DOMINGO DE RAMOS: APLAUSOS DA MULTIDÃO, LÁGRIMAS DO REI

Semana Santa 2021  •  Sermon  •  Submitted
1 rating
· 23 views
Notes
Transcript
Resumo: Ao entrar em Jerusalém na última semana de Sua vida Jesus foi recebido com aplausos. Mas ao contemplar a cidade, chorou por sua fé superficial e cegueira espiritual. Aprenda as valiosas lições dessa história que se aplicam a nós hoje.

INTRODUÇÃO

Há uma lenda sobre uma antiga vila na Espanha cujos moradores descobriram que o rei lhes faria uma visita. O rei nunca havia visitado aquela vila, e os moradores estavam ansiosos por esse evento. “Temos que fazer uma grande festa!”, todos os moradores concordaram. Mas, por ser uma vila pobre, não havia muitos recursos. Alguém, então, teve uma ideia clássica. Como muitos moradores da vila faziam seus próprios vinhos, a ideia era que todos na vila levassem um copo grande de seu melhor vinho para a praça da cidade. Eles disseram: “Vamos derramar em um grande tanque e oferecer ao rei para seu prazer! Quando o rei beber, será o melhor vinho que ele já provou!”
Um dia antes da chegada do rei, centenas de pessoas entraram na fila para fazer sua oferta ao convidado de honra. Subiram em uma pequena escada e derramaram o presente através de uma pequena abertura no topo. Finalmente, o tanque estava cheio! O rei chegou, foi escoltado para a praça, recebeu uma taça de prata para encher com o vinho, que representava o melhor que os moradores tinham. Ele colocou o copo embaixo da torneira, encheu e bebeu, mas o melhor vinho não passava de água!
Todos os moradores haviam pensado: “Vou guardar o meu melhor vinho e substituir por água. Com tantas taças de vinho no barril, o rei nunca vai perceber a diferença!” O problema é que todos pensaram a mesma coisa.
Domingo de Ramos é o dia em que o Rei dos Reis foi grandemente homenageado, porque as pessoas deram o melhor de si em louvor e adoração. Naquele dia houve um desfile, uma entrada triunfal quando Jesus Se aproximou de Jerusalém. As pessoas saíram às ruas e aplaudiram Sua chegada. Acenaram galhos de palmeiras, espalharam roupas na estrada e gritaram: “Bendito é o rei que vem em nome do Senhor! Paz no Céu e glória nas alturas!” Mas em meio a gritos alegres de louvor e adoração, Jesus olhou para Jerusalém e chorou. Hoje, vamos aprender várias lições desse dia de aplausos e lágrimas:

I. OS APLAUSOS DA MULTIDÃO

Todo mundo adora um desfile. Seja no dia 7 de setembro ou no aniversário da cidade, há algo empolgante em uma procissão que exibe carros alegóricos, TEMA 19 bandas, soldados, estudantes, etc. Quando Jesus entrou em Jerusalém para morrer, houve um desfile também. Isso ocorreu durante a época da Páscoa, quando a população de Jerusalém aumentou de cerca de 30.000 para quase 200.000.
Lucas 19.28–31 NVI
28 Depois de dizer isso, Jesus foi adiante, subindo para Jerusalém. 29 Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: 30 “Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. 31 Se alguém lhes perguntar: ‘Por que o estão desamarrando?’ digam-lhe: O Senhor precisa dele ”.
Ao entrar em Jerusalém montado em um jumento, Jesus também estava intencionalmente cumprindo a escritura que Deus havia dado por meio do profeta Zacarias, 500 anos antes:
Zacarias 9.9 NVI
9 Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.
Jesus entrou em Jerusalém como um rei humilde. Quando um rei conquistador entrava em uma cidade após um período de guerra, ele desfilava montado em um cavalo ou algo ainda mais impressionante. A história nos diz que Júlio César retornou a Roma em 45 a.C. em uma carruagem de ouro puxada por 40 elefantes e muitos prisioneiros.
Quatro gerações antes, Judas Macabeus reuniu um exército de homens judeus para lutar contra os sírios que ocupavam Jerusalém. Em 163 a.C., ele entrou em Jerusalém montado em um cavalo enorme, enquanto o povo acenava com ramos de palmeira e gritava: “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” Eles limparam o templo, queimaram incenso, ofereceram sacrifícios e acenderam uma enorme menorá que queimou por oito dias. Judas se tornou um herói, e muitos pensavam que ele era o Messias judeu. Não muito tempo depois, Judas foi morto em batalha e enterrado.
Duzentos anos depois, quando Jesus entrou em Jerusalém, os judeus estavam sendo dominados por outra potência mundial, os romanos. Eles esperavam que Jesus fosse um Messias militar para liderá-los na batalha contra os romanos. Mas Jesus intencionalmente montou em um jumento para que eles soubessem que Ele estava vindo em paz.
Lição pessoal: Mesmo que você se sinta insignificante, o Mestre pode usá-lo! Aprenda a lição do jumentinho. Jesus enviou Seus discípulos para um local específico para requisitar um asno para Ele montar. Era um potro que ninguém jamais havia montado antes. Um jumento não é um cavalo puro-sangue, é um animal simples e feio. O cavalo tem uma pelagem que brilha ao sol, lindos olhos grandes e uma crina que ondula na brisa. Tem longas pernas graciosas que marcham durante uma jornada. Alguns reis montam garanhões. Jesus, o Rei dos reis, montou um jumentinho. Se Ele dirigisse um carro, não estaria dirigindo um novo Lexus ou BMW, mas um Fusca ou talvez um Fiat Uno 93.
Você pode estar pensando: “Deus não precisa de mim. Eu certamente não sou um puro-sangue espiritual. Emocional e espiritualmente, estou 10 mais para um burro velho do que um cavalo gracioso”. Porém a Bíblia diz: “Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são” (1Co 1:27). O que tornou esse jumentinho especial foram as palavras dos discípulos: “O Senhor precisa dele”. Eu sou discípulo de Jesus, e o Mestre me enviou hoje para lhe entregar esta mensagem: “O Senhor precisa de você”.
Os versículos seguintes também nos ensinam uma importante lição. Veja o que a Bíblia diz em:
Lucas 19.36–40 NVI
36 Enquanto ele prosseguia, o povo estendia os seus mantos pelo caminho. 37 Quando ele já estava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar a Deus alegremente e em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Exclamavam: 38 “Bendito é o rei que vem em nome do Senhor!” “Paz no céu e glória nas alturas!” 39 Alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão disseram a Jesus: “Mestre, repreende os teus discípulos!” 40 “Eu lhes digo”, respondeu ele; “se eles se calarem, as pedras clamarão.”
O desfile de Jesus era diferente dos famosos conquistadores da terra. Abrindo o cortejo estavam “os cegos a quem restituíra a vista. Os mudos cuja língua soltara, entoavam os mais altos hosanas. Saltavam de alegria os coxos por Ele curados, sendo os mais ativos em quebrar os ramos de palmeira e agitá-los diante do Salvador. As viúvas e os órfãos exaltavam o nome de Jesus pelos atos de misericórdia que lhes dispensara. Os leprosos a quem purificara, estendiam na estrada as vestes incontaminadas, ao mesmo tempo que O saudavam como Rei da glória...Lázaro, cujo corpo provara a corrupção no sepulcro, mas que então se regozijava na força da varonilidade gloriosa, conduzia o animal que Jesus montava” (DTN, p. 401).
O versículo 38 nos diz que as pessoas estavam gritando e cantando louvores a Jesus em voz alta. Então, no versículo 39, os fariseus disseram a Jesus para repreender Seus discípulos - em outras palavras, faça com que se acalmem e fiquem quietos. Jesus se recusou a derramar água fria no fogo do entusiasmo que eles expressaram. Em vez disso, Jesus disse: “Se eles se calarem, as pedras clamarão!”
Essa cena de júbilo lembra algo que aconteceu mil anos antes. Davi era rei, e a Arca da Aliança, representando a glória de Deus, estava sendo trazida para a cidade. 2 Samuel 6 diz que houve grande alegria, gritos de louvor e trombetas altas. A cada seis passos, eles paravam e ofereciam um sacrifício. Davi ficou tão feliz que a Bíblia diz que “ele dançou diante do Senhor com toda a força”. (2Sm 6:14). Sua esposa, Mical (uma das filhas de Saul), tinha um espírito farisaico, e ela o criticou e disse que ele estava fazendo papel de bobo. Davi, entretanto, disse-lhe que não pararia de celebrar diante do Senhor, mas seria ainda mais enérgico em seu louvor.
Lição pessoal: Não permita que ninguém o desencoraje de louvar ao Senhor! Você permitiu que alguém silenciasse seu louvor? Não permita que pessoas o intimidem ou o pressionem a silenciar seu testemunho na sala de aula, no trabalho ou entre amigos. Louvar ao Senhor não é apenas algo que você faz na igreja, é uma atitude constante. De fato, se você não louva ao Senhor fora da igreja e depois vem aqui e louva ao Senhor, você é um hipócrita. Uma vida de louvor é uma atitude diária. Então, meu amigo, louve ao Senhor, mesmo que os fariseus lhe digam para ficar quieto! Foi um dia de aplausos, mas foi também um dia de lágrimas.

II. AS LÁGRIMAS DO REI

Se continuarmos lendo no capítulo 19, veremos que em meio aos gritos de alegria e louvor, algo inusitado aconteceu:
Lucas 19.41–44 RA
41 Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou 42 e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos. 43 Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; 44 e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação.
Quando o desfile de Jesus se aproximou da cidade, em meio a gritos de louvor e Hosanas, ouviu-se o som sinistro do lamento agonizante de um coração partido. Jesus estava chorando em Seu próprio desfile! No funeral de Seu amigo Lázaro, Jesus chorou. A palavra grega usada naquele cenário era dakruo, que significa um choro silencioso, uma lágrima escorrendo em Seu rosto. Mas a palavra usada aqui em Lucas 19 é klaio, que significa “um choro alto ou um lamento”. Você quase consegue ouvir quando diz a palavra “Klaio”.
E por que Jesus chorou naquele dia? Aqui estão pelo menos duas razões:

1. Jesus chorou por causa da crença superficial

No versículo seguinte (v. 45) após essa passagem, Ele espalhou as mesas dos cambistas desonestos. Antes do final da semana, os aplausos da multidão se transformariam em vaias. Por quê? Essas pessoas estavam procurando um Libertador para facilitar suas vidas. Hoje, Jesus deve chorar quando vê o nível superficial de comprometimento em nossas vidas. Muitos procuram igrejas apenas em busca de milagres. Não investigam a Bíblia em busca da verdade. Outros vão à igreja no sábado e cantam “Sejas louvado!” e depois crucificam Jesus com sua desonestidade, linguagem e hábitos sujos na segunda-feira.

2. Jesus chorou por causa da cegueira espiritual

O coração de Jesus se partiu porque os judeus não conseguiam enxergá-Lo, não O reconheciam como o Messias. Ele disse: “Se você compreendesse neste dia o que traz a paz, mas agora isto está oculto aos seus olhos”. Então, Jesus fez uma profecia surpreendente que se tornou realidade 40 anos depois. Ao olhar para Jerusalém, Ele pôde visualizar uma cena terrível da Cidade Santa sendo cercada e queimada. A previsão de Jesus foi cumprida precisamente em 70 d.C., quando o general romano Tito sitiou a cidade. Nos quarenta anos após a ressurreição e ascensão de Jesus ao céu, os judeus continuaram se rebelando contra Roma até que o exército romano finalmente decidiu atacá-los. A destruição de Jerusalém foi a consequência que Israel experimentou ao rejeitar Jesus como o Messias.
Lição pessoal: você nunca conhecerá a paz até se entregar a Jesus! Jesus chorou porque os judeus pensavam que a libertação dos romanos lhes daria paz, mas eles estavam errados. Ele disse: “Se você soubesse o que lhe daria paz”. Ele estava falando sobre Si mesmo, pois somente Jesus poderia lhes dar paz. A paz também é incompreendida hoje. Milhares de pessoas hoje marcham por justiça, igualdade e paz, e não me entendam mal, defender essas causas é algo importante para a sociedade. Porém, de acordo com a Bíblia, paz não é a ausência de guerra ou a ausência de problemas. Jesus disse que até o fim dos tempos haveria guerras e rumores de guerras. A paz é algo que só Deus pode dar.
Lição pessoal: A rejeição de Jesus leva a um juízo terrível! A destruição de Jerusalém foi a consequência que Israel experimentou ao rejeitar Jesus como o Messias. Da mesma forma, se você passar a vida inteira e nunca reconhecer que Jesus é Deus e que Ele é sua única esperança de salvação, você experimentará o mesmo tipo de juízo terrível. Mas Deus o(a) ama e lhe deu muitas oportunidades para ver e receber Jesus. Você confiará Nele hoje?

CONCLUSÃO

As palavras mais tristes dessa passagem são encontradas no versículo 44. O povo de Israel não reconheceu o tempo da vinda de Deus. Em outras palavras, Jesus estava reivindicando ser Deus-o Rei-mas o povo não O reconheceu, então não O recebeu.
Deixe-me fechar com uma história real. Mais de um século atrás, dois esportistas navegavam ao longo da costa da Escócia. Ancoraram o barco e desembarcaram para explorar o campo. No final do dia, eles se perderam. Quando a noite chegou, eles decidiram tentar encontrar algum abrigo. Eles bateram na porta de uma humilde cabana e pediram uma refeição e uma cama, oferecendo-se para pagar, é claro. O fazendeiro olhou para os dois homens com suspeita e os mandou embora.
Os dois homens bateram na casa vizinha, e o proprietário os recebeu. Ele lhes deu uma refeição quente e uma cama para a noite. Somente de manhã ele descobriu que um dos homens era Edward, príncipe de Gales, que mais tarde se tornaria o rei Edward V. Imagine a vergonha e o arrependimento do primeiro fazendeiro, que se recusou a reconhecer e abrir a porta para seu futuro rei.
Jesus é Deus. Ele é o Rei. Será que reconhecemos essa verdade? Será que estamos prontos para reconhecê-Lo em Sua segunda vinda? Abra a porta de seu coração e deixe o Rei da paz, aquele que merece todo o louvor, reinar.
Related Media
See more
Related Sermons
See more