A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA E DO FERMENTO

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INTRODUÇÃO

Ao escrever seu Evangelho, talvez o principal objetivo de Mateus seja o de apresentar ao povo judeu que Jesus era o Messias tão aguardado, mas isso não era uma missão fácil.
Como explicar aos judeus que o surgimento do Reino Messiânico não era esplendoroso? É sabido que os judeus aguardavam o Cristo nos dias de Jesus, mas não um Cristo sofredor e sim um vitorioso que daria livramento à nação israelita da opressão do Império Romano. É conhecido também que eles esperavam um Reino glorioso, não um pequeno Reino constituído apenas por Jesus e alguns discípulos. Aliás, essa não era uma preocupação apenas de Mateus, como também de Jesus.
Este par de parábola enfatizam que o Reino dos Céus teve um início tímido, mas o seu crescimento será exponencial.
É comum em nossos dias a pressa. Cada vez mais queremos que o que plantamos hoje frutifique logo. Muitos pastores e obreiros têm se desanimado de pregar o Evangelho porque não veem resultados rápidos. Todavia, no Reino dos Céus, o processo de crescimento é lento, porém certeiro.
Na medida em que a Igreja cresce, o Reino dos Céus também cresce e na medida em que ele cresce as sociedades são transformadas pelo poder do Evangelho.
Frase de ligação: Hoje nós veremos DUAS CARACTERÍSTICAS referentes ao Reino dos céus dentro da escatologia.

I: SEU COMEÇO TÍMIDO E SEU CRESCIMENTO EXPONENCIAL (31,32)

Seu começo tímido
“O Reino dos céus é como um grão de mostarda (…) Esse grão é, na verdade, a menor de todas as sementes”.
A semente de mostarda não era literalmente a “menor de todas as sementes”. Jesus está usando uma linguagem proverbial comum entre os judeus para falar de algo realmente pequeno. Isso é uma hipérbole.
A semente de mostarda foi usada por Jesus para falar de uma fé pequena e fraca (Lc 17.6).
O Reino dos Céus não veio com aparência pomposa como os judeus o esperavam. Ele veio de maneira humilde. Tudo começou com o nascimento de um bebê numa manjedoura. Jesus era pobre. Seus pais eram pobres. Seus discípulos eram homens indoutos. O Rei foi morto de maneira vexatória. Seus discípulos o abandonaram. O Evangelho era escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Tudo isto revelava o surgimento tímido do Reino dos Céus entre os homens.
Seu crescimento exponencial
“mas, quando cresce, é maior do que as hortaliças, e chega a ser uma árvore, de modo que as aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos”.
Mesmo com um início tímido, o Reino dos Céus ia crescer, assim como a semente de mostarda plantada.
A mostarda comum na Palestina é a mostarda negra. Ela cresce espontaneamente e chega a ter de 3 a 5 metros de altura, “de modo que as aves do céu vêm se aninhar nos seus ramos”.
As aves aqui não devem simbolizar o diabo, como na parábola do semeador (Mt 13.1-9; 18-23). É provável que aqui faça alusão a Ez 17.22-24, onde elas representam as nações.
40 anos depois da ressurreição de Jesus, o Evangelho já havia alcançado a todos os grandes centros do mundo, provando-se verdadeira a parábola. A Igreja cresceu de maneira exponencial a partir do Pentecostes. Homens indoutos foram instrumentos de conversões dos mais diversos povos, das mais diversas classes sociais. A Igreja cresceu. O poderoso Império Romano não o pôde parar. Novos discípulos preferiam a morte a negar a Cristo.
Aplicação
Ainda que o Evangelho tenha um começo tímido no lugar em que você o prega, espere um grande crescimento. A sua palavra de fé e esperança pode parecer insignificativa no início, mas produzirá frutos a longo tempo.
Tenha paciência, exerça a fé, continue orando e perseverando em fazer a obra de Deus.
O fato de as aves do céu se acamparem nos ramos do Reino dos Céus não significa que elas terão vida de paz e sossego. O Reino dos céus não abriga preguiçosos, é preciso trabalhar para servir ao Senhor.
Frase de ligação
O Reino dos Céus teve um início tímido, mas, a cada dia que passa, tem se tornado grande. Por fim ele será glorioso. Vimos que a PRIMEIRA CARACTERÍSTICA do Reino dos Céus é que ele teve um crescimento tímido, mas ininterrupto mesmo diante das adversidades. Além disso, a Bíblia nos garante que este Reino será o maior de todos e eterno, quando Jesus vier em poder e glória.
Agora veremos a SEGUNDA CARACTERÍSTICA.

II: SUA INFLUÊNCIA OCULTA NO MUNDO (33)

Introdução
Na primeira parábola, verificamos o crescimento externo do Reino dos Céus. Agora veremos a sua influência oculta no mundo. Na primeira parábola Jesus usou a agricultura como pano de fundo para sua mensagem, aqui ele usará a culinária.
Não se deve perder de vista o “todo” da parábola tentando interpretar cada detalhe
Um grande perigo acontece quando nos atentamos demasiadamente para os detalhes de uma parábola: podemos perder de vista seu ensinamento central.
Nem todos os detalhes possuem um significado. Por exemplo: quem é a mulher da parábola? Isso é insignificante para o entendimento do texto.
O significado do fermento
“O Reino dos Céus é semelhante ao fermento”
O fermento aqui não deve ser símbolo negativo, como em (Ex 12.14-20; 1Co 5.7), pois o objetivo desta parábola é mostrar o crescimento oculto do Reino dos Céus e seu poder transformador.
O fermento, então, é utilizado para falar de sua atuação eficiente e oculta no mundo.
A influência oculta do Reino dos céus no mundo
A versão Almeida Atualizada traduz o versículo 33 de maneira interessante: lá é dito que “O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha” (grifo meu). Perceba que o fermento foi escondido na farinha. De igual modo o Reino dos Céus estava escondido no mundo, apenas Jesus e os discípulos, mas estava agindo o tempo todo. Esse é o sentido de misturar pouco fermento em 3 medidas de farinha (aprox. 39 litros).
Os judeus costumavam pegar um pedaço de pão e colocá-lo em uma porção de massa nova, o que provocava fermentação suficiente para que o bolo todo crescesse.
Hernandes Dias Lopes escreve: “foi pela influência do evangelho que as grandes causas sociais foram promovidas: a libertação da escravidão; a valorização das crianças e das mulheres; o amparo aos idosos; o alívio à pobreza; a valorização do conhecimento, das ciências e das belas artes; a promoção do crescimento econômico e social da sociedade. O evangelho não aliena os homens. Ao contrário, transforma-os e faz deles agentes de transformação”.
Aplicação
Continue anunciando o Evangelho ainda que não perceba, de imediato, o seu poder transformador. Assim como o processo de fermentação, às vezes, é lento, o processo de conversão, também.
É preciso lutar contra a vergonha de espalhar as boas novas. Às vezes perdemos tempo jogando conversa fora e não falamos de Jesus aos outros. Se queremos de fato a transformação do nosso país e do mundo é essencial que o Reino dos Céus cresça.

CONCLUSÃO

Hoje observamos duas características importantes do Reino dos Céus:
Em primeiro lugar ele é como um grão de mostarda, pequeno, mas, depois de crescido, torna-se uma grande árvore que serve para os pássaros se aninharem. Na medida em que a Igreja cresce, o Reino dos Céus cresce. No fim dos tempos, este Reino abrangerá toda a terra.
Em segundo lugar ele é como o fermento que age ocultamente, sem que ninguém o perceba, assim como no início com Jesus e seus discípulos. Todavia, apesar de oculto, o Reino dos Céus tem o poder de transformar sociedades.
Como temos agido para o crescimento do Reino dos Céus e para a transformação da sociedade?
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