Presente aos miseráveis
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Série advento: presentes de Natal
Primeiro ato: presente aos miseráveis.
Em que dia começa o ano? Certo, 1 de janeiro. E em que dia começa o ano para o calendário cristão? Historicamente, o ano cristão não começa em janeiro, mas em dezembro, no período em que chamamos de advento. Muitos cristão tem um relacionamento estranho com o natal - acham até que é uma data pagã. Não tem árvores, nem presépios, nem presentes. Não utiliza o período para maior contrição, nem como preparação para comemorar-se alegremente o nascimento do Salvador Jesus. É uma ótima data para nosso cotidiano devocional, para proclamarmos as boas-novas em nossos lares e de testemunharmos do Evangelho aos amigos e vizinhos. Nessa primeira mensagem quero falar sobre os primeiros atos do advento (chegada), mirando em quem recebe os presentes de natal: os miseráveis. Se você conhece bem as escrituras, já sabe quem são estes. Tem algum miserável aí?
Vamos para o começo de tudo (Gn 3).
1. O que se perdeu
Outro dia pregamos dos versos 1 a 7. Esse é o texto que relata a queda do homem. Em Adão cai a humanidade (Rm 5.12). A queda acontece através de uma mediadora, a serpente, que aponta para o objeto da idolatria: o proibido fruto do conhecimento do bem e do mal. Ela [a serpente] apetece o desejo. Como todo pecado, cria rivalidade entre o homem e Deus ("é certo que não morrereis") e coloca o homem, que é criatura, numa pretensa posição de se tornar conhecedor das coisas ocultas de Deus. Na verdade, a idolatria é de si mesmo. O fruto é uma forma de "ser" alguém - é projetar uma identidade. Nesse caso, a Queda foi uma forma de tentar ser Deus.
Por causa do pecado, o homem perde tudo. É lógico que sim, pois, apesar e parecer que ele ainda tem tudo, ele está alienado de Deus (Rm 3.23) - vive uma vida desconectada de seu Criador e em radical rebeldia a Ele e a sua lei. Por causa disso ele não consegue (e nem quer) viver plenamente em deleite de seu Criador.
Vejamos Gn 3.7-24. O homem e a mulher terceirizam seus pecados e as consequências de seus pecados respingam em outros (ex.: um animal tem de ser morto; maldita é a Terra por causa do pecado de Adão; estude sobre a doutrina do ‘pecado original’ e entenderá sobre consequências do pecado do primeiro casal - (ilustrar com o acidente no aniversário da tia Sandra no Amika)). Eles não assumem suas culpas. Essa terceirização também é uma forma de cobrir o próprio pecado. Tenta se cobrir de planta, e tenta se cobrir dos olhos de Deus atrás de árvores - a forma que o homem encontra de resolver as coisas é esconder. E sabemos que esconder não resolve nada. Pior é que se esconder é fugir da luz. Não adianta fingir que não há pecado, Deus sabe que há.
Resumindo: o homem culpa os outros; tenta se cobrir mas não resolve; tenta fugir da luz.
O primeiro presente de Natal está aqui: a confrontação.
O princípio da redenção para nós é a revelação. É incrível que Deus sabendo do pecado ainda procure os homens. Ele poderia simplesmente não mais visitá-los ao virar do dia, afinal, o homem pecou. No entanto, Deus vem e se coloca diante do pecador - de alguma forma há chance de se pedir perdão e se consertar. O primeiro advento é a confrontação. "Onde estás?". Isso significa que toda a vez que o Senhor das Luzes vem há exposição, há vergonha, há juízo. Toda vez que a luz vem, nós somos tentados tomar as folhas de figueira e nos cobrir.
Aplicação:
Resista à inclinação da terceirização de pecados e não culpe os outros. Lembre-se que quando você não assume suas responsabilidades elas recairão sobre outros - e, no fim, você não se livrará da culpa e do juízo delas.
Não tente cobrir os seus próprios pecados. Não tente viver uma vida religiosa como forma de apagar seus pecados. Isso são folhas (Sl 32.5). Confesse!
A cara lisa não livra do juízo, agrava. O ouvinte que não estremece diante das verdades do Evangelho sobre o homem e Deus, é porque um dia será estremecido pela forte mão de Deus
O segundo: a promessa.
Deus não pergunta nada à serpente, somente proclama juízo (Gn 3.14,15). Porém, a condenação da serpente está revestida de bençãos para nós. Como ficará reforçado em vários oráculos do Antigo Testamento, as palavras de Juízo virão acompanhadas do prenúncio da salvação: Jesus Cristo, o cordeiro de Deus. Deus mesmo promete reviravolta. Talvez por isso os homens torçam tanto por viradas ao final de jogos, com aquele jogador que resolverá a partida. É uma expectativa universal. Essa expectativa humana por salvação será verdadeiramente providenciada por Deus através de Seu Filho que, assim como Adão e Eva foram revestidos de pele (Gn 3.21), seria aquele que nos revistiria de santidade (1Jo 1.7; Ap 7.9-17).
Aplicação:
Lembre-se: Deus já colocou a culpa do pecado sobre o Filho. Isso é presente de Natal. O Filho se propôs como preço para o perdão dos pecados. O Deus-homem é o mediador do perdão.
Confesse Jesus diante do Pai e dos homens. Se apegue a Ele. Não cubra seus pecados com falsa religiosidade: vá ao Filho (Jo 6.37-40). Abandone as folhas, abrace a cruz.
Peça a Deus para que a Luz de Jesus entre nas profundezas do seu coração e dissipe todas as trevas (Jo 10.10; 1Pe 2.9).
O terceiro: a providência (próxima pregação).
O verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1) . Aquilo que é dito sobre Jesus, Ele mostra ser verdadeiro. Não é sem evidência - em vida, e pelos testemunhos do ceús e da terra, Ele confirma que nada que se disse sobre Ele é falso. Não é somente Deus por nós, mas Cristo em nós.
E para despertar a grande expectativa e a alegria receptiva dos homens, o Salvador do mundo vem como um bebê.
Neste natal, proclame!
SDG