A ameaça do pecado

Ser e Pertencer  •  Sermon  •  Submitted
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Introdução

Somos igreja porque pertencemos a ela, esse tem sido nosso tema nas últimas semanas onde estamos estudando cartade 1 Coríntios. Olhando para essa carta, vimos alguns desafios como divisão, culto a personalidades e a ameaça dos impostores. Hoje trataremos um problemna que se tornou um assunto fora de moda, o pecado. A pior coisa para um cristão após o pecado é ignorar a realidade do pecado. Todos nós convivemos com essa realidade e isso vai acontecer inevitávelmente na vida da igreja, e a grande questão é: Como reagimos ao pecado quando ele ocorre.
Na cultura hoje, um situação assim mostra que estamos em apuros. Há uma cultura que nos desencoraja ao julgamento, mas as nossas vidas exige avaliações o tempo todo. Está na moda preocupar-se apenas com o que você pensa, ignorando os julgamentos dos outros.Na igreja de Corinto essa era uma realidade, e a forma errada como ele foi encarado desencadeou em algumas situações extremas. Por isso, hoje, gostaria de refletir com vocês o que devemos fazer com nossa própria vida e com nossas igrejas, e como podemos enfrentar o desafio do pecado, a menos que possamos reconhecê-lo e chamá-lo de pecado?
Veremos uma delas hoje:
1Coríntios 5 NAA
1 Ouve-se por aí que entre vocês existe imoralidade, e imoralidade tal como não existe nem mesmo entre os gentios, isto é, que alguém se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. 2 E vocês andam cheios de orgulho, quando deveriam ter lamentado e tirado do meio de vocês quem fez uma coisa dessas. 3 Eu, na verdade, ainda que fisicamente ausente, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, o autor de tal infâmia. 4 Em nome de nosso Senhor Jesus, reunidos vocês e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, 5 que esse tal seja entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor. 6 Não é bom esse orgulho que vocês têm. Por acaso vocês não sabem que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Joguem fora o velho fermento, para que vocês sejam nova massa, como, de fato, já são, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. 8 Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento do mal e da maldade, mas com o pão sem fermento, o pão da sinceridade e da verdade. 9 Na outra carta, já escrevi a vocês que não se associassem com os impuros. 10 Refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, aos avarentos, ladrões ou idólatras, pois, neste caso, vocês teriam de sair do mundo. 11 Mas, agora, escrevo a vocês que não se associem com alguém que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, bêbado ou ladrão; nem mesmo comam com alguém assim. 12 Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Mas será que vocês não devem julgar os de dentro? 13 Os de fora, esses Deus julgará. Expulsem o malfeitor do meio de vocês.
O capítulo 5 relata um caso de incesto, onde um homem estava se relacionando de forma íntima com a sua própria madrasta. Pior que o fato em si, era a realidade em que toda igreja sabia e a sua apatia diante deste caso. Mas o que vemos aqui é Paulo insistindo que a igreja excomungue aquele homem da igreja. Por que Paulo insiste nisso?

1. Para o bem do pecador.

Aquele pecado, além de pecado era crime, e aquele homem poderia ser expulso da cidade por se envolver em um caso assim. Para uma comunidade judaica, aquele ato era passível de pena de morte. A igreja de Corinto estava falhando ao acolher membros em sua comunhão que eram pecadores descarados e impenitentes. Diante do fato que havia falta de arrependimento, aquele homem deveria ser excluído da comunidade terrena dos crentes, uma vez que escolheu viver uma vida mundana. A bíblia não está falando que aquele homem ou qualquer outra pessoa que pratique um ato desta natureza não tenha a possibilidade de regeneração. O que Deus diz na sua Palavra é que a igreja ao ter o conhecimento que está vivendo dessa forma, onde não há evidências de alguém regenerado ela não pode ser parte da comunhão do povo de Deus.
A exclusão não proibiria necessariamente o homem de comparecer aos cultos públicos; ele simplesmente não deveria ser considerado membro e, portanto, não deveria participar dos privilégios de um membro, especialmente na ceia do Senhor. Este conforme o próprio Senhor Jesus orienta em Mateus 18 deveria se considerado como descrente. Como a igreja trata o descrente? Pregando o evangelho para ele. Mas um descrente não pode da mesma forma ser tratado como crente, e o que o crente faz? Participa plenamente comunhão, toma a ceia por exemplo.
O Pastor Jonathan Leeman exemplifica essa natureza política da igreja a uma embaixada. A embaixada não faz ninguém ser brasileiro, mas ela tem autoridade declaratória para reconhecer a nacionalidade de alguém (Ex. Eric). A igreja é a embaixada de Deus na terra. Como isso funciona? A igreja vê em alguém sinais de conversão e profissão pública de fé que aquela pessoa se tornou um crente em Jesus, e o que faz? Batiza publicamente como sinal desse novo nascimento, declarando publicamente que aquela pessoa recebeu Jesus como seu único e suficiente salvador. Depois disso, de forma regular a ceia do Senhor é celebrada onde publicamente reafirmamos esse novo nascimento junto a igreja local que pactuamos esse novo nascimento.
Isso significa que um crente não peca? Por que se fosse assim, todos nós deveríamos ser excomungados. O que não só esse texto, mas em várias outras partes é que a marca de um cristão verdadeiro é o arrependimento, logo a falta de arrependimento ou impenitência aponta para alguém que muito provavelmente não se converteu de verdade. Por isso, a disciplina é um ato de amor para com o pecador, para que o tratamento devido seja dado de acordo com a realidade que ele está (tão ruim como não ser tratado, é ser tratado de forma errada). Essa suplica de Paulo visa o bem do pecador, assim como o bem da igreja.

2. Para o bem da igreja.

Paulo aqui está falando que a impenitência daquele homem e a atitude da igreja de acordo com aquela situação apontava para uma igreja igualmente impenitente. A igreja era indiferente ao pecado. O pecado do homem era hediondo o suficiente, mas foi contra a falta de disciplina da igreja que Paulo gritou por meio dessa carta. O pecado daquele homem era como uma infecção grave, localizada, mas a falta de disciplina era como uma falha completa no sistema imunológico. Vemoos aqui a infecção disseminada que o pecado é entre aqueles que o toleram. O pecado com qual niinguém lida se torna um pecado que todos terão que lidar.
Amigos, a pureza da igreja não representa um pudor pouco atranete, mas uma beleza maravilhosa, cativante, assustadora e convincente, a que os cristãos são chamados a viver em suas vidas. Paulo está aqui está dando outra razão para excluir esse homem da igreja, não apenas por causa dele individualmente, mas por causa da igreja como um todo.

3. Para a obediência.

A terceira razão que Paulo chama a igreja para excomungar esse homem é a responsabilidade dos coríntios de fazê-lo. O próprio Senhor Jesus ensinou isso:
Mateus 18.15–17 NAA
15 — Se o seu irmão pecar contra você, vá e repreenda-o em particular. Se ele ouvir, você ganhou o seu irmão. 16 Mas, se não ouvir, leve ainda com você uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda questão seja decidida. 17 E, se ele se recusar a ouvir essas pessoas, exponha o assunto à igreja; e, se ele se recusar a ouvir também a igreja, considere-o como gentio e publicano.
Portanto, exercer a doisciplina bíblica é antes de tudo um ato de obediência ao próprio Senhor Jesus. Irmão percebam algo, Paulo estava falando que aqueles irmãos não deveriam se associar com pessoas que viviam daquela forma, mas ele não se referia aos de fora da igreja, mas os de dentro. A resoponsabilidade da igreja não é julgar o mundo, quem vai fazer isso é Deus, mas nós temos uma responsabilidade com os de dentro. Não somos chamados a nos isolar do mundo, pelo contrário, o mundo é nosso campo missionário. Não tem como alcançar os perdidos sem nos envolver com o mundo, não é disso que a bíblia fala. Deus julgará os de fora, mas ele nos chamou para agir em seu nome dentro da igreja, retirando os ímpios do nosso meio. A igreja é uma comunidade paralela ao mundo nesse sentido, nem tudo que é imporal é ilegal. Ninguém pode ir preso por luxúria, ganância ou orgulho.
A igreja em sua missão serve a sociedade, mas não é seu papel reformar a sociedade, , mas purificar a si mesma como testemunha da pureza de Deus.

Aplicação

Ninguém comente o pecado que aquele homem estava comentendo do dia para a noite. Por exemplo: a cobiça leva a pornografia, que pode levar ao adultério. Pecados graves como daquele homem geralmente são fruto de falta de arrependimento por parte dos crentes, por isso a bíblia não faz distinção de pecados. Não estou falando que não há consequências diferentes (ódio, ira e assassinato).
A cada dia que passa o conceito geral de pecado vai sumindo na sociedade, e é o que esperamos de um mundo caído. Diante da incapacidade do homem vencer através das suas próprias forças, o pecado passa ser admitido, tolerado, e pior o padrão da santidade de Deus é reduzido (começamos justificar as grndes mazelas do mundo para uma tolerância a pecados individuais). O problema é quando o pecado some da igreja, e isso geralmente ocorre para não ferir a conciência moderna (a mesma que subtraiu o pecado e diminui o padrão moral de Deus). As palavras severas sobre pecados foram banidas. As pessoas não adulteram mais, elas tem casos. Roubo se for de colarinho branco não roubo, é fraude. E como o pecado some do meio da igreja? Ele não desaparece, ele é apenas redirecionado para aqueles que não são do nosso meio e cometem pecados flagrantes como aborto, homosexualismo , assassinato, ou os famosos crimes de corrupção. É fácil condenarmos esses pecados óbvios enquanto ignoramos nossos pecados de fofoca, orgulho, inveja, amargura, falta de paciência, luxúria, glutonaria, ou até mesmo nossa falta de qualidades amáveis que Paulo descreve em Gálatas 5 como Fruto do Espírito. Reconheço que lançar olhar cobiçoso para uma mulher é menos grave que cometer adultério com ela, todavia, Jesus afirma que no caso da cobiça o adultério já aconteceu (o mesmo se aplica ao assassinato). Todo pecado cometido por um cristão é um ato de rebeldia.
Por isso, digo com muita tristeza que o pecado para muitos crentes foi redefinido para abranger apenas os pecados obviamente nojentos da sociedade. O resultado, então, é que para muitos cristãos moralmente corretos, a noção de pecado individual basicamente desapareceu de suas conciências. Por isso, o crente é aquele que deve se alimentar da Biblia, pensar biblicamente, aplicar ao evangelho para si em primeiro lugar, para que a gente tenha sempre conciência do pecado. A questão é, que todo pecado - não importa se temos ou não conciência dele - é asqueroso aos olhos de Deus.
Você pode estar perturbado com tudo que falei até agora, mas somente com a conciência real do pecado estaremos aptos a receber a boa noticia para essa realidade. Só busca arrependimento e redenção quem sabe que está perdido e conhece a realidade do pecado em sua vida (se você está andando perdido em uma estrada, sem saber que está perdido, nunca você vai buscar auxílio).

Conclusão

Aqueles crentes de Corinto, orgulhosos, rebeldes e que toleravam a indecência foram chamados por Paulo de santos. Eu e você talvez nos refeririamos a eles como mundanos, devassos, carnais ou imaturos. Porém, nunca de santos. Nossa cultura católica distorceu o que significa de fato ser santo. Santo na tradição católica é uma conferição póstuma a os cristãos de caráter e realizações excepcionalmente notáveis. A palvra santo no grego é hágios, que significa separado. Santo é alguém que Cristo comprou com seu sangue na cruz e separou para si mesmo como sua propriedade. Nosso comportamento não nos torna santos. Somos feito santos unicamente pela ação sobrenatural e imediata do Espirito Santo que realiza uma mudança profunda em nosso íntimo para que, de fato, nos tornemos novas criaturas em Cristo. Essa mudança é o que está escrito em:
Ezequiel 36.26 NAA
26 Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.
Assim como Paulo fala no versículo 17 de 1 Coríntios 17. A conciência dessa luta interna contra o pecado não deve jamais ser usada como desculpa para atitudes erradas. Pelo contrário, devemos ser sempre ter em mente que somos chamados para viver separados para Deus. O nosso problema é que não nos vemos como santos - com a responsabilidade de vivermos como santos, conforme essa nossa nova condição - e acabamos não achando que práticas como fofoca, impaciência sejam pecados. Nem tampouco devemos tentar reduzir a santidade de Deus para ela caber dentro da nossa moral, do nosso caráter. Por isso, santidade deve ser resultado de uma coondição (time dos filhos). Não tem como amar a Deus e rejeitar seus atributos. Deus é justo, mas quando somos injustos não somente a justiça que estamos rejeitando, mas o próprio Deus (atributos incomunicáveis: onipresença, oniciência e onipotência/ Atributos comunicáveis: justiça, amor, bondade, etc). Pecado é aquilo que não salvos fazem, por isso não existem pecados aceitáveis pelos santos. A pior coisa para o crente é viver em um auto engano, em um estágio de negação do nosso pecado, a insistência que ele existe em nosso viver (só o outro peca). Quer conhecer a Deus? Olhe para Jesus :
Hebreus 1.3 NAA
3 O Filho, que é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela sua palavra poderosa, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,
Quer olhar para o único padrão de ser humano perfeito? Olhe para Jesus:
1Pedro 2.22 NAA
22 Ele não cometeu pecado, nem foi encontrado engano em sua boca.
Não use a expressão "ninguém é perfeito" como desculpa para não lidar com pecados que se tornaram aceitáveis na sua vida. mas lide sempre com o pecado no contexto do evangelho.
A cura para o pecado está no evangelho. Somente através do evangelho conseguiremos vencer o pecado, porque sem o evangelho o enfrentamento do pecado vai gerar culpa. Diante da culpa vamos ser esmagados ou vamos para um estado de negação. Somente reconhecendo que somos grandes pecadores admtiremos que precisamos de um grande salvador. Deus não somente perdoou nossos pecados, como também nos creditou a justiça perfeita de Cristo. Em todas as áreas da vida que desobedientes , Jesus foi perfeitamente obediente. Você é ansioso? Jesus sempre confiou totalmente no Pai. Você tem problemas com egoísmo? Jesus sempre foi abnegado. Tem problemas em ser grosseiro, ou tem tend6encia a fofoca ou sarcasmo? Jesus sempre teve palavras apropriadas a cada situação e jamais pecou com a língua.
Use o evangelho; dependa do Espírito Santo; reconheça a sua responsabilidade; identifique os pecados sutis e específicos; memorize e faça uso da Palavra de Deus em cada momento apropriado; cultive a prática da oração; chame irmãos para estar ao seu lado (a omissão dos irmãos na igreja de Corinto contribuiram para aquele pecado).
O único pecado que conseguiremos lidar com sucesso é o pecado perdoado. Precisamos entender que Deus não nos culpa mais pelos nossos pecados, somente assim serei verdadeiramente motivado por gratidão a esse perdão a vencer o pecado. Somente podemos começar a lidar com a ativiade do pecado se lidarmos com a sua culpa. Deus está comigo e não contra mim na batalha contra o pecado (Se Deues é por nós, quem será contra nós), Deus não é mais o seu Juiz mas o seu pai.
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