A paciência em tempos de crise

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A paciência em tempos de crise

Introdução (ilustração):
Contextualização:
Tiago (meio-irmão de Jesus) escreveu esta carta, provavelmente no ano de 44 d.C, em Jerusalém, antes de morrer como mártir, em 62 d.C.
Os leitores eram judeus cristãos, tendo em vista que a carta é claramente destinada “às doze tribos que se encontram na Dispersão” (1.1). O termo doze tribos é uma referência bíblica a Israel deve ser entendida de forma figurativa, e não literalmente. Tiago se dirige a representantes dessas 12 tribos que, pela obra de Cristo, são agora o novo Israel.
Esses cristãos judeus foram dispersos entre as nações. Depois da morte de Estevão, a igreja de Jerusalém foi dispersa pela Judéia, Samaria (At 8.1) e até mesmo em lugares distantes.
Eles estavam vivendo em pobreza enquanto eram empregados por abastados donos de terras, que os exploravam.
Alguns deles eram comerciantes, mas todos passavam por dificuldades. Tiago ministrou às suas necessidades ao escrever-lhes uma carta pastoral. Tiago, apresenta uma série de exortações e diversas admoestações que refletem uma ênfase ética, e não doutrinária.
Está interessado em proclamar o evangelho de Cristo não tanto em termos de sua pessoa, mas em termos práticos e com aplicações éticas de seus ensinamentos.
Um possível esboço:
1.1–27 Perseverança
2.1–26 Fé
3.1–18 Controle
4.1–17 Submissão
5.1–20 Paciência
Diante dessa realidade dessa realidade que igreja vivia na época de Tiago gostaria de meditar no seguinte tema:
A paciência em tempos de crise
Significados:
original hebraico (virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma) e grego (força, resistência inabalável)
Capacidade de sofrer ou suportar com calma e sem reclamar (2 Co 1:6).
A qualidade de tolerância e domínio próprio, visto em especial na disposição de esperar em Deus para Ele agir e nos relacionamentos pessoais.
E o primeiro indício de que os cristãos necessitam de paciência em meio a crise é
A paciência pressupõe um processo (7-8)
Nos versículo 7 o autor usa a conjunção “pois” “portanto” liga a ordem de ser paciente aos versículos anteriores, o que até aqui foi dito contra os ricos que arrogantemente e cruelmente dominavam sobre os pobres, imediatamente ele adiciona que nós, que somos injustamente oprimidos, temos esta razão para nutrir paciência: porque Deus viria a ser o Juiz.
Num certo sentido, Tiago retoma o tema com o qual começou a epístola: “Considerem uma alegria absoluta, meus irmãos, sempre que vocês enfrentarem tribulações de muitos tipos” (1.2).
Pois isto é o que ele tem em mente quando diz: até a vinda do Senhor, isto é, que a confusão das coisas que ora se vê no mundo não será perpétua, porque o Senhor, em sua vinda, reduzirá as coisas à ordem, e que, portanto, nossa mente deve nutrir boa esperança;
Este é mais um fator apresentado por Tiago que nos mostra que a paciência requer um processo, pois ele associa com a volta do Senhor (v.7,8), ou seja, até o Senhor voltar ainda vamos passar por várias provações, pois não sabemos quando ele vai voltar, mesmo q pra eles era algo iminente. Contudo, já se passaram mais de 2 mil anos e Ele ainda não voltou.
Qual é a sugestão de Tiago? para mantermos pacientes até Jesus voltar e fazer justiça, etc
Usa a figura do agricultor, do lavrador da terra menciona a paciência cotidiana do lavrador, que, depois de haver confiado a semente à terra, confiantemente, ou, pelo menos pacientemente, aguarda até que chegue o tempo da ceifa; tampouco se irrita porque a terra não produz imediatamente fruto maduro.
A topografia da terra santa apresenta muitos desafios para a agricultura devido a sua região montanhosa, vales, aclives, etc. Os agricultores plantavam seus grãos preciosíssimos no início da estação das chuvas e colhiam no final.
Com o início das “primeiras chuvas” em novembro, os agricultores começavam a arar os campos preparando-os para a semeadura dos grãos. A semeadura prosseguia até janeiro, quando ocorria a “plantação serôdia”. ita . As chuvas diminuíam em abril, quando a cevada começava a amadurecer com a colheita alcançando sua plenitude em maio. Depois da colheita da cevada, os homens começavam a colheita do trigo, que se estendia até junho.
Essa ilustração do agricultor é perfeita! Tempo, preparo e paciência: é um processo!
Precioso colheita/fruto. Ele o chama precioso, porque é a nutrição da vida e o meio de sustentá-la.
Aplicação: vivemos uma realidade em que as pessoas não estão tão dispostas a esperar os processos da vida, principalmente esperar com paciência (salmo 40); Somos dominados pelo imediatismo que gera ansiedade e impaciência;
o conselho de Tiago é para fortacelermos o nosso coração! Mantermos firmes!
Nesse processo, nosso coração precisa ser fortalecido no Senhor, em Sua Palavra! Sede sóbrios, busquem discernimento! Pois a vinda do Senhor está próxima!
A paciência molda os relacionamentos (9)
Já no v 9 (parece solto no texto) encontramos fazendo uma advertência contra a impaciência (ler);
Vamos lembrar que as pessoas às quais Tiago se dirige vivem em situações de opressão que os leva a perder a paciência com aqueles que os privam da satisfação de suas necessidades básicas.
Ele sabe que estão murmurando de membros da comunidade cristã. Com o tempo, tornam-se irritáveis para com aqueles que compartilham de suas misérias.
Em tempo de crise, é normal surgir problemas de relacionamento em que o queixoso encontra falhas em seu próximo, culpa-o pelos problemas que tanto ele quanto seu próximo têm que suportar e julga-o injustamente.
Isso pode acontecer no relacionamento familiar (a grande família); marido e mulher (geralmente são brigas que começam com situações pequenas); relacionamento com amigos e no trabalho; mas aqui no texto tá falando de irmãos de igreja (como em todas as outras instituições o ambiente de igreja está sujeito a contendas por causa de queixas e murmurações);
Ele alerta pois podemos ser condenados/julgados. Ele havia dito isso no cap 4.11-12: Irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão, fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está se colocando como juiz. 12 Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?
Quem nos julga é o próprio Deus! O comentário de Tiago é uma palavra de advertência para o queixoso impaciente e uma palavra de conforto para aquele que mantém os olhos da fé fixos em Jesus.
Portanto, vamos permitir que Deus molde os nossos relacionamentos mesmo em tempos de crise, de tribulação, necessidade;
A paciência resulta na ação de Deus (10-11)
A partir do v.10 Tiago passa a dar mais alguns bons exemplos de paciência do AT, que os leitores conheciam muito bem.
Sempre se dirigindo a eles de maneira terna, afetuosa, amorosa “irmãos”, ele cita como modelo de paciência no sofrimento, 1° os profetas que falaram em nome do Senhor;
Os profetas era a classe mais sofrida pois eles tinham que profetizar/denunciar o pecado as injustiças das nações, bem como os reis e imperadores; (Elias, Daniel, Jeremias);
E eles foram pacientes na tribulação e esperaram na promessa de Deus;
No v.11 ele acrescenta “nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança ouvimos ecoar uma das bem-aventuranças de Jesus: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de nós” (Mt 5.11,12). Tiago supõe que seus leitores conheçam essas palavras de Jesus.
Aqui temos o primeiro sinal de que o exercício da paciência por parte do cristão resulta na ação de Deus: a bem-aventurança/felicidade;
Ele cita mais um exemplo: “Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó”. Ele é conhecido por sua firmeza, ou seja, sua fé perseverante que triunfou no final mesmo que Jó houvesse mostrado momentos de impaciência;
Qual foi o resultado de sua firmeza em Deus? “o fim que o Senhor lhe proporcionou”, ou seja, Deus abençoou Jó por causa de sua fé perseverante, paciência em Deus. O resultado foi a ação de Deus!
Sejamos perseverantes na fé em Deus, em suas promessas, no caminho dele, em obediência. E não só isso, sejamos perseverantes mesmo em meio as dificuldades da vida, saibamos esperar em Deus, pois certamente tudo isso vai resultar na ação dele;
Qual é a nossa segurança de disso?
Tiago finaliza dizendo que “O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia”
Aqui ele recorre tanto a passagens do AT que confirmam essa verdade:
SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade (Êx 34.6).
O SENHOR é misericordioso e compassivo, longânimo e assaz benigno (Sl 103.8)”
Ele cria uma expressão em grego que não aparece em nenhuma outra parte do Novo Testamento. Ele diz: “O Senhor é cheio de terna misericórdia”. Deus é mais do que compassivo, ele é cheio de terna misericórdia.
Ele é profundamente tocado pela pessoa que necessita de ajuda. a compaixão é sinônimo de misericórdia. A misericórdia se estende sobre o ser humano e é recebida por ele. A misericórdia tem um caráter externo: ela vai ao encontro do ser humano.
Tiago exorta os leitores a imitarem os profetas, lembrando-os da perseverança de Jó, e os ensina sobre o amor e a misericórdia abundantes de Deus. Sua mensagem é: Deus os sustentará.
Deus concede misericórdia ao ser humano por causa da morte sacrificial de Jesus Cristo, mas não é somente por meio do perdão dos pecados que o homem recebe misericórdia. Deus estende sua misericórdia sobre ele na forma de ajuda em tempos de necessidade.
Tema:
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