Sem título Sermão (2)

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Título: A PERSPECTIVA TRIUNFANTE DA FÉ
Texto base: HABACUQUE 3.16-19
[INTRODUÇÃO - SAUDAÇÃO]:
Boa noite irmãos, saúdo-os com a graça e a paz da parte Deus e de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
Meus irmãos, diante da situação que a realidade a nossa volta se encontra, como tem estado a sua fé? Por quais lentes você tem visto o que está ocorrendo no mundo? Por qual perspectiva você tem considerado os acontecimentos a seu redor? Essas perguntas são importantes, pois a resposta delas definirão o modo que você age diante a tudo que está acontecendo.
E, é disso que vamos falar nesta noite. Que a perspectiva triunfante da fé, que se baseia na revelação da vontade e do poder de Deus, nos leva a descansar e se alegrar na esperança da futura justiça divina, apesar dos aparentes paradoxos da realidade presente.
Então, pra aprendermos isso, vamos examinar o livro de Habacuque, por isso convido os irmãos a abrirem, ou acessarem, a Bíblia de vocês em Habacuque 3.16-19. Habacuque faz parte dos chamados profetas menores, não por que ele fosse baixinho, mas porque ele faz parte daqueles profetas, na qual os livros não são tão extensos quanto os profetas maiores, e.g., Isaías (66 cap.), Jeremias (52 cap.) e Ezequiel (48 cap.). Contudo, isso não significa que o teor da mensagem dos profetas menores não seja tão importante quanto a mensagem dos maiores. E, o intuito, nesta noite, é confirmarmos isso. Então, vamos lê Hc 3.16-19:
[LEITURA DO TEXTO - ORAÇÃO]
[INTRODUÇÃO – EXPOSIÇÃO (poema/Camus]:
Em 1942, o filósofo e escritor francês, Albert Camus, afirmou em sua obra “O Mito de Sísifo”, que: [abre aspas] “Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio” [fecha aspas]. Porque o suicídio é uma coisa muito grave; a pessoa avalia o mundo, avalia a si mesma, e acha que não vale a pena viver, para ela não há sentido ou razão de existência. Entretanto, Camus estava errado.
O maior problema filosófico, o mais grave, da humanidade não é o suicídio, na verdade, o suicídio é um aspecto decorrente do real problema [filosófico da humanidade], que é o problema do mal e do sofrimento humano. Com isso, eu considero, que o poeta brasileiro Leandro Gomes de Barros foi mais feliz que Camus na sua formulação diante essa pergunta [Qual é o maior problema filosófico da humanidade]. Essa, que é uma das perguntas mais sérias, e mais difíceis de responder, muito feita por pessoas que não creem em Deus. E, é esse o tema do poema intitulado “o mal e o sofrimento”, de Leandro G. de Barros, que vai dizer:
Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?
[DESENVOLVIMENTO – FALANDO DE HABACUQUE]:
De modo poético, L.G.B demonstra possíveis questionamentos que ele faria a Deus se conversasse com ele. A sua última pergunta: “Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto?”, chega até colocar em debate a existência de Deus. Pois como é que Deus, querendo temperar o choro, por um vacilo, acabou errando na mão? Como se Deus fosse capaz de errar, a ponto dizer que a existência do mal e do sofrimento, que aflige o ser humano, aconteceu por causa de um descuido de Deus.
De modo interessante, o livro de Habacuque começa da mesma forma que o poema se apresenta, pois o profeta começa o livro fazendo questionamentos a Deus, literalmente se queixando da realidade a qual estava inserido. E, vamos ver isso ao longo do livro. Habacuque expondo as suas queixas e questionamentos e Deus apresentando a sua resposta. Onde podemos separar entre dois ciclos:
1. Ciclo de argumentação: Hc 1.1-11, onde:
a. Hc 1.1-4 vemos o questionamento de Habacuque
b. Hc 1.5-11 vemos a resposta de Deus
2. Ciclo de argumentação: Hc 1.12-2.20, onde:
a. Hc 1.12-2.1 vemos a crise do profeta
b. Hc 2.2-20 vemos a segunda resposta de Deus
E, finalmente terminando com um salmo de Habacuque no capítulo 3.
O interessante no livro de Habacuque é que:
No lugar, onde literariamente se espera uma palavra de revelação divina, da parte de Deus para o profeta, como acontece geralmente no começo de um livro profético. Surpreendentemente, encontramos o grito de desespero do profeta, a sua dor e o conflito que atinge seu coração. Logo no início do livro, Habacuque apresenta a sua queixa, sua consternação, sua reclamação; isso porque ele tem uma compreensão sobre Deus e tem a percepção da realidade, e essas duas coisas não estão batendo, provocando uma crise pessoal no profeta. Essa crise pessoal é externada em forma de queixa, de questionamento. O livro começa no v.1, dizendo:
Sentença revelada ao profeta Habacuque.” – Hc 1.1
E, logo em seguida, temos no v.2, Habacuque gritando, abrindo o seu coração, com toda a sinceridade, e exclama a Deus: DEUS... “ATÉ QUANDO?”. “ATÉ QUANDO VOU GRITAR A TI: VIOLÊNCIA!?”... “E PARECE QUE O SENHOR NÃO ME ESCUTA!”
O sentido aqui do v.2 é: “até quando gritarei a Ti: ‘Violência’, ou seja denunciarei a Ti a violência, sem que o Senhor intervenhas?”. Mas, pra que a gente possa entender o motivo pelo qual o profeta faz isso, devemos olhar para o contexto na qual ele estava inserido.
Habacuque foi profeta em Judá, reino do Sul, no séc. 7 a.C. Judá estava em um momento de crise política, social e espiritual acentuada. O avivamento e as mudanças e reformas que o rei Josias havia implementado por volta de 620 a.C, na qual o povo de Judá ficou razoavelmente alinhado com a vontade de Deus, revelada nas Escrituras, não eram mas seguidas. Então, no meio do povo que conhecia a Palavra de Deus, começou a imperar a violência, a opressão sobre os menos favorecidos e, o sistema legal já não funcionava mas como deveria.
vv.2,3 - [ler versos]: Habacuque questiona o Senhor pelo fato de Deus está tolerando a iniquidade em Judá, como se Ele estivesse a parte de tudo que estava acontecendo. A sociedade de Judá estava completamente perdida em seus próprios caminhos e desejos.
v.4 - [ler verso]: Habacuque toma à seguinte conclusão. Que diante das perguntas que feitas a Deus (no v.3) e do aparente silêncio de Javé, o profeta conclui que o motivo de tudo está acontecendo é a falta da ação punitiva e/ou salvadora de Deus, ou seja, a inação de Deus. A lei não estava sendo seguida porque havia mais ímpios na nação de Judá do que justos.
Então, diante de tudo isso, como é que a gente entende o jeito de Deus agir, quando tudo parece a pior realidade possível? Habacuque discute o problema da justiça e bondade de Deus em face do mal e do sofrimento. O Livro de Habacuque é uma introdução ao que a teologia chama de teodiceia. O profeta começa questionando a injustiça em Judá e invoca a ação divina por meio de perguntas. Habacuque fica indignado e revoltado com a situação do povo de Deus em Judá.
Resposta de Deus – Hc 1.5-11
vv. 5-11: Apresentam a resposta de Deus aos questionamentos do profeta Habacuque.
Deus responde ao profeta, dizendo que Ele, o Senhor, está ciente do que está acontecendo em Judá. E, que irá disciplinar o seu povo por conta de tudo isso que o profeta estava denunciando; a “violência... a iniquidade... os litígios... e as discórdias” [1.2,3]. Tudo seria punido! E a punição de Deus era a seguinte: Deus iria levantar uma nação inimiga, cruel e violenta para os destruir. Como vemos nos versos 5-11 [LER].
A resposta de Deus é desfavorável e, portanto, desesperadora. Às vezes, nós não entendemos certas situações que Deus permite nós passarmos:
· Nós entendemos por que Deus permite que um pai, no dia do aniversário de seu filho, perca o seu irmão mais novo. Que no dia em que comemoraria mais uma de vida do seu filho, também seria o dia em que esse pai fiaria enlutado pela morte de seu irmão.
· Nós não entendemos por que Deus permite que uma mãe, em menos de um mês, perca dois de seus três filhos.
· Nós não entendemos por que Deus permite que uma criança de 6, 7 anos fique órfã.
[contar história do estágio, entrega da mochila para a Vitória]
A crise do profeta – Hc 1.12-2.1
Agora, diante da resposta de Deus, o profeta entra em uma crise ainda mais profunda. Ele passa da indignação para a angústia. Por quê? Vamos entender o que passava na cabeça de Habacuque.
O modo pelo qual Deus iria disciplinar o seu povo, era através de uma nação ímpia. Uma nação cruel e idolatra. Olha o que ele diz:
[ LER do v.12 – 16 ]
O profeta não consegue entender o porquê que Deus está usando ímpios como disciplina para os justos. Como ele mesmo fala no v.13:
“Tu és tão puro de olhos, que não podes suportar o mal nem tolerar a opressão. Por que, então, toleras os traidores e te calas quando os perversos devoram aqueles que são mais justos do que eles?”
Habacuque entende que Deus usaria os caldeus [os babilônios] como Seu instrumento de disciplina, como vemos nos v.12. Contudo, o que não entra cabeça de Habacuque é porque Judá será destruída pelos babilônios. Para Habacuque, a destruição de Jerusalém, a destruição do templo, implicaria na derrota de Deus para marduque, o deus babilônico. É isso que não entra de jeito nenhum em sua cabeça, e isso o desespera.
Então, o profeta faz as suas duas últimas perguntas [v.17 – LER].
E, após isso, diz que irá esperar a resposta de Deus, como o vigia da torre espera o mensageiro despontar no horizonte:
Estarei na minha torre de vigia, ficarei na fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. – Hc 2.1
A crise do profeta – Hc 1.12-2.1
O profeta Habacuque se põe de sentinela a espera a resposta de Deus. E, ela vem! Deus responde ao profeta. O Senhor manda o profeta escrever a visão que ira lhe dar. Pois, ela tem um tempo determinado para se concretizar. E, ainda que ela demore, Habacuque deve esperar; pois ela “não tardará” [2.3].
E, ainda que o impiedoso esteja se regozijando na sua própria força, orgulhando-se da sua capacidade [2.4a]. O justo deve viver pela fé [2.4b]. Pois, no tempo determinado o instrumento do castigo de Judá (os caldeus – babilônios) também sofrerá julgamento por seus atos cruéis [2.6-20].
Aqueles que são intoxicados pelo orgulho irão cair em destruição. Entretanto, o Senhor declara justos aqueles que esperam por Ele, confiando humildemente em suas promessas.
[ENFIM... EXPOSIÇÃO DO TEXTO BASE]
[DESENVOLVIMENTO – TEXTO BASE]:
HABACUQUE 3.16-19
O profeta Habacuque, inspirado pela história dos atos de Deus para com Israel, se encontra pronto e cheio de regozijo para enfrentar a invasão dos caldeus; ainda que ele perca tudo, ainda assim ele irá se alegrar em Deus, ele vai se regozijar naquele que é o seu salvador.
Vamos ver a reação do profeta diante a revisão da história, quando ele levantou os principais eventos relacionados a história da nação de Israel até aquele presente momento (o êxodo, a abertura do mar vermelho, a aliança no Sinai, a conquista da terra prometida, a abertura do rio Jordão, a parada do sol). E qual foi o impacto disso, quando ele pensa na história, quando ele recapitula aquilo que Deus havia feito pelo seu povo?
v.16a – [ler verso]:
“Ouvi isso, e o meu íntimo se comoveu; os meus lábios tremeram ao ouvir a sua voz. A podridão entrou nos meus ossos, e os meus joelhos vacilaram,[...]” – Hc 3.16
[1] intimo... entranhas (a sede dos sentimentos de compaixão), o profeta se comove entranhavelmente pela iminente invasão babilônica. [2] tremeram.... de medo. [3] seus ossos perderam a força. [4] não conseguia ficar mais em pé.
Depois do profeta ter aquela visão de Deus, que Deus lhe anunciou, a invasão dos caldeus contra o seu povo e que depois haveria de punir os caldeus. Depois que Habacuque recapitular na história os grandes atos de Deus, tudo aquilo têm um efeito profundo na vida do profeta. E, essa é a reação padrão na Bíblia, quando as pessoas se veem diante da majestade, da grandeza e da santidade de Deus, elas se comovem no íntimo, seus lábios tremem, seus joelham enfraquecem, elas perdem a força.
Foi assim com o profeta Isaías, no cap. 6, quando teve a visão do trono de Deus, onde as abas das vestes de Deus enchiam o templo. Então, ele disse:
“Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” – Is 6.5
Foi assim com o profeta Daniel, no cap. 10, que ficou sem forças depois da visão que teve:
“Só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo nada viram, mas ficaram com muito medo, fugiram e se esconderam.
Assim, fiquei sozinho e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim. O meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e perdi as forças.
Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo essa voz, caí sem sentidos, com o rosto em terra.” – Dn 10.7-9
Foi assim com o apóstolo Pedro, em Lc 5, após a pesca maravilhosa:
“Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo:
— Senhor, afaste-se de mim, porque sou pecador.” – Lc 5.8
Foi assim como o apóstolo João, que estando na ilha de Patmos, teve uma visão do Cristo glorificado:
“Ao vê-lo, caí aos seus pés como morto [...]” – Ap 1.17
Essa deveria ser a reação de quando alguém tem um encontro com Deus. Muitas pessoas relatam que tiveram uma experiência com Deus, mas não vemos o tremor e o temor, o choro, o arrependimento. A proximidade de Deus deveria causar esse colapso na nossa estrutura, em vez de outra reações.
Somente esses que tremem e temem diante de Deus terão paz quando dias de angustiam vierem sobre ele.
Agora, depois de sentir em seu corpo o peso da revelação gloriosa de Deus. Habacuque está sob uma expectativa silenciosa.
Lembrem! Que Habacuque começa esse livro em crise, questionando a Deus. Mas, agora, depois de ter passado por todo esse processo, a posição e a atitude de Habacuque é outra. Deus já o havia dado uma visão de que haveria de julgar os caldeus. E, a recapitulação da história mostra o poder de Deus em salvar o seu povo e em castigar as nações ímpias.
A invasão de Judá era inevitável, vemos isso quando ele fala: “o povo que nos ataca” [v.16b].
Porém, agora, Habacuque tem plena certeza de que o mesmo Deus que suscitou [levantou] os caldeus como instrumento de disciplina, posteriormente haveria de castigá-los, porque os caldeus eram culpados por seus crimes.
Portanto, só restava a Habacuque uma atitude. Aguardar em silêncio. Tranquilamente. Aquele dia (o dia da angustia dos caldeus, que estava atacando o povo de Judá) chegar.
v.16b – [ler verso]:
“pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos ataca.” – Hc 3.16b
Deus traria juízo e angustia, a Nabucodonosor, o rei dos caldeus. Mas... isso era uma coisa ainda futura. Habacuque deveria esperar a punição dos ímpios, o castigos deles, em silêncio, tranquilamente; sabendo que de Deus é a vingança, compete a Ele aplicar a Sua justiça.
[ ... ]
Meus irmãos, que transformação na vida do profeta, não é verdade? Ele começa o livro inquieto, questionador, se queixando contra Deus [1.2]. Porém, ele termina o livro agora dizendo, que ficará tranquilo, em paz, esperando o tempo de Deus fazer as suas obras... em outras palavras, ele vai obedecer a aquilo que Deus havia dito no 2.3 [LER]... Sim! diz Habacuque. Sim, Senhor, eu vou esperar o cumprimento da sua palavra... eu vou esperar aquele dia que Deus, finalmente, haverá de fazer justiça contra os ímpios.
A CONFIANÇA QUE O PROFETA MANIFESTA DIANTE DA CRISE [3.17-19 - LER]
Depois da passagem, da declaração: "o justo viverá pela fé" [2.4], essa passagem - 3.17-19 - deve ser a mais conhecida do livro de Habacuque e, também, da Bíblia.
Aqui o profeta declara a sua plena confiança em Deus diante da invasão iminente do poderoso império babilônico, diante do qual o reino de Judá não tinha como se defender.
v.17
Primeiro, Habacuque nos dá uma descrição do que vai acontecer, quando a invasão ocorrer. LER v.16:
I. “os campos, as vinhas, os olivais... tudo vai ser tomado pelos inimigos, que vão se apossar de seus frutos. Aqui o profeta expõe a três árvores nacionais de Israel. Ele diz:
Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que a colheita da oliveira decepcione (...) – Hc 3.17s
Estas são três árvores mais conhecidas entre os judeus e que fazia parte da base alimentar e, também, da vida dos judeus. Azeite para o templo, iluminação e cozinha. Vinho para a alegria. E figos para alimento. Em outras palavras, o profeta está dizendo, que tudo aquilo que serve de subsistência para o povo judeu, haveria ser apropriados pelos inimigos. Os judeus que não fossem mortos, decorrente a invasão, e que ficassem ali não teriam o que comer naquela terra.
Ele, também, vai dizer que os rebanhos de ovelhas e gado seriam mortos e tomados pelos invasores:
(...) [ainda que] os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas desapareçam do aprisco, e nos currais não haja mais gado,(...) – Hc 3.17ss
Os campos onde gado era criado, não produzirá mas alimento para o povo e nem animais para os sacrifícios no templo. As ovelhas iriam desaparecer dos apriscos e não haveria mais gado no curral. Em outras palavras, haveria interrupção nos serviços no templo, desastre na economia, trazendo fome e doenças e, provavelmente, a morte de muitos que ficassem.
v.18
Contudo, apesar do que vai acontecer, ainda que os inimigos destruam nossa lavoura, ainda que os inimigos tomem todo o nosso rebanho, ainda que o nosso povo passe fome e necessidade, e, ainda, muitos vierem a morrer. Habacuque declara onde estará a sua alegria, a sua confiança o seu descanso:
mesmo assim eu me alegro no Senhor, e exulto no Deus da minha salvação. – Hc 3.18
O profeta, agora, neste momento, confia e se alegra em Deus. E, mesmo quando esses desastres vierem a acontecer; ele continuará se alegrando e exultando no Deus de sua salvação.
Habacuque não espera as promessas de Deus apenas de maneira resignada, de maneira estoica. Não! Ele está se regozijando em Deus porque ele sabe que o Senhor está no controle de tudo. Porque entendeu qual é o propósito de Deus, Javé está corrigindo o seu povo por amor a ele. Porque ele sabe que Deus está executando juízo contra as nações usando a Babilônia. E, porque ele sabe que a própria Babilônia sofrerá o juízo de Deus posteriormente.
Meus irmãos... nós precisamos aprender com o profeta Habacuque. Devemos aprender a lição de que: ainda que os piores desastres financeiros aconteçam, ainda que vivamos um caos político e institucional, ainda que a pandemia tire muitas vidas e prejudique a vida de muitos outros também. Ainda assim, nós devemos confiar no nosso Deus. Nós devemos descansar no nosso Deus.
Se alegrar em Deus em meio as tribulações é um ensino encontrado em todo o relato bíblico. [falar de alienação] É claro que a Bíblia não ensina o cristão a ser um hipócrita, a rir e se alegra com seu sofrimento e do próximo, pois isso seria masoquismo. Mas, significa uma alegria intima, uma paz de quem entendeu qual o propósito do mal e do sofrimento.
A razão pelo qual muitos cristãos estão angustiados, deprimidos, sofridos com tudo isso, é porque eles não conseguem confiar naquilo que a história e o relato bíblico nos diz: - Que o nosso Deus, o Altíssimo, está no controle, que Ele guia todas as coisas, que Ele tem as rédeas da história e do tempo em suas mãos. De que Ele tem uma aliança com seu povo e que a história segue um caminho livre encruzilhadas e retornos, na qual Deus irá de triunfar, como duas vezes aparece no livro de Habacuque, no 2.14 e, também, no 2.20.
v.19
Saber isso deve trazer uma paz e uma alegria interior, ainda que... ainda que... ainda que... ainda que todas essas coisas aconteçam.
Por último, a declaração do profeta de plena confiança em Deus:
O Senhor Deus é a minha fortaleza. Ele dá aos meus pés a ligeireza das corças, e me faz andar nas minhas alturas. Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas. – Hc 3.19
Aqui, Habacuque fala três coisas a respeito de Deus:
1. Deus é a sua fortaleza: Fortaleza no antigo oriente era sinônimo de segurança. A pessoa que estava sendo perseguida por seus inimigos e que conseguisse chegar em uma cidade murada, uma cidade construída sobre a rocha, uma fortaleza, ela estaria segura.
A fortaleza a qual Habacuque se abriga não é a fortaleza de Jerusalém, não no Monte Sião, sobre o qual Jerusalém estava erigida, mas na fortaleza celestial, nos braços de Deus. Deus é minha fortaleza, eu não confio em mais nada. Tudo aquilo que judeu confiava seria assolado, destruído por Nabucodonosor. Contudo, porém, Deus continuaria a ser a fortaleza do justo.
Quantos de vocês confiam na sua conta bancária, em recursos investidos, em imóveis, no plano de saúde, na ciência, na vacina, ou em outras coisas que sutilmente lhes dão uma falsa impressão de confiança a você? O que você faria se de repente tudo isso lhe fosse tirado? Habacuque disse: “Deus é a minha fortaleza, Ele é a minha fonte de confiança. Ainda que tudo me seja tirado”.
2. Deus dá aos meus pés a ligeireza das corças: Corças eram animais muito conhecidos daquela região, especialmente pelo fato de serem muito rápidos e, com destreza, conseguirem subir as encostas montanhosas e pedregosas com muita segurança e velocidade.
Habacuque diz que Deus vai fazer com que ele seja como as corças, em termos de velocidade e segurança; trilhando nessa jornada cheia de caminhos rochosos, cheia de desafios e obstáculos e, mesmo com tudo isso a frente, Deus haverá de guiar e dar forças para que seus pés não vacilem. Habacuque confia que até o final de sua vida Deus irá guiá-lo nesse caminho peregrinação.
3. Deus me faz andar nas minhas altura: Em outras palavra, acima das aflições e das angustias que haveriam de vir. Pela fé ele andaria nas alturas espirituais. Pela fé vivemos, pela fé vencemos, pela fé triunfamos.
[CONCLUSÃO]:
Meus irmãos, mesmo as pessoas mais crentes podem passar por crises de fé. Mesmo o cristão mais experiente pode passar por um momento de dúvida e de questionamento, exatamente como foi com Habacuque.
O livro começa, como já vimos, com o seu questionamento [1.2]. Habacuque estava inquieto e angustiado. Mas, ele passou por um processo que faz com que ele termine o livro da forma que acabamos de ler. Confiante em Deus. Tranquilo. Esperando o tempo de Deus agir, e, ainda, manifestando uma alegria em Deus, ainda que a realidade a sua volta possa piorar exponencialmente.
Como Habacuque passou dessa jornada de crise para um fé triunfante? A resposta é: olhando a história e recapitulando-a. Por isso o cap. 3 é importante, porque nele vemos que Habacuque olhou para o que Deus havia feito no passado e confiou que Deus é mesmo Deus de outrora, e que vai fazer nos dias de hoje aquilo que Ele fez no passado. Santificação e reconciliação.
O sofrimento não é a ausência do amor de Deus na vida do crente. Ninguém foi tão amado pelo Pai como Jesus, e ninguém sofreu como Ele sofreu.
[APLICAÇÃO]:
1. LEIA A BÍBLIA, POIS A HISTÓRIA TEM UM RUMO A SER TOMADO. E, É DEUS QUE ESTÁ COM AS RÉDEAS DELA NA MÃO.
Quando nós nos voltamos para as Escrituras, descobrimos que Deus está com as rédeas da história nas suas mãos. E, quem está conduzindo o destino das nossas vidas, não são as nações poderosas, não são os grandes impérios. O que vai determinar nossos destinos não são os movimentos políticos das grandes nações.
A crise é um tempo de oportunidade. A situação do profeta Habacuque era de desespero, de crise, de medo, de pavor, era de morte. Quando ele não encontrou uma resposta favorável para a situação política, social e espiritual de Judá; ele subiu a torre de vigia e esperou por uma resposta de Deus [2.1].
E, então, Deus abre as cortinas do futuro, e revela para o profeta que a solução não estava na força do braço humano, na política, na economia, na ciência, na vacina. A solução não estava nas mãos dos homens, mas a solução estava nas mão de Deus.
Mesmo que os recursos humanos acabem. Os recursos de Deus nunca findarão, nunca se esgotarão.
A Palavra de Deus é único meio de passarmos pelas adversidades, crises, dores e sofrimento. Deus transforma o Habacuque questionador para um Habacuque adorador.
2. A PALAVRA DE DEUS DEVE NOS LEVAR A UMA VIDA DE ORAÇÃO FERVOROSA.
Confie em Deus, não é pecado você se aproximar de Deus e abrir seu coração de forma sincera e dizer tudo aquilo que aflige você. Ore, converse com Deus. O Senhor tem muitas formas, diversas formas, de falar conosco, mas a única forma de falarmos com ele é através da oração. E, a forma de nós o escutarmos é através da Palavra.
O motivo de nós não orarmos nunca será por falta de tempo, será sempre por falta de vontade.
[ ... ]
Palavra e oração precisam andar sempre juntos.
A Palavra de Deus nos põe de joelhos. Quanto mais você conhece a Palavra, mais fervoroso na oração você deve ser. Quanto mais luz você tem na mente, mais fogo você deve ter no coração... QUANTO MAIS CONHECIMENTO DE DEUS VOCÊ TEM, MAIS DEPENDÊNCIA DE DEUS VOCÊ DEVE TER... quanto mais alto você vai no conhecimento das Escrituras, cada vez mais prostrado você deve estar diante da majestade de Deus.
3. TENHA FÉ. CONFIE EM DEUS AINDA QUE DESASTRES OCORRAM.
O livro de Habacuque nos mostra, que a fé do justo não é uma fuga para os problemas, mas é a única maneira sensata de enfrentá-los e passar por eles triunfantemente.
A Bíblia, na carta aos Hebreus, defini fé como sendo “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” [Hb 11.1]. Ou seja, fé segundo a Bíblia não é um conjunto de suposições, uma opinião e nem uma fantasia de conjecturas, mas sim a confiança naquilo que está posto sob fundamentos sólidos que descansam de modo irrepreensível.
A fé não consiste em conhecer as razões para as ações de Deus, mas considera Deus como a maior das bondades e misericórdias.
A fé agarra-se a isso contra e além de toda a razão, sentido e experiência. A fé não é apenas razão, conhecimento, intelecto, emoções e vontade, mas descansar sobre algo firme e seguro posto diante de nós, que nos encerra em limites conhecidos e seguros, a graça de Deus revelada plenamente no Filho manifestada na história.
A fé é um passo firme na certeza de que Deus está no controle de toda a história e do tempo.
Mesmo que a economia entre em colapso, mesmo que o dinheiro seja curto, mesmo que o trabalho não aconteça ou, você seja despedido, mesmo que o fruto do seu trabalho árduo não apareça. Se alegre no Deus da salvação. Habacuque não põe a sua confiança na provisão, mas põe a sua confiança no provedor. Então, faça o mesmo.
Nós podemos perder o emprego, podemos perder o dinheiro, podemos perder a nossa família, mas nós não podemos perder a fé.
A fé em Deus, a fé em Cristo Jesus, o autor e consumador de nossa fé [Hb 12.2]. Ele, que ”em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus. [Hb 12.2].
[ ... ]
Nas palavras de John MacArthur: “intimidade com Jesus envolve sofrimento, obediência, muita oração, conhecimento da Bíblia e uma vida de fé”
PORTANTO, MEUS IRMÃOS, NÃO DÁ PRA VIVER A VIDA CRISTÃ NA SUPERFICIALIDADE E NO ATIVISMO!!!!!!!!!!
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