Fazendo todas as coisas para a glória de Deus (1Co 10.31)

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Não quero começar pelo fazer, mas pela glória de Deus. Conforme Hernandes Dias Lopes, "A glória de Deus é o fim último de todas as coisas. O principal propósito da nossa vida é glorificar a Deus. Deus nos criou e nos salvou para o louvor da sua glória. O centro do universo não é o homem, mas Deus. O centro da vida não somos nós mesmos, mas Deus. Tudo o que existe veio de Deus, vive por Deus e para Deus. Tudo o que fazemos, seja em palavras ou em ações, devemos fazer tudo em nome de Jesus, dando por isso, graças a Deus Pai. Quanto mais nós nos deleitamos em Deus, mais Deus é glorificado em nós".
Mas por que e como fazer todas as coisas para a glória de Deus, seja o simples beber águas ou mesmo as coisas mais complexas da vida?

1. Em primeiro lugar, porque Ele é o criador de todas as coisas

Não existe um tijolo, uma argamassa, ou uma tinta que não tenha sido feito a partir da criação de Deus. A água, os minerais, os elementos, e animais todos pertencem àquele que os criou e este é o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo. É isso que Paulo quer ensinar aos coríntios (25, 26): A Deus pertence a Terra e toda a plenitude. É legítima a propriedade do Criador.
O problema não está nas coisas, mas em quem as utiliza: os homens. E o homem possui uma natureza, mentalidade e ações pecaminosas (Rm 1, 3). Como um homem com as mãos cheias de graxa, tudo que ele toca se mancha. Ou seja, apesar das coisas terem sido criadas por Deus, existem formas corretas e erradas de utilizar aquilo que Deus criou. A comida, a bebida, o sexo, o trabalho e bens são todas coisas boas que Deus formou ou designou ao homem, mas podem ser desfrutadas de forma pecaminosa e desonrosa.
Por isso, não estamos aqui ungindo o local [1], numa espécie de misticismo pagão de achar que objetos ou espaços absorvem bênção ou maldição. Pelo contrário, nós, os crentes em Jesus Cristo, é que fomos consagrados a Deus (1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16) e por isso estamos aqui reunidos para agradecer ao Deus criador e provedor da vida e dos recursos, e também para que tudo que aqui se realize seja conforme convém à vontade de Deus.
Vejamos que os coríntios queriam argumentar que "todas as coisas são lícitas" (23), mas Paulo sabia que nem todas as formas de agir convém ou edificam. Ou seja, devemos olhar se convém ou se edifica. Você poderia pensar que um hábito pessoal como a glutonaria é lícita por não afetar outras pessoas - mas não convém àqueles que devem honrar a Deus com seus corpos. Mas, além de si mesmos, devemos analisar nossas ações quanto ao que agregam aos nossos irmãos e ao próximo: edificam? Acrescentam? Tornam suas vidas mais santas e colaboram a tornar o mundo mais correto e justo? Ninguém busque o seu próprio interesse e sim o de seu próximo (24).
E porque fazemos o que não convém e não edifica? Porque queremos nós mesmos dar propósito final ao que fazemos. E isso fazemos ao nos esquecer de que Deus é o criador de todas as coisas e nos colocamos como proprietários do mundo. Não queremos ser mordomos - E, portanto, utilizar conforme as regras de quem pertence tudo.

2. Ele criou para si mesmo todas as coisas

Não entender que Deus criou todas as coisas e que, portanto, existe uma forma correta de agir e de viver, faz também com que não percebamos o nosso papel na obra toda. Existem perspectivas diferentes de se fazer um edifício: um homem fez perguntas aos trabalhadores num canteiro de obras. "O que você está fazendo", perguntou ao primeiro, que respondeu "Estou preparando a massa". Fez a mesma pergunta a outro, que respondeu "Estou construindo uma parede". E perguntou ao terceiro, que respondeu "Estou construindo a Catedral de nossa cidade". Em que posição estamos? Será que encaramos a nossa vida como participantes da obra de glorificar e exaltar a glória de Deus? O homem natural não. Ele utiliza a criação com o objetivo (alvo) equivocado. O seu alvo é glorificar a si mesmo ou ao próximo.
Você vive para o seu prazer? Seus bens servem somente para sua felicidade? Quem dita como você usa seu tempo, seu corpo, seu dinheiro e cativa seu amor é seu ídolo. Adoramos a criatura no lugar do Criador. Não percebemos nosso lugar no plano da criação de glorificarmos conscientemente a Deus. E Deus trará juízo sobre isso.Ou seja, a maneira e a perspectiva que você vive deve estar de acordo com as regras e o propósito de Deus. Assim o glorificamos!
Por vezes isso envolve não deixar outros entenderem de forma errada o que fazemos (27-30). Isso significa que podemos até abrir mão de nossa liberdade, quando isso fizer o discente pensar que suas ações estão corretas. Na verdade, devemos ajudar outros a fazerem todas as coisas para a glória de Deus.
Diante disso, devemos aprender, com diz o pastor Hernandes: Adore a Deus, ame as pessoas e use as coisas. Não é adore a Deus, ame as coisas e use pessoas, pois essa lógica não pode se sustentar se adoramos a Deus.O homem natural organiza sua vida da seguinte forma:"Adore as coisas, ame as pessoas e use a Deus". Deus é apenas o doador, de onde as coisas vêm e não para onde elas devem apontar. Fazendo tudo para si e como quer. Sem se importar com os outros e com Deus.
Por isso, não dá para começarmos pelo fim. E o começo de uma vida para a glória de Deus só é possível através de Jesus Cristo. Por termos vivido tanto em rebeldia, Deus enviou seu único Filho, Jesus Cristo para pagar o preço de nossos pecados. Ele não morreu para ser um exemplo, mas porque os homens quebraram todas as regras e viveram cada um para si mesmos. E Cristo cumpriu toda a vontade de Deus e colocou cada uma de suas ações voltadas ao objetivo de glorificar o Pai. E a sua obra final aqui na Terra, de morrer no lugar de pecadores, ele cumpriu perfeitamente. Há perdão para nós! Há salvação e segunda chance de vivermos de forma correta diante do Criador, por causa de seu filho. E Cristo, que se humilhou, foi exaltado e ressuscitado. E hoje a obra de Cristo é realizada pelo seu corpo, isto é, pela igreja. Não precisamos ter a ânsia de fazer tudo de maneira superocupada, mas tudo o que o Pai pediu e como ele pediu. Jesus não fez tudo o que havia de necessidade ao seu redor (sim, pessoas não foram curadas e muitos não foram cumprimentados por ele. Ele trabalhou e se cansou também), mas fez absolutamente tudo o que o Pai lhe pediu. Glorificar a Deus é sermos Santos através de Jesus e estarmos cada vez mais satisfeitos nele.
Soli Deo Gloria
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[1] A antiga prática da unção com óleo sagrado dos utensílios do templo fazia parte das leis cerimoniais próprias do Antigo Testamento. De acordo com a carta aos Hebreus, estes utensílios, bem como o santuário onde eles estavam, “não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma” (Hb 9.10)
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