A Carta de Jesus a Éfeso

Apocalipse - Igrejas  •  Sermon  •  Submitted
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ÉFESO - AMOR E SERVIÇO - Ap.2.1-7

INTRODUÇÃO
Éfeso era a principal cidade da Ásia. Possuía o porto mais importante de toda a Ásia Menor. Dela saíam cristãos para alimentar os leões de Roma (Rota dos Mártires).
Hoje, essa Metrópole do passado é um monte de ruínas; o Rio Caister encheu o porto com lodo, de maneira que a cidade se tornou um pântano de juncos.
Há muitos indicadores de que Éfeso seria a mãe e tutora das demais seis igrejas.
Éfeso era um centro religioso de culto pagão: adoração a Roma e seus imperadores; sede do culto à deusa Diana ou Ártemis (At.19.35), em um templo que era considerado como uma das maravilhas do mundo antigo.
A Igreja de Éfeso foi fundada na terceira viagem missionária de Paulo (3 anos lá), dirigida posteriormente por Áquila e Priscila, e depois por Timóteo nos anos 60 d.C. (At.18.18,19 e 1Tm.1.3).
A Igreja deveria tomar conhecimento de tudo o que o Senhor disse a João. Também nós temos essa responsabilidade. É bênção transmitir o que recebemos. (veja 1Co.11.23)
Jesus instruiu João a escrever uma pequena carta endereçada ao pastor da igreja em Éfeso. Poderíamos chamar essa igreja de igreja-mãe na província da Ásia. Talvez os judeus dessa província, tementes a Deus, que voltaram da visita de Pentecostes a Jerusalém (At 2.9) tenham sido os primeiros crentes (discípulos, At 19.1) em Éfeso. Paulo e seus auxiliares chegaram a Éfeso para pregar e ensinar as doutrinas de Cristo. A igreja em Éfeso era considerada líder na província da Ásia e, por isso, foi a primeira entre as sete igrejas a receber uma carta. (Kistemaker, S. (2014). Apocalipse. J. Hack, M. Hediger, & M. Lane, Trads. 2a edição, p. 152). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.)
Jesus mandou João escrever as coisas que ele via (O Cristo Excelente), que estavam acontecendo (nas 7 igrejas) e as que viriam a acontecer (arrebatamento da igreja, tribulações, estabelecimento do milênio, julgamento final e estabelecimento eterno do Reino de Deus numa nova realidade - sem pecado, dor ou morte).
As SETE igrejas da Ásia representam as diversas situações pelas quais vivem as igrejas cristãs ao longo da história - cada uma com suas virtudes (a serem mantidas) e defeitos (a serem corrigidos). São elas as igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
O que podemos aprender com a Igreja de ÉFESO?
Desenvolvimento
Qualidades - Ap.2.2,3 - Jesus destaca três grandes virtudes da igreja de Éfeso, dignas de serem imitadas:
1. Era uma igreja fiel na doutrina (Ap.2.2–3,6). Mesmo cercada por perseguição e mesmo atacada por constantes heresias, essa igreja permaneceu firme na Palavra, contra todas as ondas e novidades que surgiram. Jesus já alertara sobre o perigo dos lobos vestidos com peles de ovelhas (Mt 7:15). Paulo já havia avisado os presbíteros dessa igreja sobre os lobos que penetrariam no meio do rebanho e sobre aqueles que se levantariam entre eles, falando coisas pervertidas para arrastar atrás deles os discípulos (At 20:29–30). Agora os lobos haviam chegado. A igreja de Éfeso estava enfrentando os falsos apóstolos que ensinavam heresias perniciosas (Ap.2:2).
2. A igreja de Éfeso tinha discernimento espiritual. Tornou-se intolerante com a heresia (2:2) e com o pecado moral (2:6). “A igreja separou-se das falsas doutrinas e das falsas obras”. Os Nicolaítas, (destruidores do povo), pregavam uma nova versão do Cristianismo; pregavam um evangelho liberal, sem exigências e sem proibições; queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do mundo; incentivavam os crentes a comer comidas sacrificadas aos ídolos; ensinavam que o sexo antes e fora do casamento não era pecado; acabavam estimulando a imoralidade. Mas a igreja de Éfeso não tolerou a heresia e odiou as obras dos Nicolaítas. (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer (1a edição, p. 61–62). São Paulo: Hagnos.)
2. A igreja de Éfeso era envolvida com a obra de Deus (2:2). Ela não era apenas teórica, ela agia. A palavra grega para “obra” descreve o trabalho que faz suar, trabalho duro. John Stott afirma que os crentes de Éfeso eram engajados e não meramente expectadores. A congregação se envolvia, não era apenas um auditório. A igreja não vivia apenas intra- muros. Não se deleitava apenas em si mesma. Não era narcisista. Por meio dela o evangelho espalhou-se por toda a Ásia Menor.
Jesus pode dizer o mesmo a nosso respeito? Temos sido uma igreja operosa? Você tem sido um ramo frutífero da Videira Verdadeira? Você tem sido um membro dinâmico do Corpo de Cristo? (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer 1‍a edição, p. 63–64. São Paulo: Hagnos.)
3. A igreja de Éfeso era perseverante nas tribulações (2:2–3). Ser crente em Éfeso não era moleza. Lá ficava um dos maiores centros do culto ao imperador. Muitos crentes estavam sendo perseguidos e até mortos por não se dobrarem diante de César. Outros estavam sendo perseguidos por não adorarem a grande Diana dos Efésios. Outros estavam sendo seduzidos a cair nos falsos ensinos dos falsos apóstolos. Mas, os crentes estavam prontos a enfrentar todas as provas por causa do nome de Jesus. Eles não esmoreciam.
Permanecemos fiéis quando somos perseguidos, provados e seduzidos? Hoje muitos crentes querem a coroa sem a cruz. Querem a riqueza sem o trabalho. Querem a salvação sem a conversão. Querem as bênçãos de Deus sem o Deus das bênçãos. A igreja contemporânea prefere ser reconhecida pelo mundo a ser conhecida no céu. A igreja perdeu a capacidade de denunciar o pecado. Esquemas de corrupção já estão se infiltrando dentro das igrejas. Já temos igrejas empresas. A igreja está se transformando em negócio familiar (seriado Green Leaf). O púlpito se transforma num balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Pastores com ares de super-espirituais já não aceitam ser questionados. Estão acima do bem e do mal. Estão acima dos outros e até da verdade. Consideram-se os “ungidos” que ouvem a voz direta de Deus. Nem precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente para a sua própria destruição. (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer 1‍a edição, p. 64–65). São Paulo: Hagnos.)
Qual era o Problema de Éfeso? - Ap. 2.4 - A igreja de Éfeso se preocupava com as doutrinas e vida administrativa, mas era deficiente na prática da piedade e do exercício do amor. O Senhor tinha ensinado que o amor mútuo devia ser a marca que identificasse a comunhão dos cristãos (Jo.13:35). Os convertidos de Éfeso tinham experimentado este amor nos primeiros anos de sua nova existência; mas a luta contra os falsos mestres, e seu ódio por ensinos heréticos parece que trouxeram endurecimento aos sentimentos e atitudes rudes a tal ponto que levaram ao esquecimento da virtude cristã suprema que é o amor.
Pureza de doutrina e lealdade não podem nunca ser substitutos do amor. Abandonamos o nosso primeiro amor, quando substituímos o amor a Jesus por qualquer outro cuidado. Uma esposa pode ser fiel ao seu marido sem amá-lo com toda a sua devoção. Ela pode cumprir com os seus deveres, mas não motivada por um profundo amor. Assim era a igreja de Éfeso. (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer (1a edição, p. 65–66). São Paulo: Hagnos)
Qual foi a Recomendação? - ler Ap.2.5. Não basta saber que é preciso arrepender-se. É necessário pôr em prática o que se aprende. O filho pródigo começou sua restauração quando se lembrou da casa do pai, mas a concretizou quando voltou à casa do pai. Precisamos voltar ao primeiro amor (a Jesus e aos nossos irmãos). Como está nosso relacionamento com nossos irmãos?
Hoje muitas igrejas também estão sendo removidas do seu lugar. Há templos se transformando em museus. Candeeiros que são tirados do seu lugar, porque não têm luz e não têm luz porque não têm amor. Fica o alerta às igrejas que não amam: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (1Co.13.1–3). (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer (1a edição, p. 69). São Paulo: Hagnos)
E qual o Prêmio? - Ap.2.7 - No meio da igreja há sempre um remanescente fiel. Esses são os vencedores. Eles rejeitaram as comidas sacrificadas aos ídolos oferecidas pelos Nicolaítas, mas agora se alimentam da Árvore da Vida.
A Árvore da Vida fala de vida eterna. Vida eterna é conhecer a Deus e Deus é amor. Viver no paraíso e fruir de seus frutos significa comunhão com o Senhor do paraíso. O céu só é céu, porque lá é a Casa do Pai, e Ele é amor. Lá vamos desfrutar desse amor pleno e abundante do Noivo. A recompensa do amor é mais amor na perfeita comunhão do céu. Que você tenha ouvidos para ouvir a voz do Espírito. (Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer (1a edição, p. 69–70). São Paulo: Hagnos).
CONCLUSÃO
O grande tema dessa primeira carta é: SERVIÇO e AMOR (Ap.2.2,3)
a) Serviço comprometido com Deus e sua Verdade. Sem compromisso com terceiros que não tenham vínculo com o Reino (Nicolaítas - pessoas que, membros da igreja, mantinham vínculos e compromissos com práticas pecaminosas (festas pagãs e frouxidão moral).
b) Quanto ao AMOR - este é o fio condutor de toda a Bíblia. Sem AMOR nada dá certo (1Co.13.1-3). O AMOR é o grande mandamento (Mt.22.36-40).
A carta encerra dizendo: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o espírito diz às Igrejas."
O Espírito diz às IGREJAS (plural; não somente a Éfeso). Fala à nossa Igreja.
Temos prestado um serviço de qualidade? Temos amado uns aos outros?
Mq.6.7,8 resume bem o recado de Deus para nossa Igreja - prática da JUSTIÇA; ser MISERICORDIOSO; andar HUMILDEMENTE com Deus.
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