Gálatas 1.1-5: Em Defesa Do Evangelho Da Graça
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Introdução
Introdução
A carta de Paulo aos Gálatas é uma verdadeira defesa do Evangelho da Graça e tem ajudado muitos cristãos a entender que a salvação não é por obras, mas pela Graça, somente pela fé.
Antes, portanto, de entrarmos nas questões sobre defesa do Evangelho, faz-se necessário discutirmos os destinatários de Gálatas. Pode parecer besteira, mas, você sabia que isso é motivo de grande debate?
Resumidamente, há duas possibilidades: (1) Paulo estava escrevendo para a parte norte da Galácia; ou (2) Paulo estava escrevendo para o Sul da Galácia, mais precisamente para as igrejas que ele ali estabeleceu junto com Barnabé em sua primeira viagem missionária. (Atos 13 e Atos 14).
O debate acontece porque a Galácia era uma designação territorial da Ásia Central Menor (hoje, atual Turquia). A Galácia era uma província romana criada por Augusto César em 25 a.C. Esta região abrangia um grande território que incluía a Galácia étnica (povos Celtas do Norte), bem como partes da Frígia, Pisídia, Licaônia e outras regiões do sul da Ásia Menor.
Acreditamos, porém, que esta carta foi escrita para o povo do sul da Galácia, e que, estas questões levaram ao grande concílio em Jerusalém (Atos 15).
Portanto, esta carta foi escrita por volta de 49 a.C., por Paulo em Antioquia da Síria e é, possivelmente, a primeira carta escrita por Paulo que temos registro.
Voltemos ao ponto central: a Carta aos Gálatas é uma grande defesa do Evangelho da Graça. Por que Paulo teve de defendê-lo? Porque, logo após sua partida, falsos apóstolos legalistas invadiram a igreja pregando um falso evangelho legalista.
O que quero dizer com legalismo?
Legalismo é o ensinamento de que é preciso algo além da Graça para a salvação do homem. É colocar o poder de conseguir ser salvo no homem, seja por meio de cumprimento da lei, santificação ou outra heresia qualquer.
Os legalistas, no entanto, não atacaram somente o Evangelho que Paulo anunciou aos Gálatas, como também às suas credenciais apostólica.
Em sua saudação, Paulo, então, já introduz os dois grandes objetivos desta carta, os quais são: a defesa do seu apostolado e a defesa do Evangelho da Graça.
Com isto, aprendemos que o Evangelho da Graça deve ser defendido contra as heresias do legalismo.
Vemos, no presente texto, três RAZÕES pelas quais devemos defender o Evangelho da Graça contra as heresias do legalismo.
I: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra as heresias do legalismo, pois ele é maior que as nossas credenciais (1)
I: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra as heresias do legalismo, pois ele é maior que as nossas credenciais (1)
A defesa do apostolado de Paulo (1)
Paulo se vangloriou?
Exposição
“Paulo, apóstolo enviado”
Paulo já começa demonstrando suas credenciais apostólica.
Sobre o sentido de “apóstolo” no NT, Martinho Lutero afirma: “O chamado divino, portanto, tem duas dimensões: uma é mediata, a outra, imediata. Deus, hoje, chama a todos nós ao ministério da Palavra por um chamado mediato, que é um chamado que acontece por intermédio, a saber, de alguma pessoa. Mas os apóstolos foram chamados de forma imediata [i. é, sem intermediação] pelo próprio Cristo, assim como os profetas no Antigo Testamento, pelo próprio Deus”.
“não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma”
Possivelmente, o argumento que os falsos apóstolos usaram foi: “Paulo não tem autoridade apostólica para ensinar a vocês como devem viver. Nós, no entanto, fomos enviados pelos apóstolos originais. Paulo, nem andou com Jesus, como os doze”.
Paulo é levado a exaltar o seu ministério diante dos ataques dos pseudoapóstolos dizendo que não era, em nada inferior aos demais apóstolos, tanto é verdade que seu ministério não depende dos apóstolos
“mas por Jesus Cristo e por Deus Pai”
Em contraste ao que Paulo disse antes, isto é, que não foi enviado “da parte de homens nem por meio de pessoa alguma”, Paulo apresenta a mais importante marca de um autêntico apóstolo - o chamamento divino.
Paulo não tinha dúvida quanto a natureza divina do seu chamado. Ele diz não ter sido chamado por homem algum, como quem diz: “eu não fui chamado por um simples homem”, e acrescenta: “antes fui chamado pelo Homem-Perfeito, o Homem-Deus e por Deus Pai”.
“que o ressuscitou dos mortos”
Paulo, provavelmente, estava relembrando que o Cristo que ressuscitou dos mortos, aparecera a ele na estrada para Damasco. Portanto, isto foi uma condição essencial do seu apostolado - ele viu o Cristo ressurreto.
Conclusão
Pode parecer que Paulo vangloriou-se ao se colocar no mesmo nível dos demais apóstolos. Contudo, olhando mais de perto, percebemos que o apóstolo Paulo defendeu seu apostolado, para que pudesse defender o Evangelho da Graça. Caso contrário, não teria moral para defendê-lo.
Ilustração
Dizemos que “o bom funcionário veste a camisa da empresa”. O bom funcionário não fica difamando a empresa, pelo contrário, no que depender dele o seu intuito será defendê-la.
Aplicação
Nós devemos defender o Evangelho da Graça acima das nossas credenciais. Não importa sua posição eclesiástica, sempre será necessário defender o Evangelho da Graça, ainda que lhe custe algo!
Não dê ouvidos a pessoas que querem lhe atacar, a menos que isso fira o verdadeiro Evangelho.
Certamente que o amor pelo Evangelho da Graça arde no coração do salvo, mas o nosso coração, às vezes, se mostra perverso. Peça a Deus que lhe encha de amor pelo Evangelho genuíno.
II: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra As heresias do legalismo, pois enquanto o legalismo nos exalta, a graça nos humilha (3,4)
II: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra As heresias do legalismo, pois enquanto o legalismo nos exalta, a graça nos humilha (3,4)
A fonte e o resultado da salvação (3)
Exposição
“A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”
“Graça e paz”, embora comuns em saudações, não são palavras desprovidas de significado.
A graça é a fonte da salvação. A graça é o favor imerecido de Deus. Concordo com William Hendriksen quando diz que "a graça de Deus é seu favor ativo em outorgar o maior dom aos que merecem o maior castigo”.
A paz é o resultado da salvação. Após recebermos a salvação pela graça somente pela fé, temos paz com os homens e paz com Deus.
A graça e a paz fluem tanto de Deus Pai, quanto de Deus Filho.
O Evangelho da Graça humilha o homem (4)
Exposição
“que se entregou a si mesmo por nossos pecados”
A paz a que Paulo se referiu anteriormente deriva da morte de Jesus Cristo na cruz.
Jesus se entregou por nosso pecados, isto é, ele se sacrificou por nossos pecados. Há algo mais humilhante do que saber que você é pecador condenado ao inferno e que, nenhuma obra, por mais santa que seja, poderá levá-lo para o céu?
Jesus foi o sacrifício perfeito pelos nossos pecados. Nem circuncisão, nem obediência a lei, nem dízimos e ofertas, nem guardar dias santos, ou qualquer outra coisa pode alcançar o favor de Deus ou remover os nossos pecados, apenas o sacrifício perfeito.
“a fim de nos resgatar desta presente era perversa”
O objetivo da morte de Cristo foi nos resgatar, isto é, nos livrar do perigo desta presente era perversa. Mas, o que Paulo quer dizer?
Paulo tem em mente duas eras: a presente era e a era porvir. Nos resgatar desta presente era não significa livrar-nos dos males, como doenças, mortes, dificuldades financeiras e etc.
Deus nos livra desta era perversa dando-nos um novo nascimento, uma nova vida, vida esta pautada não nos padrões da presente era, e sim nos da era futura.
“segundo a vontade de nosso Deus e Pai”
Todo o plano de salvação veio de Deus Pai. O Filho o executou e o Espírito nos encaminha até o fim, mas o Pai planejou.
Muitos têm uma ideia de um Deus vingativo, mas Deus é Pai, e como Pai ele quer o nosso bem.
Ilustração
Perder um bom emprego e não ter como sustentar sua família, pode levá-lo a um estado de humilhação. Nessa hora não há o que fazer, é preciso receber ajuda de outros. O Evangelho da Graça humilha o homem porque lhe diz que não pode obter a salvação por meio algum, mas que precisa aceitar a ajuda de outro.
Aplicação.
Não devemos pregar o evangelho legalista, pois isso ofende a benevolência de Deus. O Evangelho da Graça confronta o pecador, dizendo que ele é um inimigo de Deus, que precisa se arrepender dos seus pecados, entregar a sua vida a Cristo e receber de graça a salvação.
Não confunda usos e costumes com salvação. O homem não precisa de calça comprida para ser salvo, ele precisa do favor imerecido de Deus. Não podemos ser fariseus!
Não julgue irmãos de outras igrejas porque usam essa ou aquela roupa.
Não pregue santificação como meio de salvação. Ainda que a santificação seja importantíssimo, não podemos aliená-la de Deus, pensando que basta o nosso esforço. Claro que há a responsabilidade humana, mas essa só é possível pela graça de Deus.
É preciso ter um encontro diário com a Palavra de Deus para aprendermos de Deus e da sua doutrina. Legalistas conhecem muito de leis humanas, mas pouco do amor e da graça divina.
III: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra as heresias do legalismo, pois Deus deve receber todo o louvor pela salvação (5)
III: O Evangelho da Graça deve ser defendido contra as heresias do legalismo, pois Deus deve receber todo o louvor pela salvação (5)
Deus Pai é melhor glorificado quando o Evangelho da Graça é pregado (5)
Exposição
“a quem seja a glória para todo o sempre. Amém”
Depois de introduzir seu ponto principal aos Gálatas, isto é, a salvação é pela graça somente pela fé, Paulo louva a Deus.
Ainda que a doxologia (expressão de louvor) seja comum nas saudações paulinas, parece-me haver uma alegria santa em Paulo ao expor o Evangelho da Graça.
Portanto, Deus é melhor glorificado quando o Evangelho da Graça é pregado.
Ilustração
Como alguém pode ser aplaudido pelos feitos de outro? É possível elogiar o engenheiro pelo trabalho do arquiteto? É possível ovacionar o lutador que caiu como se ele tivesse nocauteado o adversário? Obviamente que não! Tampouco Deus pode ser glorificado pela salvação se ela está nas mãos do homem.
Aplicação
Deus somente pode ser glorificado se a salvação pela Graça puder ser pregada. Ele não se contenta com uma parcela na salvação. Portanto, pregue a responsabilidade humana, mas, antes, lembre-se que a salvação é pela graça de Deus.
Louve ao Senhor por todas as suas obras. Não se esqueça de que, sem ele, você não poderia fazê-las.
A sua vida, bem como a sua pregação, é para glória de Deus, então, viva assim.
Conclusão
Conclusão
O Evangelho da Graça deve ser defendido contra As heresias do legalismo. Lembre-se sempre de que o Evangelho da Graça é maior que nossas credenciais; que ele nos humilha e jamais nos exalta; e que Deus é mais glorificado quando o Evangelho da Graça é pregado.