ELE, A PATROA E A SERVA
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Veremos hoje duas famílias, em que uma vivia na Síria, possivelmente na capital Damasco, e outra em Israel, na capital Samaria. A família da Síria era influente, respeitada e admirada por todos, pois o chefe da casa era alguém que faltava adjetivos para descrevê-lo. Poucas pessoas na Bíblia foram apresentadas com uma lista tão vasta de positividade. Ele era um homem de grande valor, que amava sua esposa, e essa nutria grande orgulho por ele. A família de Israel pouco se sabe sobre ela. O que se sabe, é que essa família foi vítima de um rapto, e tiveram sua filha levada para Síria, para ser serva na casa da influente família citada acima. Assim, o cenário está completo com um casal em uma casa grande, em companhia de uma serva de Israel, extremamente dedicada. Hoje falaremos um pouco sobre
ELE, A PATROA E A SERVA - Quando o sofrimento gera cura
Nosso texto está em
Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o Senhor dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso. Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. Então, foi Naamã e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel.
Naamã comandava o exército do rei, tinha total autoridade sobre os soldados, além de total confiança do rei. Certamente era um homem religioso, e que adorava muitos deuses pagãos, mas era usado pelo Deus de Israel, quando esse entregava Seu povo nas mãos inimigas da Síria, para disciplina. Naamã era um herói de guerra. Quantas pessoas na Bíblia são identificadas como heroínas? Golias, Davi, o próprio Deus e Naamã. Tudo isso nos mostra o prestígio desse homem em todo território Sírio e circunvizinho. Mostra-nos também a segurança que levava à sua orgulhosa esposa.
Mas uma visita inesperada chegou naquela casa. O fantástico herói, condecorado comandante, foi alvejado por uma flecha venenosa, capaz de derrubar até o mais influente personagem daquela região. Naamã foi acometido de uma doença terrível na pele, que era contagiosa e o obrigava a se isolar. Da porta pra fora, era herói, mas a realidade da porta pra dentro, era de um homem doente, sem esperança de cura.
Havia muita disputa nas fronteiras da Síria e Israel, e em uma dessas investidas Sírias eles levaram cativa uma menina. Vítima de um ataque cruel, foi arrancada do convívio dos pais, que espero não tenham sido mortos na invasão. Foi levada para viver da porta pra dentro da família de Naamã, o comandante do exército. Agora temos ele, sofredor por causa da doença, a patroa, sem rumo em meio ao sofrimento do marido, e a serva, carregada de tristeza por estar em terra estranha.
O QUE ESSE NINHO DE SOFRIMENTO TEM A NOS ENSINAR?
Eu gostaria muito de não falar sofre sofrimento. Gostaria muito de ser um porta-voz da alegria, da esperança, do otimismo, da vida. Mas eu sou um pregador do Evangelho, e no centro do Evangelho existe uma cruz, símbolo de vitória com sofrimento. Essa cruz mostra um Cristo que está vivo, mas carregou e levou todo sofrimento humano, pra dizer a mim e a você: no mundo você terá muito sofrimento, mas como eu venci, você vai vencer também.
“O sofrimento, portanto, está no âmago da fé cristã. Ele não apenas foi o único meio de Cristo se tornar igual a nós e de nos redimir, mas é um dos caminhos principais para nos tornarmos iguais a Ele e experimentarmos sua redenção. E isso significa que o nosso sofrimento, apesar de toda a aflição que dele advém, também é repleto de propósito e utilidade”.
E a menina Israelita, carregando o sofrer em sua alma, vai nos ensinar quando é que o nosso sofrimento gera cura.
1 - QUANDO O SOFRIMENTO MOSTRA AO MUNDO QUE SOMOS PEREGRINOS
Saíram tropas da Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
Ela não era da Síria; ela estava na Síria. Ela servia na Síria, da melhor maneira possível, buscando promover paz e auxiliar uma patroa que estava sem chão, mas ela era da terra de Israel, serva do único Deus, e não de deuses pagãos. Nós, com o nosso sofrimento, só vamos gerar cura no outro quando olharem para nós e verem que somos cidadãos do céu. Que o nosso sofrimento tem e sempre terá um propósito, que é a glória de Deus. Estranho não? Para nós sofrimento e glória são antagônicos, mas veja como essas palavras aparecem juntas no Evangelho.
Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.
Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,
pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.
Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
Somos peregrinos neste mundo mau, que nos traz dor e sofrimento. Nosso sofrimento está contribuindo para glória de Deus? Se está, cumpre assim seu propósito, e gera cura ao nosso redor.
Segundo ensinamento que a serva de Naamã nos traz sobre quando é que o nosso sofrimento gera cura, é
2 - QUANDO NO SOFRIMENTO DESEJAMOS QUE O MUNDO CONHEÇA A DEUS
Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
Veja como essa menina enfrenta o sofrimento na contra mão de tudo. Ela descobre a dor do seu senhor, e não deseja o pior pra ele, antes deseja que ele estivesse em Samaria, na terra dela, diante do profeta de Deus. Essa expressão TOMARA, como interjeição, ou seja: Oh, quem dera! Oh, como eu queria, é a palavra אַחֲלַי, e só aparece mais uma vez na Bíblia, no Salmos 119.5
Tomara sejam firmes os meus passos,
para que eu observe os teus preceitos.
Expressão rara, que deseja algo nobre, está colocada na boca do salmista que ama a Palavra de Deus, e na boca da menina que ama o Deus que está em sua terra, e que ela carrega em seu coração.
Em meio ao sofrimento que sua família está enfrentando, qual seu desejo mais nobre? Apenas se livrar dele, ou consegue olhar ao redor e desejar que as demais famílias conheçam o Deus que te sustenta?
Em 2006, um atirador fez reféns na escola rural de uma comunidade cristã ( Amish ) na Pensilvânia. Depois de atirar em dez vítimas, de idades entre sete e treze anos — cinco das quais morreram —, o homem se matou. Poucas horas depois do homicídiosuicídio, membros daquela comunidade visitaram os pais do assassino, expressaram tristeza pela perda do casal e ofereceram apoio para os dias difíceis à frente. Quando o atirador foi enterrado alguns dias mais tarde, sua jovem viúva e os três filhos ficaram muito surpresos ao notar que metade dos presentes era da comunidade Amish, que mostrou nada mais que apoio e preocupação com a família do assassino. O perdão e o amor da comunidade Amish para com o atirador e sua família foi assunto no país inteiro. A maneira de lidarem com o sofrimento foi um testemunho poderoso da verdade da fé deles e da graça e glória do Deus a quem seguiam.
Que nosso desejo seja nobre como o da serva de Naamã: “TOMARA QUE O NOSSO SOFRIMENTO FAÇA O MUNDO CONHECER O DEUS QUE SIRVO”.
Terceiro ensinamento que a serva de Naamã nos traz sobre quando é que o nosso sofrimento gera cura, é
3 - QUANDO O SOFRIMENTO NÃO NOS IMPEDE DE PROCLAMAR
Então, foi Naamã e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel.
Naamã vê as asas da esperança se abrirem diante dele. O Deus de Israel pode me curar, e foi a menina, cidadã de Israel, que me falou. Ela não se calou, mesmo em meio a dor e sofrimento.
Em meio a dor que sua família esteja passando, quais palavras têm saída de seus lábios? Reclamação, murmuração, lamentação? Tem tido lugar para a proclamação da verdade de que só em Jesus há cura para o mundo? Você pode perguntar como proclamar cura se vivo em meio a enfermidade? Como proclamar libertação em Jesus, se vivo preso no sofrimento? Como proclamar vida se vivo cercado pela morte?
A serva de Naamã conseguiu proclamar que a cura estava no Deus de Israel porque seu coração se envolveu com a dor de seus patrões. Ela viu Naamã isolado de sua família e sentiu sua dor, pois ela também estava isolada e distante de sua casa. Ela viu a agonia da família vendo a lepra corroer a pele de Naamã, e sentiu a sua dor, pois o trauma que ela viveu corroeu seu coração. Ela viu Naamã e sua esposa, com tantos deuses ao redor, mas em uma situação de não ter a quem se apegar. Ela percebeu a diferença aí, pois ela, com todo sofrimento vivido, tinha o descanso vindo da esperança de Israel, e ela não se conteve e apontou o caminho da cura.
Os que são de Deus tem em seus corações, em meio a dor e sofrimento, a paz de Deus, que excede a todo conhecimento humano. E isso tem que ser proclamado. E quando proclamado na dor, leva muito mais impacto.
O fim da história você conhece. Naamã vai ao profeta, que o manda lavar-se no rio por sete vezes. Naamã reluta, mas é convencido, faz o que foi pedido, e recebe o milagre. Curado e grato, reconhece o Deus de Israel como único:
Voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo.
Se uma só alma reconhecer isso através da nossa proclamação em meio ao sofrimento, já é festa no céu! Só Jesus pode curar, pois no Seu sofrimento Ele gerou cura para todo o que Nele crê. O sofrimento de Jesus gera cura porque Ele não era daqui e se fez homem. Ele sempre desejou que o mundo conhecesse o Pai, e o Seu sofrimento não o impediu de proclamar que Ele era o único caminho para a verdadeira vida.