Um problema só do Éden?

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INTRODUÇÃO
1. Há dois dias, o padre Carlos Vianei, de 64 anos, foi atacado em frente a sua residência por um homem que disparou ataques de facão contra ele. A Polícia já prendeu o suspeito, mas não se sabe o motivo de tal violência; No Ceará, houve uma sequência de ataques a prédios públicos e mais de 50 veículos incendiados durante a madrugada; Em Tatuí, São Paulo, uma senhora de 65 anos foi presa ao tentar levar cocaína em uma barra de sabão para o seu neto que estava dentro do presídio; Na sexta-feira, em Salvador, um bebê de apenas dois meses morreu depois de dar entrada com vários ferimentos no Hospital Geral do Estado. O agressor – seu pai – foi preso depois de dizer que o neném o perturbou com o choro. O que há com a humanidade? A resposta é simples: somos escravos e reféns de um mal que assola a todos: o pecado! (Tt 3:3).
2. No entanto, nem sempre a condição humana foi essa. A humanidade foi a obra-prima do processo de criação realizado por Deus. Gn 1:26-27 diz que fomos criados à sua imagem e semelhança. Esse processo trouxe ao homem qualidades e prerrogativas diferenciadas. 1) Imagem e semelhança de Deus. “[...], a imagem aponta para os dotes físicos, intelectuais, sociais e espirituais que seriam necessários para a humanidade cumprir o propósito de Deus para ela”. (Bíblia de Estudo Andrews, p. 7). Já a semelhança estava na predisposição de refletir características do caráter de Deus. No livro da escritora americana Ellen White, Patriarcas e Profetas, encontramos a seguinte declaração na p. 45: “O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência como no caráter. 2) Domínio (Gn 1. 26,28). Aqui não há um domínio no aspecto de exploração do mundo natural, mas de administração, mordomia, reconhecendo que tudo vem de Deus, Ele é o dono de tudo (Sl 24.1,2).
3. O capítulo 2 de Gênesis amplia ainda mais o que acabamos de perceber nos versículos anteriores, trazendo a perfeita harmonia que havia na criação de Deus. (Gn 2.7-9). O ser humano tinha características diferentes dos outros seres da criação. O processo de criação passou do verbal para o manual. Contudo, toda esta situação começa a se alterar quando o mal entra no mundo (Gn 3). Todos esperamos que o capítulo 3 de Gênesis traga mais relatos de harmonia e a felicidade. No entanto, a conjunção adversativa mas faz uma conexão sombria do pecado e suas consequências.
II. SAGACIDADE E DÚVIDAS
1. A serpente não tinha em si nenhum poder especial, mas Satanás a usou como médium para preparar uma cilada à Eva. Satanás era sagaz e Deus havia advertido o primeiro casal sobre a rebelião no Céu. Segundo o CBA, v. 1, p. 213, Adão e Eva esperavam vê-lo no esplendor ainda latente de um anjo caído. Eles estavam preparados caso isso ocorresse. Contudo, ele usou uma serpente, um animal, inferior ao próprio homem.
2. Com muita artimanha ele desvirtuou uma ordem dada pelo próprio Deus (Gn 2.15-17). Fazendo uma pergunta ambígua, começou a semear dúvidas.
3. Eva estava sozinha e começou um diálogo com Satanás. As dúvidas a fizeram tentar discutir o assunto com a serpente. Deus havia dito que eles morreriam. A mulher disse que eles poderiam morrer. Ela também não nomeia o nome da árvore que ela conhecia. Resultado de sua desobediências e dúvidas plantadas por Satanás.
III. MAIS MENTIRAS E A ORIGEM DO MAL
1. O v. 5 diz aponta para mais mentiras a respeito do caráter de Deus e de Sua Palavra. Os 3 verbos usados aqui são: saber, comer e abrir. O conhecimento aqui poderia ser dado de duas formas: proposicional ou vivencial. Deus sabia e dera esse conhecimento aos primeiros pais de forma proposicional. Contudo, Satanás usou uma mentira como se Deus não quisesse que Adão e Eva obtivessem o conhecimento para não serem como Deus.
2. O v. 6 aponta para a dinâmica do pecado. Viu, quis e pegou. Assim, o pecado começa no coração e depois parte para as ações. E uma outra característica é que se percebe aqui uma vontade rebelde de se colocar no lugar de Deus, achando que sabe o que é melhor para si.
3. Ao ceder à tentação, vemos uma concepção errônea do que era abrir os olhos. Abriu-se os olhos para uma realidade não mais perfeita, não mais acessível, abriram-se os olhos para perceberem como pecadores e não mais inocentes. Isso fez com que, a partir de então, mudasse-se as concepções (a forma de entender as coisas), as percepções (muda a forma de interpretar) e as pró-ações (modo de agir). Abriu-se os olhos para perceberem que agora eram cativos do reino do diabo (2 Co 4.4).
IV. UM PROBLEMA UNIVERSAL E PESSOAL
1. Os textos bíblicos a seguir, então, nos mostram quão perdidos nós estamos: Rm 5.12; 3.23; Jr 17.9 e Sl 51.5 e como nossa condição tem ficado cada vez mais terrível a cada dia que se passa.
2. Não podemos, segundo George Knight, excluir o conceito do pecado original. “O conceito de pecado original ou inicial nos ajuda a compreender tanto a nós mesmos quanto o mundo que nos rodeia, [...].” Pecado e Salvação, p. 32. Compreender tal realidade nos ajuda a vislumbrar a solução.
3. Gn 3.15 nos aponta para a divina solução. O próprio Deus teve que intervir de maneira pessoal resolver um problema que agora se tornara universal: O Grande Conflito.
CONCLUSÃO
1. Apesar de toda a perfeita condição da humanidade pré-pecado e de todas as suas atribuições, o ser humano caiu e se tornou escravo do pecado.
2. O diabo lançou as sementes da dúvida que foram regadas por Eva e, consequentemente, Adão. Ambos duvidaram da palavra de Deus e tiveram problemas, perdendo o domínio do que Deus havia dado para Satanás.
3. O pecado evidenciou um problema crônico nos âmbitos pessoal e universal. Um problema tão sério que só pode ser entendido à luz da Teologia do Grande Conflito e nas ações amorosas e providenciadas por Jesus Cristo.
APELO
1. Não há para onde fugir quando o assunto é o Grande Conflito. Estamos diante de uma realidade que mexe com todo o nosso ser e planeta. Estamos fadados, sem Jesus, a vivermos uma vida de rebeldia e transgressão deliberada em relação ao Criador.
2. Eu e você não somos muito diferentes de Eva. Achamos que nossa própria experiência e nossa própria capacidade, isto é, o que fazemos (obras) são necessárias para que tenhamos vitória sobre o pecado.
3. Contudo, Eva não errou quando se aproximou da árvore do conhecimento do bem e do mal. Na verdade, Eva errou quando tirou Deus dentro do seu coração. Estamos em um Grande Conflito e só há jeito de sairmos vitoriosos se crermos naquilo que Jesus fez por nós (1Pe 1:18,19). Não existe outra solução fora dos braços de Deus. A Palavra de Deus diz que o Eterno ganhará no fim, mas você? Qual é a sua decisão?
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