Como esperar a volta do Senhor? (Mt 24.45-51; Mt 25.1-13)

As Parábolas de Jesus  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

O que você faria se Jesus voltasse hoje? Coloque no google e verá que é uma pergunta comum. E exatamente essa resposta que obtemos nas parábolas de hoje.
O Evangelho de Mateus compreende o ministério de Jesus, no período que antecede a sua morte e ressurreição, entre dois sermões do monte. Sim, o primeiro deles localizado a partir do capítulo cinco (Mateus 5-7), trazendo um resumo maravilhoso dos ensinamentos do Reino. O segundo no Monte das Oliveiras (Mateus 24-25), onde ele fala particularmente a seus discípulos sobre a sua segunda vinda, respondendo sobre o “o sinal que haveria da sua vinda e do fim dos tempos” (Mt 24.3).
Ao contrário do conhecido Sermão da Montanha, em que Jesus expões apenas uma breve parábola (Mt 7.24-27) ao final, aqui Jesus apresenta uma série de sete ilustrações e parábolas (Mt 24.28; 32-33; 43-44; 45-51; 25.1-13; 14-30; 32-33). Parte dessas parábolas demonstra que a volta do Filho do Homem não será sem sinais, e a outra que devemos viver de forma constantemente preparada (Mt 24.44) e vigilante (Mt 24.13). Nesse último ponto há uma sequência de três parábolas que falam sobre fidelidade dos servos de Jesus na expectativa do retorno: a dos servos bons e maus (Mt 24.45-51), a das virgens sábias e tolas (Mt 25.1-3) e dos talentos (Mt 25.14-30).
Vejamos ainda que o ambiente da parábola é o sermão profético de Jesus (Mt 24 em diante), mas o ponto para nossas parábolas é que Jesus não reponde com data e hora à pergunta dos discípulos (Mt 24.3), mas com uma advertência à fidelidade: Mateus 24.36, 42, 44, 50; Mateus 25. 13). Essa é ainda a resposta a nós sobre sua vinda: não sabemos a data, mas devemos ser encontrados fiéis até a sua chegada.
Exatamente nesse ponto Jesus conta essas duas parábolas bastante diretas aos seus discípulos mais próximos:

Exposição

Dois tipos de servos: o servo fiel e prudente (45-46) e o servo mau (48-51).
O servo fiel e prudente administra a casa para que não falte nada - ele cuida dos outros servos da casa e lhes dá alimento no tempo certo. Ele é o mesmo na presença e na ausência de seu senhor. A ausência do seu senhor lhe aguça o senso de responsabilidade, afinal, quando seu senhor retornar ele terá de prestar contas. Por não saber o dia de seu retorno, cada dia é dia de agir bem.
O servo mau não é assim. Seu verdadeiro caráter se demonstra quando seu senhor se afasta. Quando imagina que seu senhor não retorna logo lhe fortalece um senso de irresponsabilidade e ele então perde todo freio. Maltrata os conservos e negligencia o dever em função do vão prazer.
O resultado dos dois é diametralmente distinto. O servo fiel e prudente poderá viver como vive seu senhor, pois este lhe confia todos os bens (v. 47). O mau não. Será castigado e lançado no inferno junto com os hipócritas, ou seja, o servo mau é um incrédulo (v. 51).

A parábola das dez virgens (25.1-13)

Veja que o tema da preparação e vigilância segue presente, sendo a divisão entre os capítulos apenas artificial. O ponto é que devemos estar preparados para o retorno do noivo, seja ele breve ou demorado (Mt 25.5).
Não nos esqueçamos de que o retorno de Cristo será breve e, portanto, essencialmente devemos estar preparados. Nada impede o retorno de Cristo senão o próprio governo de Deus sobre a história. Mas lembremos o que nos ensina o apóstolo Pedro: 2Pe 3.8-10: “8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. 9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. 10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas”.
Sabemos que geralmente as noivas atrasam, mas aqui foi justamente o noivo. As madrinhas de casamento, solteiras como de costume, esperam também sua chegada. Devido a demora, todas dormem (v. 5). Porém, das dez apenas metade está preparada para a espera - as prudentes. As outras, chamadas de néscias ou insensatas, poderiam comprometer a beleza do banquete se usassem a reserva das prudentes. Elas também não aproveitaram a demora para se preparar.
Quando o noivo chega somente as prudentes podem acompanhar o noivo até o banquete nupcial. O noivo se irrita com o atraso das madrinhas insensatas porque a única função delas era exatamente manter a chama acessa para o cortejo do noivo pela cidade ou aldeia. O que ocorre é um insulto como o do homem negligente na festa de casamento de nossa última parábola há quinze dias atrás. E como na parábola dos dois servos, elas são chamadas de hipócritas, pois representam os incrédulos.
Como em Mateus 7.23 (e Lc 13.24-28), são todos os que praticam iniquidade; buscam os benefícios do reino e não o Rei.

Aplicações

1. Deus não está cego! Você pode até pensar isso por causa do pecado (Sl 10.11). É por isso que, às vezes, vivemos sem integridade. Fazendo coisas diferentes quando ninguém vê: quando o irmão crente não vê, quando o pastor não vê, quando o teu patrão não vê, quando teu cônjuge não vê, etc. O Senhor está presente e vê todas as coisas. Por isso, como crente, vivemos (Coram Deo) diante dele sempre em tudo que fazemos. É isso que o Senhor espera de nós. Ele sempre está presente, ele sempre vê.
Observemos ainda que as parábolas não apresentam crentes carnais, mas pessoas incrédulas. Aprendemos com Jesus que os fiéis (os crentes) e prudentes nutrem grande expectativa do retorno do noivo e, por isso, vivem de forma condizente. Temos idas e vindas em nossas vidas, momentos de frieza e avivamento, mas devemos estar alertas para viver como bons mordomos do Senhor e prontos para sua vinda. Quem não nutre o coração de esperança na calmaria afunda nos redemoinhos.
2. Faça o que você faz todos os dia, ou não! Há uma situação geralmente atribuída a John Wesley, em que supostamente lhe perguntaram: “O que você gostaria de estar fazendo quando Jesus voltar? Ele respondeu: Eu gostaria de estar fazendo o que eu faço todos os dias, pois todos os dias aguardo ansiosamente a vinda do Senhor Jesus”. Eis o ponto: como vivemos os nossos dias? É irmãos, precisamos depender da graça para mudarmos.
3. Esteja atento aos sinais da volta de Jesus e aja. Quando falamos a volta de Jesus não há espaço para tornar a expectativa algo irrelevante, como se não houvessem sinais a observar [preterismos excessivos], nem para lermos as Escrituras pelo jornal do dia, e tentarmos agendar datas [sensacionalismos]. Como diz a canção da Banda Resgate “Eu olho para os céus, já são tantos os sinais; não sei se pros meus dias ou pros meus filhos, pra todos os efeitos eu vivo preparado e em paz; estou esperando a Sua volta”
Jesus também não quer que nos amedrontemos com os tempos, mas que estes sejam alertas para nossa fidelidade e vigilância. Se vem chuva, vem trovões, mas prepara a semente e o solo pra plantar. Se vem um teste, se prepare. Se vem guerra, toca a trombeta e empunha a espada. Nossa geração nunca passou por um período tão gritante (pandemia) para que pegássemos nossas bíblias e conhecêssemos a Deus e utilizássemos nossos recursos para anunciar as boas novas de salvação em amor.
5. Lembremos que a graça traz poder! Em Tito 2.11-13 Paulo lembra que a graça nos salva também nos ensina: “11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, 12 educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, 13 aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, 14 o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”.
6. Em Cristo temos recompensa eterna de honra: participamos de seus sofrimento e também participaremos de sua glória (Rm 8.17); ele nos dará a sua vitória (Ap 3.21); reinaremos com o nosso Cristo (2Tm 2.12; Ap 20.6). É realmente maravilhoso estarmos preparados porque Jesus é o nosso bem supremo, e ele transbordará todas as nossas expectativas.
S.D.G
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