EXEGESE DE 1 JOÃO
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O Apóstolo João. Para essa confirmação nós temos evidências externas, as quais são os relatos e escritos de discípulos e companheiros do Apóstolo João, como Policarpo e Papias, os dois fizeram citações da primeira epístola de João. No caso de não terem em João a autoria da epístola, certamente diriam.
Também contamos com escritos posteriores, datados de 185 d. C, como, por exemplo, Irineu, bispo de Lyon, que disse ser Papias um discípulo de João. Assim como, nomes como Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano e Dionísio também entendiam ser o Apóstolo João o autor.
Há, é claro, evidências internas que também apontam para a autoria joanina. É nítido a semelhança entre o evangelho de João e as cartas. Confira algumas comparações abaixo:
Tiago e Epístolas de João 2. Evidência Interna
Primeira Epístola
Evangelho
Nós lhes escrevemos para tornar completa nossa alegria [1.4]
Pedi, e recebereis, para que a vossa alegria seja completa [16.24]
Contudo, aquele que odeia seu irmão está na escuridão e anda de lá para cá na escuridão; ele não sabe onde está indo, pois a escuridão o cegou [2.11]
Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz… e quem anda nas trevas não sabe para onde vai [12.35]
E esse é o seu mandamento: crer no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar uns aos outros como ele nos ordenou [3.23].
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros [13.34].
Além disso, há semelhanças na forma de escrita, assim como a presença de temas comuns como luz, verdade, testemunho e filiação.
CONTEXTO HISTÓRICO
Entende-se que João escreveu suas cartas por volta de 85 a.C - 95 a.C. Por alguns pontos observados, como a menção a temas que foram tratados mais profundamente e extensivamente no Evangelho, parece que João tinha em mente o conhecimento do evangelho por parte de seus leitores, logo, as cartas teriam sido escritas após o evangelho. O docetismo (Jesus não tinha corpo, era um espírito) presente nas cartas também não é mencionado no evangelho.
João, de fato, parece conhecer muito bem seus leitores, ele não se identifica no início de sua carta (o que era comum), e também se refere a seus leitores como filhinhos.
Naquela época existiam pessoas que negavam que Cristo tinha vindo em carne ( 4: 2), o apóstolo escreve para advertir seus leitores contra essa heresia.
v. 1-5
Jesus é o ponto central desse prólogo, João vai aqui descrever brevemente o seu contato, a sua vida ao lado do Verbo da vida, e ele é apresentado por João da seguinte forma:
Ele é eterno (desde o princípio), o que nos remete a GN 1: 1, o começo de todas as coisas, um começo bem semelhante ao evangelho (no princípio era o verbo). Em gênesis nós temos o início da criação, em Cristo e sua encarnação, nós temos o início de uma nova criação. A palavra arché, traduzida por principio não significa algo que veio a ser, mas algo que é essencial, fundamental, a base daquilo que existe (JO 1: 3).
Nós o ouvimos. João conviveu com o Senhor e ouviu de sua própria boca as palavras da vida, palavras das quais ele não poderia deixar de falar (AT 4: 20)
Nós o vimos com os nossos próprios olhos. Em um contexto em que muitos negavam a corporeidade de Jesus, João diz que o viu, o que não poderia ser feito com relação a um espírito.
Nós contemplamos e apalpamos. Mais uma vez João aponta para a veracidade da natureza humana de Jesus.
Observe a importância do NÓS (DT 17: 6; 19: 5)
Jesus é a palavra da vida, ela está nele, estava com o Pai, mas foi nos dada (JO 3: 16). Jesus fala as palavras de Deus, e também é a própria palavra, é o alvo para o qual ela aponta.
A participação e o conhecimento de tudo isso, a Palavra da vida sendo manfestada aos homens, João e os demais (que participaram) não podiam deixar de dar testemunho, de abrir a boca ao mundo sobre este fato. João cumpre a ordem do próprio Senhor (ide e fazei discípulos), pois ao expor o que viu e ouviu, seu objetivo é que os seus filhinhos também sejam participantes dessa comunhão, que é com o Pai e o Filho.
A alegria completa de João inclui a comunhão com o Pai e o Filho, a proclamação daquilo que viu e ouviu e a vinda de novos irmãos a fé.