Salmo 30

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Salmo 30

O centro do significado deste salmo está no verso 6 - “quando a mim, dizia eu na minha tranquilidade: jamais serei abalado”.
Que Davi tinha um problema que foi tratado por Deus está evidente já nos primeiro verso: “porque tu me livraste”. No verso 2 ele acrescenta: “e tu me saraste”. E no verso 3, ele agradece porque Deus preservou a sua vida da morte.
Quando a bênção do Senhor chegou e mudou o caminho de Davi, ele aprendeu a lição e nos ensinou. Estas lições são o caminho de Deus para aqueles que estão em Jesus Cristo. O Senhor afirmou que no mundo teríamos aflições e que nos bastava ter bom ânimo. Como este “bom ânimo” é possível em meio a tantas aflições e ângustias? Como podemos alcançar a alegria que vem pela manhã, se a única coisa que percebemos é a escuridão de uma noite que insiste em não acabar?
Quando Agar, a serva de Abrãao, abandonou o menino no deserto para morrer, Deus ouviu o clamor da criança e veio em socorro daquela mãe sem esperança - Gn 21.17: “Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está.”
Em Ex 3.7, o Senhor afirma que ouviu o clamor de um povo que vivia na aflição da escravidão no Egito: “Disse ainda o Senhor: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento".
Deus ouviu do céu o clamor no coração do homem pecador e “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito...”. Jesus nos foi dado em resposta deste clamor da povo eleito de Deus. Clamor que toma expressão nas palvras de Davi: “Por ti Senhor, clamei, ao Senhor implorei” (verso 8). Quando imploramos pelo favor de Deus, Jesus nos é apresentado como resposta bem presente no dia da angustia.
Jesus é a resposta de Deus a um Davi que clama. Esta resposta de Deus é percebida por Davi que compõe o seu Salmo como um profeta que fala inspirado por Deus.
As circunstânicas do salmo indicam que Davi o compõs tão logo viu seu palácio real construído e começou a habitá-lo tranquila e despreocupadamente. É interessante notar como este fato da tranquilidade de Davi em seu palácio o incomodou ao ponto de compartilhar ciomo o profeta Natã em 2Sm 7.2: “disse o rei ao profeta Natã: Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda”. Estes fatos apontam os versos 6-8 como o centro desta passagem.
No verso 6, Davi expõe seu verdairo problema: “dizia eu na minha tranquilidade, jamais serei abalado.” A versão da Bíblia que usamos traduz a palavra hebraica que aparece aqui por “prosperidade”. Acredito que a melhor tradução aqui seja a preferida por Calvino - "tranquilidade” - porque ela se encaixa melhor neste contexto.
Calvino destaca que era como se Davi estivesse dizendo: “Quando a fortuna sorriu-me de todos os lados, e nenhum perigo parecia ocasionar temor, minha mente buscou, por assim dizer, profundo repouso, eu me exaltei dizendo que minha feliz condição continuaria, e que as coisas seguiriam sempre um curso imutável”. Em outras palavras, Davi deixou a autoconfiança dominar seu coração. Ele tinha alcançado o ápice de sua vida na presença do Senhor. Estava seguro agora.
Este é um problema que domina o coração dos santos quando eles se acomodam com a vida tranquila que Deus está proporcionando e chegam a crer que nada mais poderá abalar seus dias. Acontece quando alcançamos o alvo tão desejado, quando chegamos ao fim de uma jormada que parecia muito dura.
Quando o profeta Jeremias (31.18) percebeu esta inclinação em seu próprio coração, ele se comparou a um boi selvagem antes que o Senhor o domesticasse e o habituasse ao jugo (à canga): “Bem ouvi que Efraim se queixava, dizendo: Castigaste-me, e fui castigado como novilho ainda não domado; converte-me, e serei convertido, porque tu és o Senhor, meu Deus”.
No entanto, pensamento arrogante não é pensar que está tudo muito bem. De fato, Deus conduz nossas vidas para “as águas tranquilas”. O propblema é quando o pecado nos seduz e somos impelidos a imaginar que uma vez ”nas águas tranquilas”, não precisamos mais de Deus para nos conduzir. Isto é como uma criança que está aprendendo a andar. Consegue os primeiros passos e não aceita mais o auxílio das mãos generosas que a conduzem. Pensando que já pode andar sozinha, a criança se lança à queda certa. Isto me faz lembrar uma piadinha que ilustra bem a situação. A anedota conta a história de uma criança que estava tendo a ajuda de sua mamãe para aprender a andar de bicicleta. Num dado momento, a criança já se sentindo segura, pediu à mamãe que a soltasse, para que pudesse andar sozinha. Com muita insistência e protestos, a mamãe soltou a criança para andar sozinha com sua bicicleta. Muito feliz e sorridente, ela começou a andar e ia se empolgando a cada pedalada. Na empolgação ela gritava para a mamãe: “Mamãe, olha eu andando sozinha”. “Mamãe, olha eu soltando uma mão!” “Mamãe olha eu soltando duas mãos!” “Mamaaaaãe, quebrei meus dentes!”. A arrogância nos faz abandonar o auxílio de Deus. Imaginamos que tudo está bem demais para justificar tanto clamor e oração.
Quando este problema se instalou no coração de Davi, ele viu as consequência daninhas deste mal e clamou ao Senhor, pois Deus tinha virado o seu rosto contra ele - verso 7. Quando Davi, percebendo o seu erro, clamou, Deus respondeu. O Salmo é composto para mostrar a resposta de Deus não só a Davi, mas a todos aqueles que clamam por socorro, sobretudo, aqueles que estão em Cristo e, seguros, caem no mesmo erro e se encontrarem seguros demais para manterem uma vida santa na presença de Deus.
Quais são as lições aprendidas por Davi e com as quais Deus seja nos instriur nesta manhã?

1. A disciplina do Senhor nos encontra em meio ao pecado - versos 5 e 11.

A primeira verdade que aparece no coração de Davi é a persepção de que Deus o estava disciplinando por causa de sua arrogância.
A ira do Senhor se levanta contra nós em juízo e disciplina, no entanto, Davi entendeu que ela era momentânea.
O tempo de disciplina é visto pelo salmista em contraste com a própria vida. No verso 5, “um momento” se contrapõe à “vida inteira”.
Se Deus está nos disciplinando e passamos por angustias por causa disto, há consolo em saber que a ira de Deus, ou seja, a sua disciplina só dura “um momento”.
O “choro” - a tristeza da disciplina - é como um convidado que vem passar a noite em nosso coração. A noite aqui faz referência à escuridão da dor e do pecado. Quando abrimos o coração para a ação do Espírito e deixamos Cristo falar profundamente a nós, o dia rompe a escuridão da noite e a alegria do Senhor raia com o alvorecer.
Isto nos mostra o que significa o breve momento em que a ira de Deus se manifesa:
a) A disciplina do Senhor dura até nosso quebrantamento. É para quebrantamento que o Senhor se levanta contra nós - Hebreus 12.11-13.
b) A disciplina do Senhor dura até que mudemos a direção de nosso caminhar. Quando o dia raia na escuridão da noite, nosso pranto é transformado em festa, nosso pano de saco é transformado em vestes de alegria.

2. Deus assume o controle de nossas vidas - verso 3 e 9.

Quando tudo está bem, não posso cruzar os braços e descansar na minha prepotência e arrogânica, preciso gritar para todos que minha vida é maravilhosa porque Deus está no controle dela.
No verso 9, Davi justifica o seu clamor a Deus na percepção de que ele seria mais valioso vivo do que morto. Isto só é verdade na vida do crente quando ele aprende que tudo que acontece em sua vida é porque Deus está no controle.
Não existe nenhum dúvida no fato de que é “Deus quem opera em nós tanto o querer quanto o efetuar”. No entanto, o salmista nos faz entender que Deus deseja que nossos corações reconheçam o domínio de Deus, goste dele e divulgue que nossas vidas só são o que são, porque Deus está agindo em nosso favor.
No verso 3, Davi estava se sentindo numa cova, mas Deus preserva a sua vida da morte. No verso 9, ele percebe que o controle de Deus em sua vida é para que ele o glorifique anunciando as verdades de Deus.

3. Deus é nosso auxílio o tempo todo - versos 2 e 10.

O salmista percebe que sua arrogância e seu pecado estavam, não só afastando a sua alma de Deus, mas estava adoencendo o seu corpo. Enfermidades estavam perturbando a sua vida porque ele estava distante de Deus. Quando Davi, em sua sensação de segurança percebe que estava se distanciando de Deus, o seu mundo se desmorona e ele percebe que estava ,na verdade, sozinho e sem proteção nenhuma contra nada. O que era a segurança de seu palácio contra as enfermidades que nos perturbam? Se a segurança humana fosse capaz de nos realizar, médicos jamais morreriam de enfermidades.
Davi então percebe que o Senhor é nossa verdadeira segurança. Podemos ter bons planos de saúde. Podemos ser entendidos de saúde. Podemos ser ricos e ter todos os médicos disponíveis para nós. Mas, se o Senhor não nos proteger, o que será de nós?
Ele o nosso auxílio em todo o tempo. Ele é tudo que precisamos para viver.

4. Deus nos faz agradecidos e dependentes de seu amor eterno - versos 1 e 12.

Em decorrência do favor de Deus que perdura para toda a vida, o salmista testifica das bênçãos colhidas na presença do Senhor.
Ele não permite que nossos inimigos se alegrem com nossas derrotas - verso 1. O inimigo de nossas almas está ao nosso derredor buscando a quem possa tragar. Paulo afirma que ele, o inimigo, produz para nós “dias maus”.
Nestes dias, Satanás procura nos derrotar. Quando não estamos vestindo a armadura de Deus, corremos o risco de sucumbir. A armadura de Deus é retirada de nós por nós mesmos quando baixamos a guarda e nos esquecemos de vigiar.
Quando isto acontece?
Quando pensamentos arrogantes dominam nossas mentes e pensarmos que está tudo muito bem ao ponto de nos esquecermos da verdadeira razão de estar tudo muito bem: o Deus de toda a glória que segura nossas vidas em suas mãos.
Deus é quem nos dá segurança diante do inimigo. Reconhecer que nós mesmos não podemos nada contra o inimigo é reconhecer que do Senhor vem a nossa força. Então, nosso coração se encherá de gratidão e nos tornaremos dependentes de seu amor eterno.

Conclusão

Quando Davi percebeu a arrogância que nasceu em seu coração quando ele se viu na segurança de seu palácio real, Deus “puxou” o seu tapete e ele percebeu as verdadeiras bênção de estar com Deus:
1. A disciplina do Senhor nos encopntra.
2. Deus assume o controle de nossas vidas.
3. Deus é o nosso auxílio o tempo todo.
4. Deus nos faz agradecidos e dependentes de seu amor eterno. retirou Quais são as lições aprendidas por Davi e com as quais Deus seja nos instriur nesta manhã?
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