Jesus e o camínho de emaus - o poder da ressurreição - Lucas 24.1-35

Jesus e o camínho de emaus - o poder da ressurreição  •  Sermon  •  Submitted
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Notes
Transcript
No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. 2 Encontraram removida a pedra do sepulcro, 3 mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4 Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. 5 Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? 6 Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galiléia: 7 ‘É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia’ ”. 8 Então se lembraram das palavras de Jesus.
9 Quando voltaram do sepulcro, elas contaram todas estas coisas aos Onze e a todos os outros. 10 As que contaram estas coisas aos apóstolos foram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que estavam com elas. 11 Mas eles não acreditaram nas mulheres; as palavras delas lhes pareciam loucura. 12 Pedro, todavia, levantou-se e correu ao sepulcro. Abaixando-se, viu as faixas de linho e mais nada; afastou-se, e voltou admirado com o que acontecera.
13 Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetros b de Jerusalém. 14 No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. 15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; 16 mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo.
17 Ele lhes perguntou: “Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?”
Eles pararam, com os rostos entristecidos. 18 Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: “Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?”
19 “Que coisas?”, perguntou ele.
“O que aconteceu com Jesus de Nazaré”, responderam eles. “Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo. 20 Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; 21 e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu. 22 Algumas das mulheres entre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro 23 e não acharam o corpo dele. Voltaram e nos contaram ter tido uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo. 24 Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram tudo exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram.”
25 Ele lhes disse: “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” 27 E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.
28 Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. 29 Mas eles insistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entrou para ficar com eles.
30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. 31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. 32 Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?”
33 Levantaram-se e voltaram imediatamente para Jerusalém. Ali encontraram os Onze e os que estavam com eles reunidos, 34 que diziam: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como Jesus fora reconhecido por eles quando partia o pão.

Introdução

As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram do túmulo vazio de Jesus. A história da Páscoa não termina num funeral, mas sim com uma festa. O túmulo vazio de Cristo foi o berço da igreja. Nós não pregamos um Cristo que esteve vivo e está morto; pregamos o Cristo que esteve morto e está vivo pelos séculos dos séculos.
A morte é o rei dos terrores. Mas Jesus é o Rei dos reis. A morte foi vencida por Jesus. Ele matou a morte. Ele arrancou o aguilhão da morte. A morte será lançada no lago do fogo. A ressurreição de Cristo é a demonstração do supremo poder de Deus (Ef 1.23,23). Lembro-me da citação de John Owen (Puritano do sec XVII) em seu pequeno livreto, porém, muito propício para os dias de hoje - A MORTE DA MORTE NA MORTE DE JESUS CRISTO - Não há dúvida de que os evangélicos encontram-se, hoje, num estado de perplexidade e
instabilidade. Em assuntos como a prática do evangelismo, o ensino da santidade, a edificação
da vida da igreja local, o cuidado do pastor pelas almas e o exercício da disciplina, há evidência
de insatisfação (Geral) generalizada com o estado de coisas e, igualmente, uma incerteza
generalizada (Geral) quanto ao caminho que se deve seguir. Trata-se de um fenômeno complexo, para o qual muitos fatores têm contribuído; mas, se formos à raiz do problema, verificaremos que
todas essas perplexidades (Espanto) devem-se, principalmente, ao fato de havermos perdido o poder do evangelho bíblico.
COM ISSO - OU A ressurreição de Cristo é uma das fraudes mais maldosas da história ou então é o fato mais extraordinário, que já existiu. A ressurreição de Cristo e o cristianismo permanecem em pé ou caem juntos. Sem a ressurreição de Cristo, o cristianismo seria uma religião vazia de esperança, um museu de relíquias do passado.
O apóstolo Paulo diz que sem a ressurreição de Cristo:
1) nossa fé seria vã;
2) nossa pregação seria inútil;
3) nossa esperança seria vazia;
4) nosso testemunho seria falso;
5) nossos pecados não seriam perdoados;
6) seríamos os mais infelizes de todos os homens (1Co 15.14–19).
Sem a ressurreição de Cristo, a morte teria a última palavra, e a esperança do céu seria um pesadelo. Sem a ressurreição de Cristo, o cristianismo seria o maior engodo da história, a maior farsa inventada pelos cristãos. Os mártires teriam morrido por uma mentira, e uma mentira teria salvado o mundo. Mas de fato Cristo ressuscitou (1Co 15.20)! A grande diferença entre o cristianismo e as grandes religiões do mundo é que o túmulo de Jesus está vazio. Você pode visitar o túmulo de Buda, Confúcio, Maomé e Alan Kardec, mas o túmulo de Jesus está vazio. Ele venceu a morte. Está vivo pelos séculos dos séculos (Ap 1.18).
A ressurreição de Jesus é um fato histórico robustamente comprovado. Os adversários tentaram apagar esse acontecimento auspicioso / não se pode duvidar , dizendo que Jesus não chegou a morrer e, ao ser colocado no túmulo, reanimou-se. Alegaram ainda que os discípulos subornaram os guardas e roubaram seu corpo. Argumentaram também que as mulheres foram ao túmulo errado. Finalmente, declararam que os romanos removeram o corpo de Jesus para outro túmulo. Todas essas tentativas fracassaram diante da verdade incontroversa da ressurreição, pois Jesus, depois de ressurreto, apareceu a Maria Madalena, às mulheres, a Pedro, aos dois discípulos no caminho de Emaús, aos apóstolos sem Tomé, aos apóstolos com Tomé, aos sete apóstolos no mar da Galileia, a uma multidão de 500 irmãos, a Tiago, a Paulo, a Estêvão e a João na Ilha de Patmos. O célebre sermão de Pedro no Pentecoste versou sobre a ressurreição de Jesus (At 2.23,24). Se Cristo não tivesse mesmo ressuscitado, bastaria terem apresentado o seu corpo morto à multidão, e o cristianismo teria sido esquecido naquela manhã.
A ressurreição de Jesus é, também, um fato psicológico marcante. Os discípulos, esmagados pelo desânimo e acuados pelo medo, foram poderosamente transformados. Tornaram-se ousados, valentes e poderosos no testemunho, enfrentaram ameaças, açoites, prisões, morte e martírio sem jamais recuar. Eles não teriam morrido por uma mentira. A mudança dos discípulos é uma prova INEGÁVEL da ressurreição de Jesus. Muitos dos discípulos morreram como mártires por causa dessa verdade. Ao longo dos quatro primeiros séculos, uma multidão de crentes morreu nas arenas e foi queimada viva por causa dessa verdade. Os apóstolos Pedro, André, Filipe, Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o zelote, foram crucificados; Tiago, filho de Zebedeu, foi morto à espada; Tomé foi morto por uma lança; Mateus foi morto à espada; Tadeu foi morto por flechas; João, filho de Zebedeu, foi banido para a Ilha de Patmos.
A ressurreição de Jesus é, ainda, um fato sociológico. Uma igreja cristã foi estabelecida sobre a rocha desta verdade incontestável. Gente de todas as nações, raças, línguas e povos uniu-se em torno desta verdade suprema. O túmulo vazio de Cristo foi o berço da igreja.
Voltemos ao texto de Lucas 24.1–53. O registro de Lucas acerca da ressurreição, embora seja o mais longo dos quatro Evangelhos, diferentemente de Mateus, não menciona o terremoto nem o fato de o anjo ter rolado a pedra do túmulo (Mt 28.2). Diferentemente de Marcos, as mulheres não se preocupam com quem irá rolar a pedra para elas (Mc 16.3) e não ficam sem fala quando têm medo (Mc 16.8). Mateus e Marcos citam apenas um anjo (Mt 28.2,3; Mc 16.5) enquanto Lucas e João mencionam dois anjos (24.4; Jo 20.12). Somente Lucas registra a maravilhosa história da caminhada para Emaús. Lucas concentra-se nas aparições de Jesus em Jerusalém e arredores e nada diz acerca dos aparecimentos do Senhor ressurreto na Galileia. Somente Lucas registra a ascensão de Jesus. Faz isso de um modo mais abreviado no Evangelho (24.50–53) e de forma mais abrangente no livro de Atos (At 1.9–11).
Bom - o capítulo 24 de Lucas deixa claro que a ressurreição de Cristo é um fato eloquentemente comprovado por quatro razões.
Primeiro, pelo estado de alma dos discípulos. Eles não pensavam na ressurreição (24.1–5). A esperança que eles tinham se havia perdido (24.21)(21Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam). A mente deles estava dominada pela dúvida (24.24,27,38,41). Apesar do testemunho das mulheres, eles não creram (24.11).
Segundo, pelos fatos sobrenaturais: a pedra grande e pesada foi removida (24.2). O túmulo estava vazio, apesar de ter o selo do governador e ainda estar protegido pelos guardas romanos (24.3). E, além disso, havia presença dos dois anjos comunicando a ressurreição de Jesus às mulheres (24.5–7).
Terceiro, pelo encontro de Jesus com seus discípulos para ensiná-los (24.27), censurá-los (24.25), recordar seus ensinamentos (24.44), incumbi-los de serem testemunhas às nações (24.47,48) e prometer a eles o poder do Espírito Santo (24.49).
Quarto, pelo efeito produzido nos discípulos: alegria, adoração e louvor (24.50–53). Vamos à análise do texto.

O túmulo está vazio: a perplexidade das mulheres e a incredulidade dos discípulos (24.1–12)

As mesmas mulheres que acompanharam Jesus desde a Galileia subiram ao Calvário, assistiram ao sepultamento e voltaram, agora, no raiar do primeiro dia da semana, ao túmulo de Jesus, a fim de levar aromas para embalsamar seu corpo. Hendriksen diz que a cruz havia destroçado suas esperanças. Elas foram ungir o corpo de um morto, o cadáver de Jesus de Nazaré, seu Amigo e Ajudador. Não aguardavam a ressurreição, mas, chegando ao túmulo, viram a pedra removida, entraram no túmulo e não encontraram o corpo de Jesus. Essas valorosas mulheres foram as primeiras a testemunhar esse acontecimento. E coloco aqui algumas lições :
Em primeiro lugar, a mensagem do túmulo vazio, a evidência da ressurreição (24.1–3). O túmulo de Jesus não foi aberto de fora para dentro, mas de dentro para fora. Havia uma grande pedra tapando o túmulo. Havia o selo do governador garantindo a sua inviolabilidade. Havia os guardas protegendo a porta do túmulo. E mesmo com tudo isso, Jesus saiu vivo, com um corpo de glória, como primícia de todos os que dormem. Jesus não foi retido pela morte. Ele não viu corrupção. Jesus matou a morte com sua morte e arrancou o aguilhão da morte ao ressuscitar com um corpo de glória. Esse glorioso acontecimento se deu no primeiro dia da semana, ou seja, no domingo. A partir da ressurreição de Jesus, o primeiro dia da semana passou a ser chamado de “o dia do Senhor”. Com o primeiro dia da semana, começava o novo mundo e a nova história, marcados pelo triunfo da vida sobre a morte.
Em segundo lugar, a mensagem dos anjos, uma lembrança do ensino sobre a ressurreição (24.4–8). Como aconteceu no seu nascimento, os anjos anunciaram a ressurreição de Jesus. Lucas, diferentemente de Mateus e Marcos, diz que são dois anjos que falam às mulheres, e não apenas um. Duas são as mensagens: A primeira trata de uma pergunta em tom de censura: “Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou” (24.5,6a). A Páscoa não terminou num funeral, mas na festa gloriosa da ressurreição. A segunda mensagem é uma ordem em tom de exortação. Os anjos levam essas mulheres de volta às palavras de Cristo, quando ele falou claramente sobre sua crucificação e ressurreição no terceiro dia: “Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia, quando disse: Importa que o Filho do homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia” (24.6b,7). A exortação angelical foi eficaz, pois elas se lembraram imediatamente das palavras de Cristo (24.8).
Em terceiro lugar, a mensagem das mulheres aos discípulos, a incredulidade deles (24.9–12). Recebida a mensagem dos anjos, as mulheres Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, bem como as demais que estavam com elas, foram imediatamente ao encontro dos onze apóstolos e anunciaram o que viram e ouviram, mas as palavras das mulheres soaram como um delírio para eles, que não acreditaram nelas. A palavra grega leros, para “delírio”, significa “disparate” e era aplicada na terminologia médica ao falar sobre as pessoas com febre muito alta. E esse termo só aparece nesta passagem em todo o Novo Testamento. Pode ser traduzido também por “tolice”, “fofoca” ou “mentira”. É como se todos os onze apóstolos considerassem essas mulheres doidas.7 Mas longe de falarem disparates, as mulheres tinham dito a verdade. Pedro, então, levantou-se e correu ao sepulcro. Entrando nele, viu apenas os lençóis de linho. Ao retirar-se para casa, ficou maravilhado com o que havia acontecido.

Os discípulos de Emaús antes do impacto da ressurreição (24.13–27)

Esse episódio da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús resume-se em cinco pontos:
1) o encontro de Jesus com os discípulos no caminho para Emaús (24.13–16);
2) o diálogo dos peregrinos com o Ressuscitado (24.17–24);
3) a interpretação de Jesus dos escritos do Antigo Testamento (24.25–27);
4) a entrada do Ressuscitado na pousada em Emaús (24.28–32);
5) a mensagem dos discípulos de Emaús sobre o Ressuscitado aos apóstolos do Senhor (24.33–36). Destacamos aqui alguns pontos importantes.
Em primeiro lugar, seus olhos estavam cegos a despeito da proximidade de Jesus (24.13–15). Dois discípulos caminham 11 quilômetros, já no final do dia, de Jerusalém para Emaús. Durante a jornada, conversam sobre os últimos acontecimentos ocorridos na cidade: a prisão, o julgamento e a crucificação de Jesus. Enquanto falavam, Jesus se aproximou e seguiu com eles, mas seus olhos estavam fechados para reconhecerem a Cristo. Muitas vezes, caminhamos pela vida vencidos, como se a morte tivesse a última palavra e como se Jesus não tivesse ressuscitado. Embora Jesus esteja perto, não percebemos. Às vezes Jesus vem ao nosso encontro, como foi ao encontro dos discípulos no mar da Galileia, mas pensamos que ele é um fantasma e ficamos cheios de medo.
Em segundo lugar, seus pés estavam na estrada da fuga a despeito das várias evidências da ressurreição (24.13,22–24). Aqueles dois discípulos já tinham informações suficientes quanto à ressurreição de Cristo, sobretudo o testemunho das Escrituras sobre esse magno assunto e também o explícito ensinamento de Jesus sobre sua morte e ressurreição. Apesar de tudo, eles se acovardaram e colocaram os pés na estrada da dúvida, do ceticismo e da incredulidade. Desistiram de Jesus. Renderam-se a uma decepção amarga. A história deles havia terminado na sexta-feira da paixão, e não no domingo da ressurreição.
Citação de John owen - Sem perceber isso, temos barganhado esse evangelho durante quase cem anos por um
produto substitutivo que, embora pareça bastante semelhante nos detalhes, é algo
completamente diferente no todo. Eis as nossas dificuldades: o produto substitutivo não atende
aos fins para os quais o evangelho autêntico provou-se, nos dias passados, tão poderoso. O
novo evangelho falha patentemente em produzir reverência profunda, arrependimento
profundo, humildade profunda, um espírito de adoração, um cuidado para com a Igreja. Por
que? É nossa opinião que a razão está em seu próprio caráter e conteúdo. Ele falha em tornar
os homens centralizados em Deus nos seus pensamentos e tementes a Deus em seus
corações, porque não é isto que ele está visando fazer principalmente. Uma forma de
estabelecer a diferença entre o novo e o velho evangelho é dizer que o primeiro está excessiva
e exclusivamente preocupado em "ajudar" o homem - a ter paz, conforto, felicidade, satisfação
- e pouquíssimo preocupado em glorificar a Deus.
Em terceiro lugar, seus olhos estavam impedidos e seu coração estava tomado de profunda tristeza (24.16,17). Jesus caminhava com eles, mas seus olhos estavam impedidos. Jesus pergunta sobre o teor da conversa pelo caminho e o conteúdo da preocupação, e eles pararam entristecidos. Sem a verdade da ressurreição, nossa vida será marcada de tristeza e dor. Eles estavam tristes, quando deveriam estar exultando de alegria. Quantas vezes nossa vida é uma via sacra de lamento, dor e tristeza porque não tomamos posse do poder da ressurreição. A vida cristã é uma vida de esperança e alegria.
Em quarto lugar, seu coração estava perturbado pelo drama da cruz (24.18–20). Como conciliar o fato de Jesus ser o amado de Deus, poderoso em obras e palavras, e mesmo assim ser pregado na cruz como um criminoso? David Neale diz que o Evangelho fornece a resposta para essa luta emocional e intelectual: a crucificação era o plano de Deus desde sempre. A narrativa no caminho de Emaús conta aos leitores que esse drama está finalizando como Deus queria. A crucificação não é o desastre caótico que parecia ser. Dessa forma, Lucas conduz seus leitores à conclusão que deseja vê-los alcançar: Jesus está vivo! Leon Morris destaca o fato de que não são os romanos, mas, sim, os principais sacerdotes e as autoridades do povo, que tanto entregaram Jesus quanto o crucificaram. A referência à morte de Jesus implica os romanos, mas a culpa principal é colocada diretamente sobre os judeus.10
Em quinto lugar, seu coração estava cheio de esperanças frustradas (24.21). O caminho de Emaús é o caminho da desistência do discipulado, dos sonhos desfeitos, da esperança morta. É o caminho da falência dos projetos, daqueles que acham que não há mais jeito. Pedro disse a seus condiscípulos: “Eu vou pescar” (Jo 21.3). Os discípulos disseram: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel…” (24.21).
Em sexto lugar, seus olhos estavam fechados a despeito do testemunho dos irmãos (24.22–24). Aqueles discípulos já tinham várias evidências da ressurreição de Cristo:
1) as promessas de Jesus de que morreria e ressuscitaria ao terceiro dia;
2) o túmulo vazio;
3) as mulheres que o viram ressuscitado;
4) os anjos que deram testemunho da ressurreição;
5) alguns dos discípulos que já haviam visto o túmulo vazio,
Mas ainda estavam carregados de dúvidas. Hoje, muita gente vive esse achatamento da esperança, porque não dá crédito ao testemunho de outras pessoas sobre o poder da ressurreição.
Em sétimo lugar, seus olhos estavam fechados a despeito do relato das Escrituras (24.25). A incredulidade coloca uma venda em nossos olhos. Jesus abre as Escrituras e as expõe para os discípulos. Mostra-lhes como todas as Escrituras apontam para ele e para a sua vitória sobre a morte, mas eles não compreendem. Não entendem não porque lhes falte luz, mas porque lhes falta visão. Quando os nossos olhos não são iluminados pela palavra de Deus, para entendermos a centralidade de Cristo nas Escrituras e na história, caminhamos pela vida cabisbaixos, achando que a morte é mais forte que a vida, que o mal é mais forte que o bem. John Charles Ryle, falando sobre a centralidade de Cristo nas Escrituras, escreve:
Cristo era a essência de todos os sacrifícios ordenados na lei de Moisés. Cristo era o verdadeiro Libertador e Rei, do qual todos os juízes e libertadores da história de Israel eram apenas figura. Ele era o Profeta vindouro, maior do que Moisés, cujo glorioso advento enchia as páginas dos profetas. Cristo era a verdadeira semente da mulher, que pisaria a cabeça da serpente. Ele era o verdadeiro descendente em quem todas as nações seriam benditas. Ele era o verdadeiro bode da expiação, a verdadeira serpente de bronze, o verdadeiro Cordeiro, para o qual todos sacrifícios diários apontavam. Cristo era o verdadeiro Sumo Sacerdote, de quem todos os descendentes de Arão eram apenas figuras. Esses fatos e outros semelhantes, com certeza, foram alguns dentre os fatos que nosso Senhor explicou aos dois discípulos no caminho para Emaús.

Os discípulos de Emaús depois do impacto da ressurreição (24.26–35)

Destacamos quatro pontos importantes aqui.
Em primeiro lugar, olhos abertos pela exposição das Escrituras (24.26,27,31). Jesus revelou-se pelas Escrituras. “Examinai as Escrituras, porque são elas que testificam de mim” (Jo 5.39). Quando reconhecemos em nosso caminho que Jesus está vivo, não há mais espaço para a preocupação (24.17), tristeza (24.17), desesperança (24.21) e incredulidade (23.25). Morris destaca o fato de que o Cristo precisava padecer. Mas este não é o fim de tudo. Ele devia também entrar na sua glória. Deus não está derrotado. Triunfa através dos sofrimentos do seu Cristo.
Em segundo lugar, corações ardentes pela comunhão com o Cristo vivo (24.28,29,32). Quando temos comunhão com Jesus, nosso coração arde e o fogo de Deus nos inflama. Há entusiasmo em nosso coração. O vento do Espírito sopra sobre nós e remove as cinzas do comodismo, reacendendo as brasas do zelo em nosso coração. Quando o coração arde, acaba a frieza espiritual e o marasmo. Então, estar na Casa de Deus é alegria, orar é necessidade, louvar a Deus é prazer, andar com Jesus é o sentido da vida. Quando o nosso coração arde, nossa vida se torna um graveto seco para o fogo do Espírito. Ler Jonathan edwards - A verdadeira obra do ES - sinais de autenticidade pg63-64
Em terceiro lugar, pés velozes para ir anunciar a ressurreição (24.33). Quem tem olhos abertos e coração ardente tem pés velozes para falar de Jesus. Os mesmos que fugiram de Jerusalém agora voltam a Jerusalém. Eles, que disseram que já era tarde, não se importam com os perigos da noite. Eles, que deixaram o convívio com os outros discípulos, voltam à companhia de seus pares.
Em quarto lugar, lábios abertos para proclamar que Cristo está vivo (24.34,35). Nem a distância nem a noite os impede. Eles voltam para ter comunhão e para proclamar que Jesus está vivo. Voltam para dizer que a morte não tem a última palavra. A última palavra é que Jesus venceu a morte. A tristeza não pode mais nos dominar. Caminhamos para o glorioso amanhecer da eternidade, e não para a noite fatídica da desesperança.

Conclusão

A ressurreição de Jesus abriu os olhos, aqueceu o coração, apressou os pés e descerrou os lábios dos discípulos de Emaús. E em você, que tipo de impacto a ressurreição tem provocado? Como você tem caminhado pela vida? Você tem se encontrado com o Cristo ressurreto? O Senhor nos encontra nas angústias da nossa caminhada. O Senhor nos encontra na exposição da palavra de Deus. O Senhor nos encontra no partir do pão. Ele abre nossos olhos, nossa mente, nosso coração e nossos lábios
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