Quem é o Leão que ruge?
0 ratings
· 6 viewsNotes
Transcript
Para entender o Livro
Para entender o Livro
Contexto Social, Cultural e Religioso
Contexto Social, Cultural e Religioso
Amós profetizou durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e Jeroboão II, rei de Israel. Estes dois reis tiveram longos reinados (Uzias - 50 anos e Jeroboão - 39 anos) e governaram durante um período de grande prosperidade em ambos os reinos.
A instabilidade entre as nações que circundantes proporcionou um tempo de acalmia nas guerras contra Israel e Judá o que possibilitou a ambos os reinos crescer:
territorialmente, retomando a possessão de cidades anteriormente perdidas,
militarmente, reunindo grandes exércitos,
economicamente, com acumular de riqueza e prosperidade.
Amós, sendo de Judá, foi enviado a profetizar em Israel. O reinado de Jeroboão, politicamente forte por causa do sucesso da governação, era caracterizado por uma deterioração da justiça e moral social. O acumular das riquezas era feito à custa da opressão do pobre, a falsa segurança do tempo de paz e da prosperidade conduziu ao desleixo moral - beberrices, banquetes, imoralidade sexual, etc.
Apesar disso, os templos em Betel, Gilgal e Berseba continuavam cheio de actividade religiosa, sem que isso conduzisse o povo ao arrependimento e abandono do seu pecado. A adoração no templo era uma demonstração da falsa e superficial piedade do povo. (4:4-5; 5:4-6)
Como é que este contexto se compara com o nosso?
Tal como eles, vivemos tempos de prosperidade e paz. Mantemos a nossa prática religiosa com aparência de piedade. Desligamos a fé em Deus dos comportamentos diários no trabalho, na família, no trato do próximo. E, convencemos-nos de que, uma vez que continua tudo bem, temos a aprovação de Deus!
Amós
Amós
Amós vivia em Tecoa, uma aldeia a sul de Belém. Era pastor, mas, o termo usado descreve melhor um supervisor de pastores (criador de gado), logo um homem de responsabilidade e de boa posição. (1:1, 7:14)
A mensagem de Amós usa muitas ilustrações do seu dia-a-dia: o rugir do leão (3:4,8), armadilhas (3:5), o crivo onde se limpa o grão (9:9).
Apesar de ser pastor, Amós era um homem culto e informado. Ele entendia os meandros políticos, a história das nações, batalhas históricas, e os pecados que afectavam essas sociedades (1:3-2-3). Ele também era um observador atento e sensível das práticas religiosas da nação, bem como conhecedor das Escrituras - do Senhor nelas revelado e da história do povo com Ele.
Dificuldades na tarefa de Amós:
Dificuldades na tarefa de Amós:
1 - Ser pastor e não profeta (7:14)
a nossa obsessão com as qualificações
interna
externa
a nossa obsessão com a nossa vida
2 - Ser de Judá - território arqui-inimigo (7:12-13)
a nossa obsessão com a segurança
3 - Trazer uma mensagem de julgamento (7:10-11)
a nossa obsessão com a popularidade
O que moveu Amós a empreender uma tarefa tão difícil?
O ministério de Amós não é o que esperaríamos de um pastor judeu. A sua vida e actividade normal foi interrompida por uma irresistível compulsão da parte de Deus (3:8). Deus moveu-o de cuidar de ovelhas para declarar uma mensagem contra Israel (7:10-17). Amós não era um teimoso judeu nacionalista, um zelote religioso, nem um profeta de uma nova seita, ele era apenas um homem que recebeu a palavra e várias visões de Deus (7:1-9:4).
Smith, Gary V. , Comentário de Amós
Amós levantou-se para proclamar a Palavra de Deus porque sabia e conhecia quem era o Deus que o chamou!
Quem é o Leão que ruge?
Quem é o Leão que ruge?
Amós apresenta o Senhor com uma figura formidável - o Leão que ruge! Esta imagem, provavelmente familiar a Amós, pretende colocar em evidência que o Senhor que envia a mensagem é O Supremo Ser sobre todas as coisas, todos os reinos, todos os reis, todos os homens!
Ao referir-se a Deus, Amós usa os nomes:
Jeová (47x)
Senhor Jeová (19x)
Senhor Jeová, o Deus dos Exércitos (3:13)
Senhor Jeová dos Exércitos (9:5)
Jeová, Deus dos Exércitos, Senhor (5:16)
Jeová Deus dos Exércitos (4:13; 5:14; 15, 27; 6:8, 14)
Jeová vosso Deus (9:15)
Deus (4:11,12)
Deus revela-se em poder, rugindo como leão, sujeitando a Si todas as coisas.
Deus é:
o soberano (1:2)
a autoridade (1:2)
temível (1:2)
Juíz (1:3-5 e seguintes)
Omnisciente (1:3-5 e seguintes)
Abençoador (2:9-11; 3:2)
Misericordioso (5:6)
O conhecimento do Senhor, tanto da severidade como da bondade, deveria conduzir o povo à acção: arrependimento, confissão e santificação. Essa era a motivação de Amós. E, temos outros exemplos nas Escrituras:
Isaías - quando lhe foi dada a visão do trono do Senhor ele tremeu e temeu pela vida ao tomar consciencia do seu pecado mas, imediatamente se dispôs a servir o Senhor como profeta. (Is. 6)
Paulo - ele descreve-se a si mesmo como exemplo de piedade (Gal. 1:14; Fil. 3:4-6), mas, ao entender o mistério do Evangelho considera-se o mínimo de todos os santos (Ef. 3:8) e o principal de todos os pecadores (1Tim. 1:15). A obra que Deus realizou na Salvação de Paulo e o entendimento que isso lhe trazia sobre si mesmo e sobre o carácter do Senhor eram a força motora de tudo quanto fazia (1Tm. 1:12-17).
Jesus - certa vez ao ser recebido por um fariseu de nome Simão, foi abordado por uma mulher pecadora, provavelmente prostituta, que lhe lavou os pés com lágrimas, enxugou-os com os cabelos e ungiu-os com perfume. Perante o choque do auto-justificado fariseu, Jesus conta uma parábola sobre dois homens devedores a quem foi perdoada a dívida. “Quem ama mais?”, perguntou Jesus. O que tinha a maior dívida, respondeu Simão. Jesus termina proclamando: “Aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama.”
Os exemplos acima demonstram-nos que:
1. Um correcto conhecimento de Deus dá-nos um correcto conhecimento de nós próprios.
2. Um correcto conhecimento de Deus dá-nos um correcto entendimento sobre a Sua Obra.
3. Um correcto entendimento de Deus motiva-nos a agir para Sua glória.