A AÇÃO DE DEUS EM UM MUNDO CORROMPIDO

Referência: Gênesis 6   •  Sermon  •  Submitted
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ICT - Deus anunciou destruir o mundo por causa dos ímpios, porém fez uma Aliança com Noé para preservação da criação.
TESE - Deus punirá os impíos, porém preservará os justos por meio da Aliança firmada em Cristo.
Propósito Básico - Devocional/Evangelístico
Propósito Específico - Desafiar os crentes a ser fieis a Cristo nos últimos dias, descansando em sua salvação. Bem como persuadir os descrentes a se refugiar em Cristo para a salvação no dia do Juízo.

INTRODUÇÃO

Uma das maiores tragédias que abalaram o mundo antigo foi a destruição da cidade de romana de Pompeia onde hoje é o sul da Itália, pela erupção do monte Vesúvio em outubro do ano 79 d.C. Mas Pompeia, embora destruída repentinamente, não ficou sem avisos prévios da catástrofe que aconteceria. O vulcão que ficava há poucos quilômetros da cidade já tinha entrado em erupção outras vezes causando destruição na região, e poucos anos antes, os terremotos tinham se intensificado em graus enormes, provocando a destruição de muitos edifícios. Mas mesmo esses avisos da natureza não serviram para alertar a população sobre o que aconteceria. Embora muitos tenham ouvido o alerta da natureza e fugido a tempo, quase todos os habitantes estavam tranquilos em suas casas naquele dia. Quando a cidade foi escavada entre os séculos 18 e 20, o que os arqueólogos encontraram surpreendeu a todos: mais de 2 mil corpos praticamente intactos tinham virado estátuas. A explicação é que a destruição foi tão repentina que uma onda de calor de até 800ºC varreu toda a cidade transformando a todos em estátuas de cinzas e sedimentos vulcânicos, de modo que eles ficaram nas mesmas posições habituais, petrificados. As mães estavam com suas crianças no colo, crianças correndo e as mesas estavam postas como que para uma refeição.

TRANSIÇÃO

Essa história sobre a destruição repentina de Pompeia tem algumas semelhanças com o relato bíblico sobre a destruição do mundo nos tempos de Noé que acabamos de ler. Pois assim como a destruição de Pompeia pegou a todos de surpresa, mesmo que tendo sido avisados, assim também Deus destruiu a geração de Noé quando todos estavam desapercebidos, e somente os que estavam atentos ao juízo que viria foram salvos. E para entendermos melhor essa ação condenatória e ao mesmo tempo redentiva de Deus nos tempos de Noé, devemos olhar mais de perto para algumas informações que a passagem nos apresenta:

ELUCIDAÇÃO

Primeiro, o livro no qual é feito este relato é o livro de Gênesis, que como bem sabemos foi escrito por Moisés, servo do Senhor. O livro tem como propósito contar a história das origens, por isso leva esse nome. Segundo a maioria dos comentaristas, existem basicamente duas seções principais no livro, a primeira dos capítulo 1 a 11 tem como objetivo contar a origem da humanidade de modo geral. A segunda seção que está entre os capítulos 12 e 50 nos conta sobre a origem da história de Israel com seus patriarcas. Ao escrever este livro, bem como o relato da vida de Noé, Moisés tem o propósito inicial de instruir o povo de Israel que acabara de sair da terra do Egito e se dirigia agora pelo deserto à terra prometida. A história de Noé, portanto, foi colocada de maneira estratégica no livro de Gênesis para a instrução do povo.
Ela está exatamente no meio da história entre Adão e Abraão seu patriarca. Bruce Waltke nos diz o seguinte: “Noé, que surge exatamente a meio caminho nas genealogias entre Adão e Abraão, é um pivô em Gênesis 1–11, e seu relato e de sua família, que surge no meio dos livros entre a criação de Adão e a vocação de Abraão, registra um evento-pivô nessa história. Enquanto o narrador corre por meio dos milênios, entre Adão e Noé, e entre Noé e Abraão, ele desacelera a ação para tomar fôlego e dedica um livro completo aos anos seiscentos da vida de Noé”. Para uma melhor compreensão desta parada brusca na história é necessário olhar de forma mais ampla o desenvolvimento dessa primeira seção do livro.
A primeira seção, na qual está localizada nossa passagem, descreve a origem de todas as coisas por meio da Palavra de Deus criando o universo existente, fala também sobre o declínio da humanidade e de toda criação por causa da entrada do pecado no mundo. Depois de relatar a história de Adão e a queda, bem como o primeiro homicídio no capítulo quatro, praticado por Caim contra seu irmão Abel, todo relato até chegar ao capítulo seis tem o propósito de apresentar o desenvolvimento dessas duas descendências. A primeira é a descendência de Caim, que viveu em plena rebeldia contra Deus, sendo responsáveis pelo aumento da maldade e violência no mundo antediluviano. E a outra genealogia apresentada é a genealogia de Adão, desenvolvida por Sete, seu filho, que nasceu em lugar de Abel. Dos descendentes de Sete podemos destacar alguns homens piedosos, como Enoque que andou com Deus e outros homens, até chegar em Noé no final do capítulo 5 e início do capítulo 6. No relato é clara a tensão e o contraste entre essas duas linhagens e o seu desenvolvimento afeta diretamente os acontecimentos do capítulo seis.
O capítulo nos conta inicialmente que os homens se multiplicaram na terra e lhes nasceram filhas, de modo que os descendentes da linhagem piedosa de Sete tomaram para si as mulheres da descendência maldita de Caim. A ponto deles se entregaram a violência e a corrupção, pervertendo seu caminho na terra. A perversão foi tão extravagante e terrível, que os homens atingiram seu nível máximo de imoralidade e maldade, de modo que o cálice da Ira de Deus se encheu contra aquela geração, a ponto de Deus afirmar que se arrependia de ter feito o homem na terra e anunciar a destruição de toda aquela geração juntamente com o mundo criado. O meio pelo qual Deus destruiría o mundo seria através da água, ele derramaria um grande dilúvio sobre a terra a fim de remover todo ser em que havia fôlego de vida.
Mas diante do caos que viria e de toda aquela corrupção que estava instalada sobre a terra, Deus escolhe um homem chamado Noé. Foi por meio de Noé que Deus salvou não apenas a humanidade, mas também toda criação que o Senhor Deus havia feito no princípio. Foi por meio de Noé que Deus sustentou sua promessa que um dia nasceria o descendente da mulher. O meio pelo pelo qual ele fez isso foi ordenando que Noé construísse uma grande arca de madeira, a qual ele deu todas as medidas para sua construção. Deus ordenou que Noé colocasse animais de todas as espécie na arca, de modo que os animais limpos teriam sete pares e os demais um casal de cada espécie, ele deveria estocar alimento suficiente para eles e sua família durante o tempo do dilúvio. E o texto nos diz que Noé obedeceu em tudo ao Senhor.
O curioso é que Deus não deu essas ordens a Noé e enviou imediatamente o dilúvio, os relatos nos mostram que do momento em que Deus anunciou a Noé que estava para destruir a terra e o momento em que Noé entra na arca existe um período de mais de cem anos. No versículo 3 temos a informação de que os dias do homem seriam cento e vinte anos, o que provavelmente indica o tempo entre o anúncio e o envio do dilúvio sobre a terra. Segundo bons comentaristas, entre os quais citamos Geerhardus Vos e Bruce Waltke, “Este provavelmente seja o espaço de tempo entre esta proclamação e o dilúvio , e não os anos da vida de um indivíduo. O juízo de Deus é contemporizado pela graça. A delonga de 120 anos permite que as pessoas tenham tempo de arrepender-se e provê testemunho do juízo vindouro por meio de Noé e sua arca monumental”. Portanto, mesmo em tempos tão maus, Deus ainda mostra sua longanimidade sobre os ímpios oferecendo arrependimento e por fim envia sua condenação.

TRANSIÇÃO

Diante dessa atitude do Senhor em punir os ímpios pela sua rebeldia extrema contra ele, e sua graça em salvar um remanecente juntamente com a criação, quero convidá-lo a meditar comigo sobre o seguinte...

TEMA: A AÇÃO DE DEUS EM UM MUNDO CORROMPIDO

PERGUNTA SERMONÁRIA: COMO DEUS AGE SOBRE O MUNDO EM TEMPOS DE CORRUPÇÃO?

DELIMITAÇÃO DO TEMA:

É evidente que não podemos compreender e expor plenamente e exaustivamente a atuação soberana de Deus sobre o mundo corrompido, mas vejamos três atitudes de Deus diante de tempos de corrupção que vemos neste texto...

1° DEUS AGE REVELANDO SUA IRA E INDIGNAÇÃO SOBRE OS ÍMPIOS. V.1-4,5-7,11-13,17

Um dos pontos claros deste texto e na verdade de todo o relato da vida de Noé é a condenação dos ímpios por meio do dilúvio. O relato nos mostra a indignação de Deus para com o pecado daquela geração.
1.1 - POR CAUSA DA REBELDIA DOS ÍMPIOS V.1-2,4,5,11a,12,11b,13b
É evidente que o pecado dos homens chegou a um nível extremo, o cálice da ira de Deus estava espumando para ser derramado sobre a terra. A soberba, a depravação e a violência dos homens trouxe grande clamor sobre a terra e foi ouvido no céu com indignação.
1.1.1 - Por causa da união mista entre a descendência da mulher e a descendência da serpente. V.1-2
O primeiro ponto da indignação de Deus contra os homens apresentado no texto está nos dois primeiros versículos, e fala da união entre a descendência de Sete, servo do Senhor e a descendência maldita de Caim. Restaram poucos sobre a terra que mantiveram o coração fiel ao Senhor, o que contribuiu para o aumento da maldade daquela geração.
1.1.2 - Pelo desejo dos homens em fazer seu nome conhecido na terra. V.4
Outro pecado dos homens que trouxe a ira de Deus foi a sua atitude de fazer seu nome célebre na terra. O versículo 4 nos mostra que os filhos que nasceram dessa união entre as duas raças foram gigantes, ou hérois que foram varões de renome na antiguidade. A expressão usada no texto revela a atitude de homens que queriam expor o seu poder de forma egoísta e soberba, querendo até se possível fazer seu nome maior que Deus.
1.1.3 - Pela violência praticada pelos homens. V.11b,13b
E nessa intenção de fazer o seu nome conhecido o homem se entregou a prática de um pecado que é denunciado ferrenhamente por Deus neste capítulo, que é a violência. O final do versículo 11 e o versículo 13 nos diz que a terra estava cheia de violência, como se esta fosse uma prática comum a todos os homens daquela geração. A semente da violência foi plantada por Caim quando derramou o sangue do seu próprio irmão Abel, e toda sua geração adotou o mesmo comportamento. Por exemplo, outro descendente de Caim que ficou conhecido pela sua violência foi Lameque, que simplesmente matou um homem porque o feriu e um jovem porque o pisou.
1.1.4 - Pela depravação total e corrupção do coração do homem. V.5,11a,12
O versículo 5 nos diz que houve uma multiplicação da maldade do homem na terra e a causa disto estava enraizada dentro do coração dos homens. Existe uma tendência natural pecaminosa no ser humano para fazer aquilo que desagrada a Deus, como se a tendência do coração do homem fosse pender somente para o mal. A atitude dessa geração é a indicação da doutrina que cremos sobre a depravação total do homem, que segundo nos indica o capítulo VI da CFW, por causa da queda, os homens “se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma. De modo que ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados para o mal”. Essa geração antediluviana não mostrou algo espetacular em suas ações, mas apenas aquilo que é natural do coração do homem quando este não recebe uma freio de Deus sobre sua própria corrupção. O versículo 11 nos diz ainda que a terra estava corrompida a vista de Deus, e o versículo 12 afirma que isso se dá porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. O vocábulo “corrompida” nos dá a ideia de apodrecida, como uma maçã que tem toda sua estrutura estragada. E na verdade essa corrupção da criação se dá por causa da corrupção da humanidade que perverteu seu caminho na terra, a terra só estava apodrecida por causa da podridão do coração do homem.
1.2 - DESTRUÍNDO OS ÍMPIOS ATRAVÉS DO DILÚVIO V.3,6,7,13,17
Mas essa rebeldia do homem e os efeitos dessa corrupção sobre a terra não ficariam impunes diante de Deus, o Senhor não estava alheio ao que se fazia na terra, mas os olhos do Senhor estavam contemplando toda maldade e perversidade do coração daquela geração a fim de derramar sua terrível Ira contra todos aqueles rebeldes.
1.2.1 - Relevando sua indignação pela atitude dos homens. V.6
O versículo 6 nos mostra a indignação do Senhor contra aquela geração. Obviamente a palavra “arrependeu-se” não tem a intenção de declarar que Deus retrocede em suas decisões, ou que é mutável em seus desígnios, na verdade é uma expressão antropopática, na qual Deus usa sentimentos humanos para uma melhor compreensão de suas ações. Ela pode ser melhor explicada pelas palavras finais do versículo que diz que isso “pesou no coração” de Deus. O termo hebraico “pesou” tem a finalidade de revelar a Ira Indignada de Deus com o pecado. Ao afirmar que havia se arrependido, Deus mostra que estava indignado com o que se praticava sobre a terra.
1.2.2 - Destruindo os ímpios e parte de sua criação por meio de um dilúvio. V.7,13,17
No versículo 7 o Senhor declara como seria essa destruição que viria por causa do pecado. Ela seria uma destruição universal, começando pelo homem, que era o representante da criação diante de Deus, e se estendendo a toda criação, como os animais, répteis e aves dos céus, representando aqui os demais seres vivos. O versículo 13 nos diz que Deus estava pronto a pôr fim a toda carne por causa do pecado. O texto faz um jogo de palavras muito interessante para descrever a forma de Deus punir os homens, ele diz “destruirei” [šāḥat]. Esta é a mesma palavra traduzida por “corromper” em 6.12. Com justiça poética, assim como o povo corrompera a terra, também Deus desfigurará a terra a ponto de não mais poder alimentá-los. Então, no versículo 17 Deus revela a Noé como se daria essa destruição em massa: Ele enviaria um dilúvio sobre toda a terra, e com as águas colocaria fim na vida de todos os seres nos quais havia fôlego de vida.
ILUSTRAÇÃO
O relato que acabamos ler apresenta Deus como um Juiz. É como se Deus estivesse assentado em um tribunal para julgar toda a terra por causa da transgressão da sua Lei. As provas do crime estão perfeitamente claras postas sobre a mesa aos olhos do Senhor, porque na verdade os próprios réus se orgulharam abertamente de sua conduta. Deus então está declarando diante de todos a sentença condenatória pelas ações destes homens e a pena imposta sobre eles é sua completa destruição por meio de um dilúvio.
APLICAÇÃO
Nossos dias se parecem muito com os dias de Noé. Quando olhamos para a realidade em que vivemos, parece que nunca o pecado se tornou tão visível como hoje, parece que o ser humano chegou ao seu grau máximo de pecaminosidade. Parece que cada vez menos encontramos homens fieis a Deus nesta geração, os justos somem e os perversos se multiplicam. Há uma sede de fama e poder no coração dos homens que usam sua arrogância para fazer seu nome conhecido, mesmo que seja pela sua sua corrupção e orquestração de planos malignos. A violência corre livre pelas nossas ruas e os noticiários são os meios de sua divulgação. Quando nossa mídia aplaude a imoralidade sexual e a perversão dos gêneros, quando o belo é não ter padrões, quando tudo o que foi criado muito bom por Deus perverteu o seu caminho na terra. É assim que podemos resumir a realidade dos nossos dias.
Mas o Senhor não está alheio a essa rebeldia dos homens, ele não está cego diante da corrupção da nossa geração.Geralmente quando o relato do dilúvio ou a história de Noé são citados no Novo Testamento há sempre uma ligação entre o juízo que Deus derramou sobre a terra nos tempos de Noé e o juízo final que Deus está para derrramar sobre a terra na segunda vinda de Cristo. O próprio Senhor Jesus fala sobre isso em Mateus 24.37-39: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem”. Jesus mostra que nos dias que antecederão a sua segunda vinda, os homens estarão vivendo uma vida regalada, sem preocupação com o juízo de Deus sobre eles, mas ele virá repentinamente trazendo condenação sobre os mesmos. Ao escrever sua segunda carta, o apóstolo Pedro também faz referência a isso em 2Pe 2.5 - Mostrando que Deus não poupou o mundo antigo, mas destruiu com o dilúvio todos os ímpios, sobrando apenas Noé e mais sete com ele, e da mesma forma condenará os ímpios quando Cristo voltar segunda vez.
Assim como ele também não destruiu imediatamente os homens do tempo de Noé, mas deu tempo para que eles se arrependessem, ele também está mostrando sua longanimidade sobre o nosso tempo, oferecendo tempo para que se arrependam de sua transgressão. Mas esse tempo não durará para sempre, está cada vez mais próximo o cumprimento da sua promessa, o cálice da Ira de Deus está espumando para ser derramado sobre a terra. O Senhor virá como um justo juiz e não haverá mais oportunidade de arrependimento, será o grande e terrível Dia do Senhor. Diz a Palavra que naquele dia: “Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderão nas cavernas e nos penhascos dos montes e dirão aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suportá-la?” Apocalipse 6.15-17. Ele lançará a palha em fogo inestinguível, lançará os ímpios no lago que arde em fogo e enxofre, preparado para o diabo e seus anjos.
O Senhor está agindo em meio aos tempos de corrupção e em breve virá para julgar os ímpios pelas suas obras.

TRANSIÇÃO

Meus irmãos, estamos meditando sobre o tema “A AÇÃO DE DEUS EM UM MUNDO CORROMPIDO” e “COMO DEUS AGE SOBRE O MUNDO EM TEMPOS DE CORRUPÇÃO?” Vimos em 1° lugar que “DEUS AGE REVELANDO SUA IRA E INDIGNAÇÃO SOBRE OS ÍMPIOS”. Mas em...

2° DEUS AGE MANIFESTANDO GRAÇA AO SEPARAR UM POVO PARA SÍ. V.8-9,22

O texto que lemos parece trazer uma triste realidade da situação daqueles tempos. Parecia que tudo estava perdido, parecia que todos deixaram o Senhor, parecia que Deus havia falhado para com a própria obra das suas mãos, parecia que Deus havia falhado em cumprir sua promessa de que enviaria um para esmagar a cabeça da serpente. Mas é em meio a essa relato de corrupção e caos que surge uma esperança no texto. O versículo 8 começa com uma palavra que muda todo o desenvolvimento da História. O versículo inicia com um “porém”. Este porém é uma conjunção adversativa que tem o propósito de fazer oposição às palavras ditas anteriormente, mostrando que enquanto Deus estava pronto a derramar sua ira sobre a criação por causa do pecado do homem, Nóe recebeu graça aos olhos de Deus.
2.1 - POR MEIO DE UMA ELEIÇÃO INCONDICIONAL V.8
Em meio àqueles tempos em que todos deixaram ao Senhor, ele mesmo se encarregou de separar para ele uma nova geração que o serviria em obediência.
2.1.1 - Deus escolheu Noé unicamente por sua Graça e não por mérito de sua vida exemplar. V.8
O versículo 8 diz que Noé achou graça diante do Senhor. Este é o primeiro momento em toda Bíblia em que a palavra Graça é usada, e assim como em todos os outros contextos ela não tem a intenção de indicar que Deus escolheu alguém por seus méritos, mas que fez isso somente por meio de um favor imerecido. Então alguém pode me dizer: Mas Noé era homem justo e íntegro, Noé andava com Deus. Ele merecia ser salvo! Mas não é isso que o texto nos diz. É claro aqui que Noé só se manteve justo e íntegro entre os seus conteporâneos e só andou com Deus, porque o próprio Senhor estendeu sobre ele a sua Graça. Aqui, como em todos os momentos da história, homem algum pode ser ser salvo sem a graça de Deus. A conduta reta de Noé era fruto da Graça de Deus sobre sua vida.
2.2 - PARA UMA VIDA DE SANTIDADE V.9
E como já vimos, a Graça de Deus que escolheu a Noé para salvá-lo não foi sobre sua vida apenas para a salvação. Mas foi derramada sobre sua vida para que vivesse com um proceder diferente da sociedade de seu tempo.
2.2.1 - Para ser justo em tempos de injustiça. V.9
O versículo 9 diz que Noé era justo, que quer dizer que o caráter de Noé era reto diante de Deus. Enquanto seu tempo era tempo de injustiça, Noé se revelava como justo. Sabemos que não procedia de Noé nenhum tipo de justiça própria. A indicação é que pela Garça de Deus este servo do Senhor foi declarado justo pela sua fé. Noé Recebeu a obra da justificação sobre sua vida, que é explicada pela pergunta de número 70 do Catecismo Maior de Westminster como “um ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual Ele os perdoa, aceita e considera justas as suas pessoas diante dEle, não por qualquer coisa neles operada, nem por eles feita mas unicamente pela perfeita obediência e plena satisfação de Cristo, a eles imputadas por Deus e recebidas só pela fé”. Assim Noé foi declarado justo diante do Senhor, a despeito de sua geração.
2.2.2 - Para ser íntegro em tempos de corrupção. V.9
Essa graça foi estendida sobre Noé fazendo dele além de justo, íntegro. É outro adjetivo dado a Noé, dizendo que ele era íntegro entre os seus conteporâneos. O texto faz uma distinção entre Noé e os homens de sua época. Isso fica claro quando lembramos que a narrativa diz que os homens de sua época estavam corrompidos, que é a ideia de ter a estrutura apodrecida. O adjetivo íntegro nos dá a ideia contrária a isso, enquanto os homens tinham sua conduta apodrecida pelo seu pecado, Noé mantinha uma conduta sã diante de Deus.
2.2.3 - Para andar com Deus quando todos perverteram seus caminhos. V.9
E existe ainda outro contraste entre Noé e os homens de sua época, o texto diz que todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra, eles andavam em caminhos que agradavam seus próprios corações, mas o final do versículo 9 diz que Noé andava com Deus. Que bela descrição é feita sobre este homem, descrição esta que só é feita duas vezes em toda a Bíblia, a primeira sobre Enoque que andou com Deus e este o tomou para si, a segunda sobre Noé, e fala de uma íntimidade profunda com o Senhor. Deus se revelou profundamente a este homem e ele caminhou com o Senhor como amigo.
2.3 - PARA UMA VIDA DE OBEDIÊNCIA PELA FÉ V.22
O versículo 22 nos mostra ainda outra característica da devoção de Noé para com o Senhor: Sua obediência!
2.3.1 - Noé obedeceu a Deus em todas as ordens que ele deu. V.22
Deus havia dado a Noé algumas instruções que deveriam ser observadas para a preservação da criação e de sua família, Deus deu a Noé o modelo construtivo da arca, ordenou que fizesse os animais entrar na arca em pares, ordenou que provesse mantimento para sua alimentação com sua família e para os animais e Noé obedeceu a tudo o que Deus ordenou.
2.3.2 - Noé obedeceu porque creu na Palavra de Deus. V.22
Existe, entretanto, uma motivação no coração de Noé para obedecer ao Senhor e construir a Arca, para isso precisamos interpretar mais uma vez o texto à luz do que o novo testamento diz sobre ele: Hb 11.7 diz que “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé”. A motivação de Noé em obedecer a Deus foi a sua fé. Fé esta que o justificou e proveu salvação para sua casa.
ILUSTRAÇÃO
Mesmo em momentos críticos, é evidente que Deus sempre mantém e separa para si um povo fiel e obediente a Ele. Assim como agiu com Noé, ele fez o mesmo em toda história. Israel viveu vários momentos críticos, nos quais o povo deixou de servir ao Senhor para servir a outros deuses. Elias viveu em um tempo como esse. Quando quase todo o Israel deixou o Senhor por Baal e Elias estava sendo perseguido por Jezabel, Elias se queixou a Deus dizendo que sempre foi zeloso para com o Senhor, mas que ninguém mais servia ao Senhor e por isso estava aflito. Mas Deus foi enfático em afirmar que havia conservado sete mil em Israel que não se dobraram perante Baal, ou seja, um grande número que se mantinha fiel ao Senhor, mesmo na apostasia. Em toda história de Israel Deus separa um povo para si que ama a fidelidade e a justiça.
APLICAÇÃO
Essa atitude do Senhor em separar um povo para si em toda a Palavra é cumprida plenamente em Cristo. Diante da corrupção do pecado, homem algum seria capaz de satisfazer plenamente a Lei de Deus, nem o povo escolhido, Israel, foi capaz de se manter puro diante de Deus, obedecendo sua Lei. Mas Cristo cumpriu plenamente essa Lei, ele se manteve fiel até a morte, Ele é o verdadeiro Israel de Deus, ele é o verdadeiro remanescente fiel. Ele foi verdadeiramente O Justo; Ele foi o único verdadeiramente íntegro, sua natureza jamais foi corrompida pelo pecado. Ele andou com Deus verdadeiramente, em comunhão desde toda eternidade, e mostrou essa comunhão em sua vida na terra em relação de oração e intimidade perfeita com o Pai. Ele foi obediente em todas as coisas, obediente até a morte e morte na cruz para satisfazer a justiça de Deus.
Foi por meio de sua justiça, integridade e obediência até morte na cruz que ele separou um povo para si. Uma raça eleita, sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus. E mesmo que os tempos sejam difíceis, mesmo que muitos abandonem o Senhor, ele sempre separa uma igreja que luta para se manter fiel a ele. Mesmo na história da Igreja, quando ela se desviou da verdade bíblica e se entregou a corrupção e a mentira, Deus não ficou sem servos fieis que o adorassem, mas ele sempre separou homens fieis que pregaram o Genuíno Evangelho e lutaram contra os desvios da igreja.
Diante disso irmãos, devemos nos alegrar, mesmo em tempos de corrupção como os nossos. Porque sabemos que mesmo em meio a tanta depravação e mentira, mesmo em meio a toda corrupção do nosso tempo o Senhor não nos deixou sozinhos como seus servos. Como já mencionamos, nunca vivemos tempos de tanta violência, perversão moral e rebeldia contra Deus. A própria igreja que se diz cristã está afogada em heresias terríveis, os crentes vivem vidas mais imorais que os ímpios, cada vez mais cresce a apostasia em nossa geração.
Mas a Graça de Deus não deixou de ser abundante, ela continua atuando sobre esta geração, salvando e separando homens e mulheres para se manter fieis ao Senhor. Por isso não devemos desanimar irmãos, porque em meio a tudo isso Deus mantém uma Igreja Santa e Irrepreensível. Servos que tem lutado para expor fielmente a Palavra, lutando contra todo erro e ideologias de nossa época. Homens e mulheres que tem despertado para buscar a Palavra de Deus e viver piedosamente por meio desta Palavra, lutando contra a imoralidade e seduções deste mundo. Deus tem sustentado os seus nesta geração. Isso deve nos trazer alegria e paz nesses tempos, devemos descansar na atuação da Graça salvadora de Deus.

TRANSIÇÃO

Meus irmãos, estamos meditando sobre o tema “A AÇÃO DE DEUS EM UM MUNDO CORROMPIDO” e “COMO DEUS AGE SOBRE O MUNDO EM TEMPOS DE CORRUPÇÃO?” Vimos em 1° lugar que “DEUS AGE REVELANDO SUA IRA E INDIGNAÇÃO SOBRE OS ÍMPIOS” e em 2° lugar “DEUS AGE MANIFESTANDO GRAÇA AO SEPARAR UM POVO PARA SÍ”. Mas em...

3° DEUS AGE PROVIDENCIANDO SALVAÇÃO ATRAVÉS DE SUA ALIANÇA. V.14-16,18-20,21,10,19-20

O que também fica claro neste texto é a ação de Deus não só em separar um povo para si em meio ao caos da corrupção daquele tempo, mas também em preservar os que ele escolheu juntamente com o restante da sua criação.
3.1 - DEUS PROVIDENCIA E PROJETA O MEIO DE SALVAÇÃO V.14-16,21
Deus dá a Noé o anúncio de que destruría todo o mundo por meio de um cataclisma mundial, que seria um dilúvio. Mas Deus não deixa a salvação nas mãos dos homens ou por meio da própria imaginação deles, mas ele mesmo se encarrega de dar a Noé o meio de salvação.
3.1.1 - Deus não deixa o meio de salvação à mercê da imaginação do homem, mas ele mesmo dá os detalhes da arca. V.14-16,21
A forma pela qual ele fez isso foi ordenando que Noé construísse uma grande arca de madeira que com as medidas de côvados convertidas em metros tinham as seguintes dimensões: Aproximadamente 135 metros de comprimento, 22 metros e meio de largura e 13 metros e meio de altura. Medidas muito semelhantes as dos navios modernos, que segundo os especialistas, tinha incríveis proporções adequadas para ser navegável. Deus, o projetista, providenciou um meio seguro de sobrevivência para a família de Noé e os animais, o que seria impossível se o projeto da Arca tivesse sido elaborado por Noé, que não tinha nenhum conhecimento de construção naval. Deus se encarrega de dar todos os detalhes construtivos, como os pavimentos da arca, a porta e até as mínimas dimensões da janela. Todo plano de salvação foi orquestrado minunciosamente por Deus.
3.2 - DEUS PROVIDENCIA SALVAÇÃO PARA TODA CRIAÇÃO V.18b,19-20
Além de mostrar para a Noé os detalhes do meio que ele mesmo providenciou para a salvação, Deus revela para Noé a quem se estenderia essa salvação e o objetivo de salvá-los do dilúvio.
3.2.1 - A salvação é oferecida para a preservação da humanidade. V.18b
Primeiro, o versículo 18 nos diz que Deus preservaria a humanidade salvando toda a família de Noé, ele, sua esposa, seus filhos e as mulheres de seus filhos. Deus não queria pôr fim a raça humana, ele queria fazer um novo começo a partir de Noé e seus filhos. Deus foi misericórdioso com a coroa da sua criação que era o homem, criado sua própria imagem e semelhança. Ao preservar a raça humana ele preserva também o cumpimento de uma promessa que ele fez à humanidade em Gênesis 3.15, de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. De modo que ele preserva a promessa de que enviaria o próprio Cristo para desfazer os efeitos do pecado sobre a humanidade.
3.2.2 - A salvação se estende à preservação dos demais seres vivos. V.19-20
Mas há o indicativo no texto de que o alvo da preservação não seria apenas a raça humana. Nestes versículos podemos encontrar a referência a todos os demais seres criados por Deus. A construção destes versículos tem algo um tanto curioso, quando se refere as aves, ao gado e aos répteis ele sempre fala “segundo as suas espécies”. Vários autores comentando este texto, entre os quais podemos citar O. Palmer Robertson, afirmam que há uma referência direta aqui a Gênesis 1.24-25,30, que fala da ordem criacional de Deus no princípio, dizendo que Deus criou todos os seres vivos com as suas espécies. É como se Deus estivesse estabelecendo novamente com Noé a Aliança feita com Adão para que governasse sobre a criação. O compromisso de Deus com Noé não envolvia apenas a preservação da sua família, mas todos os seres criados por Deus. Deus planejou um novo começo para toda obra das suas mãos.
3.3 - A SALVAÇÃO DA CRIAÇÃO ESTÁ BASEADA EM UMA ALIANÇA V.18a,18,10
Esse compromisso que Deus fez com Noé para preservar a raça humana e os demais seres vivos foi firmada por meio de um instumento irrevógavel: Uma Aliança!
3.3.1 - Deus estabeleceu e prometeu confirmar uma aliança com Noé. V.18a
É isso que nos mostra o ínicio do versículo 18. Veja como esse versículo começa de modo parecido com o versículo 8, ele diz inicialmente: Contigo, porém - Mais uma vez é usada a mesma conjunção adversativa do versículo 8, esta conjunção faz oposição ao contexto de destruição que viria sobre os ímpios da terra. Mostrando que embora fosse punir toda a raça humana, Deus estebeleceria uma aliança com Noé. Sobre isso Bruce Waltke diz que “o termo “ele estabeleceu/confirmou” (qûm), em vez de “fez” (kārat), significa a confirmação de termos preexistentes, seja uma promessa (Nm 23.19), um voto (Nm 30.14), um juramento (Gn 26.3), uma aliança (Gn 17.7,19,21; 2Rs 23.3) ou algo afim. Uma aliança soleniza e confirma uma relação social já em existência”. Portanto, O Senhor faz a promessa a Noé que os salvaria por meio de uma aliança que já havia sido firmada com ele. Essa é a primeira vez que a palavra Aliança é usada na Bíblia, e pode ser entendida também como um pacto. Ela nos dá a ideia de “um laço solene, soberanamente administrado”. Ou seja, a base para a preservação da criação é um pacto, o Senhor jamais faltaria com sua aliança e isso daria a Noé plena segurança
3.2.2 - A aliança está baseada na pessoa de um Cabeça Federal. V.18,10,19-20,
Mas o interessante é que por mais que a família de Noé tenha sido salva e que a criação tenha sido salva do dilúvio, Deus não diz que estabeleceu com sua família ou com a criação uma aliança, diz que estabeleceu com Noé. É a ideia de um cabeça federal. Sobre isso O. Palmer Robertson comenta o seguinte: “A justiça do cabeça singular da família serve de base para a entrada de todos os seus descendentes na arca. Porque Noé é justo, toda sua família experimenta a libertação do dilúvio”. Foi a aliança de Deus com Noé como o representante que capacitou sua família a entrar na arca, e do mesmo modo todos os demais seres vivos por ele representados.
ILUSTRAÇÃO
É curiosa a forma como Deus providencia salvação para seu povo ao longo de toda história, parece que há sempre um mesmo modelo de salvação em todos os momentos na Bíblia. Veja como sofreu o povo de Israel no Egito durante 430 anos, nos quais foram escravizados. Deus providencia um meio de salvação para o seu povo e promete levá-los à terra prometida. A salvação e a condução do povo à terra não parte do próprio povo, mas é Deus quem levanta um mediador que foi Moisés que os conduz a libertação. Ele ministra os sinais de Deus na terra do Egito, ele faz o povo passar pelo meio do mar, os lidera no deserto dando a eles a Lei do Senhor e os prepara para entrar na terra prometida. A salvação é providenciada por Deus através de um representante.
APLICAÇÃO
Todo esse modelo de salvação, em toda história da revelação apontava para o modelo de salvação perfeito em Cristo. Foi assim que Cristo nos salvou, assim como Adão, assim como Noé, assim como Abraão, assim como Moisés e tantos outros personagens, ele é o nosso representante diante de Deus, ele é o nosso Mediador, ele é o nosso eterno Sumo Sacerdote. Cristo é o cabeça federal de uma nova raça, sua obediência representativa foi imputada sobre os eleitos e por isso somos justos diante de Deus. Assim como a justiça imputada a Noé garantiu salvação para toda sua casa, a justiça de Cristo sobre nossas vidas nos garante salvação eterna como família de Deus. É a Aliança firmada em Cristo que nos garante salvação.
Quando nós éramos inimigos de Deus, andando segundo o curso deste mundo, fazendo a vontade do diabo, satisfazendo a nossa própria carne, destinados à condenação do inferno, Deus já havia providenciado o meio de salvação para nossas vidas, que foi Cristo. Antes mesmo do homem cair Deus já tinha providenciado o meio de salvação, antes de todas as coisas serem criadas, Cristo já havia sido designado por Deus como o nosso Salvador. De modo que Deus não deixa a forma de salvação pela própria imaginação do homem, mas ele providencia e planeja um plano perfeito de salvação que foi desenvolvido em toda história e executado perfeitamente em Cristo. Louvado seja Deus por isso! Quem poderia pensar e arquitetar um plano tão brilhante que é revelado em toda a Bíblia?
Mas o mais glorioso dessa certeza é que ela não está relacionada apenas a salvação do homem eleito. Cristo não morreu e fez um pacto conosco somente para que nós fossemos salvos, a salvação em Cristo tem implicações maiores, tem implicações cósmicas. Cristo veio redimir toda a criação que antes fora afetada pelo pecado. Toda a terra, todos os seres feitos pela sua mão, todo o universo será restaurado quando Cristo voltar segunda vez. Assim como Noé que segundo Gênesis 5.28 nasceu para consolar sua geração da maldição que o pecado impôs sobre a terra, Cristo veio para dar a vitória definitiva sobre os efeitos do poder do pecado sobre sua criação. Cristo é o representante de toda criação, por isso ele fará novas todas as coisas. Nós habitaremos em um novo céu e uma nova terra, nos quais os ímpios não mais se levantarão contra o Senhor ou contra a sua igreja, porque eles foram condenados pelo Senhor e não mais nos perseguirão. Não haverá mais pecado e nem os seus efeitos, e adoraremos ao Senhor em santidade e justiça pelos séculos dos séculos.
Pela Graça de Deus nós fomos salvos da Ira vindoura. Para nós que somos povo de Deus, Igreja de Cristo, o seu retorno não será para medo ou condenação, mas será como um resgate em meio as chamas. Enquanto o mundo será condenado, nós estaremos sãos e salvos nos braços do nosso Redentor, pois ele virá como o nosso resgatador.

TRANSIÇÃO

Assim, queridos irmãos e ouvintes, diante de tudo o que ouvimos nesta gloriosa passagem, quero deixar algumas aplicações e desafios para a sua vida neste dia:

APLICAÇÕES FINAIS (DESAFIOS)

1° Aos ímpios que estão em rebekdia deliberada contra Deus, desfrutando de tudo aquilo que Deus abomina: Cristo virá e seu destino é o inferno. Mas Deus foi gracioso para com a sua vida e enviou Jesus Cristo como o nosso Salvador, recebendo a Ira de Deus por você. Creia em Jesus como seu Senhor e Salvador e seja salvo da ira vindoura.
2º Aos que se dizem salvos, mas estão desfrutando da corrupção deste mundo: Se arrependa! Você foi chamado para ser sal da terra e luz do mundo, você foi chamado para ser santo, obediente, íntegro. Pois a Graça que te capacita para ser salvo é a mesma que te capacita para ser santo.
E irmãos, só podemos manter essa vida piedosa nesta geração, se assim como Noé andarmos perto do Senhor. Ele é a fonte de toda Graça, é ele quem nos capacita a viver como ele ordena. Somente uma vida de intimidade e conhecimento de Deus nos manterá fieis a ele nestes tempos sombrios.
3º A você que tem guardado firme a sua fé em Cristo, perseverando em uma vida que agrada a Deus, mas aflito pela corrupção do mundo e o pecado em sua vida. Quero encorajar você diante dos dias como os nossos. Mesmo diante de dias tão difíceis de corrupção, não esmoreça. Renove a sua fé na Palavra de Deus. Tudo o que está acontecendo é cumprimento da Palavra do Nosso Senhor, tantas mazelas, tanta maldade, esse vírus que está sendo uma das maiores ameaças da humanidade. Tudo isso é para que venha o fim. Levante seus olhos, porque a sua redenção se aproxima. O Teu Senhor breve vem para te resgatar, alegre-se nisso. Nada mais haverá além da Glória a ser revelada a nós. Mantenha sua confiança no Senhor.

CONCLUSÃO

Portanto meus amados irmãos e amigos, lembremo-nos da destruição da cidade de Pompeia. Quando mesmo avisados pela natureza sobre a destruição que se aproximava, todos estavam tranquilos em sua rotina diária, até que foram destruídos pela repentina erupção. Assim a Palavra do Senhor nos diz que o juízo de Deus virá sobre o mundo de forma repentina, condenando eternamente a todos os que são rebeldes contra ele. Mas aqueles que deram ouvidos a Palavra do Senhor estarão seguros, pois foram salvos da Ira e estarão guardados pelo Senhor eternamente, vivendo com Ele pelos séculos dos séculos em um novo céu e uma nova terra. E o povo de Deus habitará seguro no lugar de Deus, sob o Governo de Deus.

REFERÊNCIAS

Neves, I. (2014). Comentário Bíblico de Gênesis: Através da Bíblia. (I. Mazzacorati, Org.) (Segunda edição, p. 50–51). São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial.
Pinto, C. O. C. (2014). Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. (J. C. Martinez, Org.) (2a Edição Revisada e Atualizada, p. 36). São Paulo: Hagnos.
Waltke, B. K., & Fredericks, C. J. (2010). Gênesis. (C. A. B. Marra, Org., V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 141). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Waltke, B. K., & Fredericks, C. J. (2010). Gênesis. (C. A. B. Marra, Org., V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 142). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Waltke, B. K., & Fredericks, C. J. (2010). Gênesis. (C. A. B. Marra, Org., V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 145). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Waltke, B. K., & Fredericks, C. J. (2010). Gênesis. (C. A. B. Marra, Org., V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 163). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Waltke, B. K., & Fredericks, C. J. (2010). Gênesis. (C. A. B. Marra, Org., V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 163–164). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
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