IPVM no Lar | Tiago 5.19-20
Exposição na epístola de Tiago • Sermon • Submitted
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· 179 viewsEstudo bíblico expositivo na Carta de Tiago 1.12, baseado nos comentários: Kistemaker, S. J. (2006). Tiago e Epístolas de João. (C. A. B. Marra, Org., S. Klassen, Trad.) (1a edição). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã. / Grünzweig, F. (2008). Comentário Esperança, Carta de Tiago. Curitiba: Editora Evangélica Esperança. / Calvino, J. (2015). Epístolas Gerais. (T. J. Santos Filho & F. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição). São José dos Campos, SP: Editora FIEL. / Blomberg, C. L., & Kamell, M. J. (2008). James (Vol. 16). Grand Rapids, MI: Zondervan. / Dibelius, M., & Greeven, H. (1976). James: a commentary on the Epistle of James. Philadelphia: Fortress Press.
Notes
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Handout
Salvando o desviado - Cuidado mútuo
Salvando o desviado - Cuidado mútuo
Tiago dá continuidade ao tema da paciência nesses dois últimos versículos de sua epístola.
A conclusão não apresenta as esperadas saudações e a bênção, de modo que o final não é o de uma carta, mas de um livro.
De qualquer maneira, o discurso continua sendo pessoal e íntimo.
19 Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter,
19 Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter,
20 sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.
20 sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados.
Nesses dois últimos versículos de sua epístola, Tiago ressalta a responsabilidade conjunta que os cristãos têm uns para com os outros.
Eles não apenas confessam pecados e oram juntos, mas devem também exercitar o cuidado espiritual, que é mútuo e benéfico.
Esse cuidado deve ser administrado individualmente ao crente por meio do aconselhamento pessoal e à igreja por meio da pregação da Palavra.
a. Condição.
a. Condição.
“Se um dentre vós se desviar da verdade”.
Tiago trata o indivíduo separadamente dentro da comunidade quando se refere a “um de vocês” ou “alguém” (vs. 13 e 14).
Se alguém que pertence à igreja por acaso se desviar da verdade, seja por escolha própria ou sob a influência de outros (ver Tg 1.16), os crentes devem saber que são responsáveis pelo bem-estar espiritual desse irmão ou irmã que se desviou.
Num certo sentido, Tiago proclama a mesma mensagem de urgência comunicada pelo autor da epístola aos Hebreus: (Hb 3.12-13).
12 Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; 13 pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado.
Os leitores devem praticar o cuidado mútuo (Gl 6.1), de modo que os crentes mantenham-se apegados à verdade.
“Se desviar da verdade”.
Com efeito, Tiago admoesta o povo a não se desviar da revelação de Deus.
A verdade, portanto, é a plenitude do evangelho.
Ele já os informou que receberam seu nascimento espiritual “pela palavra da verdade” (Tg 1.18) e os aconselhou a não negar a verdade – “nem neguem a verdade” (Tg 3.14).
“E alguém o converter”.
Os membros da igreja que caíram em erro não estão, necessariamente, esperando passivamente que sejam levados de volta à verdade.
Não são como ovelhas que se desgarraram e estão aguardando, pacientemente, o pastor que irá salvá-las.
Reprovar com tato uma pessoa que está desviada da verdade é uma das tarefas mais difíceis no trabalho da igreja.
“sabeis”.
Na verdade, a colocação no grego é a seguinte: “Alguém que está trazendo o pecador de volta para a verdade deve saber que aquele que leva o pecador a deixar o seu erro está salvando-o da morte e cobre uma multidão de pecados”.
Essa regra de conduta é tão conhecida que Tiago considera suficiente citá-la como uma simples recapitulação.
b. Regra.
b. Regra.
“Aquele que converte o pecador do seu caminho errado”.
Qualquer membro da congregação sabe que deve cuidar das necessidades espirituais de um outro membro.
Se alguém da igreja se desvia da verdade e cai nas armadilhas de Satanás, os outros membros devem estar preparados para resgatar o desviado.
Se não advertirmos a pessoa ou falarmos sobre o assunto, nós mesmos somos culpados, pois Deus nos responsabiliza por isso (Ez 3.17–19).
Somos guardadores de nosso irmão. Com sabedoria e tato, portanto, devemos mostrar ao irmão o erro de sua conduta e gentilmente restaurá-lo.
“O salvará da morte”.
Quando estendemos a mão para resgatar aquele que está perecendo no pecado, procuramos salvar sua alma.
Vemos o pecador correndo perigo de morrer eternamente e ser excluído da vida eterna.
Devemos nos lembrar, porém, de que Deus nos usa como instrumentos para restaurar o relacionamento espiritual entre Deus e homem.
A salvação, portanto, é e continua sendo obra de Deus. Somos apenas companheiros que trabalham para Deus (1Co 3.9).
“E cobrirá multidão de pecados”.
Essa última declaração nesse versículo não deve ser entendida literalmente, pois o ser humano é incapaz de cobrir pecados.
As Escrituras nos ensinam que não é o ser humano, mas Deus, que tem a autoridade de perdoar.
A expressão cobrir se refere implicitamente ao ato de Deus de perdoar o pecado (ver, como exemplo, Sl 32.1; 85.2).
O que Tiago está procurando transmitir com essa alusão a Provérbios?
Nas palavras de Calvino, “Tiago ensina aqui algo mais elevado, isto é, que os pecados são apagados diante de Deus; assim também Salomão declarou que este é um dos frutos do amor – ele cobre os pecados; mas não há melhor ou mais excelente maneira de cobri-los do que quando são completamente eliminados na presença de Deus”.
Quando Deus perdoa o pecado, aceita o pecador como se este nunca tivesse cometido transgressão alguma.
Ele afasta o pecado tanto quanto o Oriente dista do Ocidente (Sl 103.12) e cobre o pecador com um manto imaculado de retidão.
É claro que Deus perdoa o pecador por causa do sacrifício de Jesus Cristo.
Nesse último versículo de sua epístola, Tiago não se refere ao trabalho meritório de Jesus, mas à graça de Deus ao perdoar os pecadores.
Sua intenção é mostrar que os cristãos perdoados devem trabalhar juntos para o bem-estar mútuo da igreja.
Resumo do capítulo 5
Resumo do capítulo 5
Nos primeiros versículos desse capítulo, Tiago repreende os ricos que, em sua cegueira espiritual, acumularam riquezas e descobriram que seus bens tornaram-se inúteis.
Em seguida, Tiago exorta os leitores de sua epístola a praticarem a paciência e manterem-se firmes, esperando pela vinda do Senhor.
Ele recorre ao uso de exemplos (o lavrador, os profetas e Jó) para reforçar sua exortação. Sabendo das características de seu povo, ele o admoesta a não fazer juramentos, mas, a dizer sempre a verdade.
Na última parte do capítulo, o autor apresenta algumas instruções sobre o viver cristão pleno durante tempos de adversidade, alegria, enfermidade e pecado.
Enfatiza a oração como fonte de poder e ilustra esse ponto citando um exemplo da vida de Elias.
Em seu comentário final, Tiago lembra os leitores de sua responsabilidade conjunta para com a pessoa que se desvia da verdade.