Enfrentando o Getsêmani

Evangelho de João  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 143 views

A prisão do Filho de Deus ressalta o contraste entre sua glória essencial e seu compromisso prático à missão redentora que recebera do Pai (18.1–11). Pinto, C. O. C. (2014). Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento. (J. C. Martinez, Org.) (2a Edição revisada e atualizada, p. 176). São Paulo: Hagnos.

Notes
Transcript

Enfrentando o Getsêmani

João 18.1–11 RAStr
1 Tendo Jesus dito estas palavras, saiu juntamente com seus discípulos para o outro lado do ribeiro Cedrom, onde havia um jardim; e aí entrou com eles.2 E Judas o traidor, também conhecia aquele lugar, porque Jesus ali estivera muitas vezes com seus discípulos.3 Tendo, pois, Judas recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas.4 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais?5 Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles.6 Quando, pois, Jesus lhes disse Sou eu, recuaram e caíram por terra.7 Jesus, de novo, lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o Nazareno.8 Então, lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes;9 para se cumprir a palavra que dissera Não perdi nenhum dos que me deste.10 Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco.11 Mas Jesus disse a Pedro: Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?
O glorioso Filho de Deus começa agora a Sua Paixão. Ele já preparara os discípulos para a missão e agora iria enfrentar o que estava reservado para Ele desde antes da fundação do mundo.
O local que fora palco de tantos momentos agradáveis entre os discípulos seria marcado para sempre como o lugar da prisão e do abandono de Jesus. Antes de enfrentar a fúria do inimigo ele queria contemplar a face do Seu pai, em oração.
Nesta noite de terror intenso, o suor em sangue do criador do mundo já era vertido apontando para o fatídico fim de humilhação, sofrimento e separação. Separação, sim, não dos discípulos, mas do próprio Pai. O bendito Filho estava para atrair sobre Si mesmo o pecado do mundo inteiro e experimentar a justa ira de Deus Pai na sua própria carne. Tudo isso Jesus fez por amor e tudo isso o Pai fez, estando Ele em Cristo.
A noite no Getsêmani (prensa de azeite) foi marcada por grande tristeza, solidão, oração, mas também por conforto celestial.
O que aprendemos no Getsemani de Jesus? Aprendemos nos Getsemanis da vida que muitas vezes seremos conduzidos a momentos de:
Forte resolução (Jo 18.1-2)
Jesus para para o Getsêmani, mesmo sabendo que Judas conhecia bem aquele lugar.
"Jesus não faz nenhuma tentativa de ocultar-se dos seus inimigos, mas vai para o lugar onde Judas normalmente podia esperar encontrá-lo" (F.F.Bruce).
Jesus não fugiu dos desígnios eternos que Deus tinha reservado para Ele. Ele sabia que tudo precisava acontecer para se cumprir as Escrituras (Mc 14.49)
D. A. Carson disse que: “Jesus não é um mártir, e sim um sacrifício voluntário, obediente à vontade de seu Pai”.
Na hora da sua prisão ele não se escondeu, mas adiantou-se e perguntou a quem buscavam. Ele sabia que o Pai e não os inimigos estava no controle da situação. Ele podia estar triste e abatido, mas ainda assim demonstrou sua autoridade a ponto dos soldados recuarem e se prostarem (Jo 18.6)
Intensa oração (Lc 22.40-46)
O propósito da oração (Lc 22.40,46)
A forma da oração (Lc 22.41)
Sozinho
De joelhos
O conteúdo da oração (Lc 22.42)
Submissão à vontade do Pai.
Apesar de se submeter ao Pai o Filho apresenta a Ele o desejo de não enfrentar o que estava por vir (Mt
É somente na presença de Deus que colocamos abertamente aquilo que não falamos na frente dos homens (Jo 18.11; Mt 26.53-54)
A oração não deve ter como objetivo mudar a vontade e os decretos de Deus, mas de se ajustar a eles.
Warren Wiersbe traz à baila que a história da humanidade começou em um jardim, onde o homem cometeu seu primeiro pecado. O primeiro Adão desobedeceu a Deus e foi expulso do jardim, mas o último Adão mostrou-se obediente ao entrar no jardim de Getsêmani. Dias Lopes, Hernandes. João (Comentários expositivos Hagnos) (p. 438). Editora Hagnos. Edição do Kindle.
A intensidade da oração (Lc 22.44; Hb 5.7)
Quanto maior a agonia, maior a intensidade da oração.
A constância da oração (Mt 26.39,42,44)
Jesus orou três vezes repetindo as mesmas palavras.
Profunda contrição (Mt 26.37-38;
O sentimento de tristeza não alcança somente os pecadores. O Santo Filho de Deus sentiu intensa agonia e seu suor se tornou como gotas de sangue, caindo sobre a terra.
Ele tinha comunhão com o Pai, mas estava triste;
Ele conhecia a vontade do Pai e o que Lhe aguardava depois do sacrifício, mas estava triste;
Ele sabia que teria que beber o cálice amargo da ira de Deus, mas que seria recebido nos céus e assumiria a mais alta posição de honra, mas estava triste.
Ele sabia que seria abandonado e que mais tarde reuniria todos os discípulos novamente, mas estava triste.
A tristeza de Jesus não estava em saber que seria abandonado, julgado, cuspido, açoitado e crucificado. Sua intensa agonia era saber que se faria pecado em nosso lugar. Que a face bendita do Pai se voltaria não em favor dele, mas contra Ele e que experimentaria a Sua ira. Por um momento a comunhão eterna da santíssima trindade seria abalada. Deus Pai não apenas não estaria com o Filho, mas contra Ele.
Profunda solidão
Seus discípulos não puderam vigiar com Ele e por Ele, mesmo sabendo que Ele estava em agonia (Mt 26.38).
Por três vezes Jesus os encontrou dormindo (Mt 26. 40,43,45)
O filho da perdição não apenas abandonou Jesus, mas seguiu com seu plano diabólico de traí-lo.
"Charles Erdman tem razão ao dizer que Judas Iscariotes é simplesmente um exemplo da pessoa que acaricia um pecado habitual, cede a uma paixão má e, mesmo diante de advertências e apesar da luz abundante que possui, chega a odiar essa luz a ponto de tomar posição ao lado dos inimigos de Cristo".
William Hendriksen diz que, para o ato mais infame que já se cometeu, Judas escolheu a mais sagrada das noites (a da Páscoa), o lugar mais sagrado (o santuário das devoções do mestre) e o símbolo mais sagrado, um beijo!
Judas vai com uma escolta de aproximadamente 600 homens, mais os alguns guardas do templo com Tochas e lanternas em busca da luz do mundo! Espadas e porretes para subjugar o Príncipe da Paz!
Grande consolação (Lc 22.43a)
A Palavra que consola precisou ser consolada.
Deus não mandou 72 mil anjos para livrar Jesus da morte, mas enviou um anjo para o consolar, para O encorajar a permanecer firme na missão.
Comentando sobre a prisão e a traição de Jesus, John MacArthur diz que João apresenta quatro proeminentes aspectos da majestade e glória do nosso Salvador:
1) a suprema coragem de Cristo (18.1-4);
2) o supremo poder de Cristo (18.4b-6);
3) o supremo amor de Cristo (18.7-9);
4) a suprema obediência de Cristo (18.10,11).
Dias Lopes, Hernandes. João (Comentários expositivos Hagnos) (pp. 436-437). Editora Hagnos. Edição do Kindle. apud MACARTHUR, John. The MacArthur New Testament commentary – John 12-21, p. 305-312.
Related Media
See more
Related Sermons
See more