Os Benditos Propósitos da Páscoa

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O programa de Javé para a libertação de Seu povo incluía a celebração do livramento por meio de um sacrifício vicário na ocasião em que o juízo divino definitivo (a décima praga) era sentido em todo o Egito (12.1–36). Pinto, C. O. C. (2014). Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. (J. C. Martinez, Org.) (2a Edição Revisada e Atualizada, p. 76). São Paulo: Hagnos.

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Os Benditos Propósitos da Páscoa

Êxodo 12.1–28 RAStr
1 Disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito:2 Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano.3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família.4 Mas, se a família for pequena para um cordeiro, então, convidará ele o seu vizinho mais próximo, conforme o número das almas; conforme o que cada um puder comer, por aí calculareis quantos bastem para o cordeiro.5 O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito;6 e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde.7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem;8 naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.9 Não comereis do animal nada cru, nem cozido em água, porém assado ao fogo: a cabeça, as pernas e a fressura.10 Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis.11 Desta maneira o comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é a Páscoa do Senhor.12 Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor.13 O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. 14 Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.15 Sete dias comereis pães asmos. Logo ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, pois qualquer que comer coisa levedada, desde o primeiro dia até ao sétimo dia, essa pessoa será eliminada de Israel.16 Ao primeiro dia, haverá para vós outros santa assembléia; também, ao sétimo dia, tereis santa assembléia; nenhuma obra se fará nele, exceto o que diz respeito ao comer; somente isso podereis fazer.17 Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque, nesse mesmo dia, tirei vossas hostes da terra do Egito; portanto, guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo.18 Desde o dia catorze do primeiro mês, à tarde, comereis pães asmos até à tarde do dia vinte e um do mesmo mês.19 Por sete dias, não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado será eliminado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.20 Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações, comereis pães asmos. 21 Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel e lhes disse: Escolhei, e tomai cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a Páscoa.22 Tomai um molho de hissopo, molhai-o no sangue que estiver na bacia e marcai a verga da porta e suas ombreiras com o sangue que estiver na bacia; nenhum de vós saia da porta da sua casa até pela manhã.23 Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas, para vos ferir.24 Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para sempre.25 E, uma vez dentro na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, observai este rito.26 Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este?27 Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou. 28 E foram os filhos de Israel e fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.
Lemos em Exodo 3.7-8: "Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel".
O povo de Deus estava vivendo em aflição por muitos anos. Deus "desceu" para livrá-los de suas angústias e conduzí-los a um estado de paz, fartura e comunhão com Ele mesmo. Tudo isso partiu da iniciativa do próprio Deus, sua atitude foi cheia de misericórdia e graça. Deus se levantou contra o Egito e nove maravilhas já tinham sido apresentadas: 1)as águas se tornarem em sangue; 2) rãs em todo o território; 3) piolhos por toda a terra; 4) enxames de moscas; 5) pestes nos animais; 6) úlceras; 7) chuva de pedras; 8) gafanhotos; 9) trevas espessas sobre toda a terra.
Mesmo depois de Deus mostrar a Sua grandeza e de Moisés solicitar a faraó que deixasse o Seu povo ir, ele endureceu o coração e não permitiu. A última maravilha de Deus seria a morte dos primogênitos do Egito, tanto o primogênito de faraó, quanto das servas e dos animais.
A instituição da Festa da Páscoa, pelo Senhor, na terra do Egito envolveu um propósito tríplice:
Libertação
Esperança na terra da aflição (Ex 12.1-2)
O senhor fala com os líderes sobre a libertação (Ex 12.1)
O Senhor fala através dos líderes a toda a congregação (Ex 12.2)
Em tempos de aflição, o Senhor tem palavras de esperança ao Seu povo (não para os ímpios - Deus nunca tem uma palavra de esperança para os que se voltam contra Ele. São seus inimigos).
Instrução sobre o sacrifício da salvação (Ex 12.3
A confraternização
O dia de separação - do cordeiro para a ceia (v.3);
As pessoas na celebração - quantidade de pessoas (v.3-4) - Não deixa de ser uma ceia de comunhão.
O ajuntamento da congregação - esperar até o décimo quarto dia para imolarem o cordeiro juntamente com toda a congregação de Israel e participarem juntos da ceia (v.6)
A maneira de participar da celebração - "lombos singidos, sandália nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa;" (v.11) - a ideia é de expectativa para a partida para a terra prometida. Libertação e desfrute.
A imolação
A hora da imolação (v.6b) - crepúsculo da tarde.
O sangue da imolação (v.7, 13, 21-23)
Deveriam por em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem
Seria por sinal nas casas (v.13) - "Quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito".
Os ancião de Israel tinham a responsabilidade de escolher os cordeiros segundo as suas famílias, tomar o hissopo e passar o sangue na verga da porta e suas ombreiras - liderança e responsabilidade com a família.
A carne da imolação - deveria ser comida assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas. O restante que sobrasse deveria ser queimado.
Vindicação (Ex 12.12,27b)
Deus demonstra sua superioridade sobre os deuses do Egito (Ex 12.12)

O programa de Yahweh para a libertação de Seu povo incluía a completa humilhação do Egito e seus deuses diante Dele (5:1−11:10).

A praga das águas transformadas em sangue revelou a autoridade de Yahweh sobre o Nilo, o rio que sustentava a vida do Egito (7:14–24).

A praga das rãs revelou a superioridade de Yahweh sobre a deusa Heqt e produziu o primeiro ciclo de permissão-negação por parte de Faraó (8:1–14).

A praga dos piolhos revelou a superioridade de Yahweh sobre Set, o deus do deserto [poeira?] e levou os magos a admitir a intervenção divina (8:16–19)

A praga das moscas revelou a superioridade de Yahweh sobre o deus Uatchit, estabeleceu a distinção entre Israel – a nação a ser libertada – e o Egito –, a nação a ser julgada, e fez Faraó repetir sua falsa promessa de permissão (8:32).

A praga da peste nos rebanhos egípcios demonstrou a superioridade de Yahweh sobre Ápis, o deus-touro, e Hathor, a deusa-vaca, ao preservar o gado dos israelitas (9:1–7).

A praga das úlceras nas pessoas e no gado demonstrou a superioridade de Yahweh sobre Ísis, a deusa da cura, sobre Sekhmet, deusa dos remédios, e sobre Sunu (deus da peste), incapacitando os magos que se opunham a Moisés e Arão (9:8–12).

A praga da saraiva revelou a superioridade de Yahweh sobre Nut [deus do céu], Osíris [deus das colheitas e da fertilidade] e Set [deus das tempestades], inspirando temor de Deus em alguns oficiais egípcios, em contraste com a renovada dureza de Faraó (9:13–35).

A praga dos gafanhotos revelou a superioridade de Yahweh sobre Nut e Osíris e evidenciou o profundo descontentamento na corte do Egito com a política obstinada de Faraó, que o levou a violar sua promessa mais uma vez (10:1–20).

A praga das trevas revelou a superioridade de Yahweh sobre Ra e Hórus, divindades do sol, e sobre Nut, deus do céu, produzindo uma confrontação final entre Moisés e Faraó (10:21–29).

A anunciada praga da morte dos primogênitos revelaria a superioridade de Yahweh sobre Min, deus da reprodução, sobre Ísis, a deusa da cura, e sobre o herdeiro de Faraó, considerado divino pelos egípcios, quebrando por fim a obstinada resistência do monarca quanto à libertação de Israel (11:1–10).

Deus atrai para Si a adoração do povo que seria liberto do Egito (Ex 12.27b)
Todo ato de misericórdia e graça de Deus com o Seu povo tem como objetivo principal a adoração à Sua pessoa. Fomos feitos para adorar, mas devemos adorar somente a Deus e não aos ídolos feitos por mãos humanas ou àquelas bênçãos que tornados em ídolos pelos nossos desejos desgovernados e que acabam por tirar Deus do centro da nossa vida e adoração.
Instrução (Ex 12.
A instrução de Deus visava levar o povo a:
Recordação - ao povo que estava passando por aquela Páscoa (v.14)
Celebração - ao Senhor (v.14b)
Transmissão - às próximas gerações (v.14c)
Eles deveriam guardar a Festa por estatuto para eles mesmos e para os seus filhos - para sempre (v.24)
Os próprios filhos veriam o rito da páscoa e iriam querer saber do que se tratava e os pais poderiam ensinar aos filhos sobre a libertação dos filhos de Israel do Egito.
O apóstolo Paulo afirmou que Cristo é o nosso cordeiro pascal, tornando, desta forma, o cordeiro de Êxodo um tipo de Cristo. Ele disse: "Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho femento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade" (1Co 5.7-8).
Sabemos contudo que toda a tipologia é limitada, pois é apenas sombra da realidade. O que vemos de igualdade?
O cordeiro do sacrifício da Páscoa era macho e sem defeito, Jesus preenche esse pré-requisito.
O cordeiro do sacrifício da Páscoa precisou ser imolado e ter seu sangue derramado para livrar da destuição, Jesus preenche perfeitamente esse pré-requisito. Na tarde da sexta-feira Ele foi sacrificado, vertendo o seu precioso sangue, nos livrando da destruição.
O que é diferente entre o Cordeiro da páscoa judaica, do Egito, para Cristo?
O cordeiro do deserto foi morto em favor dos primogênitos dos filhos dos israelitas, onde nem todos eram da fé, pois logo depois morreram no deserto por incredulidade e não entraram na terra prometida, mas Cristo foi morto em favor de todos os eleitos de Deus, pessoas de fé.
O cordeiro do deserto foi tomado e imolado à força, o Cordeiro de Deus, Jesus, caminhou voluntariamente até a cruz e se entregou para a nossa salvação - como um cordeiro mudo.
O cordeiro do deserto foi morto para livrar os primogênitos da morte física causada pelo Destruidor que passaria pelo Egito, mas Jesus, o Cordeiro de Deus, foi imolado para nos livrar da condenação eterna do pecado, do curso deste mundo, da carne e do poder do diabo. Sua salvação não é temporal, mas eterna.
O cordeiro do sacrifício da Páscoa uniu, debaixo do seu sangue, as famílias e os vizinhos, dando-lhes esperança de salvação e de libertação da escravidão do Egito e esperança de uma terra melhor, mas Jesus, o Cordeiro de Deus une debaixo do seu sangue não apenas os familiares, os vizinhos, mas pessoas de todas as classes sociais, culturais, econômicas e etnias para lhes dar o Novo Céu e a Nova Terra onde não habita pecado e onde o Cordeiro é o Sol.
O cordeiro do sacrifício da Páscoa, depois de morto, deveria ser comido e o resto deveria ser queimado, mas Jesus depois de morto ressuscitou e vive para todo o sempre. Nos alimentamos dele pela fé todas as vezes que participamos da Ceia do Senhor, pois na noite de Páscoa, Ele tomou o pão e partiu e disse: "isto é o meu corpo" e por semelhante modo tomou também o cálice e disse: "este é o cálice da nova aliança". Hoje relembramos o sacrifício do cordeiro Pascal não celebrando a fessta judaica da Páscoa, mas mensalmente quando nos reunimos como igreja e participamos da Santa Ceia.
John MacArthur disse que "exatamente como o pão sem fermento simbolizou estar livre do Egito pela Páscoa (Ex 12.15-17), do mesmo modo a igreja deve ser sem fermento, uma vez que foi separada do domínio do pecado e da morte por meio do perfeito Cordeiro pascal, o Senhor Jesus Cristo. A igreja, portanto, tem de eliminar tudo o que for pecaminoso, a fim de ser separada da velha vida, incluindo a influênia dos membros pecadores da igreja […]. Como os judeus que celebram a Páscoa o fazem com pão sem fermento, assim os cristãos celebram sua Páscoa continuamente com vidas sem fermento".
Ainda hoje devemos celebrar a Ceia do Senhor relembrando a Salvação do nosso Senhor, a grandeza do nosso Deus e o caráter pedagógico do memorial para nós mesmos e para as próximas gerações!
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