Jesus fala de sua morte.

Exposições no Evangelho de João   •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 23 views
Notes
Transcript

Introdução.

David Brainerd.

Texto

20-Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos;
21-estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.
Culturalmente e religiosamente, e principalmente após o exílio os judeus mantiveram uma postura muito purista. Não se relacionavam com pessoas não-judias. Havia uma separação. Desde a lei era assim. Gentios não poderiam entrar no templo, os não judeus piedosos, ou seja, pessoas que tinham devoção ao Deus de Israel deveriam ficar no pátio dos gentios. Um local separado para eles do lado de fora. Um judeu não entrava na casa de um gentio, não comia com ele, repudiava qualquer relacionamento.
Eles se gabavam de sua “pureza” e “santidade”. Agora aqui temos algo curioso. Enquanto no versículo 19 somos informado de que os fariseus estavam exasperados pelo fato da multidão seguir Jesus. Agora temos alguns gregos que também querem falar com Jesus. Provavelmente impactados pelo relato de que aquele homem havia ressuscitado alguém dos mortos, eles querem vê-lo, querem falar com ele.
22-Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus.
Filipe era da região de Betsaida, provavelmente por ser dessa região falava fluentemente o grego. Além do mais, seu nome também é um nome grego o que reforça a ideia.
Eles se dirigem a Filipe para que Filipe atuasse como uma espécie de mediador entre eles e Jesus, pois não sabiam se Jesus os receberiam. E isso faz total sentido pois Jesus já havia advertido os discípulos a respeito do contato com gentios:
Mateus 10.5–6 RA
5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel;
E talvez por essa mesma advertência anterior de Jesus é que Filipe não vai diretamente até Jesus, mas, primeiro vai até André e depois, ambos, vão até Jesus.
23-Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem.
Muito interpretam esse: “é chegada a hora” como uma referência à hora da morte de Jesus. João Calvino por sua vez, interpreta como “uma referência à publicação do evangelho; com se ele quisesse dizer que o conhecimento dele logo se difundiria por lugares distantes e raros do mundo”.
Vejamos como João tem se referido à “hora” até o momento.
João 2.4 RA
4 Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
João 4.21–23 RA
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
João 7.30 RA
30 Então, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora.
João 8.20 RA
20 Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora.
João sempre fala da “hora” como estando no futuro e essas referências citadas sempre dizem respeito à morte de Jesus. E é muito claro, em todos os evangelhos, que a morte de Jesus é o ápice de seu ministério, ou seja, sua glorificação. Outra coisa que é muito clara é o fato de que a morte e ressurreição de Jesus obviamente culminariam na exposição do evangelho. Vejam o que o próprio Jesus afirma:
Mateus 28.16–20 RA
16 Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. 17 E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Marcos 16.15 RA
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
Lucas 24.44–48 RA
44 A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45 Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; 46 e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia 47 e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. 48 Vós sois testemunhas destas coisas.
Observe que em todos esses versículos está incluso o dever de pregar o evangelho a todas as nações. No entanto todas essas ordenanças são dadas aos discípulos após a morte e ressurreição de Jesus. Ou seja, após o brado de “está consumado”. Conclui-se com isso que Jesus, quando afirma: “é chegada a hora de ser glorificado o filho do homem” se refere a sua morte, ressurreição, e claro, posterior exaltação, ascensão aos céus, pregação do evangelho pelo mundo, conversões e mais pessoas glorificado a Deus. Em outras palavras, a hora é a hora do plano de salvação ser colocado em prática.
24-Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.
Aqui Jesus, de forma figurativa, fala sobre o objetivo de sua morte, veja:
“A menos que o grão de trigo caia na terra e morra, ele fica só; mas, se morrer, produz muito fruto.” À parte da cruz, não existe nenhuma colheita espiritual (sobre a necessidade da morte substitutiva de Cristo, veja também Gn 2.16–17; Lc 24.26; Rm 3.23–25; 5.12–21).
A ilustração era muito clara, especialmente no momento em que foi dada, apenas uns poucos dias antes da festa religiosa da colheita da Páscoa. As sementes tinham sido enterradas no solo. Como são sementes, elas morreram. Mas, por meio desse mesmo processo de dissolução, elas tinham produzido colheita abundante. Se uma semente não for semeada, ela permanece só, não produz fruto. Do mesmo modo, se Jesus não morresse, ele permaneceria sozinho, sem fruto espiritual (almas salvas para a eternidade). Sua morte, entretanto, resultaria em colheita espiritual abundante”.
Hendriksen, W. (2014). João. (J. L. Hack, Trad.) (2a edição, p. 501). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
25-Quem ama a sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida eterna.
26-Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.
No versículo 24 Jesus fala daquilo que compete a ele fazer. Ele se compara a semente lançada no chão que ao morrer produz fruto. Agora, tendo essa ilustração como parâmetro ele fala sobre o amor a vida pela ótica humana em contraste com o amor a vida pela ótica divina. Observe:
1. Quanto a Cristo: para que haja fruto, ele tem de morrer (v. 24).
2. Quanto a seu discípulo: ele deve dispor-se a morrer pela causa de Cristo (v. 25 e 26). Naturalmente, ele não pode fazer isso pela própria força.
Em vista do presente contexto e das passagens paralelas nos outros Evangelhos, o significado da importante frase (v. 25–26) é como segue:
Aquele que, quando a questão é entre ele e o evangelho, de um lado, e quem quer que me seja querido (pai, mãe, filho, filha, coisas materiais, o mundo inteiro, sua própria vida, Mt 10.37; 16.26; Lc 17.32), de outro, escolhe o último, perecerá para sempre. Eu me envergonharei dele em minha volta (Mc 8.38; Lc 9.26). Mas aquele que, neste mundo – ou seja, no meio da presente geração adúltera e perversa (Mc 8.38; e veja nota 26, sentido 6) – se dispõe a sacrificar sua vida por mim e por meu evangelho (Mc 8.35), a guardará e preservará (Lc 17.33), de modo que florescerá na vida eterna nas mansões celestiais. Se alguém me serve, então que me siga pelo caminho todo, embora seja o caminho da autonegação e da cruz (Mt 16.24; 10.38; Mc 8.34), tendo em mente que o caminho da cruz leva à coroa. Ele participará comigo da glória dos céus, habitando para sempre em minha presença. Além disso, meu Pai, que me ama, o honrará, pois ele honra aqueles que me honram.
Que esse é, de fato, o sentido da passagem fica claro quando a mesma, depois de ter sido estudada em seu próprio contexto, é comparada com suas paralelas. Veja as passagens que concordam com isso nos outros evangelhos.
Hendriksen, W. (2014). João. (J. L. Hack, Trad.) (2a edição, p. 502). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Mateus 10.37–39 RA
37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. 39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.
Mateus 16.24–26 RA
24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. 25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. 26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?
Marcos 8.34–38 RA
34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. 35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. 36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? 37 Que daria um homem em troca de sua alma? 38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.
Lucas 9.23–26 RA
23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. 24 Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. 25 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo? 26 Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.
Lucas 17.32–33 RA
32 Lembrai-vos da mulher de Ló. 33 Quem quiser preservar a sua vida perdê-la-á; e quem a perder de fato a salvará.
26-Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.
A ordem é segui-lo. Mas segui-lo pra onde? Segui-lo para a cruz. Segui-lo para a morte. E assim o Pai honrará aquele que fizer isso.
Aplicação!
1- Jesus tem muito claro sua missão de morrer em favor de seu povo. Ele não vacila em momento algum. Ele veio para isso.
2- Esse evangelho precisa ser pregado. Assim como gregos vieram ver Jesus e a partir disso Jesus passou a afirmar a completude de sua obra que envolve sua morte, ressurreição, ascensão aos céus, glorificação, grande comissão aos discípulos de pregarem o evangelho. É urgente que nós, frutos de sementes que morreram ao cair na terra possamos frutificar também. Você recebeu a dádiva de conhecer o Senhor. Muitos estão partindo sem conhecê-lo.
Por dia são cerca de 85 mil pessoas que morrem no mundo, qual porcentagem dessas conhecem a Cristo?
Qual foi a última vez que você falou de Cristo para alguém?
Como você lida com o fato de ser um cristão? Será que as pessoas que convivem com você se sentem inspiradas e conhecer quem cristo é pelo seu exemplo de vida?
3- Você está disposto a morrer por Cristo?
O que você mais ama neste mundo?
Related Media
See more
Related Sermons
See more