O CAMPO DA MENTE

Batalha Espiritual  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 42 views
Notes
Transcript
BATALHA ESPIRITUAL I

O CAMPO DA MENTE

ESTUDO 515
Romanos 12.2 NAA
2 E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

INTRODUÇÃO

Todo ser humano deseja a sua plenitude pessoal de realização, buscando sentido para a vida e para a sua própria existência. Quem não quer ser feliz e pleno no que é e no que faz? No entanto, muitos vivem frustrados e desanimados porque não alcançam esse nível de compreensão. E, não raramente, isso acontece porque desconhecem que a verdadeira fonte da nossa realização pessoal está em conhecer a Deus e fazer a Sua vontade, vivendo o Seu propósito para nossas vidas.
O apóstolo Paulo deixa claro, no texto epigrafado, que é fundamental para que conheçamos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus que tenhamos a nossa mente renovada. E, obviamente, o contexto não expressa algo momentâneo e pontual, mas sim um processo constante e rotineiro. A renovação da mente deve ser uma prática na vida do crente, ou seja, um hábito que evidencia um estilo de vida, um relacionamento permanente e crescente com o Senhor Jesus, fundamental para que vençamos as batalhas espirituais do dia a dia.
Uma mente renovada e afinada com Deus é fundamental para uma caminhada cristã bem-sucedida. Mas a verdade é que esse campo de batalha, muitas vezes, é negligenciado e desdenhado pelas pessoas, que, de forma paliativa, lutam para vencer problemas sem alcançarem êxito, porque ignoram a sua origem ou causa inicial. Vamos a um exemplo simples, porém esclarecedor: não é suficiente lutar para vencer práticas imorais se não pararmos de alimentar a nossa mente com elementos da imoralidade. É como tentar despoluir um rio, recolhendo o lixo e a sujeira, mas não interromper o derrame de esgoto nele. A verdade é que muitas pessoas, inclusive crentes, poderiam interromper e encerrar ciclos pecaminosos nas suas vidas se, simplesmente, cortassem a fonte de alimento desses pecados. Em suma, se você quer que alguma coisa morra, corte o alimento dela.
Este estudo não tem o objetivo ou o condão de esgotar o tema proposto, mas ficaremos felizes se ele for útil para despertar nas pessoas a importância e a responsabilidade de cuidar desse tão sério campo de batalha: a nossa mente. Como disse o salmista Davi:
Salmo 139.23–24 NAA
23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.
Segundo a escritora Joyce Meyer[1], “Nossas ações são o resultado direto de nossos pensamentos. Se tivermos uma mente negativa, teremos uma vida negativa. Se, por outro lado, renovarmos nossa mente de acordo com a Palavra de Deus, provaremos, em nossa experiência, o que está escrito em Romanos 12.2 – ‘a boa, agradável e perfeita vontade de Deus’ – para nossa vida. (…) Os problemas das pessoas estão tão enraizados em padrões de pensamento que, na realidade, produzem os problemas que elas experimentam na vida diária. Satanás oferece formas de pensar erradas a todo mundo, mas nós não somos obrigados a aceitar sua oferta. Aprenda que tipos de pensamento são aceitáveis ao Espírito Santo e que tipos não são aceitáveis”. Em suma, o que pensamos, nós sentimos e, muitas vezes, fazemos. Portanto, o fazer ou o não fazer é precedido pelos nossos sentimentos que são diretamente influenciados pelos nossos pensamentos. Uma fonte limpa vai gerar correntes puras. Você já pensou no que você tem pensado?

I - O QUE É UMA MENTE RENOVADA ?

De uma forma simples, podemos dizer que uma mente renovada é aquela que se livra de pensamentos velhos e adota pensamentos novos. Renovar significa tornar novo. Obviamente que, no nosso contexto, a ideia é se livrar de pensamentos ruins, por vezes ligados a hábitos antigos, contrários à Palavra de Deus, e adotar pensamentos segundo à Sua vontade. Está escrito:
Colossenses 3.1–3 NAA
1 Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. 3 Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus.
Uma mente renovada é aquela que “pensa nas coisas lá do alto”, ou seja, está alinhada com Deus. Isso não significa viver alheio às coisas terrenas, mas sim enxergá-las e lidar com elas à luz das Escrituras Sagradas.
Por uma série de razões, pensamentos ruins brotam ou tentam brotar em nossas mentes e saber lidar com eles é fundamental para sermos bem-sucedidos na nossa caminhada cristã. Uma mente aprisionada tende ao pecado e ao fracasso. Por exemplo, apesar do povo de Israel ter sido libertado de forma milagrosa do Egito, na sua trajetória para a terra prometida ficou evidente que sua mente ainda estava presa. Eles haviam saído do Egito, porém o Egito não havia saído de suas mentes. Aquela geração, exceto por Josué e Calebe, pereceu no deserto. Portanto, a renovação da nossa mente é fundamental para vencermos as batalhas e alcançarmos o propósito de Deus para nossas vidas.

II - MENTE RENOVADA É UM DEVER DO CRENTE

A palavra de Deus nos deixa claro que ter uma mente renovada é dever do crente. Além do texto em Colossenses, mencionado anteriormente, e dentre tantos outros, está escrito:
Filipenses 4.8 NAA
8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.
Ressaltar o dever do crente é fundamental porque nós, seres humanos, temos uma tendência a responsabilizar a todos, mas, constantemente, não assumimos nossos atos e escolhas. Existe a ação de Deus, do Diabo e, também a ação humana na Terra. Nós temos o livre arbítrio para decidir. Portanto, existem sementes que precisam ser plantadas por nós. E outras não. Precisamos estar prontos a responder e prestar contas das nossas ações e omissões. No dizer de Joyce Meyer[2], “Encorajo-o a ser uma pessoa que não tenha medo de responsabilidade. Ao encontrar resistência, você construirá sua força. Se fizer apenas o que é fácil sempre permanecerá fraco. Deus espera que sejamos responsáveis e tomemos conta de tudo o que Ele nos dá – façamos alguma coisa com isso que produza bom fruto.”
Veja o que o apóstolo Paulo disse aos Efésios:
“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” (Efésios 4:22,24 NVI) (Grifo nosso)
Tenho aprendido que o Senhor Jesus, através da Sua Palavra, nunca requer algo do crente sem dar os elementos ou as ferramentas para que este o realize. Ou seja, o “despir”, a “renovação no modo de pensar” e o “revestir” são requisitos, para nós cristãos, possíveis de execução através dos ensinamentos e armas espirituais disponíveis. Em outras palavras, apesar de não termos o poder da renovação, são as nossas escolhas e decisões que irão, ou não, proporcionar o seu acontecimento. E isso veremos a seguir.

III - COMO TER UMA MENTE RENOVADA ?

Entendemos que uma mente renovada é fundamental para vencermos nossas batalhas espirituais. De fato, alcançar a renovação da nossa mente já é uma grande batalha. Mas, sem dúvida, isso é possível, como nos ensina a Palavra de Deus. Aquilo que não podemos fazer, Deus faz. O Espírito Santo nos auxilia na nossa caminhada e, com as armas espirituais, podemos vencer. Fomos chamados para termos a mente de Cristo. Aleluia! Uma mente renovada contribui para que andemos segundo a vontade do Pai e glorifiquemos o nome do Senhor Jesus. Está escrito:
2Coríntios 10.3–5 NAA
3 Porque, embora andemos na carne, não lutamos segundo a carne. 4 Porque as armas da nossa luta não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir fortalezas. Destruímos raciocínios falaciosos 5 e toda arrogância que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento à obediência de Cristo.

A. Entendendo que estamos numa guerra espiritual.

Sendo redundante, vamos “começar do começo”. Muitos crentes ignoram ou desprezam a realidade de que estamos numa guerra espiritual. Mas o fato deles agirem assim, não significa que ela não exista. Uma vez, depois que terminei de ministrar em uma igreja, já em um momento de confraternização com o pastor local, ele me disse: “nossa igreja não tem o perfil de batalha espiritual”. Fiquei pensando sobre aquela afirmação: como alguém pode pensar que batalha espiritual é um perfil? Batalha espiritual é uma realidade! E é bom que saibamos disso, que conheçamos os nossos inimigos e as suas estratégias, porque isso é essencial para nossa vitória.
1Pedro 5.8 NAA
8 Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.

B. Tendo o temor do Senhor como nosso fundamento.

Tornar nossos pensamentos, como nossa vida de forma geral, obedientes a Cristo, significa vivermos uma vida de temor a Deus e moldada pela sua Palavra.
Provérbios 1.7 NAA
7 O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os insensatos desprezam a sabedoria e o ensino.
A ideia de temor aqui não é ter medo de Deus, mas sim reverência e obediência, ou seja, um estilo de vida que honra a Ele. Nas nossas ações, palavras e pensamentos. Isso precisa ser o princípio. O fundamento. A bússola para nos direcionar em toda escolha e decisão, seja em que área for das nossas vidas. O temor do Senhor precisa ser a nossa referência basilar.
Salmo 128.1 NAA
1 Bem-aventurado aquele que teme o Senhor e anda nos seus caminhos!
Eclesiastes 12.13 NAA
13 De tudo o que se ouviu, a conclusão é esta: tema a Deus e guarde os seus mandamentos, porque isto é o dever de cada pessoa.
O temor do Senhor é a chave para conhecê-lo com profundidade. Está escrito:
Salmo 25.14 NAA
14 O Senhor confia o seu segredo aos que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança.
O santo temor é a chave para o firme fundamento de Deus, que revela os tesouros da salvação, da sabedoria e do conhecimento. Juntamente com o amor de Deus, o temor constitui o próprio fundamento da vida! Nós aprenderemos que não poderemos amar a Deus verdadeiramente a menos que o temamos, nem poderemos temê-lo corretamente a menos que o amemos.” - John Bevere[3]
Concordamos, plenamente, com essa afirmação. O temor é manifesto, inclusive, pela nossa obediência, que está diretamente ligada ao nosso amor a Deus. Não falamos de perfeição, pois não somos perfeitos. Mas devemos ter um propósito perfeito de agradar a Deus e obedecê-lo, ainda que falhemos ocasionalmente. Jesus disse:
João 14.23 NAA
23 Jesus respondeu: — Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Muitos crentes, infelizmente, desprezam a importância da obediência, inclusive no contexto da batalha espiritual. Negligenciam, dentre outros, os princípios de autoridade e submissão. Veem obediência como um jugo severo, quando, na verdade, é um mecanismo de bênção e proteção. Como diz o autor Derek Prince[4]:
“Alguns cristãos clamam que eles são automaticamente protegidos de ataques demoníacos pelo sangue de Jesus. Deus, verdadeiramente, nos oferece total proteção através do Sangue. Mas, de novo, esta provisão depende de nós cumprirmos Suas condições.
O apóstolo Pedro nos diz que somos ‘escolhidos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue’ (1Pedro 1:2).
1Pedro 1.2 NAA
2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo. Que a graça e a paz lhes sejam multiplicadas.
Um estilo de vida obediente é a condição para sermos protegidos pelo Sangue de Jesus. Seu Sangue não é aspergido naqueles que persistem na desobediência. Isto é exemplificado nos registros da primeira Páscoa no Egito, quando Moisés disse aos israelitas: ‘Molhem um feixe de hissopo no sangue que estiver na bacia e passem o sangue na viga superior e nas laterais das portas. Nenhum de vocês poderá sair de casa até o amanhecer’. (Êxodo 12:22).
Êxodo 12.22 NAA
22 Peguem ramos de hissopo, molhem no sangue que estiver na bacia e marquem a viga superior da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia. E que nenhum de vocês saia da porta da sua casa até pela manhã.
Os israelitas foram protegidos não porque eram israelitas, mas porque eles obedeceram as instruções de Deus concernentes ao sangue, e ficaram dentro das casas. Eles estavam do lado certo do sangue. Se os primogênitos tivessem ido para fora de suas casas, eles sofreriam o mesmo destino que os egípcios. O mesmo se aplica para nos cristãos. Nossa proteção contra Satanás não depende somente do fato de sermos cristãos, mas da nossa obediência às instruções de Deus. O Sangue, como eu disse, não protege aqueles que continuam na desobediência.” - Derek Prince[4](Tradução livre).

C. Conhecendo e praticando a Palavra de Deus.

Não é uma tarefa fácil se entregar à meditação das Escrituras como prática ou disciplina espiritual. Fazemos parte de uma sociedade que está em ritmo frenético. O ruído do progresso está à nossa volta e, muitas vezes, nos seduz a investir nosso tempo erroneamente. Estamos na era do apogeu da mídia. Com a tecnologia na “palma da mão”, som e imagem se tornam mais atraentes. A disponibilidade de “viajar” por “mundos” antes apenas sonhados, rouba a cena e a atenção do ser humano, que está viciado em um consumo rápido, superficial e, não raramente, indigesto. Apesar desse quadro desanimador, ainda é possível superar tudo isso e adentrar nas profundezas do nosso ser, levando a Palavra como luz transformadora para nossas vidas. A Bíblia é a nossa fonte de fé. E sem fé é impossível agradar a Deus e alcançar a vitória. A leitura e meditação das Escrituras Sagradas renovam e santificam nossas vidas e nos mantém no caminho reto. Jesus disse:
João 17.17 NAA
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
Quanto mais buscamos e nos aprofundamos na Palavra de Deus, praticando os seus ensinamentos, ficamos mais separados do mundo e mais parecidos com Cristo.
Salmos 119:9,11
Salmo 119.9 NAA
9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.
Salmo 119.11 NAA
11 Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti.
A ideia de meditação é expressa nas Escrituras com diversos significados: ouvir a palavra de Deus, refletir nos feitos de Deus, relembrar os atos divinos, ponderar sobre a lei de Deus, entre outros. É mister observar que a meditação tem um objetivo ou resultado fundamental, qual seja, a mudança de pensamento e comportamento como resultado do encontro com o Deus vivo. Nesse processo, portanto, natural é a manifestação de arrependimento e obediência. Não foi à toa que Deus orientou Josué a meditar na sua lei de dia e de noite para que não se desviasse dela e fosse bem-sucedido em tudo que fizesse.
Josué 1.7 NAA
7 Tão somente seja forte e muito corajoso para que você tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei que o meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que seja bem-sucedido por onde quer que você andar.

D. Fazendo a diferença com uma vida de oração e jejum.

A oração é a disciplina espiritual que nos leva a uma comunhão duradoura com o Senhor. Ela nos leva a um agir mais profundo e elevado. Ela é a base para uma vida de santidade. A oração que é fruto de um verdadeiro relacionamento com Deus, fruto de uma comunhão diária e crescente, manifesta os pensamentos Dele. Como diz o escritor Wesley L. Duewel[5]:
Deus quer que a sua oração obtenha respostas divinas. A oração não é apenas o passatempo de Deus para não se sentir solitário. Ele se agrada com a nossa comunhão. Ele sempre se aproxima quando nós oramos.” - Wesley L. Duewel[5]
Precisamos fazer a nossa parte. É necessário dedicação. Assim, quando temos uma vida de oração, desejamos o que o Senhor deseja, amamos o que Ele ama e queremos o que Ele quer. Quando temos uma vida de comunhão com Deus, passamos a enxergar as coisas como Ele enxerga, pois não é possível viver na presença Dele e não receber a sua maravilhosa influência. O apóstolo Paulo recomendou aos Tessalonicenses:
1Tessalonicenses 5.17 NAA
17 Orem sem cessar.
Orar é dialogar com Deus, colocando nossa vida diante Dele e, também, ouvindo aquilo que Ele quer falar conosco. Expressa relacionamento. Não deve algo frio ou mecânico. Quando oramos, mantemos nossa mente “nas coisas lá do alto”. Deixamos de viver nossos próprios interesses e andamos segundo a agenda de Deus. Como afirma Gordon Lindsay[6]:
Oração de sucesso requer contato diário com Deus. Quando a vida espiritual de uma pessoa começa a se deteriorar, isso pode geralmente ser identificado como uma falta de oração diária consistente” - Gordon Lindsay[6](tradução livre).
É preciso entender que estamos numa guerra. Oração é instrumento de defesa, mas, outrossim, arma de ataque. Através do nosso relacionamento com Deus, Ele nos direciona e nos dá todas as estratégias para vencermos as batalhas, inclusive na nossa mente. Dutch Sheets[7], sabiamente, coloca:
Quando nós esperamos no Senhor, Ele vai nos mostrar qual estratégia ou método de guerra usar. O Senhor é um Deus de relacionamento. Ele é um Pai apaixonado por sua família e dá mais prioridade ao amor do que ao serviço. É nosso relacionamento com Cristo que nos prepara para as nossas guerras.” - Dutch Sheets[7]
Vejamos o que diz E.M. Bounds, por Leonard Ravenhill[8]:
Deixar de orar é ser derrotado em todos os setores da vida. É ser derrotado nos deveres, no serviço e nas realizações espirituais. Deus precisa ajudar o homem através da oração. Aquele que não ora fica privado da ajuda divina e coloca Deus em posição de não poder ajudá-lo. O homem tem de orar a Deus, se de fato o ama. Numa vida destituída de oração, a fé, a esperança, a paciência e todas as demais belas e poderosas forças vitais da piedade definham e morrem.” - E.M. Bounds, por Leonard Ravenhill[8]
O jejum é claramente ensinado e praticado tanto no Antigo como no Novo Testamento. Moisés jejuou, ao menos, duas vezes por 40 dias (Deuteronômio 9.9,18).
Deuteronômio 9.9 NAA
9 Quando eu subi o monte para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor havia feito com vocês, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água.
Deuteronômio 9.18 NAA
18 Depois, como havia feito na ocasião anterior, fiquei prostrado diante do Senhor durante quarenta dias e quarenta noites. Não comi pão e não bebi água, por causa de todo o pecado que vocês haviam cometido, fazendo o que é mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
Seu rosto brilhou com a glória de Deus. Josué jejuou depois da derrota em Ai (Josué 7.6).
Josué 7.6 NAA
6 Então Josué rasgou a sua roupa e se prostrou com o rosto em terra diante da arca do Senhor até a tarde, ele e os anciãos de Israel; e puseram pó sobre a cabeça.
São muitos exemplos. Elias, Esdras, Neemias, Ester, Daniel, dentre outros, ficaram conhecidos, também, pelo seu jejum. Como estratégia poderosa, o jejum fez parte da igreja primitiva e da vida de muitos líderes levantados por Deus. O apóstolo Paulo orava e praticava o jejum nas igrejas, sendo este uma arma poderosa na fundação delas.
Atos dos Apóstolos 14.23 NAA
23 E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor, em quem haviam crido.
A despeito de ser pouco ensinado ou falado nas igrejas hoje, o jejum continua sendo a forma escolhida por Deus para fortalecer e aprofundar a oração. O foco do jejum não deve ser as bênçãos, e sim o Abençoador. O jejum não submete Deus ao nosso controle. Pelo contrário, nos deixa mais controlados por Ele, inclusive no tocante aos nossos pensamentos. Portanto, Deus precisa ser o centro do nosso jejum. Como disse John Wesley[9]:
“Em primeiro lugar, que [o jejum] seja feito para o Senhor, com os olhos fixos unicamente nele. Que a intenção aqui seja esta, e unicamente esta: glorificar o Pai que está nos céus [...]”. - - John Wesley[9]
Como diz Richard J. Foster[10],:
O jejum pode romper limites na esfera espiritual, algo que jamais aconteceria por outro caminho. É um meio da graça e da bênção de Deus que não devemos continuar negligenciando. (…). Chegou a hora de todos os que ouvem a voz de Cristo obedecer”. - Richard J. Foster[10],

E. Fugindo das “intoxicações” e tendo foco.

Como já mencionamos, vivemos numa época em que a informação e o conhecimento estão bastante acessíveis. Toda espécie de conhecimento, obviamente. O desenvolvimento tecnológico colocou o ambiente de aprendizado dentro das nossas casas e, mais do que isso, permitiu que ele nos acompanhe, virtualmente, por praticamente todos os lugares em que trafegamos. A própria internet se revela como uma infinita sala de aula, onde se pode acessar, pesquisar e aprender sobre diversos conteúdos. O ensino deixou de estar restrito às escolas e se expandiu, sendo ministrado à distância. Aumentou, também, o leque de opções. Há muita variedade de veículos de ensinamento, tanto física como virtualmente falando. Se por um lado, o acesso (e excesso) de informação é uma boa notícia, por outro lado requer mais cuidado. Quanto mais conhecimento disponível, maior a necessidade de filtragem. Sim, porque, assim como tem muita coisa boa, há muito lixo orbitando a nossa volta. E, ainda que consigamos separar o bom do ruim, precisamos, depois disso, dentro do contexto positivo, focar naquilo que se coaduna com o propósito de Deus para nossas vidas.
Salmos 119:97,101-102
Salmo 119.97 NAA
97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!
Salmo 119.101–102 NAA
101 De todo mau caminho desvio os meus pés, para observar a tua palavra. 102 Não me afasto dos teus juízos, pois tu me ensinas.
Ou seja, precisamos escolher um bom conteúdo e que este seja uma ferramenta de precisão para nos impulsionar na carreira proposta por Deus. Não precisamos nem conseguiremos saber tudo. Mas precisamos conhecer tudo que é necessário para alcançar nosso alvo.

F. Estudando e se aperfeiçoando.

A disciplina do estudo tem um papel fundamental na renovação da nossa mente, porque esta é renovada quando a submetemos a elementos que têm o poder de transformá-la (vide Romanos 12.2 e Filipenses 4.8).
Romanos 12.2 NAA
2 E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Filipenses 4.8 NAA
8 Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês.
Estudar nos ajuda a substituir antigos e destrutivos hábitos de pensamento por hábitos novos, que geram vida. Obviamente que, nessa senda, não há nada melhor a se estudar do que a Palavra de Deus. Nenhum livro, por melhor que seja, substitui a Bíblia. Ela é nosso manual de vida e fé. O estudo é um excelente meio de nos conduzir à prática do pensar. As Escrituras nos ensinam que conhecimento é poder. Muitos cristãos não sofrem transformações profundas, apesar de se dedicarem a várias atividades da igreja, porque não têm a disciplina do estudo. Por este ter uma influência direta na nossa mente, acaba se tornando uma ferramenta eficaz para mudar os nossos hábitos, principalmente os pecaminosos. Sim, porque, como já dissemos anteriormente, o que pensamos, normalmente sentimos e acabamos fazendo. Quantas vezes pessoas bem-intencionadas não conseguem vencer práticas ou hábitos pecaminosos porque se utilizam de meios superficiais ou paliativos para isso? É preciso buscar a renovação, a transformação da nossa mente. Precisamos vencer na origem. Na fonte. Assim teremos nossos sentimentos e ações transformadas. Essa transformação é precedida do conhecimento. E este aguarda o nosso esforço para irmos ao seu encontro. Jesus falou:
João 8.31–32 NAA
31 Então Jesus disse aos judeus que haviam crido nele: — Se vocês permanecerem na minha palavra, são verdadeiramente meus discípulos, 32 conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.

IV - ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS DE UMA MENTE RENOVADA

A. Mantemos nossa identidade.

Vimos que uma mente renovada é fundamental para vencermos as batalhas espirituais. Uma das razões é porque, com a mente renovada e ligada em Deus, não desconsideramos nossa identidade em Cristo. Essa identificação faz toda diferença na nossa rotina diária, pois influenciará nossos pensamentos, palavras e ações, nos levando a vitórias. Quando podemos dizer “não eu mais vivo, mas Cristo vive em mim” e “maior é o que está em nós do que o que está no mundo”, demonstramos que nos identificamos com Jesus e estamos aliançados com Ele. E “se Ele é por nós, quem será contra nós?” “Somos mais do que vencedores por meio daquele que nos chamou”.
Quanto mais tempo passamos com o Senhor, mas afinados estamos com seus pensamentos, mais parecidos com Ele falamos e, sem dúvida, nossas ações tendem a ser de acordo com a Sua soberana vontade. Mente renovada em Deus ratifica nossa identidade em Cristo: fator decisivo para vencermos uma batalha espiritual. O jovem Davi foi um exemplo nesse sentido. Enquanto o rei Saul e seu exército tremiam diante do gigante Golias, Davi não se esqueceu da sua identidade nem da aliança com o único Deus vivo e verdadeiro:
1Samuel 17.26 NAA
26 Então Davi perguntou aos homens que estavam perto dele: — O que será dado ao homem que matar esse filisteu e livrar Israel de tal afronta? Quem é esse filisteu incircunciso para afrontar os exércitos do Deus vivo?
Davi sabia a distinção entre aqueles que tinham e os que não tinham aliança com Deus. Ele tinha identidade e, por isso, estava seguro de que o levante contra Israel, em última análise, era contra o Senhor dos Exércitos. É essa segurança que precisamos e podemos ter.

B. Vivemos em novidade de vida, conhecendo a vontade de Deus.

Nossos pensamentos antes de sermos crentes eram pecaminosos e, por vezes, perturbadores. E, quando desdenhamos da renovação da nossa mente, há uma tendência dessas situações retornarem. Por isso é importante o nosso devocional diário e a nossa disciplina espiritual na presença de Deus. Uma mente renovada substitui velhos e ruins pensamentos por novos e melhores, assim, dentre outras bençãos, podemos experimentar a paz que excede a todo entendimento.
Romanos 6.4 NAA
4 Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.
Enquanto vivermos nessa Terra, nunca vamos parar de pecar, mas somos livres pra decidir viver uma vida de santidade e obediência diante de Deus, buscando, a cada dia, o renovo necessário para experimentarmos sua boa, agradável e perfeita vontade.
Com isso, podemos ter a mente de Cristo, como nos ensina o apóstolo Paulo, em 1Coríntios 2:16, ao dizer que o homem carnal não compreende as coisas espirituais de Deus, e por isso precisamos da obra do Espírito Santo em nosso entendimento para que possamos compreendê-las:
1Coríntios 2.16 NAA
16 Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.

C. Enxergamos a realidade com as lentes corretas e alcançamos as promessas de Deus.

Quando temos nossa mente renovada, não desprezamos os problemas, mas lidamos com eles à luz da Palavra de Deus. Já mencionamos o exemplo de Josué e Calebe que, dentre os 12 espias enviados à terra prometida, foram os únicos que, apesar de terem visto as mesmas coisas, deram um relatório otimista e encorajador. E por isso, daquela geração, foram os únicos a entrarem na terra da promessa. Infelizmente, os demais, com seu pessimismo e incredulidade, induziram o povo à murmuração, desagradando a Deus. Não raramente crentes entram em desespero, muitas vezes murmurando e reclamando, e tentam resolver as situações de forma equivocada, sendo derrotados, simplesmente porque estão com as mentes turbadas e confusas. Mente turbada, visão distorcida, consequentemente, decisão errada e provável derrota.
Números 14.26–30 NAA
26 Depois, o Senhor disse a Moisés e a Arão: 27 — Até quando vou aguentar esta má congregação que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações que os filhos de Israel proferem contra mim. 28 Diga-lhes: “Tão certo como eu vivo, diz o Senhor, vou tratar vocês de acordo com o que falaram aos meus ouvidos. 29 Neste deserto, cairá o cadáver de vocês — de todos vocês que foram contados no censo, de vinte anos para cima, e que murmuraram contra mim. 30 Vocês não entrarão na terra na qual jurei que os faria habitar, com a exceção de Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.

CONCLUSÃO

Observamos, nesse breve estudo, a importância da renovação da nossa mente como fator decisivo para uma vida cristã bem-sucedida. Repito a pergunta: Você tem pensado no que tem pensado? A nossa mente, sem dúvida, é um grande campo de batalha. Numa linguagem bastante atual, como um dispositivo eletrônico, seja, por exemplo, um notebook, um smartphone ou um tablet, a nossa mente precisa ser constantemente limpa e organizada para funcionar bem e com eficácia. Em algumas situações, pela gravidade da confusão ou contaminação, a única solução, realmente, é formatar e reprogramar tudo. É necessário renovar e estarmos sempre ligados a Deus para vencermos nossas batalhas espirituais. Ter uma mente renovada é dever do crente e isso é possível. Com a ajuda do Espírito Santo e das armas espirituais à nossa disposição, se fizermos a nossa parte, colheremos os frutos dessa renovação. Lembre-se: foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou! A nossa identidade está Nele. Renovando a nossa mente, podemos conhecer a sua boa, agradável e perfeita vontade, enxergando corretamente a realidade a nossa volta para alcançar as suas promessas. A vitória é nossa, em nome de Jesus!
A Responsabilidade é Minha!
Pastor Gabriel Gibara
Charlotte – NC/Setembro - 2020
[1] MEYER, Joyce. Campo de Batalha da Mente – Vencendo a batalha em sua mente. Belo Horizonte: Editora Ministérios Joyce Meyer, 2006. p.10.
[2] MEYER, Joyce. Campo de Batalha da Mente – Vencendo a batalha em sua mente. Belo Horizonte: Editora Ministérios Joyce Meyer, 2006. p.236.
[3] BEVERE, John. O Temor do Senhor. Belo Horizonte: Editora Atos, 2003. p. 17.
[4] PRINCE, Derek. They Shall Expel Demons: what you need to know about demons, your invisible enemies. Chosen, 1998. p. 151-152. Tradução livre.
[5] DUEWEL, Wesley L. A oração poderosa que prevalece. São Paulo: Editora Candeia, 1996. p. 15.
[6] LINDSAY, Gordon. Prayer that moves Mountains. Dallas, Texas: Christ For The Nations, Inc. 2013. p. 51.
[7] SHEETS, Dutch. Oração Intercessória – Como Deus Pode Usar Seus Intercessores para Mover Céu e Terra. 3a Ed. Belo Horizonte. - MG. Editora Atos LTDA., 2006. p.166.
[8] RAVENHILL, Leonard. Tesouros da Oração – Compilação e condensação das melhores obras de E.M. Bounds. São Paulo. Editora Vida, 1987. p. 139.
[9] WESLEY, John. Apud Foster, Richard J. Celebração Da Disciplina – O Caminho Do Crescimento Espiritual. 2a ed., Editora Vida, 2007. p. 92.
[10] FOSTER, Richard J. Celebração Da Disciplina – O Caminho Do Crescimento Espiritual. 2a ed., Editora Vida, 2007. p. 99.
Related Media
See more
Related Sermons
See more
Earn an accredited degree from Redemption Seminary with Logos.