Somos Justificados

TEXTO: Romanos 3:21-26

INTRODUÇÃO

A epístola aos Romanos é um tratado teológico extraordinário. O apóstolo Paulo apresenta de maneira sistemática a doutrina da justificação pela fé. Portanto vejamos as implicações desta passagem das escrituras para nós hoje.

Sumário de Teologia Lexham Justificação

Justificação é uma aceitação judicial do cristão por Deus como não culpado porque seus pecados não são considerados contra ele.

Sumário de Teologia Lexham Justificação

os crentes são considerados justos por Deus não com base em suas boas obras, mas por causa do que Cristo alcançou para eles , recebido pela fé.

A justificação é uma questão de imputação (imputar, atribuir): a culpa do pecador é imputada a Cristo;

Hendriksen, W. (2011). Romanos. (C. A. B. Marra, Ed., V. G. Martins, Trans.) (2a edição, p. 167). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.

1. A ORIGEM DA JUSTIFICAÇÃO

v.21 “Mas agora”

Marca a mudança da antiga Aliança para a nova Aliança. A antiga era de domínio do pecado, e a nova era de Salvação em Cristo.

“Sem Lei”

Na lei, a Justiça Deus era manifesta através do sistema sacrificial. Onde o pecado era imputado no animal do sacrifício.

Ninguém pode ser justificado pela lei (Ga 3:24). Pois de acordo com Paulo, a função da lei é dar conhecimento sobre (ou) do pecado, e não salvar do pecado (Act 13:39 , 1 Ti 1:9-10).

“Se manifestou a justiça de Deus”

A palavra justiça significa que Deus sempre age de acordo com o que é certo e ele próprio é o padrão final do que é certo. (Wayne Grudem).

A Justiça de Deus designa a ação de Deus pela qual ele declara justo o pecador e o livra dos poderes do mal, colocando-o em um relacionamento de amizade com ele mesmo e chamando-o a viver uma vida nova, já no presente (cf. especialmente Rm 3:21–31; 5:1–2; 8:1–4). Cf. Rm 2:5–11.

“Tendo o testemunho da lei e dos profetas”

Era uma forma característica de se referir à divisão do AT em duas partes, adotada pelo judaísmo do 2º templo.

v.22 “Mediante a Fé”

A estipulação da nova Aliança é a Fé em Jesus (Ga 2:16 ).

Todo aquele que crê no Senhor Jesus Cristo será salvo (Ep 2:8,9). Independente de raça, cor, etc.

Somos justificados pela fé e não pelas obras. As obras são resultados desta justificação.

Quando cremos em Jesus, é nos imputado a Sua Justiça.

2. POR QUE NÓS PRECISAMOS SER JUSTIFICADOS?

Por causa da nossa condição, Vejamos:

v.23 “Todos Pecaram”

O pecado passou a todos os homens, desde a queda de Adão (Rm 5:12). Toda a humanidade sofreu o impacto do pecado de Adão.

“destituídos estão da glória de Deus”

Provavelmente uma alusão à perda da Glória divina que o primeiro casal sofreu, quando pecou no paraíso (Gn 1:26–28; 1 Co 11:7). Tal relacionamento se perdeu por causa do pecado.

3. COMO SOMOS JUSTIFICADOS:

v.24 “justificados gratuitamente”

Gratuitamente (δωρεαν dorean) significa “como um dom”, sem qualquer mérito humano. Podemos apenas aceitá-la como um dom (Is 55.1).

Como vemos, somos culpados, éramos merecedores da “Ira”, e não havia nada que pudéssemos fazer para nos justificar. Todavia Deus imputou Sua justiça julgadora em Cristo para que fossemos declarados justos. (C. Marvin Pate)

“Pela sua graça”

Graça é a bondade de Deus para com quem merece somente a punição. (Wayne Grudem)

“Pela Redenção”

Redenção aqui é ἀπολύτρωσις apolytrōsis, significa libertação indicando livramento, embora a palavra grega possa se referir à redenção que ocorre ao se pagar um preço como resgate (1 Pe 1:18), é mais provável que Paulo aluda aqui à libertação de Israel da escravidão do Egito, que Deus realizou com o seu poder (Ex 6:6; 15:13), e à libertação do povo após o exílio. (Is 43:1,14).

Deus, pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, realiza uma libertação de alcance universal.

4. O MOTIVO DA NOSSA JUSTIFICAÇÃO

v.25 “Para propiciação”

Quando Deus não pune o pecado, isso parece indicar que Ele é injusto, a menos que algum outro meio de punição do pecado possa ser visto. Esta é a Razão porque Deus enviou Cristo: Para Propiciação.

Propiciação: Sacrifício que suporta a ira de Deus até o fim, dessa forma, desvia de nós a ira de Deus, favorecendo-nos.

A palavra propiciação vem de Propiciatório, que era a tampa da arca da Aliança, onde o sacerdote respingava o sangue do animal sacrificado no Dia da Expiação (Lv 16).

Era um prenuncio da Propiciação realizada pelo sangue derramado no Sacrifício de Cristo (Jn 1:29, Ep 1:7; He 9:12–15,24-26 ; 10:1–14; 1 Pe 1:18–19).

v.26 “para Ele mesmo ser justo e o justificador”.

Quando Cristo Morreu para pagar a penalidade de nossos pecados, Ele demonstrou que Deus era verdadeiramente justo, porque puniu apropriadamente o pecado, embora tivesse perdoado o seu povo dos seus pecados.

Deus é justo e nos declara justos diante dele, porque Cristo em Sua morte pagou plenamente o preço dos nossos pecados cometidos.

CONCLUSÃO

Conforme o exposto a nossa justificação é proveniente de Deus. Deus deu a lei. A lei declara que todos são culpados, que merecem a morte, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Porém aprouve Deus em nos justificar. Justificar através da Sua graça, pela redenção através do Sacrifício do Senhor Jesus, que derramou Seu sangue na Cruz do calvário. Assim nossos pecados foram perdoados e Deus manteve-se justo ao nos justificar por meio deste sacrifício.