Em defesa do Evangelho

INTRODUÇÃO

A História da Igreja Cristã foi marcada por embates teológicos com o fim de preservar a vida e a pureza da igreja, bem como a verdade do Evangelho;

Uma das figuras mais notórias foi São Nicolau, que deu uma bofetada em Ário por este defender que Cristo era um ser inferior ao Pai em sua divindade;

Quantos embates teológicos acontecem no meio cristão, especialmente no ambiente virtual. Como de fato defender o Evangelho de Cristo diante dos falsos ensinos? Seria tomando uma atitude radical como a de São Nicolau?

No texto em exame, Paulo se dispôs a ir para Jerusalém a fim de esclarecer uma controvérsia que vinha prejudicando a igreja e a exposição do Evangelho - a controvérsia dos judaizantes;

Seria o evangelho de Paulo diferente daquele recebido pelos líderes da igreja em Jerusalém? Como Paulo nos ensina sobre a defesa do envangelho nessa passagem?

I. EXPONDO O CONTEÚDO DO EVANGELHO (vs.1-3a)

Paulo continua o relato da defesa de seu apostolado;

Barnabé o acompanhou em sua disputa com os judaizantes quanto à questão da circuncisão (Atos 15.1);

Tito era uma prova de que o Evangelho havia chegado a um gentio (não judeu) - 2Co 2.13;

Paulo foi guiado por uma revelação - não se sabe se por ele mesmo ou por algum outro irmão, ou mesmo uma impressão espiritual acerca da situação das igrejas;

O desejo de Paulo era expor aos líderes da igreja o conteúdo de sua mensagem, ao longo de suas viagens missionárias, depois da última visita à igreja de Jerusalém;

Aos que pareciam ter maior influência aqui não exprime um tom de desdém, mas de respeito - entendendo que Deus não trata ninguém com parcialidade;

Correr em vão - essa expressão nos mostra não que Paulo estivesse temeroso quanto ao parecer dos líderes da igreja de Jerusalém sobre sua mensagem, mas para assegurar que era a mesma mensagem ensinada pelos considerados colunas, os ilustres da igreja - visando o bem e a unidade da igreja;

Aplicações:

A importância da exposição do evangelho, do verdadeiro ensino dissipa o erro e exalta a verdade de Deus;

A exposição do evangelho deve ser feita em busca da promoção da verdade, do bem da igreja e não da nossa vaidade. Como você se dispõe a fazer isso nas redes sociais?

II. RESISTINDO AO FALSO ENSINO E AOS FALSOS CRISTÃOS (vs. 3b-5)

A questão da circuncisão

Um grupo de falsos cristãos, agindo secretamente no meio da igreja, infiltrou-se no trabalho de Paulo e Barnabé para sondá-los quanto as questões relativas a tradição judaicas - verficando se ele estava de fato circuncidando os não judeus;

Tito não foi obrigado a se submeter à circuncisão, de acordo com a lei judaica, pois os líderes entenderam que isso já não se fazia mais necessário, porém os falsos cristãos apelavam que ele deveria ser submetido a tal prática;

Destacar a palavra “espreitar” - investigar secretamente;

Liberdade em Cristo - diz respeito à liberdade de cumprir determinadas tradições da lei;

Escravidão - voltar à prática da circuncisão seria o mesmo que nos colocar sob o jugo de escravidão da lei.

Paulo, Tito e Barnabé não se submeteram a esse ensino mas tiveram grande contenda com aquelas pessoas quanto a essa questão

O propósito era o de manter a verdade e a unidade da igreja - para que os irmãos não se desviassem do verdadeiro ensino para a mentira propagada pelos falsos mestres;

O objetivo não era uma guerra de argumento, mas manter a pureza do evangelho na igreja;

Aplicações

Resistir aos falsos ensinos significa não se submeter às mentiras impostas por falsos cristãos dentro da igreja para que a igreja não seja enganada. Não se trata de um embate físico, como fez São Nicolau, mas manter-se cativo à verdade;

Lutero deu esse exemplo quando inquerido pela Dieta de Worms a refutar como mentira tudo o que havia escrito e pregado contra os erros cometidos pela ICAR:

“A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.” Martinho Lutero

A tua mente está cativa ao Evangelho? É por ele que você se posiciona bravamente?

III. SERVINDO UNS AOS OUTROS PORQUE FOMOS CHAMADOS EFICAZMENTE PELA DA GRAÇA DE DEUS (vs. 6-10)

Os líderes da igreja em Jerusalém reconheceram o chamado e o ministério de Paulo

Deus não julga ninguém com parcialidade - mesmo sendo líderes da igreja, ter visto Jesus pessoalmente em seu ministério terreno, isso não os tornava menos humanos; na igreja todos são chamados para servir igualmente. Cristo ensinou isso aos 12 e a Paulo;

Os líderes concordaram com toda a exposição de Paulo quanto ao seu ministério e pregação entre os gentios;

A graça que chamou eficazmente a Pedro também chamou a Paulo e os direcionou para públicos e regiões distintas, porém a mensagem de ambos é a mesma: as boas novas de salvação em Jesus Cristo;

A graça do Evangelho de Jesus promove verdadeira comunhão em pessoas distintas, propósitos distintos, nacionalidades distintas - antes de tudo, somos cristãos, por isso somos um só povo.

As colunas da igreja - para se referir aos notáveis, ou ilustres Pedro, João e Tiago

A destra da comunhão - concordância mútua;

A preocupação com os mais pobres

A operação da graça redunda em frutos que são visto no auxílio aos pobres - pregação e prática andam juntas na vida da igreja

Aplicações:

Na igreja de Jesus Cristo não deve haver espaço para rivalidade. Todos somos chamados para servir uns aos outros na operação da graça. Cada um possui dons diferenciados, mas todos somos um povo chamados eficazmente por Deus para sua propriedade exclusiva. Se temos divergências secundárias, essas não devem tomar o lugar da mensagem de Jesus Cristo. Somos o povo da boa nova que transforma a vida das pessoas. O quanto você tem partilhado dessa boa nova durante essa pandemia?

Com relação aos pobres, o quanto temos nos esforçado para aliviar as necessidades daqueles que passam por privações? Esse quadro aumentou grandemente nessa pandemia. O que podemos fazer em relação a isso?

CONCLUSÃO

Defender o evangelho de Jesus implica em exposição, resistência e serviço. Expor o conteúdo das Sagradas Escrituras para a promoção da verdade; resistir aos falsos ensinos para preservação da igreja de Cristo; e serviço humilde um para com o outro, entendendo nosso chamado pela graça de Deus.