Lucas 7.36-50: QUEM É O SALVO E QUEM É O ÍMPIO?
Parábolas de Jesus • Sermon • Submitted
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
O texto de hoje mostra-nos três personagens importantes:
Simão, o fariseu que convidou Jesus para um jantar.
Jesus, o convidado de honra.
Uma mulher, que apareceu como penetra no jantar, cujo nome não é dito, mas de fama conhecida na cidade: “pecadora”. Há fortes indícios que essa mulher era prostituta.
Conforme o relato de Lucas, em 7.34, Jesus era acusado de ser “um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores”. Aliás, isso ele o faz em 5.29, quando se banqueteia com Levi. Agora, no entanto, ele está à mesa de alguém com fama de “religioso”, que se revelará ímpio.
O versículo 36 começa nos dizendo que “um dos fariseus convidou Jesus para que fosse jantar com ele”, e que Jesus aceitou o convite, pois para Jesus não importa se a fama da pessoa é de pecador ou de religioso - todos precisam ouvir as boas novas.
Não era incomum que um convite para jantar acontecesse, aliás, era considerado uma boa atitude convidar um mestre para jantar, após o seu ensino na Sinagoga ou se ele estivesse fora de casa.
Não sabemos se Jesus foi convidado após um ensino na Sinagoga, mas sabemos que ele não estava em casa, haja visto que no início do capítulo ele está em Naim ressuscitando o filho de uma viúva.
Outro fato comum à época era a presença de penetras em um banquete, principalmente de pessoas pobres, porque era visto como um ato de caridade.
O ponto de tensão, incomum à época, era uma mulher pecadora ter a atitude que esta mulher teve e não ser repreendida por Jesus. A hora da refeição, para os judeus, era hora sagrada. Alguns cuidados deveriam ser tomados, como não deixar que pessoas contaminadas pelo pecado, impuras, tocassem pessoas incontaminadas, puras.
Nós não sabemos o que levou a mulher ir neste banquete, mas tudo indica que ela já tivera um encontro anterior com Jesus, visto que ela ficou “sabendo” que Jesus “estava jantando na casa do fariseu” (v.37) e “foi até lá com um frasco de alabastro cheio de perfume” (v.37), certamente premeditando ungir Jesus.
O final da história nos revelará que Simão, que achava-se justo, era quem estava em pecado, e que a mulher, que era vista como pecadora, era quem realmente foi salva.
Hoje veremos 3 atitudes diferentes que nos farão refletir sobre nossa salvação.
Ponto Central: Todo aquele que é salvo pela graça demonstra na prática o seu amor a Deus.
I: A ATITUDE DO SALVO (37-38)
I: A ATITUDE DO SALVO (37-38)
Como o salvo demonstra na prática o seu amor a Deus
O salvo busca a presença de Jesus (37)
Em primeiro lugar, vemos que a mulher vai ao encontro de Jesus. Ela fica “sabendo” que Jesus “estava jantando na casa do fariseu” e, “foi até lá”.
O verdadeiro salvo não vai às reuniões na comunidade cristã para se divertir, para se entreter. Muitos são os que agem desta maneira, mas não o verdadeiro salvo. Ele vai para buscar a Deus. O salmista diz “como a corça suspira pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma” (Salmo 42.1)
É verdade que muitas vezes a fé do crente oscila, mas ele não pode vacilar. Ele precisa examinar a si mesmo e corrigir o seu erro enquanto é tempo. O conselho de Jesus para a igreja de Éfeso é: “lembre-se de onde você caiu, arrepende-se e volte à prática das primeiras obras” (Ap 2.5). Obviamente que isto não é apenas pela força do homem, mas, primeiramente, uma obra do Espírito Santo (Fp 2.12,13).
O salvo chora pelos seus pecados (38)
O texto diz que a mulher “estando por detrás, aos pés de Jesus, chorando, molhava-os com as suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos”. A atitude da mulher revela arrependimento da vida pregressa. Aquela mulher era uma bem-aventurada, pois em Mt 5.4 Jesus diz que “bem-aventurados são os que choram, porque serão consolados”.
O verdadeiro salvo demonstra arrependimento constate por seus erros. As feridas de seus pecados deixam cicatrizes profundas que não são curadas imediatamente. Ainda que Jesus nos perdoe dos nossos pecados, eles produzem grande dor. Assim não acontece com o falso crente, ele pensa que é só pedir perdão que tá tudo bem, ele considera que está pronto para a próxima, e, como consequência vive uma vida de pecado constante.
Não basta remorso é preciso arrependimento. Remorso não traz mudança, mas arrependimento a gera. Ainda que a salvação seja pela graça, o perdão só é concedido mediante arrependimento. É preciso arrepender-se constantemente de nossas falhas.
Não quero dar a impressão de que arrependimento é mera obra humana. Busque a Deus e peça a ele que produza arrependimento em sua vida.
O salvo não economiza na adoração (38)
Essa mulher não economizou na adoração. Ela não pegou um azeite barato. Ela foi até Jesus “com um frasco de alabastro cheio de perfume”.
Como ela conseguiu esse perfume não sabemos. Há quem pense que foi fruto do seu trabalho como prostituta, mas isso não é possível afirmar, como também não é possível afirmar que ela era prostituta. Ela podia ter esse frasco por herança. O que é certo é que esta era uma adoração custosa.
Em dias como os nossos falar de adoração extravagante é polêmico. Já pensam que o pastor vai pedir dinheiro. Certamente que as finanças servem e devem servir de adoração a Deus. Mas, o que estou dizendo é que o crente deve adorar a Deus com o melhor que tem. Nossa adoração não deve ser vazia de valor. Cada culto deve ser diferente e único, cada dia temos que ter motivos para prestar adoração de coração para o Senhor.
Para o falso crente qualquer adoração serve. Ele vem para o culto empedernido. Ele não consegue sentir nada. Muitas vezes ele até sente, mas é apenas movido pela emoção do culto. Só “adoram” movido por uma canção que “toque a sua alma”.
Como todo salvo nasceu para adorar a Deus, você precisa se envolver nesse aspecto. Cultive uma vida de adoração a Deus. Peça a ele que o ajude a amá-lo como você precisa.
Se por um lado o verdadeiro salvo demonstra na prática o seu amor a Deus, o falso salvo, aquele que pensa ser salvo, também demonstra na prática não o seu amor a Deus, mas a sua impureza.
II: A ATITUDE DO QUE PENSA SER SALVO (39)
II: A ATITUDE DO QUE PENSA SER SALVO (39)
Como alguém demonstra que não é salvo
Não reconhecendo a grandeza de Jesus (39)
Em primeiro lugar, Simão, o fariseu, demonstrou desconhecimento de quem Jesus é. Ele disse: “Se este fosse profeta, bem saberia quem e que tipo de mulher é esta que está tocando nele”.
Talvez o fariseu houvesse convidado Jesus para jantar com ele, porque ouviu a fama de que Jesus era um “grande profeta [que] se levantou” (Lc 7.16). Simão queria saber se, de fato, Jesus era um grande profeta. Todavia, o que aconteceu a seguir, provou para ele que Jesus não era profeta.
Se fizermos uma pesquisa em nossa cidade ou em nosso bairro, a maioria das pessoas (se não todas) dirão que conhece Jesus. O problema é que nossa geração conhece o Jesus que eles mesmos pintaram diante de seus olhos. No espectro político alguns vão afirmar que Jesus se alinhava à ideologia da esquerda, outros jurarão que o pensamento de Jesus era mais à direita. O fato é que cada um pinta para si o Jesus que lhe agrada. Da mesma maneira, caso Jesus viesse em nossos dias, muitos falsos crentes se revoltariam quando descobrissem que Jesus não é aquilo que eles julgavam ser. Pois, se as pessoas hoje saem da igreja por causas banais, imaginem se caminhassem com Jesus.
Não reconhece o valor das outras pessoas (39)
Além de não conhecer Jesus, Simão não reconhecia a mulher. Ela não tinha nome, mas tinha a fama de ser “pecadora”. Simão diz dentro de si ela “é uma pecadora”.
Não salvos não conseguem enxergar valor nas outras pessoas além de si mesmos. Eles não conseguem ver virtudes, mas são como águias para enxergar os defeitos.
São cegos quanto aos seus pecados, mas percebem com limpidez os pecados dos outros (39)
O problema de Simão, em primeiro lugar, não era reconhecer Jesus ou a mulher, mas reconhecer a si mesmo. Ao julgar Jesus como falso profeta e a mulher como pecadora, na verdade, não estava percebendo, de fato, o seu próprio pecado.
O problema daqueles que pensam que são salvos é que são legalistas. Muitas vezes entendem que a salvação é com base na sua obra de santidade e não percebem a podridão do seu pecado. Esse era o problema de Simão e pode ser o seu também.
III: A ATITUDE DO SALVADOR (40-50)
III: A ATITUDE DO SALVADOR (40-50)
A parábola (40-43)
Identificando as personagens:
O credor: Deus.
Aquele que devia 500 denários: a mulher pecadora.
Aquele que devia 50 denários: Simão.
Mensagem da parábola
Aquele que mais demonstra na prática seu amor a Deus é aquele que tem maior consciência do perdão da sua dívida.
Jesus prova ser um grande Profeta (41-46)
Antes, Simão julgava que Jesus não era profeta, mas, agora, ele o prova ser ao revelar os pensamentos de Simão, bem como a vida dele e da mulher.
Simão não era obrigado a ser tão hospitaleiro com Jesus, mas se ele o quisesse honrar de verdade teria feito aquilo que não fez. A mulher pecadora, por sua vez, fez tudo o que Simão não fez, porque reconheceu a grandeza do perdão de Deus pelos seus pecados.
A questão aqui não era que Simão tinha pouco pecado e devia pouco a Deus e que a mulher tinha muito pecado e devia muito a Deus. Ambos eram pecadores. A questão é que Simão se achava justo, que devia pouco a Deus (se é que devia alguma coisa). Por outro lado, a mulher reconheceu o seu grande pecado.
Jesus prova ser um grande Redentor (47-50)
O versículo 47 pode dar a entender um tipo de perdão por mérito, mas isso vai contrário a todo o ensinamento da parábola, pois:
É justamente a concessão de graça a publicanos e pecadores que perturbava aos fariseus.
A parábola contada por Jesus relata o perdão gracioso do credor independentemente de méritos.
No versículo 50, Jesus atribui à fé da mulher à sua salvação e não ao mérito.
Como Grande Redentor, Jesus podia dizer à mulher: “os seus muitos pecados […] foram perdoados”. Isso causou espanto para “os que estavam com ele à mesa” (v. 49) de tal modo que começaram a dizer: “Quem é este que até perdoa pecados?” (v.49). A questão é:
O pecado é uma ofensa contra Deus;
Só Deus pode perdoar pecados;
Logo, Jesus é Deus.
As palavras finais de Jesus à mulher devem ter soado como uma bela canção: “A sua fé salvou você; vá em paz” (v. 50).
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Quem é salvo e quem não é, não é o tipo de pergunta que devemos fazer dos outros, mas, certamente é uma pergunta que devemos fazer a nós mesmos. Aprendemos hoje que o verdadeiro salvo demonstra na prática seu amor por Deus.
Vimos também que o verdadeiro salvo:
busca a presença de Deus
chora pelos seus pecados
não economiza na sua adoração
Ainda vimos que aquele que pensa ser salvo:
não reconhece quem é Jesus
não reconhece o valor do seu próximo
são cegos quanto aos seus pecados.
Jesus, por outro lado, se mostra:
um grande profeta que sonda os corações
um grande redentor que perdoa pecados daqueles que reconhecem os seus erros e se arrependem deles
Quem é você: salvo ou ímpio?