A VITÓRIA É DO SENHOR (JZ 6)

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INTRODUÇÃO

Ao longo da história do cinema muitos filmes fizeram sucesso
Alguns gêneros se destacam, entre eles o de guerra. Principalmente se for baseado em fatos reais
Alguns fatores despertam ainda mais interesse (batalhas desproporcionais)
No texto que lemos temos uma batalha desproporcional
Mas também temos coisas que não estamos acostumados (os vencedores não são os responsáveis pela vitória, e ela acontece de uma forma surpreendente e bem diferente do que estamos acostumados)
É sobre essa batalha histórica, real, que eu gostaria de falar com os irmãos nessa noite.

CONTEXTO

O livro de Juízes descreve um perído de 350 anos da história do povo de Deus no A.T.
Mas no livro de juízes 2 fatores são importantes para nossa compreensão:
Israel não tinha mais um líder do porte de Moisés e Josué. E este é o clamor do livro
A geração de Israelitas aqui no livro é caracterizada de forma triste (2: 10)
A consequência disso é que o povo que temos no livro de Juízes era um povo depravado, infiel, impuro e que havia deixado o Senhor. Lembrando-se dele somente nos momentos de opressão.
É basicamente esse o pano de fundo do livro dos Juízes.
A OPRESSÃO DOS INIMIGOS (6: 1-6)
PRIMEIRA COISA: A opressão tinha um motivo (v. 1). O povo já havia sido avisado das consequências da desobediência.
SEGUNDA COISA: Os inimigos aqui são os Midianitas, os Amalequitas e outros (v. 3)
TERCEIRA COISA: A opressão era realmente forte, ao ponto do povo se esconder (v. 2) e o sustento do povo ser retirado (v. 4-5)
QUARTA COISA: Com a opressão no pescoço, o povo resolve se lembrar de Deus (v. 6)
APLICAÇÃO: Israel sabia do seu dever se andar em obediência ao Senhor que a amou, escolheu e salvou. Sabia também que nos momentos de dificuldades, em que o povo estivesse diante de inimigos, deviam buscar Refúgio somente em Deus. Mas ao longo da história eles buscaram refúgios em homens, e aqui tentam construir sua própria segurança. Muitas vezes nós somos assim.
2. VOCÊS NÃO MERECEM, MAS EU VOU SALVÁ-LOS (6: 7-10)
Diante do clamor do povo a resposta do Senhor vem por meio de um profeta (v. 7-8)
Aos olharmos para as palavras do Senhor percebemos que Deus menciona alguns de seus feitos em favor do povo de Israel.
Deus está deixando claro que não havia motivos para o povo abandoná-lo ou se queixar dele. O que estava acontecendo era perfeitamente justo.
No entanto, o mesmo Senhor que é justo, é também misericordioso, e mesmo o povo não merecendo ele iria salvá-los daquela opressão.
APLICAÇÃO: É de grande tolice quando o homem não reconhece o Senhor como a fonte de toda boa dádiva, sendo grato a ele e lhe rendendo graças. Quanto maior é a tolice quando o próprio povo de Deus age dessa forma. Muitas vezes nos juntamos aos que não conhecem ao Senhor e passamos a viver uma vida de ingratidão ou indiferença para com os benefícios de Deus, inclusive o maior deles, a salvação em Cristo. (SL 103: 1-2)
3. A ESCOLHA DO LIBERTADOR (6: 11-14)
Esse libertador é apresentado no v. 11. Seu Nome é Gideão.
As palavras do Anjo do Senhor e a reação de Gideão (v. 12-13). O Anjo não responde de forma específica, mas nós temos a resposta (v. 1)
A forma com que o Anjo do Senhor se refere a Gideão pode fazer com que o leitor pense que Gideão era alguém capacitado (v. 12).
A nossa forma de agir é escolher os melhores (futebol)
Mas não é isso que acontece aqui: Gideão era um homem simples (v. 15), ele mesmo sabia de sua incapacidade, e inclusive demora pra atender aquele chamado do Senhor (v. 19-21; 36-40)
O que temos diante de nós meus irmãos é Deus escolhendo um homem que, aos olhos humanos, certamente não seria escolhido para tão grande tarefa. E essa forma de Deus agir tem muito a nos ensinar:
As escolhas de Deus são surpreendentes, elas são estranhas ao homem, pois são feitas de uma forma diferente da que o homem está acostumado. Deus escolheu um homem simples, sem nenhuma força ou habilidade para libertar seu povo, ele já havia feito isso com Moisés (com suas limitações), ele faria isso posteriormente ao escolher o irmão mais novo de uma família para reinar em Israel.
O Apóstolo Paulo nos ensina que Deus escolheu as coisas loucas e fracas deste mundo para confundir as fortes e sábias. Deus escolheu uma pequena nação no A.T para ser o seu povo, Deus escolheu uma multidão de pecadores, pecadores que eram seus inimigos, para salvá-los e ter comunhão com eles.
Este é o nosso Deus, e quando ele age dessa forma nós aprendemos muito sobre ele:
Nós aprendemos que ele é autossuficiente e não depende de homens para cumprir seus propósitos, ele não depende de homens fortes e capacitados. Ser autossuficiente e todo poderoso lhe permite escolher os mais fracos para fazer parte de seu exército.
Nós aprendemos que a sabedoria de Deus é incomparável, pois essas escolhas que no início podem parecer loucura aos olhos humanos, vão se demonstrar mais sábias e efetivas do que a sabedoria humana.
Podemos resumir esta parte (o chamado do libertador) fazendo uso de uma frase dita pelo Rev. Hernandes Dias Lopes: Deus não escolhe os capacitados, mas Deus capacita os escolhidos (6: 34)
Após o chamado de Gideão, nós vamos ter então a libertação, Deus vai libertar o seu povo, e isto novamente tem muito a nos ensinar.
4. A SALVAÇÃO
7: 1-2: Gideão se levanta para a batalha, mas antes ele ouve o Senhor falando com ele.
Deus conhecia o coração daquele povo, ele sabe do orgulho e idolatria do coração do homem. Como nos filmes, o exército poderia receber toda a glória, mas aqui não, Deus não divide sua glória com ninguém.
Inicia-se um processo de filtragem até chegar na quantidade que Deus quis (v. 7)
Talvez alguém pense que esse número não é tão pequeno assim, talvez aquele exército fosse como o de Leônidas no Filme 300. Mas a realidade não era assim:
Tratando-se de Números: 300 Soldados contra 135.000. Isso significa que cada homem de Gideão deveria eliminar 450 soldados inimigos.
Tratando-se de armas: Soldados inimigos com espadas x TROMBETAS.... (7: 16)
Aos olhos humanos uma batalha perdida. Mas o impossível acontece, o exército de Gideão vence, os Reis Midianitas são mortos.
Mas essa é uma visão muito superficial da vitória, precisamos olhar com mais atenção e profundidade para entender realmente o que a trouxe:
Gideão fez uso de estratégia (v. 16-18). Será que a vitória veio pela estratégia utilizada? Nos filmes muitas vezes é assim. Mas aqui não;
Vamos ler os v. 22. Deus fez com que os Midianitas atacassem uns aos outros, e aqueles que fugiram inicialmente foram entregues nas mãos dos Israelitas.
Os soldados inimigos estavam em maior número, eram mais capacitados e estavam mais bem armados. Mas Gideão tinha ao seu lado algo que eles não tinham.
Ao lado de Gideão e daqueles 300 homens estava O SENHOR DOS EXÉRCITOS, O ESCUDO E A FORÇA DE ISRAEL. Ele é o autor daquela Vitória.
E novamente aqui temos lições a aprender:
O povo de Deus pode fazer uso de estratégias em suas batalhas e tarefas (v. 16-18), mas a vitória vem do Senhor, é ele quem vai a frente do seu povo lhe dando a vitória sobre seus inimigos.
Para Deus tanto faz salvar com muitos ou com poucos (1SM 14: 6), tanto faz se o povo ou exército a quem ele se dispõe a ajudar é grande ou pequeno. Na verdade quando olhamos para o livro de Juízes, nós vemos Deus salvando com muitos (Otiniel cp 3), com poucos (Gideão) e até mesmo com um só (Sansão e os filisteus)
A força não está nos lideres, não está no exército, mas está naquele que é o Senhor dos Exércitos. Diz o Salmista: O SENHOR É A MINHA FORÇA E O MEU ESCUDO.
A história de Gideão nos apresenta importantes temas como, por exemplo, os pecados do povo, a opressão dos inimigos, o amor de Deus pelo seu povo, a escolha de um líder e salvador que estivesse a frente do povo, e a salvação milagrosa que revelou o poder de Deus.
Mas essa história está dentro de uma história maior:
A bíblia nos ensina que Deus se voltou livremente com amor, graça e misericórdia para um povo, este povo estava debaixo de uma opressão muito maior do que a dos Midianitas.
Para libertar esse povo, Deus enviou um Salvador, o seu próprio Filho Jesus.
Diferente de Gideão que questiona o seu chamado e demora um tempo para atendê-lo, O Filho de Deus atende imediatamente a vontade do Pai, ao mesmo tempo em que voluntariamente se apresenta para cumprir a grande obra de salvar um povo.
Diferente de Gideão que não pode salvar o povo em todos os sentidos (pois o povo se corrompeu novamente) e de forma definitiva (outras opressões vieram), por meio de Jesus, Deus nos salvou por competo e de forma definitiva.
Jesus é o Rei e Lider que o livro de Juízes clama.
ALGUMAS APLICAÇÕES PARA CONCLUÍRMOS
A nossa Igreja é pequena (número de membros), e isso pode fazer com que muitas vezes pensemos que não dá pra fazer muita coisa, e isso tende a nos levar a uma estagnação. Mas essa não é a vontade de Deus para nós irmãos.
Deus quer que entendamos que ele é a nossa força, é ele quem vai a nossa frente. Jesus é aquele que anda entre os candeeiros (igreja), e não é somente nas Igrejas grandes, mas nas menores também.
Precisamos crer que Deus pode nos usar para grandes obras no seu Reino, nós como um todo, e também cada um de nós como parte desse todo.
Também precisamos entender que nossas batalhas não são físicas, e as nossas armas não são carnais, mas poderosas em Deus para destruir qualquer fortaleza.
Podemos estabelecer estratégias, usar recursos para melhorar em um alguns aspectos, mas jamais poderemos avançar sem depender de Deus, jamais poderemos avançar sem fazer uso das armadura que ele nos deu.
Deus quer que respondamos o seu chamado que vem por meio de sua palavra. Não precisamos de sinais como Gideão exigiu. Hoje Deus fala por meio de sua palavra, e nós a temos em mãos. E nela Deus nos chama para sermos instrumentos em suas mãos para que, em nós e por meio de nós, Deus seja glorificado.
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