Não desperdice a sua vida

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Generosidade e desprendimento para herdar coisas maiores.

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Introdução

Como você encara a vida? A forma como nós administramos a nossa vida revela o valor que damos a ela, da mesma forma as nossas prioridades revela quem de fato servimos e adoramos. Hoje eu gostaria de falar sobre isso a partir de uma história contada por Jesus a um grupo de religiosos de sua época conhecidos como fariseus.
Lucas 16.1–9 NVI
1 Jesus disse aos seus discípulos: “O administrador de um homem rico foi acusado de estar desperdiçando os seus bens. 2 Então ele o chamou e lhe perguntou: ‘Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador’. 3 “O administrador disse a si mesmo: ‘Meu senhor está me despedindo. Que farei? Para cavar não tenho força, e tenho vergonha de mendigar... 4 Já sei o que vou fazer para que, quando perder o meu emprego aqui, as pessoas me recebam em suas casas’. 5 “Então chamou cada um dos devedores do seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto você deve ao meu senhor?’ 6 ‘Cem potes de azeite’, respondeu ele. “O administrador lhe disse: ‘Tome a sua conta, sente-se depressa e escreva cinqüenta’. 7 “A seguir ele perguntou ao segundo: ‘E você, quanto deve?’ ‘Cem tonéis de trigo’, respondeu ele. “Ele lhe disse: ‘Tome a sua conta e escreva oitenta’. 8 “O senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu astutamente. Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz. 9 Por isso, eu lhes digo: Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas.
Esse é uma dos ditos mais díficeis de Jesus, onde ele traz uma comparaçao complexa que pode dar margem a interpretações equivocadas. Por isso precisamos entender o que são as parábolas:
Histórias contadas por Jesus que poderiam ser tiradas da vida real ou criadas por ele. Essas histórias tinham /tem o objetivo de trazer a realidade uma verdade espiritual. Como uma história, as parábolas tem pontos que compõe a história para chegar ao ponto central. Para compreender a parábola precisamos entender quem era o público, o contexto e o objetivo da mensagem de Jesus.
Lucas: Jesus, o Homem Perfeito Capítulo 47: Como Lidar com as Riquezas Terrenas (Lc 16.1–18)

Os capítulos 15 e 16 de Lucas formam um par: o primeiro expõe a atitude incorreta para com pessoas; o segundo, a atitude pecaminosa com relação ao uso de riqueza.

O texto em apreço é considerado uma das passagens mais difíceis de interpretar da Bíblia. Por não ter um entendimento correto da parábola, alguns intérpretes chegam a dizer que Jesus elogia a infidelidade do mordomo e nos recomenda a fazer o mesmo. É claro que o “senhor” não elogia a infidelidade do mordomo (16.10–12). Morris, citando T. W. Manson, escreve: “Há um mundo de diferença entre: aplaudo o administrador infiel porque agiu com habilidade e aplaudo o administrador hábil porque agiu com desonestidade”. John Charles Ryle, nessa mesma linha de pensamento, diz: “O administrador é um exemplo a ser evitado, e não um modelo a ser seguido”.4

Destacamos alguns pontos na análise do texto.

A denúncia (16.1)

O rico fazendeiro, que confiou a administração de seus negócios a seu mordomo, é informado de que este, no exercício de seu trabalho, estava defraudando os seus bens. Um mordomo era uma pessoa de irrestrita confiança. Seu principal compromisso era a fidelidade (1Co 4.2). Ele tomava conta de tudo o que era de seu senhor. Mas este mordomo abandona a integridade e claudica na fidelidade e seus maus feitos chegam aos ouvidos de seu senhor.

A demissão (16.2)

O rico fazendeiro não apenas escuta sobre os prejuízos que estava levando com a infidelidade do seu mordomo, mas o chama para uma prestação final de contas, informando-o de que já estava sumariamente demitido e não poderia mais continuar à frente de seus negócios. A irrestrita confiança, não correspondida, desemboca na sua imediata dispensa.

O dilema (16.3)

O mordomo infiel é apanhado pelas cordas de seu pecado. Aquilo que ele fez às ocultas veio à tona. O que ele tramou nos bastidores apareceu à luz do dia. O que foi feito escondido de seu senhor agora chega aos seus ouvidos. Sua demissão é certa, e seu futuro é incerto. Sua mente é um turbilhão. Ele cogita algumas possibilidades para sobreviver após a demissão justa por causa de sua injustiça, como trabalhar na terra ou mesmo mendigar. Mas o homem estava sem forças para a primeira opção e tinha vergonha de enfrentar a segunda.

A decisão (16.4–7)

Depois de ponderar várias possibilidades, o homem encontrou uma saída para garantir sua segurança no futuro. Chamou os devedores e deu a eles um desconto generoso em sua dívida. A parábola apenas menciona dois devedores como símbolo do que ele fez com os demais. Ao primeiro, que devia cem cados de azeite, ou seja, 4 mil litros, ele deu um desconto de 50% e baixou a dívida para 50%. Ao segundo, que devia cem coros de trigo, ou seja, 4 mil litros, deu um desconto de 20% e baixou para 80%.

Não há nada no texto que incrimine os devedores ao receberem tão expressivo desconto. Muito provavelmente, eles presumiram que a mudança na nota promissória era legítima. Pensaram que o administrador convencera o proprietário a fazer a redução das contas. A redução da conta – às vezes devido a condições desfavoráveis do clima que afetavam as colheitas – era algo comum. O administrador, portanto, com o livro-caixa agora “em ordem”, entrega-o ao proprietário.

O elogio (16.8)

A maioria dos comentaristas bíblicos pensa que o “senhor” aqui é Jesus Cristo. Concordo, entretanto, com Hendriksen quando ele diz que o senhor aqui é o dono das terras. Isso está de acordo com o mesmo uso da palavra nos versículos 3 e 5. Qual é a reação do proprietário ao receber a prestação de contas do mordomo? Ele certamente compreende que os arrendatários e o povo da vila em geral já estão celebrando, elogiando tanto o administrador quanto o proprietário. Se o proprietário voltasse atrás e cancelasse o que fez o seu mordomo, sua reputação cairia a zero. Por isso, ao ver a esperteza do mordomo, elogiou-o. Prestou tributo à sabedoria do ato, mas não à sua moralidade.9

Rienecker diz que o princípio de poder aprender coisas boas de maus exemplos não deve ser aqui descartado. Certamente o fazendeiro elogiou não o caráter do mordomo, mas sua ação para se proteger. Elogiou não sua infidelidade, mas sua sagacidade. Elogiou não a maneira como ele lidou com o dinheiro alheio, mas como usou o dinheiro para preparar sua segurança futura. Isso mostra que os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz. Ou seja, se os filhos da luz usassem a mesma destreza para as coisas certas que os filhos do mundo usam para as coisas erradas, o reino de Deus avançaria com muito mais vigor.

Robertson diz corretamente que o senhor não absolve o mordomo da sua culpa, e a premissa da história é de que ele seria demitido do cargo. A sua prudência consistiu em encontrar um lugar para onde ir depois da demissão Ele continuou sendo o mordomo da injustiça, embora a sua prudência fosse elogiada. A moral da história é que os homens do mundo, em suas tratativas com homens como eles mesmos, são mais prudentes do que os filhos da luz, nos seus relacionamentos uns com os outros.

Os fariseus se caracterizavam pelo amor ao dinheiro e esse amor era exposto pela avareza, o que Jesus aqui está fazendo é colocar em cheque esse pecado. Embora fossem rigorosos moralmente, eram avarentos e individualistas (mesma raíz). Eles eram incapazes de abrir mão das riquezas deste mundo para se reconciliar com Deus.
Jesus está falando sobre generosidade e desprendimento para herdar coisas maiores.
Lucas: Jesus, o Homem Perfeito A Recomendação (16.9)

A recomendação (16.9)

Jesus não está dizendo que devemos ter uma mente mundana em relação aos nossos compromissos financeiros. Não está dando um aval à desonestidade. Mas está ensinando que as riquezas de origem iníqua devem estar a serviço do bem, e não do mal. Devem ser distribuídas com generosidade, em vez de serem retidas com avareza. Devem aliviar a fome do próximo, em vez de explorar o próximo. Devem estar a serviço da promoção do evangelho, e não da luxúria egoísta. Robertson enfatiza que, em Mateus 6.24, a riqueza é posta em oposição a Deus, tal qual em Lucas 16.13. Jesus conhece o poder maligno no dinheiro, mas os servos de Deus devem usá-lo para o reino de Deus. O propósito é que aqueles que foram abençoados e auxiliados pelo dinheiro possam receber os seus benfeitores quando eles chegarem ao céu.

Leon Morris diz que os seguidores de Jesus devem usar seu dinheiro para propósitos espirituais tão sabiamente quanto os filhos deste mundo o utilizam para seus alvos materiais. Já Rienecker diz que propriedades terrenas passam; os filhos da luz, no entanto, podem fazer um uso inteligente delas ao levarem a eternidade em conta ao administrá-las.14 É um fato incontroverso que aquele que passa de largo dos pobres prepara para si acusadores para a eternidade. Quem, porém, doa e ajuda, cria amigos para a eternidade (Mt 25.37–40; 1Tm 6.7,17–19).

Aqueles que usam o dinheiro com propósitos elevados terão lá no céu uma comitiva de recepção dando-lhes as boas-vindas de chegada. Esses recepcionistas celestiais são aquelas pessoas alcançadas pelo evangelho ou mesmo socorridas nas suas aflições por esses fiéis mordomos de Deus. Os tabernáculos eternos sobre os quais Jesus fala (16.9) contrastam com as “casas” citadas na parábola (16.4). Trata-se das moradas além desse tempo de vida terrena. A palavra de Deus diz que aquele que ganha alma é sábio (Pv 11.30). O mordomo sábio é aquele que ajunta tesouros no céu e investe em causas de consequências eternas.

Aplicação

Entendendo a parábola:
Quem é o verdadeiro dono das riquezas? Deus
Quem são os administradores desonestos? Nós
Todos os bens, riquezas, tempo e talento que julgamos ter, não são nossos. A vida que temos, o corpo que temos, na verdade também não são nossos, é tudo de Deus, e do ponto de vista de Deus sempre estamos administrando mal. Ao contar a parábola, Jesus está falando que Ele é o dono das riquezas (dono de tudo) como o administrador dessa parábola, e nós somos como esse administrador desonesto.
Tudo que temos vem de Deus, mas vivenmos pensando que são nossos. Não temos esse direito, porque nada na vida nos pertence: Filhos (devemos criar para Deus, o que te deixaria mais triste, descobrir que seus filhos não amam a você ou a Deus - Você ama seu filho? Saiba que Deus ama ainda mais, por isso ele sabe melhor do que você como você deve educá-lo, se ele mandou você educá-lo no caminho então faça).
Isso se aplica aos filhos, aos nossos bens, dinheiro, talentos (habilidades) e até os nossos próprios corpos. Até mesmo o tempo (Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: Eclesiastes 3:1 )
Olhando por esse ponto de vista, antes de julgar o administrador, olhemos para a nossa própria vida enquanto administradores/mordomos de Deus. Somos administradores de tudo que Deus nos dá, que julgamos ser nosso, mas na verdade é de Deus, nós só administramos.
Tesouro/finanças: Tudo que temos foi Deus que nos deu, emprego, saúde para trabalhar, intelecto e habilidade para desempenhar nosso emprego. Até mesmo se você nasceu em uma família rica e não precisa trabalhar, foi Deus que permitiu isso. Portanto, mordomia nos bens não se limita a contribuição (dízimos e ofertas) que entrego (isso é o princípio, é o começo da mordomia). A mordomia dos bens passa pela contribuição, a forma como eu gasto o restante que fica comigo e a forma com eu ganho o dinheiro (Exemplo: Sonegação e corrupção por Sérgio Queiroz. O Brasil é o numero 76 em corrupção segundo a Transparência Internacional, mas é o segundo em sonegação em pesquisa realizada em 2014, só perde para a Russia). João Batista pregando disse: Ele respondeu: "Não cobrem nada além do que lhes foi estipulado”. Lucas 3:13 - João Batista está falando sobre suborno.
O tempo, somos administradores do tempo que Deus nos dá, e não dono dele. O administrador não podia mudar o passado que estava lhe trazendo um presente, portanto fez algo pensando no futuro. Seremos cobrados por Deus em relação a trabalho, descanso e igreja. "Se duas horas por semana de comunhão com outros cristãos é demais para você e sua agenda, é razoável perguntar quem é realmente o seu Senhor." Jay Bauman
Talentos: Deus nos dota de habilidades, dons e talentos. De que forma devemos usar isso, em prol do outro e nunca somente para nós mesmos. O que você faz, que se um dia você deixar de fazer, vai fazer falta a alguém?
O Evangelho: A autoridade da Palavra carrega a autoridade de Deus, devemos nos submeter a ela e pregá-la. Não são as minhas convicções, opiniões ou achismos pessoais. A palavra de Deus carrega a autoridade de Deus, portanto, se a Palavra está sendo pregada ela
deve ser reverenciada. Foi o evangelho, a palavra, que nos transformou e assim como aquele patrão se alegrou quando a sua riqueza foi usada para beneficiar os outros, Deus também espera isso de nós. Nós devemos ser mordomos do Evangelho. Como isso se dá? Reverenciando a Palavra pregada, se submetendo a ela e compartilhando a todo tempo.
Conclusão
O patrão que reprovou a desonestidade do administrador, elogia a atitude dele em relação aos seus devedores. Porque isso? Não foi por ele ser sabido, mas porque ele entendeu que apesar de ter destruído o seu presente com o seu passado, ele poderia fazer algo pelo seu futuro. Jesus aqui ensina o seguinte: Tudo que é meu que vocês acham que tem, vocês não tem, portanto use em prol dos outros e não somente para si. Quando ele diz que os filhos das trevas são mais prudentes, ele diz que a verdade de que é impossível sobreviver sozinho, é algo tão ral que até os ímpios sabem disso (mesmo que de uma forma limitada a existência, não consideram a eternidade). Jesus está ensinando que a única forma de viver de forma aprovada por Deus é não vivendo para si mesmo, mas viver para Deus é viver pelo outro também.
Desprendimento e generosidade para herdar coisas maiores. Deus é o maior exemplo dessas duas coisas:
Generosidade:
João 3.16 NAA
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Desprendimento:
Filipenses 2.4–11 NAA
4 não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros. 5 Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, 6 que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. 7 Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, 8 ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Somos alvo do amor generoso e desprendido do Senhor, foi a generosidade e o amor de Deus que nos deu vida. Portanto, desperdiçamos a vida quando não vivemos a partir do que Deus fez por nós.
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