IGREJA QUENTE

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IGREJA QUENTE

Apocalipse 3.15–18 RA
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; 17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

INTRODUÇÃO

Hoje é atual Turquia ocidental.
Laodiceia estava perto de duas outras cidades, cada uma das quais tinha uma fonte de água única.
Ao norte estava Hierápolis que tinha uma fonte termal natural, muitas vezes usada para fins medicinais.
A leste estava Colosso que tinha águas frias e puras.
Ao contrário dessas cidades, Laodiceia não tinha suprimento permanente de água boa. Os esforços para canalizar água para a cidade de nascentes próximas foram bem sucedidos, mas chegaria morno.
A metáfora no texto não se destina a relacionar o fervor espiritual à temperatura. Isso significaria que Laodiceia seria elogiada por ser espiritualmente fria, mas é improvável que Jesus elogiasse isso. Em vez disso, a metáfora condena Laodiceia por não fornecer cura espiritual (ser quente) ou refresco espiritual (ser frio) para aqueles ao seu redor. É uma condenação de sua falta de trabalho e falta de testemunho.

1. LAODICEIA

a. Sua história

Além daqui, o nome de Laodiceia ocorre mais uma vez no Novo Testamento (Cl 4.13).
Laodiceia ficava a aproximadamente 70 quilômetros a sudeste de Filadélfia, a quase 18 quilômetros a oeste de Colosso e a quase 10 quilômetros ao sul de Hierápolis (Cl 4.13), no vale do Lico.
Tinha três teatros de mármore, e, como Roma, foi construído em sete morros. (Matthew Henry)
Ela servia como porta de entrada para Éfeso, que ficava a 160 quilômetros ao leste e era a porta de entrada para a Síria. Até os meados do século 3° a.C., ela era conhecida como Dióspole (a cidade de Zeus) e Roa.
Por volta de 250 a.C., o rei sírio Antíoco II estendeu sua influência para o oeste, conquistou a cidade e lhe deu o nome de Laodiceia em honra de sua esposa Laódice.
A cidade era importante pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma cidade rica e opulenta. William Hendriksen diz que Laodiceia era o lar dos milionários. Na cidade havia teatros, um estádio e um ginásio equipado com banhos. Era a cidade de banqueiros e de transações comerciais (Com. Hagnos).
Os romanos chegaram na região em 133 a.C. e fizeram da cidade um centro judicial e administrativo. Eles construíram um sistema de estradas do leste para o oeste e do norte para o sul. Laodiceia ficava no cruzamento dessas estradas, cresceu e se tornou um dos centros comerciais mais importantes e adquiriu riquezas e influência.

2. METÁFORAS

a. Morna

As termas a uma distância de 100 km perto de Hierápolis mandavam água com características medicinais para Laodiceia - transportada por um aqueduto..
Quando a água alcançava a cidade de Laodiceia, ela já havia esfriado consideravelmente (chegava morna), e devido ao carbonato de cálcio na água, causava náusea nas pessoas que bebiam dela.
Colosso, por sua vez, a 5,5 km de distância, era abençoada com fontes que produziam água refrescante que era fria e pura.
Embora essas termas tivessem valor medicinal e os balneários atraíssem as pessoas, Jesus compara as águas tépidas com a vida espiritual morna dos crentes em Laodiceia.
Os médicos usaram água morna para causar vômitos. As bebidas frias e quentes eram comuns em festas, mas nunca mornas.
Esta imagem pode fazer alusão ao sistema de água em Laodiceia. A cidade não tinha abastecimento de água próprio; tinha água fria encanada de Colosso ou água quente canalizada das nascentes de Hierápolis. Quando a água chegou na cidade, ficou morna. Como a água, a igreja em Laodiceia não era refrescante (como água fria) nem quente (como água termal);

b. Rico (v. 17)

Em 17 d.C., um terrível terremoto destruiu Laodiceia e, como outras cidades na província da Ásia, ela recebeu ajuda financeira do governo romano;
Em 60 d.C., a cidade foi atingida por um segundo terremoto, e o governo romano ofereceu ajuda financeira para reconstruir a cidade. Porém, os oficiais da cidade enviaram uma resposta negativa ao governo, dizendo que possuíam recursos suficientes para a reconstrução. Na verdade, contribuíram até mesmo para a reconstrução de cidades vizinhas;
A palavra rico pode indicar bens materiais ou espirituais. Os membros da igreja se identificavam com os cidadãos locais que, em 60 d.C., haviam rejeitado a ajuda financeira de Roma, quando Laodiceia fora devastada por um terremoto? Ou será que o contexto incentiva o leitor a entender que o termo se refere a riquezas espirituais? A passagem antecedente (v. 14–16) e o versículo seguinte (v. 18) forçam os comentaristas a adotarem a segunda opção. As evidências indicam que a igreja havia adotado as normas de Laodiceia e as aplicara à esfera espiritual;
A cidade, conhecida como um centro financeiro, havia construído edifícios, portões e torres grandes logo depois do terremoto que destruíra a cidade. Ela se orgulhava de sua independência e de sua capacidade de ajudar os vizinhos que haviam sofrido a mesma calamidade. Os membros da igreja apoiavam totalmente a atitude de demonstrar sua independência e ajudar seus vizinhos. Consequentemente, não reconheciam a diferença entre a riqueza material e espiritual. Gabavam-se de sua autossuficiência e acreditavam não precisar de Cristo. Eles eram espiritualmente cegos.
Por fim, não precisar de nada é um pensamento inconcebível para o crente verdadeiro, que depende de Deus em cada momento do dia e da noite para alimento e bebida, abrigo, roupa, proteção, nutrimento espiritual, encorajamento, consolo, amor, alegria, felicidade e muitas outras bênçãos. A autossuficiência é o cúmulo da arrogância espiritual, pois nela a fé e a confiança no Senhor não funcionam mais.
Como repreensão ele usa 5 adjetivos:
infeliz - “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”;
miserável
pobre
cego
nu

c. Vestiduras brancas

Sua indústria de lã prosperou com a produção e a exportação de lã negra, a produção de roupas comuns e caras

d. Colírio

A invenção de um colírio eficiente. A cidade possuía uma escola de medicina especializada no tratamento de olhos e ouvidos e havia desenvolvido uma pomada para tratar olhos inflamados. Esse colírio tornou a escola conhecida no mundo inteiro.
OBS: Apesar de sua riqueza eram miseráveis e lamentáveis; apesar de seus médicos e medicamentos para os olhos eram cegos; apesar de sua abundância de tecidos eram nus. O Senhor os convidava a comprar com ele o que lhes faltava.

3. A IGREJA EM LAODICEIA

a. Religião

O templo de adoração a César ocupava a praça central na cidade de Laodiceia.
A igreja se adaptou a outras religiões, gozava de riquezas materiais, se contentava com sua vida fácil e não avançava a causa de Cristo.
Jesus não tem nenhuma palavra de elogio para essa igreja e igrejas semelhantes que não proclamam sua mensagem de salvação.
A igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, a igreja tinha se conformado à ela. Laodiceia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a se comprometerem com o mundo, descuidados. Eles pensavam que todos eles eram pessoas boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual.
A igreja de Laodiceia é a igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa de seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação. George Ladd escreve:
A carta não menciona perseguições por funcionários romanos, dificuldades com os judeus ou qualquer tipo de falsos mestres dentro da igreja. Laodiceia era muito parecida com Sardes: um exemplo de cristianismo nominal e acomodado. A maior diferença é que em Sardes ainda havia um núcleo que tinha preservado a fé viva (3:4), enquanto que toda a igreja de Laodiceia estava tomada pela indiferença. Provavelmente muitos membros da igreja participavam ativamente da alta sociedade, e esta riqueza econômica exerceu uma influência mortal sobre a vida espiritual da igreja.

b. Condição

Dos versos 15 a 17 Deus mostra a condição da igreja de Laodiceia;
No verso 18, Ele dá o conselho para que possam adquirir o que precisam.

c. Repreensão

Nenhuma palavra de louvor foi estendida à igreja de Laodiceia.
Eles foram retratados como totalmente abominável a Cristo, porque eles eram mornos.
Esta foi dirigida à igreja e também ao mensageiro ou ao pastor que alguns acreditam ser Archippus (Col. 4:17). É improvável, no entanto, que o Archippus, se ele tivesse sido o pastor da igreja, ainda estava vivo. Em suas festas, bem como em seus sacrifícios religiosos as pessoas no mundo antigo bebiam o que era quente ou frio, nunca morna. Esta repreensão teria sido especialmente significativa para esta igreja, pois a água foi canalizada para a cidade de Hierápolis, a poucos quilômetros ao norte. Quando a água chegou a Laodiceia, estava morna!
A igreja em Laodiceia foi instruída a se afastar de sua auto-decepção e se arrepender de sua mornidão.

CONCLUSÃO

Como muitos crentes na igreja laodiceana eram ricos e arrogantes, eles eram completamente cegos para o fato de que eles eram espiritualmente miseráveis e nus.
A única maneira de Cristo lhes dar visão espiritual e fazê-los espiritualmente ricos e devidamente vestidos era que eles se arrependessem (veja nota às 2:5) e fossem zelosos com ele.
Por mais que eu ame, eu... a disciplina ecoa Pr 3:11-12, que é citada em Heb 12:6.

APELO

Quantos querem estar quentes, mesmo quando há uma profecia que diz que vivemos em um tempo de igreja morna?

REFERÊNCIAS

A. Boyd Luter, “Revelation”, in CSB Study Bible: Notes, org. Edwin A. Blum e Trevin Wax (Nashville, TN: Holman Bible Publishers, 2017), 2023.
George R. Beasley-Murray, “Revelation”, in New Bible commentary: 21st century edition, org. D. A. Carson et al., 4th ed. (Leicester, England; Downers Grove, IL: Inter-Varsity Press, 1994), 1432.
John D. Barry et al., Faithlife Study Bible (Bellingham, WA: Lexham Press, 2012, 2016), Ap 3.15–18.
John F. Walvoord, “Revelation”, in The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures, org. J. F. Walvoord e R. B. Zuck, vol. 2 (Wheaton, IL: Victor Books, 1985), 940.
Robert B. Sloan, “The Revelation”, in Holman concise Bible commentary, org. David S. Dockery (Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers, 1998), 667.
Simon Kistemaker, Apocalipse, trad. Jonathan Hack, Markus Hediger, e Mary Lane, 2a edição, Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014), 230.
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