O CONFRONTO

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4 1 A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. 3 Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. 4 Jesus, porém, respondeu: Está escrito:

Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

5 Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo 6 e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito:

Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem;

e:

Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

7 Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito:

Não tentarás o Senhor, teu Deus.

8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito:

Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.

11 Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.

Introdução:

A tentação no deserto demonstrou as qualificações morais de Jesus para ser o Messias redentor, capaz de vencer os ataques de Satanás com base na Palavra da Deus (4.1–11).

O batismo de Jesus marcou o início de seu ministério. Porém, mais do que marcar o momento em que Cristo começou a proclamar sua mensagem e realizar seus milagres, o batismo marcou o momento do início do confito de Cristo com as forças das trevas.
Após receber a unção do Espírito Santo e ouvir a aprovação divina através da voz celeste (Mt 3.16-17), Mateus relata: “foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1). É signifcativo que o texto parece sugerir que Jesus estava cumprindo uma espécie de “agenda”
É, também, notável que isso tenha acontecido logo após o batismo. Antes de iniciar sua obra de proclamação, ele teve que passar pelo teste.
Mensagem
Portanto, isso parece marcar um momento reivindicado por Satanás. O inimigo desejava testá-lo para ver se ele fazia jus a tudo o que aconteceu e foi dito em seu batismo, onde Deus o reconheceu como “Filho”. Portanto, o inimigo diria: “se és Filho de Deus…”. Mt 4:3
O deserto é o local da tentação de Cristo.
Tentação e Adão e Eva e de Israel
Mas, é preciso lembrar que o tentador estava exercendo seu direito. Ele conquistou isso quando Adão e Eva não puderam resisti-lo. Tinha o direito, portanto, de submeter Cristo a um teste semelhante. Lc 4:13
Quando o Espírito levou Cristo ao deserto para ser tentado, ele estava ofcialmente realizando o primeiro avanço na batalha escatológica, desde o nascimento de Jesus, e colocando Cristo no centro dessa batalha.
A partir daquele momento, Jesus assumiria o comando da guerra.
É interessante que o diabo tenha respeitado os quarenta dias e quarenta noites de jejum realizados por Cristo.
Ele pacientemente esperou pelo momento quando devia agir. Portanto, embora tivesse o “direito" de tentá-lo, isso não signifca que tinha “todo o direito”, e que não tivesse que seguir certas ordens.
Quando findou-se o período emblemático, Satanás se aproximou, parecendo um tanto quanto cauteloso, e abordando Cristo da perspectiva que lhe deu sucesso milhares de anos antes quando induziu o ser humano a “comer”.
E assim, se deu início a uma das maiores batalhas da história.
Uma batalha que revelou as artes de guerra do grande inimigo, que revelou também os pontos fracos da natureza humana, mas, felizmente, revelou também, pela própria vitória do Senhor, o caminho como nós podemos vencer o tentador.
Jesus jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
Naturalmente estava com muita fome.
A fome enfraquece tanto o corpo, quanto a mente.
Satanás não desprezou o óbvio.
Ele agiu com relativa simplicidade.
Apenas aproveitou a ocasião, e se manteve dentro de seu “terreno seguro”, pois sabia que a imensa maioria das pessoas cai no primeiro nível da tentação, o nível da carne.
As palavras de Satanás foram: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4.3).
Satanás não parece reconhecer o direito exclusivo de Cristo de ser chamado “Filho de Deus”.
Ele não disse “se és o Filho de Deus”, mas “se és Filho de Deus”, omitindo o artigo defnido, quase como a sugerir que Jesus talvez fosse apenas “um” flho de Deus.
"Deus é justo?”,
A vitória de Cristo, portanto, é uma vitória “pela Palavra”. Ele respondeu: "Está escrito”. Ou seja, ele tem um porto seguro, uma fonte confável, uma arma que não falha. Esse é o poder da verdade para libertar do mal.
Mt 4:4 - Dt 8:2-4
Satanás subiu o nível do teste quando abandonou as questões relacionadas com a satisfação dos desejos do corpo, e se encaminhou para tratar de aspectos mais sutis, e mais difíceis de serem vencidos na natureza humana.
Note que Jesus disse: “também está escrito”. Mt 4:7
Ou seja, ele reconheceu que, o que o diabo havia dito, estava realmente na Bíblia. Mas mostrou que havia uma norma maior, a qual, de certo modo, regulamentava aquela. (Regra de ouro)
Parafraseando, podemos dizer que Jesus disse: “é verdade que está escrito que os anjos nos socorrem e nos protegem dos perigos, mas também está escrito que não devemos nos colocar em perigo intencionalmente, pois não devemos tentar a Deus”.
Jesus citou Deuteronômio 6.16 que se refere ao teste de Deus em Massá (Ex 17.7), onde o povo se recusou aceitar que Deus estava entre eles até que lhes desse um sinal. A resposta de Jesus mostrou a implicação do ato: isso seria tentar ou testar a Deus. Testar a Deus é duvidar de Deus.
Esse tipo de tentação está um nível acima da tentação da carne, porque começa a tocar em coisas mais elevadas, aspectos que deveriam ser santos. Por isso, essa tentação está ligada aos aspectos espirituais da vida, desvirtuando a própria fé.

II. A batalha pelo mundo

O último nível da tentação relatada por Mateus é o que revela Satanás sem dissimulações.
No deserto Jesus estava em comunhão com Deus através do jejum,
no templo estava no centro da religião judaica,
mas no monte alto, Satanás pôde mostrar o que realmente valoriza:
os reinos do mundo e a glória deles.
Naquele momento, ele não usou a Palavra de Deus, antes lutou com suas próprias armas. Ele arriscou o último trunfo.
Opôs seu poder diretamente ao de Deus.
A tentativa foi uma só: Apostasia. Sua proposta a Cristo de lhe dar todos os reinos do mundo e a glória deles em troca de adoração,
aponta para seu grande desejo de que os homens, conscientes e decididos, dêem um passo para longe de Deus.
É uma troca defnitiva de senhorio: de Deus para nós mesmos, e, fnalmente, para o diabo.
Foi pelo orgulho que o demônio tornou-se o demônio. O orgulho conduz a todos os outros pecados: é o mais completo estado de alma antiDeus
Numa palavra: ele transfere sua queda para nós. Torna-nos cúmplices de seu próprio pecado. O que isso evoca é autonomia, senso de superioridade, vontade de dominar sobre os outros.
O primeiro mandamento. Dt 6:4
O IMPERATIVO: RETIRA-TE (Mt 4:10)
Apesar de ter perdido em todas as instâncias, o diabo nunca vai desistir mesmo, portanto, precisa sofrer uma sanção direta de Deus.
Isso também aponta para a necessidade da segunda vinda de Cristo, quando Satanás será lançado no Lago de Fogo.
O desfecho está no verso 11: “Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram”. O diabo precisou obedecer à ordem de Jesus e foi embora7 . Isso já antecipa o fato de que os demônios terão que partir quando Jesus ordenar. Assim, os possessos sempre lhe obedecerão e nunca conseguirão impor resistência.
Aplicação
Portanto, nesta passagem encontramos algo que é essencial no discurso de Mateus. O objetivo da obediência é alcançado não por uma triunfante auto-asserção, nem por um exercício de poder ou autoridade miraculoso, mas paradoxalmente pelo caminho da humildade, serviço e sofrimento, e, acima de tudo, um apego as Escrituras e um repudio veemente de Satanás e seus métodos. Cristo mostra que sua vitória sobre as forças das trevas seguirá, necessariamente, este caminho.
Lc 4:13 / Mt 28:18
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