A Visitação Lucas 1.39-45

Vida de Cristo  •  Sermon  •  Submitted
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Expor o texto destacando a divindade de Jesus e as implicações práticas como aborto, zelo, etc.

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Introdução

Estudar a vida de Cristo é algo fascinante. É possível que a impressão inicial deste estudo seja de que abrange apenas uma parte da vida dele (de Cristo) quando era um pré-teen e depois já adulto (que são as partes da encarnação mais conhecidas por todos). Mas, a vida de Cristo começa antes mesmo da encarnação, pois, por ser Deus, ele é eterno. Hoje estudaremos a encarnação de fato - mas antes do nascimento! O princípio deste grande ato gracioso de Deus que mudou a história do mundo e o destino eterno de muitos também.
A encarnação de Cristo não se inicia no seu nascimento, mas em sua concepção. Conheceremos o Cristo nascituro. As escrituras narram isso pela pena de Lucas – o médico. Vamos ao texto de Lucas 1.39-45 onde a conhecida história da visitação de Maria a Isabel nos fornecerá informações e, principalmente, lições do Cristo nascituro.

Contexto

A perícope inicia com as palavras “Naqueles dias”. Que dias eram esses?
· Lembrem-se que no estudo passado vocês viram a história da Anunciação e o quão espetacular foi esse episódio para a jovem Maria. Simplesmente, o Anjo Gabriel apareceu e disse que ela seria mãe do Messias, ou seja, a mãe de Deus! Imagine, como estava a mente desta garota!?
· O termo “naqueles dias” não é muito claro, podendo ser também traduzido por “tempos depois” ou algo parecido com isso. Porém, ao que tudo indica, depois da anunciação, Maria passou alguns dias pensando sobre aquilo. Em como ela era favorecida, mas também em todas as consequências que aquilo iria gerar. Embora, ela fosse a mãe de Deus, não era divina e tinha os mesmos temores e necessidades que nós temos. Ela precisava de alguém para compartilhar esse fardo e esse alguém ainda não era José (que nem sabia de nada ainda).
Então, ela sai, diz o texto, “apressadamente”.
· O termo também pode ser traduzido por zelo, diligência. Apressadamente pode nos dar a impressão de desespero. Podemos entender então que Maria saiu com uma disposição piedosa: ela iria em busca de algo que a suportasse nesse período de tensão. Maria não pensou em sapatos ou chocolates. Ela pensou em comunhão.
E para isso ela não mediu esforços, foi até uma cidade na região montanhosa de Judá.
· A leitura corrida do texto pode passar a impressão de que Maria foi até sua vizinha, ou na rua de trás, quando muito, pegou um jumento, fez uma baldeação para um camelo e chegou. Não! Ela CAMINHOU por mais de 100Km (entre os comentaristas há divergência da distância) de Nazaré até Ein Kerem. Levou de 3 a 5 dias para percorrer esse caminho.
· Uma jovem viajar sozinha naquela época por caminhos perigosos não era decoroso e muito menos comum. Mas, Maria tinha propósitos e situações que justificavam os riscos dessa viagem.
· A única pessoa que Maria poderia compartilhar sua situação era alguém que passara por algo igualmente espetacular. Maria era jovem, virgem e estava grávida. A pessoa que ela buscava era idosa, estéril e, também, estava grávida. Era Isabel o recurso de comunhão que Maria tinha para manter sua fé nas promessas de Deus anunciadas por Gabriel.
Depois da longa viagem de 1 versículo, Maria chega à casa de Zacarias para visitar sua parenta Isabel. Vamos dar uma parada rápida para saber quem eram estes.

Quem eram Zacarias e Isabel?

· Zacarias

o Era sacerdote, do grupo de Abias (1.5). Essa função fazia com que ele se ausentasse de sua casa por um curto período no ano para fazer suas obrigações no templo. Ele era piedoso e idoso (1.6-7). Porém, teve uma oscilação na fé quando, numa de suas obrigações no templo, o Anjo Gabriel apareceu para ele e anunciou que sua mulher Isabel engravidaria. Ele duvidou e por isso ficou mudo até o nascimento deste filho (1.8-23)

· Isabel

Era descendente de Arão (1.5) e, assim como seu marido, Zacarias, era piedosa e idosa (1.6-7). Foi estéril até que Deus operasse o milagre que fez com que ela engravidasse.
Nessa passagem, devemos observar o valor da amizade e da comunhão entre os crentes. A visita que Maria fez a sua parenta, Isabel, mostra, de maneira extraordinária, como o coração de ambas foram confortados e suas mentes estimuladas através deste período juntas. Com isso podemos aprender que...

A fidelidade a Deus é promovida através da comunhão cristã

3 Confirmações que Maria recebeu de Isabel que fortaleceram sua fé na promessa de Deus

Pessoal “e chegando à casa de Zacarias saudou Isabel” (40)

· A primeira confirmação que fortaleceu a fé de Maria veio de modo pessoal através do encontro com Isabel.
· Quando o texto se refere a saudação, não é simplesmente um cumprimento de alguém que chegará para uma estadia na casa do anfitrião. Ao que tudo indica, pelas reações posteriores, Maria contou toda a história que lhe havia ocorrido (a anunciação) e a levara até Isabel.
· Devemos entender a saudação aqui como uma conversa que tiveram. Maria contou o que lhe ocorrerá e confirmou também o que o Anjo lhe dissera: que Isabel estava gravida há 6 meses (1.36).
· Ver o impossível acontecendo com Isabel (uma idosa, estéril e agora grávida!) com toda a certeza foi um refrigério para Maria.
· O mesmo desconforto que Maria, por ser jovem e solteira, teria diante da sociedade Isabel também o teve. Imaginem só alguém conhecida no seu meio (ela era esposa do sacerdote) e que todos sabiam que não poderia ter filho, em sua idade avançada, começar a crescer a barriga e aparentar gravidez. Isso seria assunto para qualquer roda de conversa. Talvez isso que tenha feito ela se esconder depois de engravidar (1.24).
· A comunhão de Maria com Isabel a ensinou de maneira pessoal que Deus dá forças para suportar qualquer luta quando nos alegramos nele e não colocamos nosso propósito em outra coisa que não se manter fiel a Ele (1.25).
Além dessa confirmação pessoal, Maria, em sua comunhão com Isabel, recebeu uma segunda confirmação que promoveria ainda mais sua fidelidade a Deus...

Física “ouvindo a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre” (41)

· A confirmação física, não foi em seu próprio corpo, embora já estivesse grávida. Maria teve uma confirmação física através do corpo de Isabel.
· O fato do bebê de Isabel ter mexido/estremecido/saltado em sua barriga e identificado por Lucas como um sinal espetacular.
· A profecia do Anjo Gabriel a Zacarias, em 1.15, já predissera que o prometido bebê seria cheio do Espírito Santo desde o ventre.
· João – baby – Batista, ouviu a saudação de Maria e reagiu a ela de maneira que Lucas destaca como um sinal da importância do bebê prometido a Maria. Podemos dizer então que Deus se revelou a João Batista naquele momento. Depois de ouvir e entender a saudação de Maria, ele foi enchido pelo Espírito ali mesmo – desde o ventre.
· Na teologia Lucana (Lucas-Atos), o ser cheio do Espírito é poder para testemunhar (Atos 1.8). Sendo assim, João Batista, no ventre de sua Mãe, testemunha, por meio de socos e chutes, a Maria e confirma que o que fora anunciado e já estava ocorrendo com ela, era de fato algo grandiosíssimo.
Maria recebe essa segunda confirmação de maneira física e se fortalece ainda mais com a consciência de que a criança em formação em seu ventre (de apenas dias) era o Messias, o Eterno Deus que sustenta o universo.
· Já parou para pensar nisso? No fato de que o Filho, Deus assim como o Pai e o Espírito Santo, em dado momento da história era uma criança de poucos centímetros e ainda assim continuava sendo o Deus que os céus não o podem conter?
· Aquele, literalmente, pingo de gente era o criador e sustentador de todas as coisas?
· Deus invadiu a história e assumiu nossa forma. Ele é o Deus imanente! Ele não foi, ele é – lembre-se disso!
A terceira e última confirmação que Maria recebe em sua visitação é através da boca de Isabel e podemos dizer que foi uma confirmação...

Profética “Isabel, cheia do Espirito Santo, exclamou em alta voz” (41b-44)

· Isabel, ficou cheia do Espírito Santo diante dos testemunhos de Maria e de seu filho.
· Através de seu cântico, Isabel, confirma a divindade do seu filho e com isso sua fé é fortalecida.
· “Bendita és tu entre as mulheres”
o Quer dizer que Maria era a mais agraciada entre todas as mulheres.
· “Bendito é o fruto do teu ventre”
o Aqui o bendito é sinônimo de adorado, diferente da conotação de Maria.
· “A mãe do me senhor”
o Isabel reconhece aqui que aquele que Maria JÁ carregara em seu ventre era de fato Deus

Aplicações

1. A fidelidade a Deus é promovida através da comunhão cristã (Efésios 4.15-16). A visita de Maria nos ensina isso e nos instiga a sermos como ela: Buscarmos o fortalecimento da nossa fé junto aos nossos irmãos. Nunca seremos aquilo que Deus nos chamou para ser longe de seu corpo que é a Igreja. Busque promover amizades piedosas com outros crentes.
2. Buscar confirmações não é falta de fé (Atos 17.11). A comunhão com outros crentes nos faz aprender também com a experiência deles. Buscar ajuda de outros crentes em momentos de incertezas, tensões não é não confiar em Deus, mas sim recorrer a um dos recursos que Ele nos deu para mantermos nossa fidelidade a Ele. Converse com seus irmãos exponha seus anseios e ouça aos deles também.
3. Confessar a Cristo é uma obra do Espírito Santo no coração do indivíduo (Jo 16.8). João Batista, nem nascido, entendeu, por obra do Espírito o evangelho. Isso nos ensina de que, por mais que devamos buscar poder para testemunhar, o papel de converter é sempre obra do Espírito Santo. Portanto, não se frustre com a não conversão daqueles de quem você evangeliza e tem orado para que Deus salve-o. Isso não depende de você!
4. A dignidade da vida humana é desde a sua concepção (Sl 139.13-16). Temos vivido tempos terríveis em que milhões de crianças são mortas ainda no útero e isso tem sido cada vez normal e legal. Países tem-se se vangloriado em permitir o aborto como forma de avanço da sociedade. Só se for um avanço ao inferno! O crente que quer se manter fiel a Deus nunca, jamais, de forma alguma deve se acostumar ou concordar com o aborto – seja ele em qualquer hipótese. Carregamos a Imago Dei desde o ventre e isso é suficiente para preservarmos o valor da vida.
Isabel termina falando de Maria: “Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor”(Lc 1.45). Mesmo passando pelo que Maria passaria, ela seria mais do que feliz, porque creu na Palavra de Deus. Sempre que os medos vierem, Maria se lembraria das confirmações, sua fé seria fortalecida e ela seria bem aventurada por se manter fiel a Deus. Nunca deixemos de depositar nossa confiança na suficiente Palavra de Deus. Nossa – real – felicidade depende disso (Sl 1.1-2).
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