Bem-aventurados os pobres de espírito

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Mateus 5.1–3 RA
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo: 3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Introdução

Explicação

Introdução ao Sermão do Monte

Tomando o resumo feito em Mateus 4.23-25, Mateus passa agora a expandir cada uma daquelas atividades de Jesus que manifestam a chagada do Reino dos Céus: ensino/pregação e curas e libertação dos “tormentos”. O Sermão do Monte (Mt 5-7) é o que corresponde ao ensino de Jesus sobre o Reino do Céus:
O cidadão do Reino (Mt 5.1-16): seu caráter e sua relação com mundo.
A justiça do reino (Mt 5.17-7-12)
Uma exortação a que se entre no Reino (Mt 7.13-27)
O Sermão do Monte, portanto, é uma apresentação sobre o quais são os valores do Reino e o que se espera dos que fazem ou querem fazer parte dele. Logicamente, Jesus nos dá uma perspectiva nova sobre a vida - que pode até nos causar estranheza - mas não poderia ser diferente, uma vez que Jesus está nos apresentando um reino espiritual que é completamente diferente e superior dos reino terreno ao qual estamos habituados.

Introdução às Bem-aventuranças

“Bem-aventurado” é o que se diz daquele que é ou será feliz:
Pode ser simplesmente um estado de boa sorte, onde os problemas da vida estão ausentes e só existe gozo e alegria. Ex.: os gregos diziam que os deuses (e os ricos) eram bem-aventurados.
Mas biblicamente, é um estado de perfeita felicidade (Shalon). Isso é completude! Todas as áreas da vida plenamente satisfeitas: Felicidade.
“Bem-aventurança” (beatitudes) é uma declaração dessa felicidade. Exatamente como temos aqui em Mt 5.3-12.
As bem-aventuranças nos dão uma ideia do caráter daqueles que são chamados para herdar o Reino: humildes de espírito, choram, são mansos, têm fome e sede de justiça, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores e perseguidos.
As bem-aventuranças nos dão uma ideia dos valores de reino espiritual. Bem diferentes dos que estamos acostumados. A princípio o que é felicidade no Reino, é maldição neste mundo.
As bem-aventuranças nos dão uma ideia de que nem toda felicidade prometida no Reino dos Céus será gozada neste mundo. Sua plenitude é futura. Duas presente (5.3 e 10); seis futuras (5.4-9).
Assim, a felicidade segundo Jesus, é uma realidade para além deste tempo. Embora, o cristão possa gozar da felicidade do Reino em algum grau nesta vida, ela só será plena no futuro quando o Reino se manifestar completamente.
1Pedro 4.14 RA
14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.
Romanos 8.18 RA
18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
Mateus 19.29 RA
29 E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe [ou mulher], ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna.
Apocalipse 21.2–4 RA
2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. 4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
Apocalipse 7.13–17 RA
13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? 14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, 15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. 16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, 17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
Segundo Jesus a verdadeira felicidade implica ter que abrir mão das alegrias e prazeres transitórios e abraçar o sofrimento quando ele se apresentar por causa do Reino de Cristo.

Versículos 1-2

Mateus 5.1–2 RA
1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; 2 e ele passou a ensiná-los, dizendo:
-
Não sabemos qual o monte especificamente, pois perto de Cafarnaum havia vários. Jesus estava num planalto (Lc 6.20-23). Ao que se sabe da geografia do lugar, uma paisagem muito bela, bem diferente do Monte Sinais onde Moisés recebeu os Mandamentos.
Jesus se sente para ensinar: esse era o costume dos mestres, posição que Jesus toma para si, por que, de fato é mestre nas coisas referentes ao Reino e a interprete autorizado da Lei.
O sermão é ouvido pelos discípulos (os 12) e pelas multidões. Os primeiros já engajados comprometidos com o Reino e, os últimos aprendendo sobre as implicações do discipulado.

Versículo 3

Mateus 5.3 RA
3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Estrutura

Declaração: Bem-aventurados
Descrição: “Os humildes (πτωχοὶ) de espírito”. Pode ser “pobre”, mas literalmente significa um “mendigo” (Lc 16.20).
Isaías 61.1 RA
1 O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;
Anawin (עֲנָוִ֗ים): humilde, necessitado, aflito, pobre (Dumbrell, W. J. (2011). עָנָו. W. A. VanGemeren (Org.), Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento (1a edição, Vol. 3, p. 1129). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.)
Ao se referir aos “humildes de espírito”, Jesus transfere a realidade material de um pobre ou mendigo para a condição espiritual de uma pessoa. Essa humildade de espírito diz respeito à falência dos homens em relação a sua própria salvação. Somente os que percebem sua completa falta de recursos para salvação são felizes, porque somente esses compreenderão a necessidade de se entregar a Cristo como único salvador de sua vidas.
Fora do Reino ficam os orgulhosos, que acreditam possuir em si mesmos recursos de todos os tipos: materiais ou religiosos que lhes garantam um reino eterno. Os orgulhosos rejeitam o Reino e serão rejeitados no final.
Lucas 18.9–14 RA
9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: 10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
Razão: “porque deles é o reino dos céus”.
O Messias foi enviado para os quebrantados, os humildes de espírito. Mesmo sendo pobres eles são felizes porque o Reino dos céus é deles.

Aplicação

Ainda que o foco esteja na pobreza espiritual no sentido de falência em relação à salvação:
Precisamos considerar que os ricos terão mais dificuldade nesta área: (Mt 19.23-24 cf. Lc 19.1-10).
Os pobres têm uma vantagem aqui (não espiritual) na compreensão do evangelho. Para os pobres sofrem mais intensamente as consequências do pecado no mundo, enquanto os ricos com seus recursos podem mitigá-la na maior parte do tempo.
Contudo, deve-se ter cuidado para não espiritualizar a pobreza e a riqueza, sacralizando a primeira e demonizando a última. A pobreza não é boa em si mesma nem a riqueza é má. Ambas fazem parte da providência de Deus. Ninguém deve confiar sua salvação no fato de ser materialmente pobre ou rico.
Pobres e ricos devem se lembrar sempre que: “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15).
O ponto que precisamos ter em mente é a que a prosperidade é boa, mas uma coisa é melhor: bens espirituais em Cristo. Esses são tão caros que podem nos custar tudo que temos.
Bem-aventurados são pobres e ricos que confiam sua alma e esperança eterna em Jesus. Bem-aventurados são os entenderam sua miséria espiritual por causa do pecado. Bem-aventurados são os ricos compreendem que o Reino dos Céus não está a venda, não pode ser conquistado ou merecido e os pobres que entendem que o Reino não uma indenização pela pobreza e sofrimento material, mas um dádiva graciosa de Deus. Dádiva essa concedida graciosamente ao humildemente pedem: Jesus, filho de Davi tem compaixão de mim”.
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