Efésios e Colossenses

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Contexto Histórico

Terminamos semana passada as cartas escritas por Paulo enquanto estava em viagens missionárias, as próximas cartas que estudaremos foram escritas em um período bem diferente de vida do apóstolo.
Terminando sua 3 viagem, Paulo decidiu voltar para Jerusalém, seu desejo era de depois de comemorar a festa de pentecostes ir para Roma como podemos ver em Atos 19.21-22.

21Cumpridas estas coisas, Paulo resolveu, no seu espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e Acaia, considerando: Depois de haver estado ali, importa-me ver também Roma.

22Tendo enviado à Macedônia dois daqueles que lhe ministravam, Timóteo e Erasto, permaneceu algum tempo na Ásia.

Enquanto em Jerusalém, na festa de Pentecostes, ele quase foi assassinado por uma multidão judia no templo. Resgatado de sua violência pelo comandante romano, ele foi transportado como prisioneiro para Cesaréia, onde, por várias causas, ficou detido por dois anos no pretório de Herodes (Atos 23:35).
No final desses dois anos, Felix foi sucedido no governo da Palestina por Porcius Festus, diante de quem o apóstolo foi novamente ouvido.
Mas, julgando certo nesta crise reivindicar o privilégio de um cidadão romano, ele apelou ao imperador (Atos 25:11).
Tal apelo não podia ser desconsiderado, e Paulo foi imediatamente enviado a Roma. Após uma longa e perigosa viagem, ele finalmente chegou à cidade imperial no início da primavera, provavelmente em 61 d.C. Aqui foi permitido que ele ocupasse sua própria casa alugada, sob constante custódia militar. Esse privilégio foi concedido a ele, sem dúvida, porque ele era um cidadão romano e, como tal, não poderia ser preso sem um julgamento.
Os soldados que mantinham guarda sobre Paulo eram naturalmente trocados a intervalos freqüentes, e, portanto, ele teve a oportunidade de pregar o evangelho a muitos deles durante esses "dois anos inteiros", e com o resultado abençoado de se espalhar entre os guardas imperiais, e mesmo na casa de César, um interesse pela verdade (Filipenses 1:13). Seus aposentos eram procurados por muitos investigadores ansiosos, judeus e gentios (Atos 28:23, 30, 31), e, portanto, sua prisão "voltou-se para a promoção do evangelho" e sua "casa alugada" tornou-se o centro de uma influência graciosa que se espalhou por toda a cidade. Durante esse período, o apóstolo escreveu suas epístolas aos Colossenses, Efésios, Filipenses e Filemon.
Essa primeira prisão chegou ao fim, depois de Paulo ter sido absolvido, provavelmente porque nenhuma testemunha apareceu contra ele.
Depois de relembrar um pouco da nossa primeira aula, vamos então iniciar o estudo das cartas da prisão, como são chamadas, e para iniciar coloquei junto as cartas de Efésios e Colossenses pois como veremos elas possuem uma temática muito parecida.

Efésios

Mais do que uma carta, a Epístola aos Efésios é um escrito doutrinário e exortatório, que revela no seu autor fundamentais interesses pedagógicos e pastorais.
É uma reflexão sobre a Igreja, vista como Corpo de Cristo (1:22b–23; 4:15–16. Cf. Cl 1:18), e um sólido ensinamento sobre a salvação que Deus oferece aos pecadores (2:4–9).

Éfeso

Desde o ano 133 a.C., com uma população próxima a meio milhão de pessoas, Éfeso era a capital da província romana da Ásia e residência oficial do governador. Estava situada em um lugar privilegiado da costa do Mediterrâneo, com um porto de muito tráfego e uma importante via de comunicação com o interior da Ásia Menor.
Contribuía para aumentar o prestígio da cidade o culto à deusa Diana, em cuja honra se havia erigido um templo em Éfeso, ao qual devotos de “toda Ásia e o mundo” (At 19:23–41) acudiam em peregrinação.
O Livro de Atos faz referência a duas visitas de Paulo a Éfeso. A primeira foi breve (At 18:19–21), mas a segunda se prolongou “por três anos” (At 19:1–20:1, 31), um período cuja duração indica a importância da obra missionária realizada ali.

EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS

Uma das quatro epístolas mais curtas escritas pelo apóstolo Paulo, Efésios compartilha muitas semelhanças de estilo e conteúdo com Colossenses; deve ter sido escrita por volta da mesma época e entregues as igrejas pela mesma pessoa.
Esta carta conta com algumas peculiaridade, que fizeram alguns inclusive fizeram algumas pessoas levantarem a hipótese de que ela não era uma carta paulina e sim de outro autor.
A carta menciona o nome de Paulo (1.1; 3.1) e anuncia muitos dos grandes temas paulinos, tais como JUSTIFICAÇÃO pela fé (2.1-10) o corpo de Cristo (4.15-16). Apesar disto, a epístola tem várias diferenças notáveis com relação a cartas indiscutivelmente paulinas.
Sabemos, por exemplo, que Paulo ficou três anos em Efeso (At 19.1-40) e que os efésios estimaram seu ministério entre eles (At 20.17-38). É estranho, contudo, que Paulo lhes escreva como se eles soubessem de seu ministério apenas por rumores (3.2). Além disso, com exceção de Tíquico (6:21), Paulo não menciona nenhuma outra pessoa pelo nome.
Em virtude da natureza impessoal da epístola, além do fato de conter várias palavras e expressões não características de Paulo, alguns estudiosos suspeitam que Efésios tenha sido escrita por outra pessoa, embora isso seja improvável. Se não foi escrita por Paulo, então teria sido por alguém que entendia o pensamento de Paulo tanto quanto o próprio apóstolo. Além do mais, é improvável que uma pessoa capaz de escrever Efésios pudesse permanecer desconhecida da igreja.
Muitos pesquisadores têm esclarecido a questão da autoria sugerindo que embora a carta tenha sido, de fato, escrita por Paulo, era sua intenção torná-la uma circular, ou "carta aberta" para várias comunidades ao redor de Éfeso.
Nos manuscritos mais antigos da epístola, a frase "em Éfeso" não aparece.
Talvez tenha sido omitida para deixar espaço nas cópias da carta para a inserção de nomes de diferentes lugares. Sabe-se que Paolo fez uso de cartas circulares ocasionalmente (Cl 4.16), além disto, a teoria da circularidade contribui para o tom genérico da carta, Tendo sido Paulo o autor de Efésios, é provável que ele a tenha escrito na mesma época da epistola aos Colossenses. Tanto Efésios quanto Colossenses concordam profundamente em estilo e conteúdo. Ambas foram entregues por Tíquico (Ef 6.21; CI 4.7). Além disso, Paulo estava preso na mesma época, presumivelmente em Roma, o que sugeriria uma data no fim dos anos 50 e início dos 60.
Deixando de lado essas hipóteses sobre autoria diferente, vamos ver como a carta em sí se desenvolve.
A natureza genérica de Efésios torna difícil determinar as circunstâncias específicas que deram surgimento à epístola. É evidente, no entanto, que os leitores eram gentios (3.1), alheios a cidadania do reino de Israel (2.11), mas que, graças ao dom de Deus, desfrutavam das bênçãos espirituais de Cristo.
Nessa epístola, Paulo descreve de maneira sublime o Cristo entronizado, que é Senhor da igreja, do mundo e de toda a ordem criada.
Como o Deus que ascendeu aos céus, Cristo está completando o que começou em seu ministério terreno através da "extensão de seu corpo", a igreja. O objetivo de Cristo é concluir todas as coisas por meio dele e convergi-las nele.

ESTRUTURA DA EPÍSTOLA.

Efésios é dividida em duas metades: uma seção altamente teológica (cap. 1-3) e uma seção de apelo e aplicação éticos (cap. 4-6). Paulo começa saudando seus leitores e assegurando-lhes da bênção da graça divina - a redenção em Cristo - desde antes da fundação do mundo (1.1-14).
Em seguida, Paulo ora para que Deus Lhes conceda cada vez mais de sabedoria e da revelação espiritual (1.15-23).
O capitulo dois inicia com talvez a declaração mais clara a respeito da salvação pela graça, por meio da fé, de toda a Bíblia (2.1-10)

1Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,

2nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;

3entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.

4Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou,

5e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos,

6e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;

7para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.

8Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;

9não de obras, para que ninguém se glorie.

10Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.

Paulo continua seu ensino, mostrando que embora os efésios tivessem estado longe de Deus no passado, foram reconciliados com Deus e uns com os outros em Cristo, que é a "nossa paz" (2.11-22).
Ele mesmo foi feito apóstolo para proclamar o “mistério de Cristo” - as riquezas inesgotáveis do evangelho aos gentios (3.1-13).
A primeira metade da epístola termina com uma oração para que os efésios entendam a profundeza do amor de Cristo (3.14-19). Uma bênção conclui a seção doutrinária (3.20-21).

16para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior;

17e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor,

18a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade

19e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.

20Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,

21a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!

A transição para a segunda parte, a parte prática, é marcada por um apelo para que a vida de uma pessoa esteja em conformidade com sua fé (4.0). A comunhão cristã deveria modelar-se de acordo com a unidade da Divindade (4.1-16); os cristãos deveriam ser modelados segundo o exemplo de Cristo (4.17-5.21).
Como novo povo em Cristo deveriam andar em amor, luz e sabedoria. E para exemplificar tudo isso Paulo cita o relacionamento de Cristo com a igreja, como um modelo para maridos e esposas (5.22-33), pais e filhos (6.1-4), servos e senhores (6.5-9).
A carta termina com a solicitação para que os cristãos vistam-se de toda a armadura de Deus e permaneçam firmes contra as forças do mal (6.10-20); em seguida, são feitas as saudações finais (6.21-24).

CONTRIBUIÇÃO TEOLÓGICA.

O tema principal de Efésios é o relacionamento entre o Senhor Jesus Cristo celestial e o seu corpo terreno, a igreja. Cristo, assim, “reina acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio" (1.21) e tem posto “todas as coisas debaixo dos pés" (1.22).
Embora exaltado, ele não foi para os céus e esqueceu de seu povo. Em vez disto, identifica-se tão plenamente com a igreja, que a considera seu corpo e a preenche com sua presença (1.23; 3.19; 4.10). O relacionamento matrimonial entre marido e esposa é uma bela analogia para expressar o amor, o sacrifício e o senhorio de Cristo para com a igreja (5.22-32).

22As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;

23porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.

24Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.

25Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

26para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,

27para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

28Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama.

29Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;

30porque somos membros do seu corpo.

31Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.

32Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.

33Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.

O vínculo de Cristo com sua igreja também é descrito na unidade dos cristãos.
Aqueles que antes estavam distantes e separados de Deus foram “aproximados pelo sangue de Cristo" (2.13)

13Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo.

De fato, os cristãos ressuscitaram com Cristo e estão assentados com ele nos lugares celestiais (2.5-6).

5e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos,

6e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;

Visto que os crentes estão em Cristo, devem estar de acordo em ser como Ele, Paulo, roga aos cristãos para que "andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (4.1). Tal apelo é um discernimento útil a respeito da ética cristã. Em vez de estabelecer leis e regulamentações, Paulo afirma que a vida do cristão deve ser atribuída àquele que nos chamou. O cristão é liberto por Cristo; no entanto, é responsável diante dele. (4.1-6).

1Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,

2com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,

3esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;

4há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;

5há um só Senhor, uma só fé, um só batismo;

6um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.

Paulo faz várias declarações sobre como os crentes podem honrar Jesus (4.17-5.9), mas o objetivo não é o mérito pessoal através da moralidade. Em vez de ter como alvo pessoas de bem, Paulo tem em mente pessoas diferentes, a pessoa perfeita", de acordo com a estatura de Cristo (4.13). Essa maturidade deve-se referir à desejada - ainda não alcançada - unidade da igreja. E encerra sua carta mostrando a forma como o cristão, nessa nova vida, deve lutar contra o pecado e contra sua velha natureza, para conseguir ser o reflexo de Cristo, para que a igreja consiga ser verdadeiramente o corpo de Cristo devemos estar sempre prontos para a batalha, usando a armadura que nos é fornecida no capítulo 6.10-20.

10Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.

11Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;

12porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

13Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.

14Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.

15Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;

16embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.

17Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

18com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos

19e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,

20pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.

EPÍSTOLA AOS COLOSSENSES

A epístola aos Colossenses destaca a pessoa e a obra de Jesus Cristo. A epístola apresenta muitas semelhanças em estilo e conteúdo com relação a Efésios.
A informação que atualmente possuímos da cidade de Colossos é escassa. Sabemos que se erguia às margens do rio Lico, afluente do Meandro, a uns 175 km a leste de Éfeso; e que, do ponto de vista administrativo, pertencia à província romana da Ásia.
Houve uma época em que gozou de certo prestígio comercial, mas a partir do ano 61 d.C., depois de um violento terremoto, entrou em processo de tanta decadência, que logo chegou quase ao desaparecimento total.
Também não se têm muitas notícias da igreja de Colossos, que, para Paulo, era pessoalmente desconhecida na data em que escreveu esta epístola (1:4; 2:1). Algumas vezes havia passado pela região de Frígia (At 16:6; 18:23), mas sem visitar a cidade.
A pregação do evangelho naquela região da Ásia Menor havia sido confiada a Epafras, residente em Colossos (4:12) e talvez o fundador da igreja. A ele o apóstolo se refere com claro afeto, chamando-o de “amado conservo” (1:7; cf. Fm 23) e Paulo o relaciona ainda com comunidades cristãs de outras duas cidades: Laodicéia, onde possivelmente a igreja tenha chegado a ter certa importância, e Hierápolis (2:1; 4:13, 15–16).

3Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós,

4desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos;

5por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,

6que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade;

7segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo e, quanto a vós outros, fiel ministro de Cristo,

8o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.

Os crentes que se reuniam em Colossos constituíam um grupo principalmente de procedência gentílica, composto por pessoas que, na sua maioria, se não na sua totalidade, haviam antes professado alguma forma de culto pagão.
Paulo escreveu a epístola da prisão (4.3, 10, 18), mas não indicou onde estava preso. Há sugestões quanto a Cesaréia e Éfeso; o lugar mais provável, porém, é Roma (At 28.30). Sendo assim, a epístola seria datada no final dos anos 50 ou inicio dos 60.
Falsos ensinos haviam crescido em Colossos. Estes eram uma combinação de leis judaicas (2.16) de especulações pagãs (2.8): é possível que isto tenha sido resultante de uma forma primitiva de GNOSTICISMO (Doutrina que acredita que o conhecimento era o caminho para a salvação, e os “iluminados” por esse conhecimento viviam coo seres superiores).
Tal ensino pretendia acrescentar algo ao evangelho, que, ao menos indiretamente, havia surgido de Paulo.
Parte dos acréscimos mencionados pelo apóstolo são festas e observâncias, algumas das quais relacionadas a ASTROLOGIA (2.16), além de uma lista de regras (2.20). Tais práticas haviam sido incluídas em um tipo de filosofia na qual os anjos desempenhavam uma função especial (2.18); Paulo chama tal filosofia de "rudimentos do mundo" (2.8).

8Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;

ESTRUTURA DA EPÍSTOLA.

Colossenses divide-se praticamente, como a maioria das epístolas de Paulo, em uma seção doutrinária (cap. 1-2) e outra prática (cap 3-4).
Após a abertura inicial (1.1-2), Paulo expressa sua gratidão pela fé, pelo amor, a esperança e pelo exemplo dos Colossenses (1.3-8). Em seguida, desenvolve um hino majestoso a Cristo, enfatizando sua função na criação e na redenção (1.13-23).
A luz do insuperável valor de Cristo e de sua obra, Paulo prontamente aceita o compromisso de proclamar Cristo e de sofrer por ele (1.24-2.5).
Ele também apela aos Colossenses para que se firmem em Cristo, em vez de seguirem especulações confusas (2.6-23).

6Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,

7nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.

16Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,

17porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.

18Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal,

19e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.

A obediência a tais práticas não vence o pecado

20Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças:

21não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro,

22segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.

23Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade

Na segunda seção, Paulo insiste que os cristãos de Colossos moldem seu comportamento de acordo com sua fé.
Visto que os crentes compartilham da ressurreição em Cristo (3.1-4), Paulo encoraja-os a continuar vivendo para agradar a Deus.

1Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.

2Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;

3porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.

4Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.

Recomenda ainda que se despojem" dos maus hábitos e "se revistam" do caráter de Cristo (3.5-17).

8Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar.

9Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos

10e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;

O verdadeiro cristianismo também age sobre os relacionamentos sociais entre maridos e esposas (3.18-19), pais e filhos (3,20-21), escravos e donos (3.22.4.1). Paulo conclui com uma nota sobre o testemunho aos descrentes (4.2-6) e com suas habituais saudações (4.7-18). Paulo desmascara na carta aos Colossenses o falso ensino, tratando-o como "vãs sutilezas dos homens” (2.8), que têm "aparência de sabedoria” (2.23), mas sem proveito algum. Declara que o acréscimo de tais coisas enfraquece a fé, em vez de fortalecê-la (2.20). No entanto, Paulo vai além de denunciar o falso ensino, mostra que a melhor forma de corrigir isso é firmar-se na pessoa de Jesus Cristo e no que Ele fez por nossa salvação.
Em Cristo, "todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (2.3) e nele "reside toda a plenitude" (1.19). De fato, Cristo "é a imagem do Deus invisível" (1.15). Ele despojou todos os poderes e principados que se lhe opunham (2.15), cancelou todas as acusações contra nós (2.14) e realmente reconciliou "consigo mesmo todas as coisas" (1.10).
Jesus não é apenas o cabeça da igreja (1.18), como também é antes dos tempos, está acima de todo o poder e é o fim de toda a história (1.16).
Essa bela epístola sobre a majestade de Jesus Cristo fala a respeito de nós tanto quanto dos Colossenses. Lembra-nos que Jesus Cristo é suficiente para cada necessidade e continua sendo o maior poder no mundo.

Aplicação

Para finalizarmos essa aula e aplicarmos os conceitos que ambas as cartas ensinam, sobre o Reinado de Cristo em nossa vida que aplica-los agora ao nosso momento atual, nessa pandemia, onde muitos de nós estamos ainda trancados em casa, nesse isolamento social.
E para isso deixo a vocês os conselhos que o apóstolo Paulo deu à igreja de Éfeso (e que foram repetidos depois em Colossenses), que considero como que sendo mandamentos para uma boa convivência no lar durante essa quarentena.
Estão em Efésios nos capítulos 5 e 6. Acompanhem junto comigo ai em sua casa.

15Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios,

16remindo o tempo, porque os dias são maus.

19falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais,

21sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

22As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;

25Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

1Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.

4E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.

10Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.

Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios,aproveitando ao máximo cada oportunidade (Ef5:15,16), não abusem meus irmãos, o problema é real, a doença é seria, vivam com sabedoria, escolham com sabedoria o momento de sair de casa, onde e quando comprar aquilo que é necessário, não comentam insensatez.
Falem entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor (Ef5:19), quando for falar com seus familiares observe como você está falando, seja alegre, cortes e louve a Deus com seu falar, todos estamos passando pelas mesmas lutas, aflições e angustias.
Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo (Ef5:21), se coloque no lugar da outra pessoa, lembre que ela também está isolada e possivelmente com os mesmos sentimentos que você.
Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor (Ef5:22), que o mesmo respeito e confiança que você tem para com Deus possa refletir na forma que você trata seu marido, sujeite-se humildemente a ele, não porque ele é de alguma forma superior a você, mas porque é essa dinâmica de humildade de uns para com os outros que Deus espera de nosso lar. Lembre-se que a ordem do versículo anterior é para os dois.
Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela (Ef 5:25), maridos demonstrem amor por suas esposas, cuidem delas, sejam um forte um refugio seguro para elas em meio a essa crise, sejam homens carinhosos, amorosos, surpreendam sua esposa com um jantar, ou noite divertida, tudo isso pode ser feito mesmo dentro de casa.
Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo (Ef 6:1), não sejam rebeldes, estamos passando por um tempo delicado, as emoções estão mais afloradas, e a rebeldia só vai trazer mais discórdia para dentro do lar, dediquem-se a ajudar seus pais, e não ser mais um peso.
Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor (Ef 6:4), pais aproveitem esse momento para criar vínculos espirituais com seus filhos, cresçam em comunhão com eles, se não havia o costume de momentos de leitura e compartilhar criem isso, orem juntos, amadureçam juntos, não existe momento melhor do que esse para isso.
Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder (Ef6:10), só com ajuda de Deus poderemos passar por esse momento, que nosso Senhor nos fortaleça e nos capacite diariamente a seguir firmes e fortes, e que saiamos desse período melhores do que quando tudo isso começou, melhores amigos, melhores familiares, melhores empregados, patrões e acima de tudo, melhores em nossa fé e comunhão para com Deus.
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