FP 1: 6).
v. 4-5 O contraste do ímpio também é feito pelo uso de uma metáfora, se o justo é uma arvore enraizada e frutífera, o ímpio é como uma palha infrutífera e que passa rapidamente com a chegada do vento. Ainda hoje os ímpios podem parecer firmados, muitas vezes estando e convivendo no meio dos justos, mas o salmista diz que no dia final essa palha será removida e não permanecerá (MT 3: 12).
v. 6 O caminho de todos os homens está nas mãos do Senhor (JR 10: 23;EC 9: 1), seus olhos estão sobre toda terra, e ele é quem dará a cada um a recompensa por suas obras.
O caminho dos justos é conhecido pelo Senhor, que o recebe e aprova, não por ser um caminho traçado com perfeição, mas porque Jesus, o Justo, aquele que tinha o seu prazer em fazer a vontade de Deus, aquele que meditava na lei do Senhor e a tinha em seu coração e mente, é o representante de todos os crentes. Jesus é a mais frutífera das árvores, seus frutos se estendem por toda a eternidade, e por estarmos nele, também podemos produzir frutos (JO 15: 4)
Com relação aos ímpios, aqueles que não estão verdadeiramente em Jesus, a esses o futuro será de destruição, eles não permanecerão.
SALMO 2
Um dos grandes temas do livro dos salmos é Deus como Rei, e também o reinado de um Rei humano que é constituído por ele. Neste salmo nós temos a apresentação do ungido (separado para um ofício/MESSIAS) do Senhor, e ao mesmo tempo é falado a respeito dos reis da terra que se levantam contra o ungido de Deus.
É um salmo cuja autoria é dada a Davi (AT 4: 25).
O Salmo 2 também é entendido como um tipo de introdução ao saltério, ele apresenta ligações com o salmo 1, a palavra traduzida aqui por “imaginam” (v.1) é a mesma traduzida por “medita” no salmo primeiro (yeh-gû). Mas aqui a apresentação da palavra é negativa, significa que esses povos (gentios, pagãos) ficam tramando estratégias contra o Ungido do Senhor.
No entanto, essas estratégias são vãs (vazias, inúteis).
APLICAÇÃO: De primeira esse Ungido do Senhor se refere ao rei Davi, e uma aplicação inicial pode ser dada nas guerras enfrentadas por Davi, guerras das quais o Senhor lhe deu a vitória. Mas o seu cumprimento se dá perfeitamente na pessoa de Jesus, ele é o Ungido de Deus, o Messias prometido.
Portanto, o ensino inicial aqui é o de que as nações e seus governantes vivem a “ruminar” planos e estratégias para conspirar contra o Messias. A sua vontade é a de se livrar de suas leis, de sua autoridade e governo (v.2-3). Esses povos querem liberdade e independência, acreditam serem autossuficientes.
A RESPOSTA DE DEUS DIANTE DA CONSPIRAÇÃO
v.4 Deus dá risada da inútil tentativa de rebelião e conspiração. Nós estamos falando de seres finitos contra aquele que é o ETERNO (IS 40: 15-18; 22-23; 45: 9).
Há muitas vezes um espanto, uma grande revolta e as vezes até desânimo quando vemos que tais nações crescem em rebelião contra Deus. No entanto, diferente de nós, Deus permanece o mesmo, ele está no controle de todas as coisas, até mesmo dos atos de rebelião dessas pessoas. A risada aqui não é a de alguém que está nervoso e com medo, mas de alguém que está no trono e tem todo o poder, e que sabe que seus planos se cumprirão(SL 37: 13; 59: 8). E que no tempo certo derramará sua ira (v.5).
O REINADO DE DAVI APONTANDO PARA O MESSIAS (v.6-9)
O Messias é o Rei escolhido pelo próprio Deus (v.6), ninguém pode mudar isso. Jesus recebeu toda a autoridade nos céus e na terra (MT 28: 18).
No v. 7 nós temos a proclamação de um decreto do próprio Deus a respeito do rei. Contra possíveis questionamentos a respeito da legitimidade do chamado do Rei, Deus declara:
Tu és meu Filho (2SM 7). O que se cumpre perfeitamente em Cristo (MT 3: 17; 17: 5; AT 13: 33; HB 1: 5). Cristo é o Filho eterno de Deus, algo que só pertence a ele.
Como Rei, e como Filho de Deus, Jesus tem direito sobre toda a herança do Pai, tudo que pertence ao Pai lhe pertence também (v. 8). Nada é negado ao Filho.
TE GEREI: Calvino entende que isso aponta para o fato de Davi ser reconhecido pelos homens como sendo gerado por Deus no momento em que ele se torna Rei (escolhido de Deus). Da mesma forma, essas palavras se aplicam a Cristo não como sendo gerado em qualquer outro sentido que não seja o do Pai testificando dele como sendo seu próprio Filho (o revelando ao mundo), assim como a declaração dele ser o Filho de Deus, com poder, em sua ressurreição (AT 13: 33; RM 1: 4)
No v. 8 temos o ensino de que o Messias governará sobre todas as nações, seu governo se estende até os confins da terra (SL 72). Seu reino é forte e poderoso, capaz de despedaçar com facilidade aqueles que opôem ao seu governo (IS 30: 14; JR19: 11).
O CHAMADO PARA NÃO SER DESTRUÍDO
v.10-12
O Messias não despedaçará as nações sem antes tê-las chamado a fazerem as pazes com ele, a se colocarem debaixo de sua autoridade e poder (servir significa trabalhar para outro, subordinado).
As nações e seus principes são chamados a se alegrarem no Messias, e nele, somente nele pode haver refúgio.
Novamente nós temos os bem-aventurados aparecendo aqui, assim como no salmo 1, se lá o bem-aventurado era aquele que tinha prazer e alegria na lei do Senhor, aqui o bem-aventurado é aquele que tem prazer, se alegra e se refugia no Rei escolhido por Deus.
SALMO 3
O contexto desse salmo é a fuga de Davi diante da perseguição de seu filho Absalão (2SM 15-18). No contexto da fuga Davi demonstra toda sua tristeza e sofrimento por causa das ações de seu filho (2SM 18: 33)
V. 1-2
Davi coloca diante de Deus, em oração, o aumento expressivo de seus inimigos. Davi busca auxílio e socorro das mãos de YHWH, o Deus do pacto. É interessante que a palavra “crescido’ tem a mesma raiz hebraica da palavra “multiplicai-vos” de Genesis 1. O que Davi está dizendo ao Senhor é que a oposição a ele vinda por parte de seus inimigos era algo realmente grande e pesado.
É importante notar também que essa oposição também se levantava contra o próprio YHWH, pois os inimigos de Davi diziam que o Senhor não poderia salvá-lo.
POR QUE DAVI SOFREU ESSA OPOSIÇÃO PARTINDO DE SUA PRÓPRIA CASA?
Devemos lembrar que Davi pecou contra o Senhor ao adulterar com Bete Seba e assassinar Urias, como consequência, ele sofreu a disciplina do Senhor que lhe disse que a espada nunca se apartaria de sua casa e o mal se originaria entre seus familiares (2SM 12: 10-12).
Davi não era um pobre inocente que estava sendo injustiçado, mas ele tinha culpa no cartório.
Como Davi se comportou diante de todo esse contexto de pecado e disciplina? O que podemos aprender com o comportamento de Davi?
Davi poderia desistir de tudo e perder as esperanças, a situação era terrível, entre seus inimigos estava o próprio filho Absalão. As vezes nós nos comportamos assim, quando somos disciplinados pelo Senhor nos lembramos dos nossos muitos pecados e acabamos por perder a esperança. Está tudo perdido!
Davi poderia ser indiferente para com o fato daquilo vir da parte de Deus, e tentar resolver a situação com o seu próprio braço. As vezes algumas dificuldades se levantam em nossas vidas e nós não paramos pra pensar que aquilo pode ser algo enviado pelo Senhor para nos disciplinar, nos ensinar, nos levar de volta ou para mais próximo dele.
Mas Davi não se comportou dessa forma. Primeiramente nós temos relatado no salmo 51 o profundo arrependimento de Davi pelo pecado cometido contra Deus.
Posteriormente, Davi continua a confiar no Senhor.
v. 3-4
Davi aprendeu que Deus disciplina e corrige seus filhos, e que essa disciplina não significava que o Senhor se afastou e abandonou seus filhos. YHWH é O Deus da aliança, e ele continua fiel a ela mesmo em meio aos erros de Davi.
Deus continuava a ser o escudo (proteção) de Davi, Deus era a glória de Davi e aquele que o erguia. Toda a fama de Davi, assim como toda a sua glória como rei de Israel vinham do Senhor.
Davi não perdeu sua comunhão com Deus, ele continuou a levantar seu clamor a ele e a confiar que ele o ouviria.
As vezes nós passamos pela correção do Senhor, ou por momentos de dificuldades em que as coisas parecem ter saído do rumo, e assim, acabamos por achar que não tem mais volta, fomos abandonados pelo Senhor e perdemos a comunhão com ele, lembre-se de algumas coisas importantes:
Se você está passando pela disciplina do Senhor, sinta-se feliz por isso, pois a Biblia diz que Deus corrige a quem ama (HB 12: 5). Seria algo terrível para Davi se Deus não o corrigisse, mas o destruisse ou o entrega-se aos seus próprios pecados.
Diante dos pecados cometidos, faça como Davi, arrependa-se deles diante de Deus, declare sua culpa, reconheça seus erros, e confie no perdão do Senhor. Uma das estratégias de nossos inimigos é dizer que não há perdão e não há salvação para nós, as vezes o nosso próprio coração nos acusa (1JO 3: 19-21).
v. 5-6
A certeza de Davi de que Deus era com ele o fez permanecer tranquilo mesmo em meio a toda aquela turbulência. O relato diz que a maioria das pessoas havia seguido Absalão (2SM 15: 13; 17: 11; 18: 7). Mas Davi não se sentia só, Deus estava com ele e isso era o suficiente para que ele dormisse e acordasse em segurança.
O Apóstolo Paulo no final de sua vida passou por uma situação na qual em um momento de dificuldade todos o abandonaram, mas ele não permaneceu só, pois havia alguém com ele, o próprio Senhor que nunca abandona seus filhos (2TM 4: 16-18)
v.7
Aqui então nós temos o conteúdo do clamor de Davi (v.4). Davi clamava a Deus para que agisse, salvando-o e destruindo os seus inimigos. Duas coisas importantes aqui, a salvação vem somente do Senhor e somente a ele pertence a vingança e o poder para a destruição dos inimigos.
v.8
O favor de Deus para com Davi não se restringe a ele somente, mas se estende a todo seu povo, a sua igreja. Você e eu podemos desfrutar dessa salvação, dessa proteção e dessa segurança, mas porquê?
Cristo
Davi obteve perdão dos seus pecados e podia ter a confiança nisso, porque Jesus, aquele que foi perseguido sem motivo pelos inimigos que o odiaram sem causa, foi morto para que os pecados de Davi e os nossos pecados fossem perdoados.
Davi não foi abandonado por Deus mesmo tendo cometidos pecados tão terríveis, por que Jesus o Filho de Deus foi abandonado naquela cruz pelo Pai. Quantos pecados temos cometido? Quantos desses pecados não foram iguais ou até mesmo piores do que os de Davi? Mas mesmo em meio a toda essa sujeira, há esperança, há perdão e ainda há comunhão, tudo graças a Jesus.
Por fim, o clamor por salvação de Davi se cumpre perfeitamente em Cristo, ele é quem trouxe salvação completa e eterna a todo o povo de Deus.
SALMO 4
Este é um salmo que foi escrito e entregue ao mestre/diretor de música para ser cantado com instrumentos musicais nos cultos de adoração ou em coros litúrgicos, guiados pelo mestre de cântico.
Ele é um salmo de lamento, nós enxergamos novamente Davi em situação de angústia, falando de seus inimigos e clamando ao Deus da aliança para que o livrasse de todas elas. Ainda que não se saiba ao certo o momento em que Davi se encontrava aqui, podemos dizer que ele passava por dificuldades, perseguição por parte de seus inimigos, talvez Saul como diz Calvino, ou o próprio filho Absalão como dizem outros.
v. 1
Davi novamente aparece clamando a Deus, aqui ele o identifica como Deus da minha justiça. Ao clamar Davi invoca o nome do Senhor, ainda que fosse Rei, Davi não tinha a força em si mesmo e a capacidade de resolver as coisas e se livrar de suas angustias por si mesmo.
O Deus da justiça é o Deus da aliança, aquele que faz o que é justo, aquele que faz o que é certo. Davi sabia que em contraste com seus inimigos, ele era alguém que recorria ao Senhor, reconhecendo-o como único Deus, aquele que havia feito uma aliança com o seu povo.
O clamor de Davi era para que Deus o livrasse de suas angústias (dificuldades, coisas que o apertavam, aflições). O que ele já tinha feito anteriormente (me tens aliviado).
APLICAÇÃO: Ainda que possam ser diferentes das angustias de Davi, nós também somos angustiados, afligidos, ao ponto de muitas coisas nos apertarem de tal forma que parece que seremos esmagados. Quando isso acontece, em quem temos buscado alívio? Na bebida, nos vícios, no sexo, em outras pessoas? Davi clamou ao Senhor!
v.2
O tornar a glória em vexame é de difícil interpretação. Calvino entendeu como uma referência a posição real de Davi na qual ele foi posto pelo Senhor, e que seria defendida pelo próprio Deus diante dos ataques inimigos. Já outros entendem que glória é uma referência ao próprio Deus (SL 106: 20), e aqueles homens haviam trocado a glória de Deus por aquilo que era vaidade e mentira, no mesmo sentido que o Apóstolo Paulo fala em Romanos 1.
v.3
Em meio a inimigos que deixaram a glória do Senhor (parece ser a melhor interpretação), Davi permanceu fiel, e então ele vai dizer que os piedosos (santos, fiel, bondoso) são separados e protegidos por Deus, com a promessa de que serão ouvidos por ele.
APLICAÇÃO: O que você aprende aqui?
v.4-5
Os inimigos são chamados para tremerem (irai-vos) e considerarem os seus pecados. A oferecerem sacríficios ao Senhor, a andarem em justiça e confirarem nele.
Os inimigos passaram a perguntar: Quam nos dará a conhecer o bem? O pedido é então para que Deus se revelasse a eles.
APLICAÇÃO: O que você aprende aqui?
v. 7-8
Davi declara que a alegria que foi colocada em seu coração por Deus era maior e melhor do que todas as delícias deste mundo.
Em meio a todos os ataques de seus inimigos e acusações, Davi permanecia tranquilo, deitava e logo pegava no sono.
APLICAÇÃO: Como é o seu sono? Há preocupações e questões deste mundo que te pertubam e impedem de ter descanso? O que você tem feito?
SALMO 5
Nós estamos novamente diante de um salmo de Davi que deveria ser usado pelo mestre de música.
O salmo novamente nos revela um Davi clamando a Deus por socorro. Aqui é interessante que Davi se apresenta como alguém que está gemendo (murmurando, susurrando, meditando), ao mesmo tempo que também diz se expressar por palavras (v. 1-2)
APLICAÇÃO: O nosso Deus sonda os nossos corações e conhece com perfeição o mais intimo de nosso ser, a comunicação sem palavras é algo que traz dificuldades entre os homens. No entanto, isso não ocorre com relação a Deus, as vezes nós passamos por situações que as palavras não saem, gememos de angústia e dor, mas Deus compreende perfeitamente isso, ele sabe o que “falamos’ em gemidos.
v.2 Davi identifica o Senhor como Rei e como seu Deus. Nós estamos diante de um salmo escrito por um rei de Israel, o maior deles, mas ele sabia que Deus era o verdadeiro Rei.
Não importa o quão alto esteja um homem entre os homens, ele sempre estará debaixo do governo e do poder daquele que está acima de tudo e de todos (1TM 6: 13-16)
v. 3
Aqui nós aprendemos pela prática de Davi uma importante lição também, algo que deveríamos colocar em ação durante os nossos dias. Apresentar nossas orações logo ao amanhecer e aguardar pelo Senhor durante o restante do dia.
v. 4-6
Uma importante lição nos é dada a respeito de Deus nesses versículos. Leia eles em voz alta e tente listar o que aprendemos sobre Deus neles.
Deus odeia a injustiça e o mal não habita com ele
Deus odeia os arrogantes e os que praticam a maldade
Deus odeia os mentirosos os assassinos e os traiçoeiros
v. 7-8
Nesses versículos Davi continua a ressaltar os atributos de Deus, leia novamente esses versículos e liste os atributos de Deus expostos neles:
Deus é amor e misericórdia, e este era o motivo pelo qual Davi poderia se aproximar do Senhor, em seu santo templo.
Deus é justo, e o pedido de Davi era para que o Senhor endireitasse o seu caminho, o guiasse por um caminho de justiça.
APLICAÇÃO: Compare esse texto de Davi com Provérbios 14: 12. E diga o que aprendemos com eles.
v. 9-10
Davi ora contra seus inimigos, ele os descreve e depois pede a Deus que os condene. É importante notar o motivo pelo qual Davi pedia por essa condenação (v. 10b).
APLICAÇÃO: A Bíblia nos ensina algumas coisas importantes em relação a nós e nossos inimigos.
Por um lado, nós temos a bíblia ensinando que temos que orar pelos nossos inimigos.
Ela ensina que nós devemos buscar a paz com todos, mas isso nem sempre será possível.
Ao mesmo tempo nós encontramos orações em que o crente pede para que Deus destrua os inimigos, como agir então?
Primeira coisa é entender que nessas orações o pedido de condenação não se baseia na individualidade, ou seja, o salmista e outros não pedem a Deus que destrua os inimigos porque eles o fizeram mal, mas o pedido é baseado na rebelião, escárnio contra Deus, assim como, ações que tentam dar fim a obra de Deus (GL 5: 12)
Em segundo lugar, nosso dever continua sendo orar por eles, para que Deus os converta, mas podemos, por vezes, orar para que Deus exerça juizo em prol de seu povo diante de muitas injustiças praticadas.
v. 11-12
Davi nesses versículos passa a se direcionar aos justos, aqueles que temem ao Senhor, entre os quais ele se encontrava.
Aos tais é destinado as bençãos do Senhor, a sua proteção e o seu favor. E aqueles que são alvos dessas bençãos, cantam de alegria.
SALMO 6
Um salmo de Davi também para ser cantado pela congregação. É um salmo de lamento pessoal (penitência).
A descrição de Davi nos primeiros versículos levaram alguns a entenderem que ele estava sofrendo algum tipo de ameça a sua vida, talvez uma doença (ossos fracos, me sinto debilitado, fraco). Algo semelhante a oração de Ezequias quando estava ameaçado de morte.
Outros já entendem que a linguagem é figurada e representa uma aflição espiritual.
É importante notar que todo o ser de Davi estava sofrendo, ele fala de ossos (corpo) e de alma (a vida dele), psicológico, mental.
v. 1-2
Davi ora ao Senhor para que ele não o repreendesse, corrigisse, com ira e furor. Vamos imaginar a correção de um pai, um dos grandes erros que muitas vezes cometemos é agir no momento da ira, ao fazer isso podemos desferir golpes pesados (físicos e palavras) que ao invés de produzir ensino e disciplina, produz feridas profundas.
Quando se trata de Deus e sua ira, nós não encontramos um ser descontrolado, também devemos lembrar que a ira de Deus não é como a ira dos homens, mas é uma ira Santa. Contudo, Davi sabia que ser alvo da ira de Deus é o fim para qualquer criatura (SL 76: 7; 130: 3), desta forma, sua oração era para que o Senhor, que era justo e tinha o total direito de repreendê-lo, tivesse compaixão e misericórdia dele ao fazer isso.
APLICAÇÃO: Leia o texto de Apocalipse 9: 20-21 e compare com o que ocorre aqui no salmo 6. O que aprendemos sobre o comportamento diante da disciplina do Senhor?
v. 3-4
A Pergunta de Davi é sobre até quando o Senhor permitiria aquele sofrimento que o afligia até o fundo de sua alma. Muitas vezes os nossos sofrimentos parecem não ter fim, oramos as vezes com uma certa dose de revolta pelo fato de Deus não dar fim ao sofrimento.
Mas observe o v.4, Davi clama para que o Senhor o salvasse, desse fim aquele momento de sofrimento, mas ele faz isso apelando a Graça do Senhor. O termo graça resume todo o amor de Deus por Davi e por seu povo, ele aponta para o amor pactual de Deus (DT 7: 6- 8)
V. 5
Davi diz ao Senhor que se ele fosse levado a morte, então não poderia louvá-lo. A morte causa uma separação entre corpo e alma, a totalidade do louvor e adoração a Deus deve ser feita com todo o nosso ser (RM 7: 19). Quando olhamos para a Igreja triunfante, sabemos que ela louva ao Senhor nos céus, mas ainda lhe falta o corpo, ou seja, em um sentido essa adoração não é feita em sua totalidade. O principal aqui é entender o desejo de Davi de continuar a louvar o Senhor aqui nesta vida, mesmo sabendo que a morte não seria o fim (SL 16: 9-10).
APLICAÇÃO: A bíblia nos ensina que aqueles que morrem descansam no SENHOR, são levados a sua presença e lá se encontram em uma posição melhor. Mas isso não significa que devemos viver aqui esperando irmos a presença do Senhor para louvá-lo, muito pelo contrário, já nesta vida, aqui, esse já é o nosso dever e alegria (FP 1: 21)
V. 6-10
Nesses versículos finais nós temos uma mudança nas palavras de Davi. Ele passa da profunda tristeza dos v. 6-7 para o alívio dos v. 8-10. Provavelmente, o salmo foi escrito em um período posterior ao sofrimento de Davi, ele foi ouvido por Deus, seu clamor foi respondido, e ele então registra os fatos.
APLICAÇÃO: Quantas vezes você clamou ao Senhor em momentos de sofrimentos e após ser ouvido, independente do tempo que isso levou, você se esqueceu e apagou dos registros aquilo que o Senhor lhe fez? (SL 103: 1-2)
JESUS
Por fim, a Bíblia nos fala de alguém que recebeu sobre si toda a ira de Deus, não por causa de seus pecados, pois ele era justo, mas por causa dos pecados de outros. Ninguém sentiu tanta angústia e sofrimento como Jesus, se Davi enchia seu leito de lágrimas, Jesus é aquele que no Getsemani suou sangue de tanta angústia por aquilo que lhe sobreviria.
É por causa desse Jesus, que a repreensão do Senhor a Davi e a nós não foi feita com ira e nos levou a morte, foi em Jesus que Deus manifestou sua graça a cada um de nós.
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