O Rei, Seu reinado e Suas oportunidades

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INTRODUÇÃO
1. Há no mundo quarenta e três territórios nos quais encontramos cinco tipos diferentes de monarquia.[i] A História registra as glórias e os fracassos vividos por esses personagens, o legado cultural deixado por eles e as altivezes adotadas por muitos célebres monarcas, como o Rei-Sol francês Luís XIV (1638-1715), que chegou a afirmar o seguinte: “O Estado sou eu.”[ii], a fim de declarar todo o seu poder e controle. A maioria deles são apenas lembranças de um passado distante ou um presente esquecido e triste. Muitos reinaram poucos anos e seus sucessores reinarão poucos anos, porque nenhum rei humano é imortal.
2. Há, contudo, um verdadeiro Rei! Único, eterno, imortal, invisível (1Tm 1.17). “O Senhor Jeová reina, Ele que fez o mundo o governa; Ele que concedeu o ser concede movimento e poder, concede lei e comissão, concede sucesso e evento.”[iii] É desse Rei, reino e súditos que este salmo aborda e que nos analisaremos agora.
II. O SENHOR É REI
1. Muitos não O reconhecem como Rei. Reconhecem-nO apenas circunstancialmente (Jo 12.12-13); duvidam (Jo 18.33,37,39), zombam-nO e O escarnecem como o fizeram os judeus e romanos no primeiro século (Jo 19.3; Lc 23.28). Se, porventura, você duvida de que Ele é Rei, se você tem zombado dEle e O rejeitado, ainda há tempo e esperança para você.
2. No entanto, “quaisquer que sejam as circunstâncias a nosso redor ou os sentimentos dentro de nós, o Senhor reina (93:1; 96:10; 99:1; 117:1) [...]”[iv] A primeira declaração do salmo é que o Senhor é Rei (v.1). O registro bíblico também não oculta essa realidade (Sl 95.3; Is 33.22; Jr 10.10; 1Tm 6.15; Ap 17.14; Ap 19.16).
III. TODO REI TEM UM REINO
1. Todo rei possui um reino. O Rei dos reis possui um reino: “[...] seu reino estende-se por sobre toda a Terra (vv. 1, 4, 5, 9; 96:1, 9, 11, 13; 98:3, 4, 9).”[v] O reino de Deus se estende por todo o Universo, mas Davi em sua oração deixa bem específico — pelo menos em visão humana — os seus limítrofes (1Cr 29.11). É ele quem controla as nações (Sl 22.28; Sl 103.19; Sl 145.13a). É por isso que a própria natureza se curva reverentemente a Deus (Sl 97.1b-6).
a) O Seu Reino está baseado em Justiça, que é perfeita. Nesse salmo, por três vezes aparece essa palavra (v. 2, 6, 8; Sl 45.6). “[...] um pavio dourado de justiça passa rapidamente sobre toda a rede de sua administração. Nisso, Ele reside, pois essa é sua habitação. Nisso, Ele governa, pois é a base do seu trono. Todos os teus mandamentos são, e serão, justiça.”[vi] A justiça dele não se esconde, é evidente, visível, por mais que tenhamos a sensação de injustiça (v. 6).
b) Enquanto para o ímpio esta justiça traz pavor e medo, para o justo traz alegria e vida (v. 3, 8).
2. O reino de Deus tem dois aspectos: o e o ainda não. O reino de Deus ele é sempiterno (Dn 4.3), mas não foi estabelecido ainda em sua plenitude (Jo 18.36). João Batista dizia que estava próximo (Mt 3.2) e o próprio Jesus também afirmava isso (Mt 4.17). Mas, contrapondo o o próprio Cristo dizia que o reino não era aparente (Lc 17.20), mas estava dentro de pessoas (Lc 17.21), isto é, o ainda não. Segundo Fantico Borges: “Esse dinamismo da vida da Igreja provoca um mover escatológico entre o estar na graça e o desejá-la plenamente; entre o anunciar a boa nova e o realizá-la na fé, como antegozo da plenitude da esperança.”[vii]
IV. TODO REINO TEM SÚDITOS E INIMIGOS
1. Aqueles que reconhecem a Jesus como o verdadeiro Rei têm mais facilidades de seguir a legislação do reino (Jo 14.15) e a permitir que suas ações reflitam a do Rei (Jo 15.10; 1Jo 2.3; Jo 14.23). Quem é súdito, ou seja, dependente de Deus nunca quererá ser Soberano. Eles na verdade se alegram, porque Deus é justo (Sl 97.8), eles detestam o mal, são protegidos e guardados (Sl 97.10) e possuem uma luz diferente (Sl 97.11).
2. Aqueles que não reconhecem a Jesus como o verdadeiro Rei, opõem-se ao Seu governo e soberania (Lc 11.23). Não se submetem ao Espírito Santo. Pelo contrário, lutam contra Ele (Ef 5.17,19-21) e dão glória a falsos deuses (Sl 97.7).
CONCLUSÃO
1. Não importa a quantidade de reis e soberanos que já viveram nessa Terra ou que ainda exercem a sua autoridade, porque o Senhor é o único Rei verdadeiro.
2. Não obstante estejamos já vivendo o reino de Deus, ainda não o temos em sua plenitude, mas o teremos quando Jesus voltar nas nuvens dos céus.
3. É preciso que vivamos de acordo com as normas do Rei e do reino e sejamos súditos felizes aqui na Terra, sendo o oposto do que a nossa carne e vontade quer.
APELO
1. O Salmo 97 apresenta ainda para todas as pessoas da Terra (súditos e inimigos) uma oportunidade. Para os que já pertencem ao reino, continuar fazendo a coisa certa, independentemente dos perigos e adversidades que possam ocorrer (Sl 97.10).
2. Para os que estão vivendo em inimizade contra Deus, há uma grande oportunidade de arrependimento. Não há Deus como o nosso Deus, por isso, prostre-se diante dEle e O reconheça como Rei (Sl 97.7). Por que viver confundido, se a luz do Céu pode iluminar a sua vida e guiar os seus passos nesse mundo de escuridão?
3. Você não gostaria de se arrepender hoje e voltar a ser um súdito de Deus? Porque muitas vezes falamos que somos, mas nossos pensamentos e ações demonstram o contrário. Você não gostaria de ter a alegria do céu em meio a essa tristeza e podridão que nos cerca? Você não gostaria de fazer o que está relatado no último verso desse salmo? Dar louvores somente a Deus?
REFERÊNCIAS
[i] VIANA, Rodolfo. Quantas monarquias ainda existem? Super Interessante, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quantas-monarquias-ainda-existem/. Acesso em: 17 mai. 2020.
[ii] FUKS, Rebeca. Frase O Estado sou eu. Cultura Genial, 2019?. Disponível em: https://www.culturagenial.com/frase-o-estado-sou-eu/. Acesso em 17 mai. 2020.
[iii] HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 561.
[iv] WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento: volume III, Poéticos. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006.
[v] Ibidem.
[vi] HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 562.
[vii] BORGES, Fantico N. S. A índole escatológica da Igreja: o “já” e o “ainda não” da plenitude da nossa salvação, à luz do sétimo capítulo da Lumen gentium. 2010. 193 f. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Centro de Teologia e Ciências Humanas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2010.
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