os dez leprosos
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Transcript
O encontro de Jesus com dez leprosos, que são por ele curados, serve para que reflitamos sobre dois sentimentos ou atitudes tão antagônicos e opostos:
a ingratidão e a gratidão.
A ingratidão trata-se de uma sentimento ou atitude que naturalmente brota em nosso coração.
Visto que somos pecadores, naturalmente podemos ser ingratos para com Deus.
Ela é como um erva daninha, que nasce sem que para isso façamos qualquer esforço.
A ingratidão se manifesta, muitas das vezes, pela indiferença.
Por outro lado, gratidão trata-se de um sentimento ou atitude que precisamos cultivar em nosso coração.
Ela não nasce naturalmente, carece de nosso esforço e trabalho.
Ela é como uma bela flor, que precisa ser plantada, regada e cuidada para florecer. A gratidão sempre produz ações de louvor e serviço a Deus.
Os dez leprosos são semelhantes em vários aspectos:
1. Todos tinham sido afetados por uma terrível doença;
2. Todos eles sabiam que Jesus podia curá-los;
3. Todos eles chamam a Jesus por compaixão;
4. Todos obedecem e vão se apresentar ao sacerdote; e
5. Todos eles são curados.
Mas, a semelhança entre eles termina nesse ponto, pois, apesar de todos terem sido curados, somente um, um estrangeiro, um samaritano, retorna dando glórias a Deus e agradece a Jesus pela cura recebida.
Tal atitude chamou a atenção de Jesus. Dez foram curados, mas, somente um demonstrou gratidão.
A atitude dos nove leprosos é mais comum do que imaginamos.
A ingratidão, como dissemos, é mais fácil de se manifestar do que a gratidão.
Assim como eles, algumas vezes agimos de forma semelhante.
Quando estamos sofrendo, aflitos, oramos a Deus pedindo alívio, mas, tão logo que recebemos o livramento, esquecemos de nossa situação anterior e de agradecermos a Deus.
Não é verdade que se dá com algumas pessoas, que a melhor época de seu fervor espiritual, de sua dedicação a Deus, coincide com a época de maior aflição e angústia de sua vida? Mas, tendo passada aquela época difícil, tão logo a ingratidão toma conta do coração e o fervor se esfria? Sim, infelizmente é verdade. Foi exatamente isso que ocorreu com os nove leprosos.
Mas, a atitude do leproso samaritano deve ser imitada por nós.
Não podemos ser indiferentes a tudo quanto Deus tem feito por nós.
O leproso samaritano, não foi indiferente.
Com o mesmo vigor que clamava a Cristo, por compaixão, voltou dando glórias a Deus em alta voz e prostrando-se com o rosto em terra, numa atitude de humildade, agradecia a Jesus. Este demonstrou verdadeira fé em Jesus Cristo e ouviu: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”.
Certamente a ingratidão, manifestada por meio da indiferença, é um sentimento ou atitude que mais facilmente pode brotar em nosso coração. Mas, assim como a erva daninha que deve ser arrancada de uma lavoura, devemos arrancá-la sempre de nosso coração, e assim, como a boa semente que deve ser cultivada numa lavoura, devemos cultivar em nosso coração a gratidão, que deve se expressar a Deus por meio de nossa adoração sincera e de nosso serviço diligente.
Há várias passagens no V.T. sobre a lepra, mas vou limitar-me a mencionar Números 5:1/3
1 E falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do arraial a todo o leproso, e a todo o que padece de fluxo, e a todos os imundos por causa de contacto com algum morto. 3 Desde o homem até à mulher os lançareis; fora do arraial os lançareis, para que não contaminem os seus arraiais, no meio dos quais eu habito.
Hoje em dia, graças a Deus, já é possível controlar o alastramento da lepra e em certos casos mesmo a sua cura, mas nessa época a medicina ainda não estava tão desenvolvida e a lepra não podia ser controlada. A única solução era isolar o doente de lepra, para que esta não contagiasse as outras pessoas e o doente, coitado, tinha de ir para lugares desérticos à espera da morte.
A única ajuda possível.... não era a dos seus familiares ou amigos mais íntimos. Muito menos seria a ajuda dos religiosos, que de acordo com a Lei de Moisés os mandavam escorraçar para irem morrer em lugares desérticos.
A única ajuda possível era a de outros leprosos como ele.
Segundo uma antiga descrição, as úlceras vinham gradualmente nas diferentes partes do corpo, o cabelo caía, as sobrancelhas desaparecem, as unhas amolecem e caem e mais tarde os dedos das mãos e dos pés apodrecem e caem, as gengivas contraem-se e os dentes desaparecem, os olhos, o nariz, a língua, pouco a pouco desaparecem.
Diz ainda a mesma antiga descrição, que certo dia, ao entrar em Jerusalém pela porta de Jafa, viu um grupo de mendigos sem olhos, sem narizes, sem cabelos, erguendo braços sem mãos, emitindo sons inarticulados, saídos de gargantas desfeitas pelas úlceras.....
Podemos ler em Levítico 13:4/6
4 Mas, se a empola na pele da sua carne for branca, e não parecer mais profundado do que a pele, e o pêlo não se tornou branco, então o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias; 5 E ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou e a praga na pele se não estendeu, então o sacerdote o encerrará por outros sete dias; 6 E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então o sacerdote o declarará por limpo; apostema é; e lavará os seus vestidos, e será limpo.
Então, quantos dias é que eles teriam de lá ficar em observação, antes do milagre de Jesus ser confirmado pelo sacerdote? Seria pelo menos duas semanas.