Vivendo em retidão e justiça pela comunhão com o Senhor
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Vivendo em retidão e justiça pela comunhão com o Senhor
Vivendo em retidão e justiça pela comunhão com o Senhor
Ideia homilética: Vivemos em comunhão com o Senhor andando em retidão e justiça.
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Todos os que leem este sermão, ou estão escutando esta prédica, provavelmente já passaram por algum curso de aperfeiçoamento, seja escolar, seja profissional, seja eclesiástico. No cotidiano, de maneira informal, nós também somos avaliados. Nessas avaliações, o nosso caráter é colocado à prova, e muitas vezes somos medidos com uma peneira bem fina.
Provavelmente você tenha escutado sobre a proposta de Reforma Administrativa Pública do Governo Federal ao Congresso Nacional, é “uma proposta de emenda constitucional que define as diretrizes da nova administração”[1] do estado. Quatro pontos sobre essa reforma: "1) [...] a razão de existir do governo é servir [...]; 2) [...] reconhecimento justo, com foco no seu desenvolvimento [...]; 3) [...] as melhores práticas mundiais; 4) [...] atingir melhores resultados, em menos tempo e custando menos.[2] O que o governo quer segundo a proposta é, que o servidor público sirva com excelência.
A Bíblia descreve como devem viver os servos que verdadeiramente foram justificados em comunhão com Deus e praticando boas obras. É sobre isso que tratarei nesta exposição do Salmo 15, sobre vivermos em comunhão com o Senhor andando em retidão e justiça[3]. Entendendo que, em primeiro lugar, devemos desejar a comunhão com o Senhor[4]. Isto está contido na pergunta do verso primeiro, que foi feita ao Senhor, e que foi respondida pelo salmista segundo os preceitos da lei do Senhor (Sl 1) e em contraste com o ímpio do Salmo 14. Em segundo lugar, devemos viver pela fé com retidão e justiça em conformidade com os versos 2 ao 5, porque passamos a viver segundo o caráter de Cristo.
Ao final deste sermão, a igreja compreenderá que para vivermos em comunhão com o Senhor é necessário ter o caráter de Cristo e viver como um verdadeiro embaixador do Reino de Jesus.
2. DEVEMOS DESEJAR A COMUNHÃO COM O SENHOR
2. DEVEMOS DESEJAR A COMUNHÃO COM O SENHOR
Salmo de Davi
Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo?
Quem há de morar no teu santo monte?
Esta pergunta nos leva a refletir sobre o caráter santíssimo e justo do nosso Deus. Aqui o salmista nos lembra o quanto Deus está acima de nós e quanto é grande a distância entre o Deus que é santo e justo e o homem que é pecador. Contudo, apesar dessa real impossibilidade de comunhão entre o homem pecador e o Deus santíssimo, o salmista nos enche de esperança e nos exorta a nos aproximar dele e a viver em sua presença.
Esta pergunta do salmista pode ser a mesma que você esteja fazendo ao Senhor: – será que o Senhor me aceita em seu culto? Ou, será que ele me aceitará no seu Reino? A questão sobre a comunhão com o santo Senhor é de extrema relevância para o salmista, assim como foi para os que retornaram do exílio babilônico para não cometerem os mesmos erros dos seus pais, pois eles precisavam viver nos preceitos do Senhor e firmados na aliança para não serem lançados em um novo cativeiro.
O paralelismo[5] aplicado no verso 1 não é apenas sobre habitação e morada, ou apenas sobre localidade, o tabernáculo e o monte.[6] O mais importante é lembrarmos sobre a justiça e a santidade do SENHOR que habita essa morada. Por isso, o próprio Senhor escolheu quem iria servi-lo no tabernáculo, os levitas. Portanto, a preparação para servir e congregar com o Senhor deve ser de um zelo santo e dependente da misericórdia do Senhor.
Quando Davi estava trazendo a arca da Aliança para Jerusalém, ela que representava a própria presença do Senhor, sofreu no trajeto um sacolejo porque os bois tropeçaram; então, Uzá, o levita, estendeu a mão para proteger a arca da Aliança e foi considerado “irreverência” (2Sm 6.7). Uzá foi consumido pela ira do Senhor, e a bíblia diz: Temeu Davi ao Senhor, naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor? (2Sm 6.9).
O sábio Salomão disse assim: O temor do Senhor é o princípio do saber [...] (Pv 1.7). A diferença entre os ímpios e os justos está no seu temor ao Senhor, é realmente medo. A ação atribuída em justificar ao pecador (Rm 4.5), interligada à regeneração do coração totalmente depravado, conduz o homem convertido ao conhecimento de Deus e de nós mesmos[7]. Portanto, tememos ao Senhor porque conhecemos sobre a sua santidade e justiça. O Rev. Hermisten Maia, diz assim sobre esse Salmo:
“O culto a Deus não é um ato isolado de nossa vida e comportamento, antes, é uma expressão de nossa fé que, fundamentada na Palavra, direciona o nosso crer e viver. O culto a Deus tem como ingrediente fundamental a obediência aos preceitos do Senhor, aquele que nos recebe em sua casa”[8].
Portanto, aqueles que viveram na busca pela santidade, em justiça, crentes na promessa do Rei Soberano que redimiria o povo da aliança, agora desfrutam da morada com o Rei. Nós que aguardamos a volta do Rei precisamos continuar nossa peregrinação, neste mundo, na busca pela santidade e justiça, desfrutando já da comunhão nesta vida, ainda que imperfeita, e desejando a comunhão plena e perfeita na eternidade. O apóstolo Paulo declara em Filipenses 3.13-16: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos”. Como apontei na introdução, se na justiça do mundo, ou nos padrões do governo é requerido excelência, a nós crentes em Cristo, é exigido o padrão de Jesus. Será possível conseguirmos esse nível de retidão? Isto que veremos no próximo ponto.
3. DEVEMOS VIVER PELA FÉ COM RETIDÃO E JUSTIÇA
3. DEVEMOS VIVER PELA FÉ COM RETIDÃO E JUSTIÇA
O que vive com integridade, e pratica a justiça,
e, de coração, fala a verdade;
o que não difama com sua língua,
não faz mal ao próximo,
nem lança injúria contra o seu vizinho;
o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo,
mas honra aos que temem ao Senhor;
o que jura com dano próprio e não se retrata;
o que não empresta o seu dinheiro com usura,
nem aceita suborno contra o inocente.
Quem deste modo procede não será jamais abalado.
A glória de Deus é declamada e revelada pelas repetições das características sobre a “pessoa que é aprovada por Deus”.[9] A poesia hebraica é diferente da poesia ocidental, “a idéia da primeira linha é repetida na segunda com ligeiras variações, mas nem sempre é tão simples”.[10] Já a ocidental, a rima e a métrica são suas características. Exemplo: a 1ª Estrofe do poema “A Estrela” de Manuel Bandeira diz assim:
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia...[11]
Portanto, a lista apresentada[12] tem relação com a nossa vida para com Deus e para com o próximo seria um paralelo com o resumo da lei apresentado por Jesus (Mt 12.30-31), mas declamado poeticamente. Também, podemos afirmar que é um paralelismo entre o que a pessoa é, essencialmente refletido na prática do indivíduo. O salmo quer nos ensinar sobre o caráter daquele que tem comunhão com o Senhor. O Rev. Hermisten Maia declarou:
“Não basta crer em Deus. A nossa fé tem implicações existenciais inevitáveis. Devemos, portanto, viver como filhos da aliança, que habitam na casa de Deus, pois ele não tem filhos nominais de uma aliança virtual, antes, ele transforma pecadores em filhos reais e nos concede princípios concretos a fim de que vivamos à luz deste gracioso privilégio”[13].
Portanto, essa divisão nos conduzirá à algumas das perspectivas de como devemos proceder como justos, não é uma descrição final porque podemos encontrar mais características em outros textos (Êx 20; Sl 24; Mt 5-7), mas neste momento, o salmista ensina que para vivermos em comunhão com Deus é fundamental: A. Viver em retidão e justiça (v.2a); B. Viver em domínio próprio no falar (v.2b-3a); C. Viver em amor ao próximo (v.3b); D. Viver com discernimento e verdade (v.4); E. Viver com altruísmo (v.5).
Portanto, para viver em comunhão com Deus, em primeiro lugar, o salmista destaca duas condições:
O que vive com integridade, e pratica a justiça,
Trata-se do carater do justo que vive em retidão e justiça. Existem duas perspectivas que nos ensinam a viver confiadamente na remissão da culpa do pecado e da salvação do Senhor. A primeira é sobre o sentido de “andar sem culpa”[14], é uma ideia que confronta claramente o ímpio do Salmo 14, o insensato não conhecendo a Deus, não pode esperar o Salvador de Israel e muito menos viver em comunhão com ele. Mas, os que esperam pelo Senhor como seu refúgio, e têm a esperança no Salvador que virá de Sião (Sl 14.5-7), serão libertos da culpa do pecado e terão paz com Deus.
A segunda perspectiva nos ensina que essa pessoa continuamente procura andar conforme os mandamentos do Senhor (Sl 1.1-2;19.7-10;119), independentemente de alguém estar vendo, ele não faz por aparencia. Este confia de todo o seu coração nas promessas contidas na Escritura. Portanto, o que desfruta da comunhão com Deus é aquele que foi remido por Deus, os seus pecados foram perdoados e agora ele vive uma nova vida, segundo os padrões estabelecidos por Deus nas Escrituras. Este é o justo, que também é apresentado no Salmo primeiro.
O texto continua e em segundo lugar Davi nos diz que este que habitará no tabernáculo do Senhor:
e, de coração, fala a verdade;
o que não difama com sua língua,
Trantando sobre o domínio próprio que é uma caracteristíca do verdadeiro cristão, que vive em comunhão com Deus, porque ele consegue dominar a língua.
Tiago no cap. 3 nos lembra o estrago que a “língua” pode fazer e declara que humanamente é impóssivel dominá-la: “a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição [...]” (v.8-10). Porém, se dirigindo aos crentes, ele conclui: “[...] Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (v.10). No cap. 4 ele nos mostra que é possível ter esse domínio com a sabedoria que vem de Deus. “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz” (v.17-18).
O justo precisa que desfruta da comunhão com Deus suplicar a Deus sabedoria para dominar a língua, e falar a verdade sempre. Nisto nos tornamos confiáveis, não agradando com palavras bajuladoras para receber algo em troca. Este proceder nos guarda da fofoca ou de fazermos críticas maldosas.
Ilustração: Me fez lembrar de uma cena do filme “Hitch – Conselheiro Amoroso”. Quando Hitch foi interrogado por Sara Melas e pelo chefe do jornal em que ela trabalhava, se ele conhecia Allegra Cole; ele se manteve em sigilo, e a atriz Louise, uma psicanalista, que era esposa do chefe de Sara Melas ficou admirada. Porque as pessoas costumam comentar questões particulares dos outros sem exitar. Por isso as revistas de fofoca vendem muito. Pessoas querem saber sobre a vida do outro a qualquer custo.
Tiago disse assim: “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim” (Tiago 3.10). Se queremos servir ao Senhor, precisamos cuidar daquilo que falamos. Jesus disse: “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem” (Mateus 15.18).
Além de nos ensinar sobre o domínio próprio, neste Salmo Davi ainda enfatiza negativamente a falta de amor ao próximo, ele diz:
não faz mal ao próximo,
nem lança injúria contra o seu vizinho;
Nossa vida em comunhão com o Senhor deve refletir o amor ao próximo. Porque não desfazemos ou esnobamos dos menos favorecidos, e não exaltamos o próximo pela condição financeira; também não difamamos o vizinho com mentiras. Tiago exorta os cristãos que estavam tratando com desprezo os pobres que vinham à igreja e tratavam os mais ricos com honra. Ele exorta dizendo: “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tiago 2.1).
O apóstolo Paulo ainda nos exorta: “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12.18).
Davi ainda nos ensina neste Salmo que nós que buscamos a comunhão com o Senhor e como súditos do Reino de Cristo, devemos ter referênciais valorosas, através do dicernimento entre o justo e o réprobo:
o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo,
mas honra aos que temem ao Senhor;
Isto quer dizer que devemos ter discernimento para reconhecer o maldoso e perverso e não imitá-lo.
Quem te inspira a ser alguém melhor? O que faz teus olhos brilharem? Lembre-se disto, modelos errados conduzem a resultados errados, resultados errados à insatisfação, à decepção e ao fracasso. Homens erram e coisas se deterioram, grupos se dividem e pessoas morrem. Meu irmãos, somos os únicos dentre a criação que podemos nos arrepender, e confessar esses erros, e pedir perdão e voltar por outro caminho. Para não seguir ao malvado ou achar algum valor nos cruéis, pensando que esses têm valor e poder. Podemos usar como aplicação o Salmo de Asafe que diz:
Com efeito, Deus é bom para com Israel,
para com os de coração limpo.
Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés;
pouco faltou para que se desviassem os meus passos.
Pois eu invejava os arrogantes,
ao ver a prosperidade dos perversos. (73.1-3)
Asafe tendo refletido sobre o procedimento dos ímpios chegou a conclusão:
até que entrei no santuário de Deus
e atinei com o fim deles.
Tu certamente os pões em lugares escorregadios
e os fazes cair na destruição. (73.17-18)
Pedro nos adverte: “para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1Pedro 1.7).
Este Salmo também trata sobre princípios éticos, pois devemos viver pela verdade e não desonrar o seu nome:
o que jura com dano próprio e não se retrata;
Valores são negociáveis e permitem reajuste. Princípios não. É uma formação que te direcionará pelo certo ou errado. Pessoas de princípios duvidosos são mau caráter. Pense comigo, a situação econômica está difícil, mas você não está desempregado(a), não lhe falta o alimento, a conta de energia eletríca está paga, e ainda tem gás de cozinha. No entanto você recebe o auxílio emergêncial, o que fazer? E muitos à sua volta estão pensando em gastá-lo com um belo churrasco. Mas você tem princípios inegociáveis, e devolve pelos meios legais.
Nós muitas vezes fugimos à ética e à moral cristã, de uma cosmovisão Calvinista, porque temos medo das críticas e não queremos sofrer deboches, sensuras e confrontos verbais. No fundo, não queremos ser desonrados. Mas, não nos impostamos em desonrar o nome do Senhor, ou ver a pessoa do nosso Senhor sofrendo afrontas pelos ímpios. Charles Spurgeon em um sermão disse:
Será que um homem que ama o seu Senhor estaria disposto a ver Jesus vestindo uma coroa de espinhos, enquanto ele mesmo almeja uma coroa de louros? Haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto nós esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos? Não seja tão fútil em sua imaginação. Avalie o preço; e, se você não estiver disposto a carregar a cruz de Cristo, volte à sua fazenda ou ao seu negócio e tire deles o máximo que puder, mas permita-me sussurrar em seus ouvidos: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?[15]"
Em último lugar, Davi nos ensina sobre o altruismo:
o que não empresta o seu dinheiro com usura,
nem aceita suborno contra o inocente.
Quem deste modo procede não será jamais abalado.
Buscamos viver em adoração ao Senhor, então o nosso prazer deve estar no Senhor não no dinheiro. Difícil tarefa é abnegarmos de prazeres conquistados com o dinheiro em um contexto de consumismo desenfreado. No entanto, precisamos fugir da tentação do inimigo, da cobiça das coisas fúteis deste mundo. Precisamos de um coração grato, a gratidão nos faz ter satisfação no que o Senhor tem nos dado.
Reconhecemos que o Senhor cuida de nós, por isso, cremos que as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt 6.33). Podemos viver com misericórdia, honestidade, quanto a isso Paulo nos adverte: “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Timóteo 6.10).
Tratado o nosso coração conseguimos expressar compaixão e cuidado misericordioso ao próximo. Temos dois princípios aqui: a) Emprestar sem cobrança de juros para auxílio emergencial; b) não receber suborno para mentir. O primeiro ponto caracteriza o justo por não emprestar o dinheiro com o objetivo de enrriquecer, essa perspectiva é contra a agiotagem. A ganância em enriquecer tem conduzido o nosso coração a negligenciar as missões, a manutenção da igreja, o auxílio aos irmãos, a generosidade para com as instituições de caridade, porque queremos mais e sempre. Deus prova nosso coração e nos humilha como disciplina para passarmos a confiar nele.
O segundo é não aceitar suborno contra o inocente. Na sua balança de prioridades quem vem primeiro, o próximo ou o dinheiro? Irmãos, precisamos nos dominar em relação ao dinheiro, que é sinônimo de poder, para fugir das tentações da corrupção. Pelo desejo do poder podemos nos corromper e aceitar o dinheiro fraudulento, deixar o necessitado sem o Hospital, a família sem a infraestrutura básica para viver. O pecado cega, e para não perder o nível de vida chegamos a matar. Não se engane, sem a graça de Deus o homem é muito pior do que vemos.
A afirmação final foi do salmista foi:
quem destes estiver fazendo, não será para sempre abalado.
Esse que continuamente busca viver na retidão da Palavra do Senhor é que viverá no monte santo. A pergunta é: - Quem dentre nós está vivendo assim? Podemos viver deste modo? Tendo em vista a condição apresentada no Salmo 14.1-3.
Também relembrando a questão da introdução onde somos constantemente avaliados pela sociedade, e pelo péssimo exemplo muitos que se dizem “evangélicos” que não têm mudado o contexto dentro e fora da política. Vemos no noticiário que um vereador do Rio, denominado “pastor”[16], foi preso por práticas indevidas no seu mandato. Alguns têm afirmado que é a falta de caráter, e de fato é. No entanto, acredito que não é este o cerne da questão, porque não é o caso de uma justiça própria, mas uma justiça atribuída.
CONCLUSÃO
Portanto, podemos nos qualificar conforme as características apresentadas das boas ações se a nossa confiança e fé estiverem arraigadas sobre o Justo, Jesus Cristo. Isaías disse: Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si (Isaías 53.11). Portanto, concluiu Paulo: [...] que o homem é justificado pela fé, independente das obas da lei (Rm 3.28).
Thomas Goodwin foi um dos puritanos membros da Assembleia de Westminster que se preocupou com o pecado contra Deus. Podemos saber que pecamos primeiramente contra Deus, mas não nos esforçamos para vencê-los a cada dia. Por isso, Goodwin apresenta “quatro regras ao cristão” para manter-se distanciado da prática do pecado contra Deus: “1) Guardar-se dos maus pensamentos [...]. 2) Guardar-se das palavras más [...]. 3) Ter cuidado das más companhias [...]. 4) Ter cuidado com todas as ocasiões do abuso nocivo de coisas lícitas”[17]
Meus amados, a jornada da justiça e da verdade até ao Pai começa em Jesus (Jo 14.6). Agora, pacificados por Deus em Cristo Jesus (Rm 5.1), e preenchidos do seu amor pelo Espírito Santo, podemos viver na retidão, e desempenhar boas obras através da fé genuína em Jesus Cristo. Como disse Tiago, a fé sem obras é morta (2.26). Portanto, não é um caminho fácil, nós devemos carregar a nossa cruz (Mt 27.32); receberemos as afrontas por sermos justos, íntegros e honestos. Mas, a vitória já está decretada, e os justos já foram selados, somente aguardando o Rei voltar (Ap 14.1-5). Assim como o povo da aliança pela fé caminhou com os olhos fixos na redenção pela promessa do Messias, façamos nós também o mesmo, aguardando o retorno do Rei. Aguente mais um pouco! Seja forte! E habitarás com o Senhor Jesus por toda a eternidade.
4. BIBLIOGRAFIA
4. BIBLIOGRAFIA
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FUTATO, Mark David, Interpretação dos Salmos, 1a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 22.
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Governo Federal encaminha Reforma Administrativa ao Congresso Nacional, Portal do Servidor, disponível em: <https://www.gov.br/servidor/pt-br/assuntos/noticias/2020-1/setembro/governo-federal-encaminha-reforma-administrativa-ao-congresso-nacional>, acesso em: 7 set. 2020.
[1] Governo Federal encaminha Reforma Administrativa ao Congresso Nacional, Portal do Servidor, disponível em: <https://www.gov.br/servidor/pt-br/assuntos/noticias/2020-1/setembro/governo-federal-encaminha-reforma-administrativa-ao-congresso-nacional>, acesso em: 7 set. 2020.
[2] Ibid.
[3] Boice na sua introdução argumenta que o salmo 15 não está tratando sobre justificação, mas sobre uma vida piedosa de quem já foi justificado (No caso justificação não pode ser visto desligado de regeneração), ele afirma esta posição por causa da pergunta do salmista. Boice acredita que este salmo tenha mais em comum com Rm 8, assim como a temática de fé e obras de Tiago. E se ele estiver considerando o Salmo 14.1-4 como o texto próprio para a justificação, logo o Salmo 15 seria o proceder dos justificados. BOICE, James Montgomery, Psalms 1–41: An Expositional Commentary, Grand Rapids, MI: Baker Books, 2005, p. 122.
[4] O Rev. Hermisten Maia tratando sobre o Salmo 15, afirma que “[...] este Salmo, mais do que algo apenas litúrgico ou um preparativo para entrar no Santuário, descreve um solilóquio, tendo como pano de fundo a Lei de Deus, no qual o salmista alegre e ao mesmo tempo compenetrado, indaga a respeito desta habitação, ou seja, desta comunhão com Deus e, à luz da própria Lei de Deus, apresenta a resposta”. [Maia, Hermisten. Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15 (pp. 6-7). Editora Fiel (www.editorafiel.com.br). Edição do Kindle.]
[5] Segundo Futato “O padrão paralelo nos ajuda a compreender que “a glória de Deus” era bem concreta para o poeta antigo...”FUTATO, Mark David, Interpretação dos Salmos, 1a Ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p. 39.
[6] Como está ligado a aliança de Abraão, e o Templo de Jerusalém com o Cordeiro no monte Sião? Em Gênesis 22.2 o Senhor ordena que Abraão oferecesse em sacrifício o seu único filho em um monte na terra de Moriá. A fé operante em Abraão para crer na providência de Deus, que “era poderoso até para ressuscitá-la dentre os mortos” (Hb 11.19), e o substituto foi enviado no lugar de Isaque, o carneiro.
Sob a aliança davídica, temos um juízo contra Jerusalém por causa do pecado de Davi ao levantar o censo em Israel (1Cr 21). O Anjo do Senhor foi posto “entre a terra e o céu (um monte)”, com sua espada desembainhada (v.16), e não acabou com Jerusalém por causa da Sua misericórdia (v.15). O Anjo do Senhor (esta descrição aponta para a 2ª pessoa da Trindade), estava em um monte, nas terras de Ornã, o Jebuseu. No monte Moriá foi construído o Templo do Senhor por Salomão (2Cr 3.1), e nele sacrificou, “e a glória do Senhor encheu a casa” (7.1). Neste monte que segundo Robertson, é “precisamente onde Abraão ofereceu Isaque cerca de mil anos antes de Davi” [ROBERTSON, Palmer, Alianças, 1a edição. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 91.]. É neste monte que Davi sacrificou (1Cr 21.28). Mas, qual a ligação com Cristo, ou a Cruz, e com o termo “o Cordeiro tendo ficado [de pé] sobre o monte Sião (Gr. arnion ⸀ hestos epi ⸂ to oros Siōn⸃)”? (Ap 14.1-5). [O monte onde ficava o Templo. O Templo foi construído no monte Moriá, que mais tarde passou a ser chamado de monte Sião (2Crônicas 3:1; Salmos 78:68). (Sociedade Bíblica do Brasil, Nova Tradução na Linguagem de Hoje (Sociedade Bíblica do Brasil, 2000)].
Robertson afirma, que “Jesus Cristo foi a esse lugar e apresentou-se a si mesmo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” [ROBERTSON,2010,p.92]. Todos estes relatos bíblicos “prefiguram a realidade única da oferta do Filho de Deus. Não o lugar, mas a pessoa é santa. Logo, o Cordeiro é o centro da adoração por ter se oferecido em sacrifício. E o ato da crucificação e ressurreição é o marco da vitória contra a morte. Podemos confiar no resgate substitutivo perfeito de Cristo, porque este é o verdadeiro sinal dos comprados pelo Cordeiro.
[7] João Calvino, As Institutas, trad. Waldyr Carvalho Luz, Edição Clássica, vol. 1 (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2006), 42. (Edição do Logos Bible)
[8] Maia, Hermisten. Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15 (p. 7). Editora Fiel (www.editorafiel.com.br). Edição do Kindle.
[9] BOICE, Psalms 1–41: An Expositional Commentary, p. 123.
[10] Ibid.
[11] BANDEIRA, Manuel (1886-1968), Antologia Poética, 12a Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, p. 118.
[12] Ross apresenta dez caracteristicas dentre os versos 2 a 5. No caso essas características respondem a perguntai inicial e testificam quem pode adentrar ao “culto no santuário do Senhor”. ROSS, Allen P., A Commentary on the Psalms 1–89: Commentary, Grand Rapids, MI: Kregel Academic, 2011, p. 389.
[13] Maia, Hermisten. Vivendo com Integridade: Um estudo do Salmo 15 (pp. 8-9). Editora Fiel (www.editorafiel.com.br). Edição do Kindle.
[14] Ludwig Koehler et ai, The Hebrew léxico e aramaico do AT (Leiden: E. J. Brill, 1994-2000)., 247.
[15] MACARTHUR, John F. Jr., Com vergonha do evangelho, São José dos Campos, SP: Fiel, 2012, p. 17.
[16] STJ converte em preventiva prisão de Pastor Everaldo, Agência Brasil, disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2020-09/stj-converte-em-preventiva-prisao-de-pastor-everaldo>, acesso em: 11 set. 2020.
[17] VAN HORN, Leonard T., Estudo no breve catecismo de Westminster, 4a Ed. São Paulo: Editora Os Puritanos, 2015, p. 32.