Diálogo com a alma a partir da minha fé em Deus

Lidando com as emoções da alma.

Sl. 42.5

Introdução

Vivemos dias de inquietação do coração (ou da alma) que leva a consequências doentias como insegurança, preocupações, impaciência, irritação, medo, desentendimentos sociais, fraternos, familiares e muitas outras emoções que geram males profundos no nosso convívio. A situação não está fácil, a menos que tomemos uma atitude semelhante à de Davi expressa no Sl.42.5.

Quero falar sobre nossa necessidade imperiosa de dialogar com nosso coração, com nossa alma; sobre a necessidade de alimentar nossa alma com os sentimentos que estão no coração de Deus.

Desenvolvimento

Não era uma pandemia, mas foi no cenário da 2a. grande guerra, há cerca de 80 anos, que Victor Frankl, psiquiatra judeu, foi mandado para um campo de concentração, onde vivenciou coisas repugnantes. Seus parentes morreram nos campos de concentração, foram assassinados nas câmaras de gás. De sua família mais próxima, somente sua irmã sobreviveu. Frankl foi torturado e sofreu inúmeras humilhações. Um dia, Frankl começou a conscientizar-se daquilo que, mais tarde, ele chamaria de a última das liberdades humanas que nazistas não podiam tirar dele. Frankl entendeu que os nazistas não podiam destruir a sua identidade interior (Qual é a nossa identidade interior?). Esse sentimento me fez pensar no texto no qual Jesus declarou: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma (alma: elemento espiritual que compõe o ser humano que pode ter vida eterna ou morte eterna como destino); pelo contrário, temei aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo” - Mt.10.28.

O mesmo pode ser dito por cada um de nós, cuja identidade interior nos afirma que somos filhos de Deus (Rm.8.16). Independente do que você tenha vivenciado ou esteja vivenciando, saiba que Deus está no controle de todas as coisas (leia Ez.17.24) e pela fé nós podemos vencer as dificuldades porque “Com a força que Cristo nos dá, podemos enfrentar qualquer situação” (Fp.4.13, NTLH). Nada nos abalará, a menos que permitamos que isso aconteça pelo enfraquecimento de nossa fé.

Charles Swindoll escrevendo sobre “Atitude” afirmou: “10% da vida depende dos eventos que nos acontecem e 90% de como reagimos a eles”. Ou minha atitude me impele a seguir adiante, ou ela impede o meu progresso. Quando minhas atitudes são positivas, não existe barreira alta demais, vale profundo demais, sonho extremo demais, desafio grande demais para mim”.

Don Colbert - Psiquiatra cristão - disse que “…até certo ponto, todas as emoções mortais derivam de nossas ATITUDES. E atitudes são possíveis de serem controladas por nós”. Em grande parte, você poderá escolher como irá lidar com o pesar, o ressentimento, a amargura, a vergonha, o ciúme, a culpa, o medo, a preocupação, a depressão, a ira, a hostilidade e todas as demais situações emocionais que desencadeiam respostas verbais e físicas. Devemos confiar naquele que vive em nós (Gl.2.20), indicando que o EU que agora existe vive na fé no filho de Deus que nos amou e se entregou por nós. Então, por que deixar-se abater?

Nós, seres humanos, vivemos mediante a ação de nosso CÉREBRO (razão) e CORAÇÃO (ou alma, emoção) – O coração e o cérebro mantêm um diálogo inteligente. Às vezes o coração se submete ao cérebro e em outras ocasiões o cérebro se submete ao coração. Chamemos o coração de “fonte dos sentimentos” e o cérebro de o executor dos sentimentos. Seu EU (o que age) é uma mistura do que o seu coração (alma) diz ao seu cérebro (ou mente), do que o seu cérebro diz ao seu coração e daquilo que sua vontade decide acreditar, dizer e fazer. (Qual a fonte de suas vontades? A carne ou o Espírito? (Gl.5.16)

O rei Davi conversava com a própria alma ou coração – Sl.42.5. Devemos fazer o mesmo. Quando mantemos esse diálogo mente-alma, enxergamos com mais clareza o que estamos realmente sentindo e seremos libertos de nossas emoções reprimidas. Davi não apenas admitiu que sua alma estava abatida; Ele disse ainda que esperava em Deus. E decidiu tomar uma atitude – que louvaria ao Senhor - ainda o louvarei.

A partir de Sl.42.5 aprendemos Três atitudes praticadas por Davi muito importantes que podemos tomar como exemplo:

a. Como Davi devemos fazer uma análise de o que estamos sentindo, o que estamos fazendo, como estamos agindo - “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?”

Algumas razões pelas quais nossa alma se abate:

* Quando não sou atendido no que desejo - Tg.4.3

* Quando não entendo que o que quero não é o que Deus quer - Atitude de Jesus em Mc.14.36

* Quando contemplo a injustiça ao meu redor - Sl.37.1-10

b. Como Davi, devemos afirmar nossa decisão de esperar em Deus. Se Ele está no controle de todas as coisas, por que não esperar completamente nele e por Ele?

* É nesse momento que precisamos por em prática nossa fé (Em Habacuque é “Fidelidade” - Hc.2.4)

* Precisamos reafirmar que ELE ESTÁ NO CONTROLE! - Ez.17.24

* Está curta a nossa fé? (ore como os discípulos! - Lc.17.5)

c. Como Davi, precisamos tomar a decisão de adorar/louvar o Senhor pelo fato de Ele estar presente em nossa vida.

Precisamos compartilhar nossos sentimentos com Deus. Precisamos lançar nossos cuidados sobre Ele e verbalizar nossa decisão de confiar nele, lembrando que Ele está conosco e é sempre fiel a nós.

O cérebro (nossa mente) é o agente em nossa vida - agente vigilante o tempo todo para nos defender a qualquer custo. Ele pode nos por para lutar ou fugir. Ele é alimentado pelas emoções que lê no coração (ou na alma), ou coloca na alma as emoções que ela deva produzir. É por isso que a Bíblia nos aconselha a não nos conformarmos com as razões que embasam as atitudes deste mundo, mas que permitamos ser transformados pela renovação de nossa mente - Rm.12.2.

Conclusão

Para falar com nosso próprio coração (alma), precisamos desligar os vídeos mentais que ficam constantemente tocando em nossa mente; precisamos evitar lembranças dos momentos de aflição e sofrimento.

Precisamos focar nossa atenção em eventos ou pessoas que nos trouxeram alegria, amor, felicidade e paz. Precisamos Desenvolver uma atitude de gratidão e apreciação; focalizar nossa atenção nos aspectos positivos da nossa vida e não nos traumas ou circunstâncias negativas do passado distante ou próximo.

Precisamos dar ao nosso coração a oportunidade de comunicar essa sabedoria à nossa mente. Dizer palavras de encorajamento ao nosso coração. Verbalizar palavras de apreciação pelas bênçãos derramadas em nossa vida.

Precisamos recontar momentos em que vivenciamos alegria, paz e amor extraordinários. Pronunciar palavras de reconhecimento por nossas conquistas pessoais.

Precisamos ler a Palavra de Deus em voz alta para o nosso coração. Ler Provérbios, as 3 cartas de João. Fazer orações sinceras a Deus agradecendo-lhe por tudo o que Ele já fez, está fazendo e prometeu fazer, entregando-lhe também nossas preocupações.

Precisamos louvar ao Senhor pelo que Ele é. Devemos apresentar a Deus nossas frustrações, medo e raiva, lançando sobre Ele todas as nossas ansiedades, porque Ele tem cuidado de nós (1Pe.5.7).

Precisamos pedir ao Senhor que encha o nosso coração com o fruto da sua presença, que inclui amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl.5.22,23).

NÃO NOS ESQUEÇAMOS: nosso relacionamento com Deus deve estar no nosso coração, não na nossa cabeça!

Na medida em que aprendemos a nos comunicar com o nosso coração e a transmitir sentimentos positivos à nossa alma, esta orientará nossa mente, e nosso cérebro comunicará essas mensagens de bem-estar ao nosso corpo. É assim que funciona essa máquina perfeita criada por Deus que se torna templo do Espírito Santo conforme 1Co.6.19!

Quando sentimos a paz de Deus, o coração transmite essa paz a todo o nosso ser. Quando uma pessoa vivencia o amor de Deus e o amor ao próximo, o coração transmite esse amor à sua mente e a todo seu corpo. Quando o amor enche o seu coração, seu corpo inteiro mergulha na cura.

A saúde do seu corpo segue a sua mente para onde quer que ela vá. Quando sua mente está cheia de ansiedade, medo, ira, depressão e culpa, ela gera um estímulo crônico ao estresse, o que abre as portas para que as doenças entrem no corpo.

Comece a praticar a apreciação e a gratidão diariamente. Elogie sua esposa e filhos, seus colegas de trabalho e seus amigos regularmente. Elogie garçons, atendentes de lojas, operadores de pedágio e pessoas com quem você mantém contato todos os dias. Ao invés de apontar as falhas, veja suas qualidades. Isso só lhe fará bem.

Dialogue com sua alma transmitindo-lhe os recados de Deus “e a paz de Deus, que excede a todo o entendimento guardará o seu coração e os seus pensamentos em Cristo Jesus - Fp.4.7.