Cavando Alicerces Profundos

Introdução

Lucas 6.46–49 RA

46 Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? 47 Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. 48 É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída. 49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.

Na minha infância, eu e minha família sempre íamos passar as férias de dezembro em Ubatuba. Eu me recordo que quando passávamos pela praia das Toninhas, um prédio sempre me deixava intrigado. Aquele prédio se destacava entre os outros ao seu redor pelo fato de estar consideravelmente inclinado. Fiz uma rápida busca na Internet para saber o que aconteceu com prédio e, lendo uma notícia de 2003 dizia que o prédio havia sido removido e o motivo daquela inclinação era decorrente a um problema do solo.

Aqueles que são da área da construção civil ou acompanharam a construção da sua casa, sabe o quanto é importante a costrução possuir um bom alicerce para que a estrutura não seja comprometida ao longo do tempo. Um alicerce ruim compromete toda a estrutura. Isso também se aplica na vida do discípulo - é necessário cavarmos alicerces profundos em nossa vida cristã. É sobre isso que eu quero refletir com vocês nesta noite.

Contextualização

Esse texto é o desfecho do sermão do monte. Aqui, Jesus está se dirigindo aos discípulos e a multidão. Essa ilustração dos construtores tem o objetivo de conduzir o ouvinte a uma reflexão: quem sou eu? Será que eu sou um discípulo autêntico ou um mero seguidor? É com esses dois públicos que Jesus irá lidar a partir de agora. Aqueles que tomarão a sua cruz e seguirão a Cristo até o final e aqueles que irão desistir no meio do caminho. Os dois grupos ouviram os ensinamentos de Jesus, os dois grupos tiveram a oportunidade de conhecer mais acerca de Jesus. Mas a diferença entre eles se dá no alicerce.

O desfecho do sermão do monte visa conduzir o ouvinte a uma decisão: morra para si e viva em Cristo. Abandone os seus ídolos e siga a Jesus. Pare de viver pensando somente no aqui e agora e, busque aquilo que possui implicações eternas. Esse é o desfecho do sermão do monte.

1. É necessário cavar alicerces profundos para tornar-se um discípulo autêntico

Não basta saber o que Jesus disse, não basta ter ouvido tudo o que Jesus falou. Tudo isso é importante, mas não é o suficiente. É necessário cavar alicerces profundos para tornar-se um discípulo autêntico. É preciso colocar em prática os ensinamentos de Jesus para que a nossa realidade e a realdade daqueles que convivem conosco seja constantemente transformada.

Quando Jesus diz:

Lucas 6.46 RA

46 Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?

Ele está desmacarando a ilusão da aparência. Jesus está afirmando enfaticamente que a confissão daqueles que não praticam os seus ensinamentos é desonesta, porque enquanto o confessam como seu Senhor, eles praticam os princípios e valores de Deus.

Aplicação

Jesus está mostrando que não dá pra ser discípulo e continuar com uma vida dúbia. É impossível sermos um discípulo autêntico e continuarmos escravos do pecado. É impossível servirmos a Dois senhores, não dá para confessarmos Jesus como nosso Senhor e:

i. continuarmos obstinados pelo dinheiro a fim de encontrar propósito para as nossas vidas;

ii. Permanecermos com o ciclo vicioso da mentira para sustentar uma vida dupla;

iii. continuarmos arrogantes com aqueles que estão a nossa volta, tratando-os com deprezo;

iv. continuarmos buscando prazer a qualquer custo para preencher o vazio existencial;

Jesus está desafiando os seus ouvintes a cavarem alicerces profundos. Isso significa realinhar a nossa vida a partir do Evangelho. Muitas vezes nós criamos a imagem de um Jesus que está mais para um amigo de happy hour do que Senhor… Um Jesus que nos aceita como somos, que houve as nossas reclamações, mas que não está comprometido com a nossa transformação. Não queremos um Jesus que confronte os nossos pecados.

Movimento Cristocêntrico

Jesus está interessado em transformar as nossas vidas. A sua morte teve como objetivo nos tornar discípulos autênticos. Cristo verteu o seu sangue na cruz para redimir a nossa história, nos tirando de um solo poroso e nos colocando numa rocha firme.

Queridos, a mensagem de Jesus é desafiadora. A vida cristã começa com a base forte do seu alicerce. Essa é a diferença entre os dois construtores.

É possível imaginarmos essas duas construções. Duas casas idênticas, uma ao lado da outra. Mas só conseguimos testar a qualidade da construção em tempos de tempestades. Com o cristão não é diferente, o seu caráter é atestado em momentos de adversidades.

2. É necessário cavar alicerces profundos para enfrentar as crises

olha o que texto diz:

Lucas 6.47–49 RA

47 Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. 48 É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída. 49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.

Os dois construtores edificaram as suas casas, mas de repente a mesma torrente que atingiu a casa daquele que colocou os alicerces na rocha, também atingiu a casa daquele que construiu a casa sem alicerces. Isso significa que um discípulo autêntico e um mero seguidor tem uma coisa em comum: As crises e adversidades da vida vida atingem os dois

Aplicações

i. A crise financeira que atinge um, também pode atingir o outro;

ii. O dignóstico de uma enfermidade que pode chegar para um discípulo de Jesus, também pode chegar para aquele que não crê em Jesus;

iii. As lutas que enfrentamos ao longo da nossa jornada atingem tanto o cristão quanto aquele que não é um discípulo de Jesus

Mas a diferença está no alicerce. O discípulo autêntico edifica a sua vida cristã sobre Cristo, a Rocha sólida. Quando cavamos alicerces profundos, praticando aquilo que Jesus nos ensina; quando colocamos a nossa fé nele; quando a nossa confiança está alicerçada em Jesus, nós conseguimos enfrentar as crises que solapam as nossas vidas.

Jesus claramente pinta um quadro de dois grupos nesse texto: O grupo que ouve os seus ensinamos e pratica e o grupo que ouve os ensinamentos e não pratica.

Não basta saber o que Jesus disse, não basta ter ouvido tudo o que Jesus falou. É necessário cavar alicerces profundos em Cristo Jesus, praticando tudo o que ouvimos.

Ilustração - Haroldo Reimer

Quando um penso em um exemplo de discípulo autêntico, eu me lembro do sr. Haroldo Reimer, o fundador da Organização Palavra da Vida aqui no Brasil. Em 2016, tive o privilégio de conhecê-lo e ouvir algumas de suas histórias. O coração do sr Haroldo sempre pulsou em compartilhar o evangelho. O amor pelo evangelho o trouxe para o Brasil a fim de partilhar essa mensagem que ardia em seu coração. No Brasil, sr. Haroldo se dedicou em alcançar adolescentes e jovens através do acamapamento Palavra da Vida. Esse ministério transformou a vida de várias gerações. Em março deste ano, o Senhor o chamou para mais perto.

Este homem transpirou os ensinamentos de Jesus. Ele foi um exemplo de discípulo autêntico que começou bem e terminou ainda melhor a sua jornada cristã. Um de suas frases que me marcou foi:

“Não existe ninguém que Deus não possa usar. Ele quer e vai usar todas as pessoas que se colocam em Suas mãos”.

Quem somos nós? Discípulos autênticos ou apenas um ouvintes dos ensinamentos de Jesus?

Conclusão

Onde você tem alicerçado a sua vida cristã?

Cave alicerces profundos e viva uma vida autêntica.