Aguardando a redenção Rm 8:18-25
Aguardamos a redenção
Não foi a criação irracional que pecou. Foi o homem. E quem sujeitou a criação à futilidade foi Deus. Foi ele que, em razão do pecado do homem, pronunciou maldição
a glória a revelar-se (v. 18) é tão maravilhosa que a criação (toda) nutre ansiosa expectativa por ela (vs. 19–22); nós mesmos ardentemente a aguardamos (vs. 23–25); o Espírito também se junta a nós (vs. 26, 27). Os três (a criação, nós, o Espírito) gemem como uma mulher que sente as dores do parto, aguardando esperançosamente o nascimento da glória prometida. Portanto, podemos dizer que “porque” introduz os três gemidos
significando que o livramento da criação do cativeiro da corrupção se concretizará no tempo em que ocorrer a revelação dos filhos de Deus. Além disso, o que os eleitos estão fazendo e o que está para lhes acontecer está descrito nos versículos
Somos informados, pois, que “toda a criação” subsistente está, com o pescoço esticado, ansiosamente em expectativa e vigilância pela revelação dos filhos de Deus
a restauração da criação irracional, animada e inanimada, se relaciona intimamente com “a revelação dos filhos de Deus”. As duas estão enfeixadas, de modo que a restauração e glória para “os filhos de Deus” subentendem o mesmo para “toda a criação”; e (b) que isso ocorrerá com toda certeza.
Bela e muitíssimo significativa é a frase “a revelação dos filhos de Deus”. Ela indica que somente no dia do regresso de Cristo se tornará uma questão de conhecimento público o quanto Deus os ama e quão ricamente os galardoará. “Então, no reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol” (Mt 13.43), “como o brilho do firmamento e como as estrelas, para sempre e sempre” (Dn 12.3). Eles estarão em exposição, de modo que todos serão capazes de contemplar o que Deus realizou por eles e neles
Toda a criação nutre ansiosa expectativa pela revelação dos filhos de Deus porque o evento significará também glória para toda a criação
O destino da natureza está intimamente ligado ao dos “filhos de Deus”. Eis por que toda a criação é representada como esticando o pescoço para contemplar a revelação dos filhos de Deus.
desde a queda do homem, as potencialidades da natureza estão tolhidas, restringidas, confinadas. A criação está sujeita a um desenvolvimento reprimido e a constante decadência. Ainda que aspire, não é capaz de plena realização. Ainda que se enflore, não atinge o ponto de adequada produção de fruto. Pode ser comparada a um campeão de boxe ou luta livre de fama mundial que se encontra de tal maneira acorrentado que não pode fazer uso seus tremendos poderes físicos.
Que glorioso dia será aquele quando todas as restrições devidas ao pecado do homem terão sido removidas e então veremos essa maravilhosa criação atingindo a autorrealização, finalmente chegando à sua própria liberdade, participando da “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”.
Por isso, não só iremos ao céu, mas o céu, por assim dizer, descerá a nós, ou seja, as condições de obtenção de perfeição no céu serão encontradas em todo o universo de Deus gloriosamente rejuvenescido.
Vários organismos parecem estar operando com propósitos conflitantes: estrangulam uns aos outros até a morte. Mas, então, haverá concórdia e harmonia por toda parte. Por certo haverá variação, mas também a mais deleitosa combinação de visão e som, de vida e propósito, de modo que o efeito total será unidade e harmonia
Este mesmo Espírito mesmo é as primícias ou penhor da salvação subsequente em toda a sua plenitude, reservada para os filhos de Deus no retorno de Cristo
O próprio fato de que os próprios filhos de Deus agora possuem – ou seja, são habitados por – o Espírito Santo, faz surgir dentro deles dolorosa noção de carência. O que eles já possuem os torna famintos por mais, ou seja, pela salvação em toda a sua plenitude. É nesse sentido que dor e esperança são aqui combinadas.
Estão aguardando pela exibição pública de sua condição como filhos de Deus
“somos salvos por meio da esperança”. Paulo escreveu “em esperança”. O que ele pretendia dizer era que quando, em algum momento do passado (provavelmente em datas distintas para cada pessoa), fomos salvos, essa salvação não visava a libertar-nos por completo num só pacote. Não chegou “sob encomenda”. Ao contrário, ela veio a nós “com uma promessa de mais a seguir”
quando aquilo pelo que uma pessoa esperava chega e fica diante dela, de modo que ela o vê (implicando: pode segurá-lo), isso deixa de ser um objeto de esperança.
“Assim como é necessário que haja fé para a apropriação da salvação que Cristo mereceu para vocês no passado, assim também a esperança é necessária para que vocês desfrutem das bênçãos futuras. Essa generosidade é reservada para todos quantos humildemente confessam suas deficiências e total confiança em Deus, o Misericordioso Doador. Lembrem-se: vocês foram salvos “em esperança”.