PROFETA DANIEL

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AUTOR

O Profeta Daniel é o autor desse livro, ainda que alguns tentem negar isso, principalmente pelo fato do livro apresentar profecias a respeito de fatos que ocorreram muito tempo depois do período em que Daniel viveu.
No entanto, o próprio livro da claras evidências a respeito de sua autoria (8: 15, 27; 9: 2; 10: 2, 7: 12: 4-5), além do fato do próprio Jesus associar o livro ao profeta Daniel (MT 24: 15)
Daniel havia sido levado cativo bem novo a Babilônia. Ele foi um dos jovens judeus de boa aparência e instruídos que foram levados pelo rei da Babilônia (1: 4)
Seu nome significa “DEUS É MEU JUIZ”, o que é interessante porque representa bem aquilo que fica claro no livro, o Governo de Deus sobre o mundo.
Ele vai passar praticamente toda sua vida ali, pois segundo os estudiosos ele foi levado com cerca 15-16 anos, e quando o povo recebe a permissão para voltar, Daniel já é um velhinho de mais de 80 anos, que já não tem mais forças para uma longa caminhada.
CONTEXTO
Devemos lembrar do que o Senhor havia dito por meio do profeta Jeremias (25: 11-12). É importantissímo termos em mente que o cativeiro foi obra de Deus e ele é quem determinou o tempo de duração. De fato, vamos entender hoje que a Soberania de Deus é o grande tema desse livro.
Daniel vai então cobrir esse período de 70 anos. Nabucodonor havia vencido uma batalha contra o Egito e a Assíria, e logo após ele partiu pra cima do rei de Judá, Jeoaquim (2 RE 24: 1, 10-16). Isso ocorre por volta de 605 a.C, onde o Livro de Daniel começa (1: 1). O livro vai cobrir então, desse período até o retorno dos Judeus a Jerusalém, por volta de 536 A.C (10: 1).
Daniel vai presenciar o domínio de dois grandes impérios, o Babilônico e o Medo-Persa.
Ali na babilônia ele vai então receber da parte de Deus revelações proféticas, onde ele vai falar a respeito de reinos deste mundo (descritos de forma simbólica, apocaliptica) e também de um reino eterno, o reino do Messias.
DIVISÃO DO LIVRO
O livro inclui narrativas entre os capítulo 1 ao 6, e depois nós vamos ter as revelações, os sonhos, as profecias que Daniel recebe.
A PARTE NARRATIVA DO LIVRO: DANIEL E SEUS AMIGOS E DEUS.
Cap 1
A ordem do rei e seu objetivo (v. 3-4). Esses jovens estavam sendo preparados para trabalhar para o rei. Eles poderiam, por exemplo, aconselhar o rei a respeito da forma com que ele deveria governar sobre as nações conquistadas (1: 17-20)
É interessante notar que duas coisas acontecem com Daniel e seus amigos:
O nome deles é mudado (v.6-7). Os nomes hebraicos (com os sufixos EL e Ya) são trocados por nomes relacionados a deuses pagãos (por exemplo, Bel, outro nome para o principal deus babilônico, Marduque) 4: 8.
O rei ordena que eles recebessem a alimentação comum do palácio (v.5, 8), mas a decisão de Daniel e seus amigos foi por não comerem aquelas coisas.
PERGUNTA: Por que os irmãos acham que Daniel e seus amigos não dizem não a mudança dos nomes, mas dizem não ao banquete do rei?
RESPOSTA: A mudança de nome não mudava e nem prejudicava quem Daniel e seus amigos eram, eles continuavam como servos do Senhor, Deus continuava a ser o juíz de Daniel, e de fato, ainda que apareçam textos como 4: 19, é por seu nome Hebraico que ele é tratado.
No entanto, com relação as iguarias do rei, participar delas atingiria a identidade de Daniele seus amigos como pertencentes ao povo de Deus. Não sabemos ao certo o que estava presente naquelas iguarias, provavelmente carne de animais proibidos (porco), ou talvez carnes sacrificadas a ídolos, ou até mesmo, como alguns estudiosos dizem, boa parte das refeições no palácio eram regadas a bebedice, orgias e glutonarias. De qualquer forma, a identidade de Daniel como servo de Deus seria manchada.
Daniel e seus amigos permanecem fiéis a Deus, e ele os abençoa (v. 14-15). Aqui o objetivo não é ensinar uma dieta vegana, mas mostrar a fidelidade desses servos em meio ao convite do rei, e Deus os abençoando e guardando.
APLICAÇÃO: Muitas vezes nós encontramos crentes preocupados com coisas sem importância, que não são capazes de fazer bem e nem mal (ra-tim-bum), mas não permanecem atentos com aquilo que realmente pode manchar sua imagem como cristão (Alguém identificado com Cristo).
Este mundo constantemente quer nos seduzir, fazer a nossa cabeça e mudar a nossa identidade (principalmente as crianças e os jovens). Em meio a tudo devemos nos lembrar das palavras de Jesus em (JO 17: 15-16). É exatamente o que foi visto na vida desses jovens.
CAP 3: A FORNALHA DE FOGO
Nos últim os estudos um dos assuntos que tratamos foi sobre o coração humano, nós vimos que uma das definições sobre ele é que ele é enganoso. Um grande servo do Senhor, que não era inspirado como os profetas e apóstolos, mas certamente foi agraciado com um grande conhecimento bíblico, João Calvino, também disse algo interessante sobre o coração humano, ele o definiu como uma fábrica de idolos.
Um dos maiores idolos do homem é ele mesmo. O homem se adora, ele é egoísta, e ele também quer que os outros reconheçam o se valor, a sua força. O capítulo 3 é um exemplo claro disso.
Observe o que é feito pelo rei Nabucodonosor (3: 1-6). Seu objetivo é que os homens se curvassem diante dele.
Em meio a uma multidão de pessoas se curvando diante da imagem do rei, surge uma denúncia (3: 12). Vamos analisar algumas coisas aqui:
O que os amigos de Daniel estavam fazendo? (LC 4: 8). O curvar-se não era apenas um ato de respeito, mas de culto.
Diante da ameaça do rei (v. 15), eles não se curvam, e deixam claro que a adoração deles a Deus não era condicionada a milagres, livramentos e bençãos, mas Deus continuava sendo o único Deus, o único digno de adoração mesmo em meio a ameaça de morte (16-18).
Novamente Deus age de forma favorável aos seus servos que permaneceram fiéis a ele (v. 24-25). Alguns dizem ser anjos, outros o Cristo pré encarnado. Não sabemos, mas o que sabemos é que DEUS estava com eles.
APLICAÇÃO:
Muitos servem a Deus somente enquanto as coisas estão tranquilas, quando as dificuldades e ameaças chegam, ela acaba se curvando diante dos deuses desse mundo.
Outros acham que Deus tem a obrigação de livrá-los de todo e qualquer mal.
No entanto, a verdade é que até mesmo os mais fiéis dos servos de Deus podem sofrer neste mundo. Mas a uma promessa do Senhor aos servos fiéis, essa promessa é a de que ele estará com eles e que no final uma recompensa lhes será dada (2: 10)
CAPÍTULO 6
Novamente aqui nós temos uma situação em que um servo de Deus, é colocado em uma situação de ameça onde ele tem que decidir em permanecer fiel a Deus ou se curvar diante dos homens.
Homens invejosos tramam contra ele (6: 3-5). Eles maliciosamente fazem com que o Rei Dario fizesse um decreto (6: 7).
Sabendo disso, veja a reação de Daniel (v. 10). Algo fundamental no versículo é o “COMO ELE SEMPRE FAZIA”.
Daniel não queria se aparecer, nós não estamos sendo ensinados a orar 3 vz ou de janelas abertas, esse não é o propósito. Aqui o que é demonstrado é que Daniel permaneceu fiel a sua rotina de adorar a Deus e entrar em sua presença.
O resultado é conhecido pelos irmãos, Daniel é lançado na cova dos leões. E novamente Deus estava com seu servo, e Daniel sabia disso (v.20-22)
APLICAÇÃO: Eu estive pensando em algo diante do que ocorre aqui, A Igreja precisa estar atenta a tentativas de mudar a “rotina” que faz parte de sua vida. Um dos exemplos, pode estar próximo de chegar, a proibição de pregar sobre determinados temas, quem sabe orações públicas, etc.
O QUE NÓS APRENDEMOS SOBRE DEUS NESSES CAPÍTULOS?
A pergunta que devemos responder é a seguinte: Quem realmente governa todas as coisas? Debaixo da autoridade e governo de quem as coisas acontecem?
Aos olhos do rei da Babilônia, ele era a máxima autoridade:
O sonho de Nabucodonosor (4: 10-16). A interpretação (v. 20-26). O conselho de Daniel ao rei (v. 27)
O rei ignora o aviso e continua a se enxergar como a máxima autoridade (v. 29)
A palavra do Senhor se cumpre e Nabucodonosor vira um bicho (v. 33)
Mas a punição dura o tempo determinado por Deus, e após o tempo ser cumprido, o entendimento retorna ao rei, ele retorna ao trono. E nós temos aqui uma declaração de Nabucodonosor nos v. 35, 37, que é exatamente o propósito principal do livro.
QUEM É QUE MANDA NABUCODONOSOR? Antes: EU; Agora: Deus, o Altissímo.
2. MAS NÓS TEMOS UM OUTRO REI DA BABILÔNIA NO CAPÍTULO 5
Belsazar reinava junto com seu Pai Nabonido.
Ele dá um banquete regado a bebedices e orgias, e fazia tudo isso dando graças aos deuses de ouro, prata e bronze. E o pior, ele fazia isso utilizando os utensílios do templo. Belsazar ignora o que havia acontecido com Nabucodonosor (5: 1-4). Em sua cabeça, a resposta sobre quem manda seria: EU.
Imediatamente nós temos os dedos e a frase escrita na parede.
Daniel é chamado para a interpretação, e é isso que ele faz (v.17-30)
Novamente as palavras do altíssimo se cumprem. Deus já há muito tempo disse que o reino da Babilônia daria lugar a outro reino (2: 38-39). O momento tinha chegado.
PERGUNTA: Olhando para o que aconteceu com os dois reis, podemos dizer com toda certeza que Deus foi soberano em relação aos dois. Mas há uma diferença na forma de Deus agir com Nabucodonosor e com Belsazar. Qual foi a diferença?
O grande ensino então dessa parte histórica é que, Deus é soberano sobre tudo o que acontece (1: 2), sobre todos os reis da terra, sobre todos os moradores da terra e sobre todo o exército do céu. Ninguém, absolutamente ninguém pode impedi-lo de fazer a sua vontade.
A PARTE PROFÉTICA (7-12)
É por causa dessa parte do livro, que apresenta visões, simbolos, profecias, que o livro de Daniel é chamado por muitos de o Apocalipse do A.T.
Esta não é uma parte muito fácil de se entender, há muitas discussões com relações as visões e profecias que se encontram aqui, portanto, passaremos de uma forma bem panorâmica sobre elas.
É interessante que até aqui nós já aprendemos sobre duas coisas que são claras nos primeiros 6 capítulos: Deus é soberano sobre todos os reinos e Daniel é um intérprete confiável, pois recebia de Deus as revelações.
Daniel aqui, já idoso, recebe visões da parte de Deus. Algumas coisas são mais claras e outras mais dificeis. Por exemplo, no capítulo 11 Daniel fornece informações detalhadas a respeito de alguns reis que se levantariam, e as relações entre eles.
Para tratar dessa parte, iremos dividir ela em alguns assuntos que são tratados nela:
1- OS REINOS DESTE MUNDO
Anteriormente no capítulo 2, Daniel já havia interpretado o sonho do Rei Nabucodonosor, e a interpretação falou a respeito de reinos que se levantariam, incluindo o próprio reino da Babilônia.
Aqui no capítulo 7, por exemplo, Daniel recebe uma visão a respeito de 4 animais (v. 4, 5, 6, 7), que representam 4 reinos (v. 17). Há portanto uma relação com esse capitulo 7 e o 2.
Esses sonhos que apontam para esses grandes impérios são apresentados de forma simbólica, Estátua e agora Animais. E esses simbolos exercem exatamente a função de uma lingugem apocaliptica, ou seja, eles são usados para representar algo, expor uma característica. Aqui podemos citar força, crueldade, rapidez.
APLICAÇÃO: A grande lição aqui ao povo de Deus, tanto aos judeus que receberam inicialmente as profecias de Daniel, quanto nós, é que a história não é uma incógnita ou cíclica (as mesmas coisas de sempre), mas ela é linear, ela tem um início, um meio e um fim (propósito), e no controle de todas as coisas está o Deus Altissímo (2: 19-23).
2- HOMENS MAUS, INIMIGOS DE DEUS E DE SEU POVO
Dois personagens são descritos por Daniel como sendo inimigos de Deus e de seu povo. Esses pesonagens são representados na forma de chifres, o que é descrito como representando reis (7: 24)
Um dos chifres aparecem no capítulo 7: 8, 25. Não vamos entrar nos detalhes, mas muitos intérpretes entendem que esse chifre é o anticristo escatológico de 2 tess 2.
O outro chifre é descrito no capítulo 8, ele sai do Bode (império grego v. 21). Suas obras também são descritas nos v. 9-12. E segundo muitos comentaristas, trata-se aqui de Antioco Epifânio (perseguiu os judeus, deu fim aos sacrificios, ofereceu um porco no templo).
Olhando para esse assunto que também é tratado aqui por Daniel, nós temos então o terceiro assunto.
3- O POVO DE DEUS PASSARÁ POR PERSEGUIÇÕES, SOFRIMENTOS E MORTE.
Durante os reinos deste mundo o povo de Deus passará sim por sofrimentos, perseguições, dificuldades e opressões (7: 25). É justamente o que ocorre na primeira parte do livro.
Isso não é algo restrito a somente o passado ou o futuro. O povo de Deus foi perseguido no A.T, no período interbíblico, e também continua a ser perseguido nos dias de hoje.
Como então lidermos com tudo isso?
4- JESUS REINA, SEU REINO É ETERNO E O SEU POVO PERMANECERÁ
Em suas visões e profecias, Daniel não fala somente de reinos humanos e de homens maus, mas ele fala de um outro reino.
Este Reino é eterno (2: 44-45)
Este Reino será dado ao povo do Altissímo (7: 18, 27)
O Rei deste Reino eterno é o Filho do Homem (7: 9-10, 13-14). A minha pergunta aos irmãos é: QUEM É ESSE FILHO DO HOMEM? (MT 25: 31-33)
Jesus é o Filho do Homem, seu Reino é eterno, ele é quem julgará e destruirá todos os reinos deste mundo e todos os inimigos de seu povo (7: 26)
CONCLUSÃO
Deus é soberano sobre todas as coisas, sobre todos os reinos, sobre todos os reis, sobre todos os povos.
A história está nas mãos de Deus, ele a controla, nesta história nós não estamos livres de perseguições (12: 10). Mas em todas elas devemos fazer como Daniel (9: 13-14; 18-19)
E por último, as pessoas andam cegas, confusas e ansiosas pelo que virá (o que será após a pandemia?). Mas nós já sabemos o fim, não em seus detalhes (a profecia não foi dada para especularmos o futuro), mas elas nos revelam que o futuro está nas mãos poderosas de Deus.
Confiantes em Deus devemos prosseguir (11: 32).
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