Sem título Sermão (3)
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Transcript
Semana passada vimos que Paulo comunicou aos Filipenses a respeito do avanço que se sucedera ao Evangelho de Cristo. Ele estava preso, mas o Evangelho não. O Evangelho não estava algemado. E por isso, independentemente das circunstâncias, o Evangelho avançara. Nesta seção, Paulo expressa sua alegria em saber que, independentemente do que se suceda a ele, o Evangelho continuará a avançar.
Ele encerra a seção anterior falando que ele se alegra que o Evangelho tem sido anunciado, mesmo que uns o façam por motivações erradas, dentre elas, o desejo de causar a Paulo mais tribulações. [18b] Independentemente se uns tem pregado o Evangelho para desfavorecer Paulo, e até mesmo que isso venha de fato lhe causar mais problemas, ele continuará a se alegrar. Porque ele sabe que tudo - seja sua morte, seja sua libertação, sejam seus sofrimentos -, tudo coopera para que os propósitos de Deus se cumpram.
Como qualquer outro homem, Paulo deseja ser liberto da cadeia. E ele demonstra este desejo neste verso [19] e confia que isso realmente acontecerá por duas razões: a oração dos irmãos de Filipos e pela providência de Deus. Está é a sua esperança, sua ardente expectativa, como ele demonstra no verso [20].
Apesar disso, ele não parece preocupado, caso isto não aconteça. Ele conhece o Deus dele e sabe, como ele mesmo disse a Timóteo que, mesmo que o Senhor não o livre da morte, o Senhor o livraria de toda obra maligna e o levaria a salvo para o seu reino celestial (Cf.: 2 Tm 4.18).
De qualquer modo, Cristo seria engrandecido. Se aprouver ao Senhor que Paulo seja liberto, Cristo seria engrandecido e com isso o Evangelho avançaria; mas, se o Senhor quisesse chamá-lo para si, Cristo também seria engrandecido e desta forma o Evangelho também avançaria. Paulo não é como aqueles homens do verso [15], que pregam o Evangelho por inveja, mas seu desejo é que em tudo, Cristo seja glorificado. Um estudioso disse assim sobre este trecho: Paulo, pois, ao contrário deles, não é egocêntrico, e sim cristocêntrico. Sua real preocupação é a honra e a glória de seu incomparável Redentor.
Assim devemos viver. Glorificando a Cristo em tudo o que nós fizermos e em todas as circunstâncias, buscando exaltar não o nosso próprio nome, mas o nome de Cristo. Para que assim, exaltando o nome de Cristo em vida, seu nome seja exaltado também em nossa morte.
[21] Ele exemplifica bem esta ideia. O viver dele é Cristo e o morrer é lucro. Paulo vive para engrandecer ao Senhor de modo que em sua morte, Cristo também é engrandecido.
Por outro lado, penso que Paulo expressa outra certeza acerca do Evangelho aqui. Se colocarmos numa balança o que gastamos e o que ganhamos, um resultado positivo representa lucro. Há uma frase conhecida de João Calvino em que ele afirma ter desistido de tudo quando conheceu a Cristo. Tanto Paulo quanto Calvino afirmam que a vida cristã envolve perdas. No capítulo 3 Paulo diz "o que antes eu considerava como ganho, agora eu considero tudo como perda por causa de Cristo." Então, tudo aquilo que ele considerava como importante em sua vida, agora ele esta disposto a largar.
Inclusive, perder a vida é um dos requisitos dos que querem seguir a Jesus. Mas Jesus disse: Aquele que perder a sua vida por amor a mim, acha-la-á. Por isso Calvino diz "eu desisti de tudo quando conheci a Cristo. E o que eu encontrei? Eu encontrei tudo em Cristo." Viver Cristo é perceber que nada é necessário senão o próprio Cristo. É reconhecer, da mesma forma que Davi faz no Salmo 23; ele sabe que nada lhe faltará porque se ele tem o Senhor como seu pastor, ele tem tudo o que ele precisa.
[22] Mas, ele está em dúvida. Isso porque, estando na Terra, pode continuar a servir ao Senhor e a trabalhar para que o Evangelho de Cristo seja anunciado entre as nações.
Ele contrapõe essa vida sofrimentos e dores, mas por vezes de alegria; de luta contra o pecado; e de muitas outras dificuldades à vida Eterna ao lado Jesus, onde já não haverá mais sofrimentos, dores ou pecado, mas apenas a alegria constante de estar ao lado do Salvador. [23] Essa é a razão da dúvida: não há nada nesta vida que se compare a desfrutar da presença de Jesus.
Meu irmão, não há nada melhor do que estar com Jesus. Não deixe que as incertezas e ansiedades desta vida, o bênçãos e a alegrias parcial ou então o temor sobre a morte desviem os seus olhos desta verdade: estar com Jesus é incomparavelmente melhor. Literalmente? Morrer é melhor.
[24 e 25] Mas, por outro lado, ele sabe que por causa da Igreja, da noiva de Cristo, ser liberto da prisão é a melhor opção; e por isso, ele crê que acontecerá desta forma. Assim, ele poderá ser usado pelo Senhor como um meio parra que o Evangelho avance não só entre os descrentes, mas também no coração daqueles que já são crentes em Jesus. Para que estes, progridam e alegrem-se na fé; e [26] para que ao ver Paulo novamente, estes irmãos pudessem exultar ao Senhor por tê-lo libertado.
Observe a sua preocupação. Permanecer é um desejo do seu coração, mas não por motivos egocêntricos. Ele não deseja completar algum objetivo de vida feito no ano novo. Ele deseja servir aos irmãos, servir à Igreja de Cristo. Um irmão que escreveu um comentário sobre este texto diz assim: a respeito dessa matéria devemos evitar dois erros: primeiro, trabalhar ao ponto de perder de vista nossa gloriosa morada com Cristo; segundo, desejar somente estar com Cristo e negligenciar a obra que Ele nos chamou para fazer.
Paulo coloca a necessidade da Igreja antes dele próprio. Isso te lembra de Cristo? Aquele que em face da morte, colocou a necessidade da Igreja antes de si mesmo.