Sem título Sermão (10)
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Parashat Toledot (Gn 25:19 a 28:9)
וְאֵ֛לֶּה תּוֹלְדֹ֥ת יִצְחָ֖ק בֶּן־אַבְרָהָ֑ם אַבְרָהָ֖ם הוֹלִ֥יד אֶת־יִצְחָֽק׃
וַיְהִ֤י יִצְחָק֙ בֶּן־אַרְבָּעִ֣ים שָׁנָ֔ה בְּקַחְתּ֣וֹ אֶת־רִבְקָ֗ה בַּת־בְּתוּאֵל֙ הָֽאֲרַמִּ֔י מִפַּדַּ֖ן אֲרָ֑ם אֲח֛וֹת לָבָ֥ן הָאֲרַמִּ֖י ל֥וֹ לְאִשָּֽׁה׃
וַיֶּעְתַּ֨ר יִצְחָ֤ק לַֽיהוָה֙ לְנֹ֣כַח אִשְׁתּ֔וֹ כִּ֥י עֲקָרָ֖ה הִ֑וא וַיֵּעָ֤תֶר לוֹ֙ יְהוָ֔ה וַתַּ֖הַר רִבְקָ֥ה אִשְׁתּֽוֹ׃
וַיִּתְרֹֽצֲצ֤וּ הַבָּנִים֙ בְּקִרְבָּ֔הּ וַתֹּ֣אמֶר אִם־כֵּ֔ן לָ֥מָּה זֶּ֖ה אָנֹ֑כִי וַתֵּ֖לֶךְ לִדְרֹ֥שׁ אֶת־יְהוָֽה׃
וַיֹּ֨אמֶר יְהוָ֜ה לָ֗הּ שְׁנֵ֤י גֹיִים [גוֹיִם֙] בְּבִטְנֵ֔ךְ וּשְׁנֵ֣י לְאֻמִּ֔ים מִמֵּעַ֖יִךְ יִפָּרֵ֑דוּ וּלְאֹם֙ מִלְאֹ֣ם יֶֽאֱמָ֔ץ וְרַ֖ב יַעֲבֹ֥ד צָעִֽיר׃
Estas são as gerações de Yitschak, filho de Avraham. Avraham gerou a Yitschak.
E era Yitschak de 40 anos quando tomou Rivká, filha de Betuel, o arameu, de Padan Aram, irmã de Lavan, o arameu, como mulher.
E suplicou Yitschak a ADONAI em favor de sua mulher, porque era estéril, e lhe concedeu ADONAI, e concebeu Rivká, sua mulher.
E se debatiam os filhos no seu interior, e ela disse: Se assim for, por que isto eu [sofro]? E foi inquirir a ADONAI.
E disse ADONAI para ela: Duas nações estão no seu ventre, e dois povos que estão em suas entranhas se separarão um do outro; será fortalecido [um], e o mais velho servirá ao jovem.
Mt 1:1
סֵפֶר תּוֹלְדֹת יֵשׁוּעַ הַמָּשִׁיחַ בֶּן־דָּוִד בֶּן־אַבְרָהָם׃
Livro das gerações (toledot) de Yeshua HaMashiach, filho de David, filho de Avraham.
“O mundo está para existir por seis mil anos. Nos dois primeiros mil anos havia desolação; em dois mil anos a Torá floresceu; e os próximos dois mil anos são a Era Messiânica” (Sanhedrin 97a; veja também Avodá Zará 9a).
Rashi: Os dois mil anos de desolação acabaram quando Avram tinha 52 anos. Avram nasceu no ano judaico de 1948. Quando tinha 52 anos, ele trouxe várias almas que adquiriu (converteu) em Charan, como prescrito em Bereshit (Gênesis) 12:5.
Avodá Zará 9a também afirma que os 2000 mil anos da Torá começaram com Avram, e não com Moshé.
No mesmo sentido de Rashi e Avodá Zará 9a, leciona o Rabino Yits’chak Ginzburg, um dos grandes líderes do Chabad em Israel, que a Torá começou com Avraham, e acrescenta: “tal como Avram trouxe almas ao Elohim de Israel, o Mashiach irá enxertar as nações em Israel!” Prossegue o renomado rabino asseverando que nós já estamos na Era Messiânica, e que o Mashiach poderá se revelar a qualquer momento.
“Rav disse: Todas as datas predestinadas [para a redenção] se passaram, e a questão [agora] depende apenas de arrependimento e de boas ações” (Sanhedrin 97a).
O Mashiach apareceria em (Essence of Jewish Theology, rabino Y.G. Ben Avraham):
1) 1212 EC (Rambam);
2) 1306 EC (Zohar);
3) 1310 EC (Zohar Chadash);
4) 1334 EC (outra previsão do Zohar Chadash);
5) 1352 EC (Rashi);
6) 1358 EC (Ramban);
7) 1403 EC (R. Eshtri);
8) 1478 EC (outra previsão de Rashi, entrando em contradição com a primeira data: 1352 EC);
9) 1575 EC (R. Chayim Vital);
10) 1608 EC (Midrash Neelam);
11) 1860 EC (R. Yehudá Bar Shalom);
12) 1914 EC (Malbim).
Gn 25:21: E suplicou Yitschak a ADONAI em favor de sua mulher, porque era estéril, e lhe concedeu ADONAI, e concebeu Rivká, sua mulher.
Radak: E suplicou Yitschak a ADONAI. Ele a amava tanto que não queria ter outra esposa, nem mesmo uma de suas servas. Em favor de sua mulher. Ou talvez “de frente para sua esposa”, para manter seus pensamentos focados nela.
Abarbanel: Yitschak também era naturalmente estéril, como seu pai e sua mãe tinham sido; ele exigiu a providência especial de Elohim para ter filhos, como tinha sido prometido a Avraham.
Talmud, Yevamot 24: Uma vez que não engravidou, ele soube que ela era estéril, e Yitschak orou por ela.
Essav [completo, ou seja, já tendo pelos, aparentando ter muitos anos de idade] era avermelhado (ruivo) (אַדְמוֹנִ֔י) e nasceu coberto de pelos, como se estivesse com um casaco, e, segundo o Targum, já nasceu até mesmo com barba.
Essav era avermelhado (admoni). Rashi e Bereshit Rabá 63:8: Sinal de que seria um assassino.
Yaakov nasceu com pele lisa. Yaakov [quem segura o calcanhar, ele suplanta] e Essav já brigavam no ventre materno, e Yaakov nasceu com a mão agarrada ao calcanhar de seu irmão.
Midrash Agadá: Legitimamente Yaakov estava agarrado a Essav a fim de detê-lo.
Bereshit Rabá 63:3: Quando Rivká passava pelas entradas das academias da Torá de Shem e Ever, Yaakov corria e lutava para sair; e quando ela passava pela entrada de um templo idólatra, Essav corria e lutava para sair.
Midrash: Dentro do ventre materno, Yaakov falou a Essav: Essav, meu irmão, somos dois e dois mundos estão diante de nós, um mundo de um lado e um mundo do outro. Um deles é o mundo onde se come e se bebe, o mundo do trabalho e do comércio; o outro, porém, não tem nada disso. Se é de tua vontade ficar com este mundo, eu ficarei com o outro. Nesse momento Essav tomou sua parte neste mundo, e Yaakov escolheu o outro [o mundo vindouro].
Rashi e Midrash Avkir: Eles estavam lutando um com o outro sobre a herança dos dois mundos [o mundo presente e o mundo vindouro].
Rashi: Desde o ventre eles estão separados, Essav para a maldade, e Yaakov para a retidão.
“E disse ADONAI para ela: Duas nações estão no seu ventre, e dois povos que estão em suas entranhas se separarão um do outro; será fortalecido [um], e o mais velho servirá ao jovem” (Gn 25:23).
Sforno: Eles irão praticar diferentes religiões.
Bechor Shor: O mais velho servirá ao mais jovem. O que explica por que não haveria paz entre eles.
Rashi sobre Yaakov e Essav:
- Enquanto eles eram pequenos, as pessoas não prestavam atenção e não reparavam as diferenças de suas personalidades. Assim que completaram 13 anos de idade, Yaakov partiu para as casas de estudo, e Essav seguiu para a idolatria (também neste sentido: Bereshit Rabá 63:10 e Midrash Tanchuma);
- Essav: Era um assassino e enganava seu pai, fingindo que cumpria as mitsvot. Sequestrava mulheres casadas e as violentava (Bereshit Rabá 65:1). Seu pai lhe enviou à casa de estudos para aprender a cultuar ao ETERNO, mas este fugia para caçar. Ibn Ezra: A caça é um comércio desonesto por natureza, já que a maioria dos animais só pode ser tomada por truques.
Hebreus 12:16 (Peshitta): Ou que não seja encontrado dentre vocês homem fornicador [ou: adúltero, prostituto, quem pratica imoralidade sexual]; ou um negligente como Esav, que por uma comida vendeu a sua primogenitura.
- Yaakov: Sincero, autêntico, inocente, íntegro. Gn 25:27: “... habitava em tendas” (יֹשֵׁ֖ב אֹהָלִֽים) = a tenda de Shem e a tenda de Ever (também neste sentido: Bereshit Rabá 63:10). Ficava na casa de estudos para aprender a cultuar o ETERNO.
Radak: E cresceram os meninos (Gn 25:27). Um se ocupou com assuntos mundanos e o outro, seu oposto, com a obtenção de sabedoria. Em tendas. No plural, pois ele estudou com qualquer sábio que pudesse encontrar.
Gn 25:31: Disse Yaakov: Vende-me hoje o teu direito de primogenitura.
Gn 25:32: Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura?
Midrash: Porque queria ter o privilégio de servir como se fosse Kohen ao ETERNO. Na época, o primogênito que era responsável pelo serviço ao ETERNO, como se fosse Kohen, e realizava os sacrifícios. Yaakov sempre ficou incomodado ao saber que seu irmão, que era ímpio, herdaria o direito de servir ao ETERNO. Pensava Yaakov: “Como um rashá poderá servir ao ETERNO?”. Disse Yaakov: “Eu quero atuar como Kohen no seu lugar. Venda-me a sua primogenitura, o direito de ser o Kohen, e eu darei a você a comida que deseja... Você sabe por que eu quero o direito de primogenitura em seu lugar? Por que você é um assassino e uma pessoa perversa! Por que você não pode sentar pacificamente na tenda e estudar como nosso pai e nosso avô? Então você poderia trazer sacrifícios como fazem os primogênitos”.
Respondeu Essav: “Eu não me importo em servir ao ETERNO. Você pode ficar com a primogenitura. Eu não vejo nenhuma utilidade para a Torá que você estuda e para as mitsvot que tenta tão cuidadosamente cumprir. Eu prefiro ter boa comida e diversão, disse Essav rindo e zombando de Yaakov”.
Sforno: Se você está “como hoje”, quando um dia de caça o esgotou tanto que não pode reconhecer uma panela de guisado, você certamente não terá forças para servir ao Santo como o primogênito deve.
Gn 25:34: Essav desprezou a primogenitura.
Rashi: A Escritura testemunha a sua perversidade, pois ele desprezou o serviço de Elohim.
Radak: Mesmo depois de comer, ele não se arrependeu de vendê-lo [o direito de primogenitura].
Ramban: Os tolos não desejam nada mais do que prazeres imediatos, tal como comer e beber; eles não pensam no amanhã.
Bechor Shor: Alguns dizem que Yaakov pagou dinheiro pelo direito de primogenitura e selaram o acordo com essa refeição, mas acho que isso é completamente imaginário. [ou seja, existem duas correntes: 1) Essav vendeu a primogenitura em troca de um prato de lentilhas; 2) Essav vendeu a primogenitura em troca de dinheiro].
Heb. 12:16: e ninguém seja devasso, ou profano como Essav, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura.
Midrash: Rivká sabia, por nevuá (profecia), que era Yaakov quem deveria receber a benção da primogenitura, e que Essav não era merecedor. Por tal razão, Rivká convence Yaakov a se passar por Essav diante de seu pai.
“A voz é voz de Yaakov, mas as mãos são as mãos de Essav” (
Bereshit/Gênesis 27:22).
Midrash: “A voz é a voz de Yaakov, as mãos são as de Essav, falou Yitschak. A voz de Yaakov é a voz daqueles que revelam o único Elohim e leem a Escritura; as mãos de Essav são as mãos daqueles que derramam sangue e trazem a morte. Quando no céu se exclama: A voz é a voz de Yaakov, as abóbodas estremecem. Mas também na terra se clama: A voz é a voz de Yaakov, aquele que obedece e cumpre as mitsvot faz parte da voz de Yaakov; mas aquele que não obedece e não cumpre as mitsvot, sua parte está nas mãos de Essav.
Yaakov reina através de sua voz apenas. Essav apenas por intermédio de suas mãos. (...)
As mãos de Essav começam a estremecer quando a voz de Yaakov se faz ouvir, a voz do Rei Messias”.
Talmud: “‘A voz é a voz de Yaakov’ - nenhuma oração é efetiva, a menos que a semente de Yaakov tenha parte nisto. ‘As mãos são as mãos de Essav’ - nenhuma guerra é bem-sucedida, a menos que a semente de Essav tenha parte com ela”.
R. Ari Kahn comenta: “Vamos examinar estes símbolos mais de perto: Considerando que a voz é uma expressão de algo interno, as mãos são externas. As mãos são um símbolo da força. A força que elas representam é parte da comunidade que o homem compartilha com o reino animal, mas a voz é ruach - ar ou espírito, que emana de dentro. A voz é o que o homem tem em comum com Deus. É o resultado da respiração de Deus dentro de nós, que anima, dá existência e identidade humana. Que o reino de Yaakov é principalmente uma ‘voz’ não deve nos surpreender. Que o reino de Esav é principalmente ‘mãos’ também não deve nos surpreender’”.
Rebe Nachman ensina: “‘A voz é a voz de Yaakov’ - aquele que é justo, aquele que reza, aquele que sempre desperta a compaixão de Deus. ‘Mas as mãos são as mãos de Esav’ - pois ele entendeu que Yaakov apareceu na ‘roupa’ de Esav na posição de exigir as bênçãos. . . para que os justos existam, eles devem subjugar ‘Esav’ - o reino do Outro Lado ... e, em última instância, remover as bênçãos do Outro Lado, devolvendo-as ao seu lugar legítimo no reino da santidade” (Rebbe Nachman's Torah, Parashat Toldot, citando Likutey Halachot IV, p. 20a, Breslov Research Institute, pg. 207).
Peshitta – Romanos 9: Livre arbítrio ou predestinação?
10 E não somente isso, mas também quando Rivká associou-se a um [homem], nosso pai Yits’chak.
11 Antes de seus filhos nasceram, e não tinham feito bem ou mal, a escolha de Elohim foi dada a conhecer com antecedência; que perseverasse, não por obras, mas pela mão daquele que o chamava,
12 pois foi dito: O mais velho será servo do menor.
13 Como está escrito: Eu amei Ya’akov e odiei a Esav.
14 O que, então, diremos? Há injustiça em Elohim? Absolutamente não!
15 Eis que também a Moshé ele disse: Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e terei compaixão de quem tiver compaixão.
16 Portanto, não são pelas mãos de quem quer, e nem pelas mãos de quem corre, mas pelas mãos do Elohim misericordioso.
17 Porque ele disse na Escritura a Faraó: Para isso o levantei, para demonstrar o meu poder em você, e que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18 Assim, ele tem misericórdia de quem deseja e endurece a quem deseja.
Maimônides: “Tudo pode estar no controle do ETERNO, exceto o livre arbítrio.”
Yehudá HaLevi: “Se as ações humanas são pré-determinadas pelos Céus, quem serve a Deus não estaria em melhores condições que os que se rebelam contra Ele, pois ambos estariam de acordo com o propósito para o qual foram criados (...)
Se o conhecimento Divino fosse o fator causal das ações humanas, os justos teriam seu lugar garantido no Paraíso sem terem servido a Deus, e os malvados iriam ao Guey-Hinom mesmo sem ter pecado”.
Bereshit Rabá XXII, 6: “Se o seu impulso procura incitá-lo a uma conduta leviana, você deve bani-lo com as palavras da Torá. Não diga que você não tem controle, pois Eu [Elohim] lhe declarei nas Escrituras: o ‘seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo’ ´(Gn 4:7).”
Mishná: ‘Tudo está previsto, e o homem tem o seu livre arbítrio.’ (Avot 3:19).
Irving M. Bunin acerca do referido texto de Avot: ‘Na realidade, Rabi Akiva toca num dos problemas mais espinhosos da teologia judaica: a onisciência ou o conhecimento prévio do Todo-Poderoso versus livre-arbítrio do ser humano. Quando dizemos que Ele sabe tudo, queremos dizer não somente o passado e o presente, mas também o futuro – antes que ele ocorra. Para muitos, isto conflita com o livre-arbítrio humano. Se o Todo-Poderoso já sabia ontem que eu iria pecar, então que outra escolha eu poderia ter? Minha ação não está predestinada? Na nossa Mishná, Rabi Akiva afirma que ambos os princípios ocorrem.
O judaísmo, diz ele, aceita tanto a onisciência Divina quanto o livre-arbítrio humano. Como diz o Documento Sagrado: ‘Eu coloquei diante de ti a vida e a morte, a benção e a maldição; portanto, escolhe a vida’ [Devarim/Deuteronômio 30:19]. O Eterno já sabe qual será sua escolha e, no entanto, por mais paradoxal que isto possa parecer, você tem plena liberdade de opção.’ (Ética do Sinai, 2009, página 185).