O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

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INTRODUÇÃO

Ao longo de nossos estudos sobre o A.T nós encontramos um povo fraco, oscilante que não permanecia firme por muito tempo. Mas encontramos também um Deus fiel, justo e que sempre falava com aquele povo por meio de profetas que eram levantados por ele (EX AGEU E ZACARIAS)
Podemos dizer então que embora o povo tenha desprezado a palavra de Deus, aquele povo era acostumado com Profetas, Profecias, Palavra de Deus.
Se olharmos para a bíblia, de forma superficial, e sua divisão em dois testamentos, a impressão que se dá é a de que essa comunicação da palavra de Deus foi feita de forma contínua, ininterrupta. Mas não é isso que acontece.
Após o retorno do cativeiro, Deus levanta ainda profetas para levar sua mensagem aos judeus, Nós estudamos na última semana sobre esses profetas pós exílio, Ageu, Zacarias e Malaquias.
De forma mais específica, o profeta Malaquias foi o último profeta nos moldes velhotestamentário. Após Malaquias fechar sua boca, após o fechamento do canôn do A.T, inicia-se um período de silêncio chamado de Período Intertestamentário, Interbíblico ou de Silêncio. É sobre isso que eu gostaria de falar rapidamente com os irmãos.
Eu fiquei responsável pela parte histórica, e eu trouxe a vocês informações resumidas desse período, pois acho que assim será mais proveitoso.
POR QUE PERÍODO DO SILÊNCIO?
A resposta é simples, ele é chamado assim porque nesses 400 anos (tempo do período) nenhum profeta foi levantado por Deus.
É importante ter claro em mente que isso não significa que Deus não estava agindo, o mundo estava sem controle ou coisa parecida. Deus continuou no controle de todas as coisas e mais, ele continuou a preparar o “terreno’ para a vinda de seu Filho Jesus. Inclusive muitos entendem que nesse período alguns acontecimentos ocorreram como cumprimento da palavra de DEUS (EX DANIEL).
Outra coisa importante é que esse período tem fim com a palavra do Senhor sendo anunciada novamente por meio de João Batista, o que inclusive cumpre a profecia de Malaquias (4: 5)
QUAIS AS FONTES PARA CONHECER ESSE PERÍODO?
Hoje há um número maior de livros e comentários, inclusive em algumas bíblias, a respeito desse período. E são basicamente duas as principais fontes utilizadas: O Historiador Flávio Josefo, que viveu no primeiro século (37 d.C-100 d.C), um homem muito conhecido e respeitado, e também o material que nós conhecemos como livros apócrifos que, em matéria de história, podem ser utilizados.
A MUDANÇA NO PODER
Quando estudamos o livro do profeta Daniel, nós vimos lá ele interpretando os sonhos do rei como uma referência aos grandes impérios que se levantariam (Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano)
O Império Medo-Persa foi o responsável, pela mão de seu rei Ciro, pelo decreto que permitiu o retorno dos judeus a Jerusalém.
No entanto, entre 334 a.C e 331 a.C, um novo Império se levanta, o império Grego sob a liderança de um nome muito conhecido, Alexandre, o Grande. Ele derrota o rei persa Dario III, e fica com todas as terras que antes pertenciam a ele. (DN 8: 5-6, 20-21)
O povo judeu passa então a viver debaixo do controle grego.
Este então é o primeiro ponto de destaque de hoje referente a esse período, e esse acontecimento vai afetar o povo judeu, que agora é apenas um povo pequeno vivendo em um território, sob o domínio de outros.
ALEXANDRE, O GRANDE
Há muitas coisas que se fala a respeito de Alexandre: Sua criação aos pés de Aristóteles; alguns falam de sua sexualidade, etc. Mas isso não nos interessa.
O importante para nós são as seguintes informações:
Alexandre amava, adimirava a cultura grega (filosofia, artes, lingua, etc.)
Diante disso, o seu objetivo era criar um mundo unido pela língua e cultura grega. Todos iriam falar e ler grego, todos iriam se alimentar do pensamento grego, de seus costumes, etc.
Esse processo ficou conhecido como Helenização. Isso atingiu também os judeus (AT 6: 1). Um nome também muito conhecido foi Filo de Alenxandria, um judeu que teve influência na interpretação bíblica dos primeiros séculos, que queria unir a bíblia com a filosofia grega. Isso era fruto daquilo que havia ocorrido anteriormente, a helenização.
PERGUNTA: A política de helenização fez com que o grego fosse a língua primeira de todos (FRANCA). Isso parece exaltar o grande poder de Alexandre. Mas em qual idioma o N.T foi escrito? Em qual língua pregaram os primeiros missionários? Quem estava realmente por trás de tudo isso, Alexandre ou Deus?
A mão do Senhor estava sobre isso meus irmãos.
A MORTE DE ALEXANDRE E A DIVISÃO DO SEU REINO
Alexandre morreu cedo, com 33 anos de idade. Sua ascensão foi rápida e sua morte também.
Ele não teve um descendente direto, e após sua morte o seu Reino foi divido entre 4 de seus generais. O que pra alguns é exatamente o que é profetizado por Daniel em 8: 8, 22; 11: 4.
MAPA
Entre essas 4 porções do reino de Alexandre que foi dividido, 2 ganham destaques, a dos Ptolomeus e a dos Seleucidas. Que acabaram por fundar duas dinastias.
Os Ptolomeus tinham o seu centro no Egito e os Seleucidas tinham o seu centro na Síria.
PERGUNTA: Observem o mapa e tentem encontrar algo curioso e importante sobre o povo de Deus nessa divisão.
OS PTOLOMEUS X SELEUCIDAS E SUA RELAÇÃO COM OS JUDEUS
A palestina se tornou vitíma e objeto da rivalidade entre essas duas dinastias.
No entanto, de início, por um pouco mais de 100 anos, a região da Plaestina foi dominada pelos Ptolomeus.
Sob este domínio o povo judeu tinha certa liberdade religiosa. Foi neste período que, segundo alguns estudiosos, surgiu a SEPTUAGINTA, versão grega do A.T. (72 Eruditos Judeus).
A VITÓRIA DOS SELEUCIDAS E A PERSEGUIÇÃO DE ANTIOCO EPIFÂNIO
O domínio dos Ptolomeus durou até por volta de 198 a.C. Foi quando Antíoco III, o Grande, derrotou Ptolomeu V e tomou o controle da Palestina. Os judeus passam então a estar agora sob o controle dos seleucidas.
De início houve também uma certa tolerância para com as questões religiosas dos judeus, mas elas só duraram até o surgimento do próximo governante seleucida chamado de Antíoco Epifânio IV.
O QUE ANTÍOCO EPIFÂNIO FEZ COM OS JUDEUS?
Ao ver seu império cair em decadência, este homem investiu fortemente no processo de helenização dos judeus, seu objetivo era erradicar a religião judaica, acabar com tudo. Ele inicia então um processo de forte perseguição contra os judeus.
Ele fez trocas no Sumo Sacerdote, colocando homens que se submetiam a ele no processo de helenização.
Ele profanou e saqueou o templo dos judeus. Inclusive colocando uma imagem e um altar a Zeus foram colocados dentro do templo.
Ele ofereceu sacríficios de animais impuros para os judeus ali no templo. E inclusive obrigou os judeus a comerem carne de porco.
Ele proibiu a guarda do sábado e também das festas judaicas. Proibiu a circuncisão.
Ele também ordenou que cópias da Torah fossem destruídas. Judeus foram mortos nessa perseguição.
A perseguição de Antíoco Epifânio IV foi tão cruel ao povo judeu, que muitos estudiosos o enxergam como um tipo de Anticristo.
OS MACABEUS
Um dos livros Apócrifos mais conhecidos e talvez o de maior destaque é o livro dos Macabeus. Um livro que traz importantes informações a respeito de um fato muito importante daquela época.
Um sacerdote idoso chamado Matatias, juntamente com seus 5 filhos, inicia um movimento de resistência contra a opressão de Epifânio. Este movimento ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus (por causa de Judas Macabeu, um dos filhos de Matatias e o líder do movimento).
Depois de 24 anos de guerra, os judeus finalmente conquistaram sua independência. Eles consagraram novamente o templo, conquistaram a Palestina e expulsaram as tropas Sírias.
Deu-se início a uma dinástia, a dinástia dos Macabeus (Hasmoneus). Eles acabaram assumindo o domínio total sobre o povo, inclusive tomando pra si o ofício de Sumo Sacerdote, embora não fossem da linhagem de Zadoque.
Com o passar do tempo houve grande disputa entre os prórpios Macebeus, na disputa pelo poder. Houve também a adoção do processo de helenização, em que os judeus ortodoxos foram sendo deixados de lado.
O IMPÉRIO ROMANO E O FIM DA DINÁSTIA DOS MACABEUS
Ao mesmo tempo em que ocorriam essas disputas na dinástia dos hasmoneus, um novo grande império se levantava, o império Romano (Daniel)
E no ano de 63 a.C, um General Romano chamado Pompeu, interveio no conflito de poder existente entre dois pretendentes ao ofício de Sumo Sacerdote, e assim colocou a Palestina sobre o domínio do Império Romano.
Os romanos colocaram então no governo da Judeia, um personagem bem conhecido nosso no N.T que foi Herodes, o Grande, e posteriormente os seus descendentes.
Este é um pouco do contexto histórico desses anos de silêncio (que não foram de tão silêncio assim ), e que montaram o cenário do N.T.
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